30 setembro 2014
Os problemas das mulheres
(e, como corolário, terem-lhes ensinado tudo para resistir a sexo e terem-nas deixado desprotegidas quanto ao abraço)
29 setembro 2014
Pipoco descansa as pessoas e volta ao modelo "post com poucas letras"
De onde se fala do último Poirot
Agatha Christie viveu no tempo de Poirot e é isso, para além do talento, que torna verosímil e consistente o que lemos. Os herdeiros de Agatha Christie sabem bem que basta ter um livro com "Poirot" na capa para vender, é como ter um blog com "Pipoca" no nome. Este Poirot é uma espécie de VW Carocha com ABS e direcção assistida, a coisa parece vagamente um VW Carocha, mas não consegue ter a patine do bom velho Carocha, não consegue recuperar a emoção de conduzir um Carocha, não recupera o mito, aliás, os mitos não são recuperáveis. A autora deste novo Poirot não esteve lá, não sabe como seria se estivesse lá e o facto de ser admiradora de Agatha Christie não lhe serviu de nada, tal como eu saber tudo o que há para saber sobre mulheres não faz com que me assente bem lingerie com rendas.
Se há coisa de que me possa orgulhar nisto de fazer o bem, é recomendar-vos que passem ao lado desta bizarria que se chama "Os Crimes do Monograma", liguem-me, combinamos o sítio em que vos entregarei o livro e não se fala mais no assunto, os quinze euros podem muito bem ser gastos em duas garrafas de Monte Velho, que é mau à mesma mas sempre empurra em condições uma boa costeleta de novilho.
Que me lembre, nenhuma das feministas da velha guarda rejubilou com o discurso de Emma Watson na ONU
E a novidade é que a causa tem que passar por todos os homens ficarem a saber que não é vergonha ter medo, que não é um problema não ser sempre o mais forte, que a sensibilidade não é sinal de falta de testosterona, que às vezes temos fragilidades, que a insegurança também nos assiste e que é necessário mudar o estereotipo para que doa menos aceitar as fragilidades e, aceitando as fragilidades, perceber que não somos tão diferentes em género e, não sendo diferentes, não há razão para sermos tratados de forma diferente.
Eu, se fosse feminista da velha guarda, havia de me incomodar não me ter lembrado disto antes.
28 setembro 2014
A leitora decide
Toma nota, Ruben Patrick
27 setembro 2014
Alabardas aldrabadas
"Afinal, talvez ainda vá escrever outro livro", dizia-nos Saramago nas suas notas. Não escreveu.
26 setembro 2014
25 setembro 2014
24 setembro 2014
Da felicidade das pequenas coisas
O empregado que, à segunda vez que nos atende, nos serve o café sem açucar por saber que é assim que o tomamos, a superação que existe em aceitar o que a vida nos dá, um dia um pequeno almoço de fruta e flocos de aveia, outro dia um livro ofertado por um amigo que o escolheu propositadamente para nós, o esforço de nos aceitarmos, tal qual somos, com as nossas pequenas diferenças, mas sempre, sempre num esforço de superação, na certeza da recompensa, nessa luminosidade das coisas simples que, afinal, nos mostra o caminho percorrido com os nossos, aqueles a queremos bem, mas não tão bem a ponto de lhes darmos pastéis de Belém e ovos com bacon ao pequeno almoço.
Dos cães resgatados às valetas
Bolas é um gato preto vadio que apareceu na vida de Ulisses ainda Ulisses não sabia que os cães perseguem os gatos. E Bolas, o gato preto, com a intuição dos gatos, com a argúcia dos gatos pretos e com a valentia dos gatos vadios, percebeu que podia fazer de Ulisses, pobre cachorrinho resgatado à dureza de uma vida de cão vadio, o que quisesse. E Bolas, o gato preto, come a comida de cão de Ulisses, bebe da água de Ulisses e, cúmulo dos cúmulos, deita-se na casota de Ulisses, espreguiça-se e roça-se nas pernas possantes e poderosas de Ulisses, o cão, que abana a cauda, feliz por ter um amigo vadio.
Não serei eu quem dirá a Ulisses que os cães não são os melhores amigos dos gatos.
23 setembro 2014
Queres então ter um desses blogues de sucesso sem ter de ir ao curso?
Escreve sobre amamentação, seja porque és contra porque te vai fazer descair as mamas (más notícias: elas vão descair sempre, mais tarde ou mais cedo), seja porque és adepta de amamentar até aos dezassete anos. Variantes sobre a temática de amamentação em espaços públicos (sim ou não?) também são de valor.
Escreve sobre se "gajas" é um termo aceitável ou não para te referires ao género feminino. Se escreveres sobre o tema ao fim de semana, verás como o teu sitemeter se comportará como se fosse uma segunda-feira com posts escritos de hora a hora.
Escreve sobre os teus filhos e acrescenta fotografias que nos farão acreditar que eles andam sempre vestidos com a roupa com que foram ao casamento da tia Isabelinha. Conta-nos como eles se portaram hoje e como dão respostas surpreendentes para a idade. Não lhes perguntes se eles se importam que os exponhas, isso não interessa para nada e afinal isto é só para um dia mais tarde recordares como eles cresceram. O facto de não teres um blog privado e os tipos que apreciam criancinhas estarem a ler e a ver o que escreves também não interessa para nada. Quem não gosta de criancinhas, não é?
Engravida e conta-nos tudo. Estamos ansiosos. Muito.
Usa o teu cão. Conta a história de como o cão estava abandonado e tu o salvaste de morte certa. Explica como se transformou num bom amigo de corridas. Recorda-nos de novo que o cão estava mesmo abandonado, o pobrezinho.
Faz corridas e conta-nos o que pensaste enquanto corrias. Usa e abusa das palavras "superação", "esforço" e "recompensa".
Escreve sobre a felicidade que há nas pequenas coisas. De como o por do sol te motiva para o dia seguinte. De como um pequeno almoço "com os teus" te revigora. De como o nascer do sol te envia tantos sinais. Usa e abusa das palavras "superação", "esforço" e "recompensa".
Deixa a parte de como pode ser poderoso teres um blog irónico, desses que não existem se os outros não existirem, para outro post. Isso vai garantir-te mais um post.
22 setembro 2014
Neste dia em que a chuva na minha cidade fez mais pelo Tozé Seguro que vinte debates...
E as mulheres retocavam a maquilhagem, os homens limpavam as narinas, os taxistas buzinavam para que as pessoas de bem se desviassem e eles, passando, estacavam onde estavam antes as pessoas de bem, temerosos, também eles, que são taxistas mas sabem bem o prejuízo que é ter a máquina parada um par de dias para lhes desentupirem o carburador, ou lá o que é que têm os táxis, os mais velhos saiam dos carros e juntavam-se a falar uns com os outros, discutindo se a coisa seria para durar ou não, se os homens do colete verde estavam a fazer bem o serviço ou não.
E eu, bateria de telemóvel descarregada, li um bom bocado de Ulisses.
Sempre me fascinaram aquelas mulheres...
(E não, posso garantir-vos, nas minhas reuniões de trabalho ninguém se distrai com decotes. Nem de relance.)
21 setembro 2014
E o Pedro Páramo, que vai no Teatro Meridional, também está muito bem
Cohen, Leonard Cohen
(A minha preferida? "I'm your man", qual havia de ser?)
20 setembro 2014
De onde se constata que J. Rentes de Carvalho é daquela estirpe de homens que já não se fabrica
"VIDENTE
De facto, fosse eu vidente e muito me pouparia de desmandos, passos em falso, de a mim próprio trocar as voltas e de que confundam com más (que só de vez em quando tenho) as minhas boas intenções.
Assim acontece que, desejando tornar conhecido o apreço e o júbilo que me causa a emancipação feminina, particularmente notável num desenvolto e muito viril emprego do vernáculo, me vejo ironizado aqui, incompreendido além, informam-me de lágrimas secretamente vertidas em consequência dos meus desmandos.Para o mal feito não tenho remédio, e as promessas, minhas ou alheias, valem o que valem, mas sempre que conseguir manter-me nas estribeiras prometo que deixarei de usar a palavra "gaja" ou o seu plural, a não ser em casos extremos, como faca na garganta.
Porque me fazem saber que involuntariamente a magoei, e como, nem de longe, seria esse o meu intento, quero deixar aqui testemunho da deferência que me merece a gentil Senhora (com maiúscula, pois então) que dá por "sexinho" e tem morada em www.osexoeaidade.com.
Deferência e mais, porque há anos lhe sigo regularmente a prosa e as andanças de que dá conta, a graça com que narra as suas férias, o cómico dos seus literais apertos com vestidos de múltiplos botões nas costas, a vasta colecção de kits que guarda de inúmeras viagens transcontinentais.
Mas então não é que me maltratam, e a própria Senhora o sublinha, que maldosamente aludi a uns Louboutins que não usa e passei por alto a sua menção de O Dia Mundial da Doença de Alzheimer?
De facto para os Louboutins não encontro desculpa, mas com a doença de Alzheimer a coisa muda de figura. Talvez "Sexinho" o ignore, mas mau grado excelente saúde, na minha idade não basta dizer tarrenego ou abrenúncio,a probabilidade é grande que, sussurrando "Alzheimer!", a memória me comece a falhar e eu deixe de reconhecer a companheira de cinquenta e tal anos. E isso creio que ninguém mo deseja.
Termino. Gostaria, e assim espero, ter satisfeito gregos e troianos, ter disperso névoas, deixar prova da admiração que "Sexinho" em particular me merece e, já agora, tornar essa admiração extensiva a todas as "gajas" do actual e antigo Portugal daquém e dalém mar."
19 setembro 2014
De como J. Rentes de Carvalho acaba com a questão disso das "coisas de gajas"
18 setembro 2014
De onde fica claro que Pipoco Mais Salgado não se revê nas "coisas de gajas" que o talentoso J. Rentes de Carvalho insinua exitirem
Mas não é sobre isso que lhe queria falar. Então o meu caro ousa escrever "Gajas"? E logo por duas vezes? Ousa insinuar que há uma categoria de acções que se podem catalogar como "coisas de gajas", sorrir displicente e passar adiante, incólume? Fique o meu caro J. Rentes de Carvalho sabedor que "gajas" é coisa que um homem não pode dizer. Elas, as senhoras, podem dizê-lo entre si, encolher os ombros e passar adiante. A nós não nos é permitido tal, é como falar mal da nossa cidade, nós podemos, mas ai do estrangeiro que ouse falar com menos respeito da nossa calçada ou com desdém da nossa maneira patusca de conduzir e verá como elas mordem.
"Coisas de gajas", meu caro, remete-nos para ambiências que são do senso comum e que dispensam mais palavreado mas, caramba, não as podemos escrever assim, com tamanha crueza, conforme o fez. Temos que ser gentis, as "coisas de gajas" terão que se transformar em "idiossincrasias do género feminino", sob pena de perdermos os favores das senhoras leitoras dos nossos escritos(ou melhor, eu perderei, o meu caro usufrui de uma espécie de protecção eterna).
E agora, meu caro J. Rentes de Carvalho, poderemos esgrimir (podendo e querendo o meu caro, bem sei que terá mais que fazer, de mim sabe bem que a minha condição me permite sempre disponibilizar-me com grato prazer para cavaquear), podemos esgrimir, dizia eu, os nossos argumentos. O que não podia era, depois de ler os protestos na caixa de comentários do post abaixo, deixar passar em claro o "coisas de gajas" sem o admoestar com severidade, que tenho cá a minha fé que este ainda está para ser um blogue que as mulheres apreciem e o caminho é não pactuar com estes excessos de linguagem e não arriscar perder o meu nicho de mercado.
Fora isto, aprecio muito o que escreve e acho-o uma pessoa de bem, com as suas idiossincrasias, está bem de ver, mas isto nós somos nós e as nossas circunstâncias, pois não é?
17 setembro 2014
Vamos lá a isto
Sinto o mesmo com os blogues. Tirando as insufladas diatribes dos da política, quase sempre encomendadas, quase sempre previsíveis, tirando as dos blogs de cascar na casaca da parceira, que aparecem e desaparecem logo a seguir (as pessoas enjoam, fartam-se, a coisa esmorece e é lá se vai mais um blog desses irónicos), pouco resta.
Falta uma boa polémica defendida com garbo, falta quem se defenda com um bom argumentário e quem ataque com mestria, quem dispare com elegância e inteligência e quem seja capaz de responder na mesma moeda. Falta quem responda à letra a quem ataca com menoridades sobre o que fulana veste, ou quanto sicrana pesa. Falta quem não se abespinhe quando lhe fazem um reparo consistente e falta quem não se vergue, falta quem não alinhe na chacota, fazendo-se cá da malta só para não lhe zurzirem mais nas orelhas.
Falta-me ter mais tempo para isto.
16 setembro 2014
E era isto
Boa parte das pessoas que passam os olhos por isto do Pipoco acreditam que isto é um boneco, que as coisas não são como são, que não pode haver ninguém tão pedante, tão arrogante, tão desagradavelmente desapegado da emoção.
Está bem...
15 setembro 2014
Vamos então ao terceiro "hit post" no mesmo dia, só para mostrar que ainda não perdi o jeito...
O que realmente me incomodou foi ela nunca ter reparado que os relógios que aparecem na publicidade marcam sempre dez horas e dez minutos.
Post em tempo real
Pipoco respira fundo e incentiva o recepcionista a praticar um preço de mercado (Pipoco, esse incorrigível negociador de consensos). Sem resultado.
Pipoco respira fundo e desvia-se para um dos lados do balcão, dando passagem a duas jovens que estavam atrás de si na fila. Pipoco tira do bolso o seu banalíssimo smartphone (Pipoco, esse farol do espartano). Pipoco digita um endereço electrónico e, em três passos, reserva quarto no hotel para essa noite, a metade do preço de balcão (Pipoco esse negacionista das causas perdidas). Pipoco vai até ao bar e pede uma bebida, enquanto aguarda confirmação da reserva. Cinco minutos depois, Pipoco, talvez demasiado sorridente, dirige-se ao balcão e informa o recepcionista do número da sua reserva para essa noite.
Pipoco acreditava que já não havia hotéis assim, dos que preferem perder cem euros e pagar uma comissão ao broker, em vez de fazer um desconto de cinquenta euros ao Cliente e fazê-lo feliz e agradecido.
Post a pedido (I) - Quiescente
Mas, tivesse eu de escolher, e havia de escolher a cena do concurso de dança de "Pulp Fiction", Mia Wallace e Vincent Vega, a tensão de saber que ela era a mulher de chefe, a informação do acidente que aconteceu ao tipo que só tinha feito uma massagem aos pés da mulher do chefe, a mulher do chefe ser a Uma Thurman de há vinte anos, a mulher do chefe a esticar a corda. E "You never can tell" a tocar. Talvez sim.
14 setembro 2014
E, no entanto...
Sobra pouca coisa, bem sei.
13 setembro 2014
Do Natal e outras situações
(porque levantar a cabeça não é nada, rapazes. espera-se é que joguem à bola, é-nos completamente indiferente para se o fazem de cabeça levantada ou não, o que se espera é que não discutam com árbitros, especialmente se já tiverem um cartão amarelo e, já agora, que esses chutões à baliza sem sentido nenhum fiquem para os jogos de veteranos, que eu sei bem como é)
Ruben Patrick teve que ir à loja sueca dos móveis e conta como foi
(pode alguém suportar mais de dois minutos dentro daquilo?)
12 setembro 2014
Bagagem
A este estado de espírito, alguns chamam maturidade. Eu chamo-lhe bagagem.
11 setembro 2014
Quanto tempo demorará...
08 setembro 2014
Isto é só uma suposição, é claro (II)
Isto é só uma suposição, é claro.
07 setembro 2014
Ice Bucket Challenge - Pipoco Mais Salgado, o Vídeo
É o momento da verdade e Pipoco ordena a Ruben Patrick que dê início ao processo do banho de água fria. Um copo de cristal surge por cima do ecrã e são despejadas pedras de gelo écran abaixo. Pipoco grita com o frio, não perdendo, no entanto, um pingo da sua lendária presença de espírito. Naturalmente, o público percebe que o grito é uma simulação, afinal trata-se apenas de pedras de gelo que caem sobre um ecrã aberto nessa página mítica que é pipocomaissalgado.blogspot.com.
(não consigo introduzir o vídeo, essa é que é essa...)
04 setembro 2014
Pipoco aceita o desafio de Isa para aquela situação da água fria e desafia as suas duas bloggers-fetiche
Ignorando a parte importante, que é estar a entrar dinheiro a sério que será usado numa boa causa, as estranhas pessoas preocupam-se com o folclore da coisa, com o facto de a água ser um bem precioso e que é uma dor vê-la desperdiçada assim, com a preocupação que é a mão esquerda ficar a saber o que a mão direita digitou o NIB da associação e fez uma transferência para a sua conta.
Eu podia já ter escolhido entre a Cruz Vermelha, a ANIMAL, a Fundação Sporting ou Associação APELA e ter já feito uma transferência? Podia. Mas só hoje, com o desafio da Isa, do Eça é que Essa, é que o fiz. E esse é o poder do desafio, levar-nos a fazer a coisa certa, aquela que já poderíamos, e deveríamos ter feito, mas só com este desafio concretizámos. Estou-me positivamente nas tintas para se a coisa é uma moda, para a poupança de água (eu escolhi uma modalidade em que não gastei muita água), para o potencional exibicionismo.
(Isa, a massa já está do lado de lá e isso é que é importante. O vídeo vem um destes dias)
E desafio as minhas bloggers preferidas neste momento, as que estão em melhor forma nisto de escrever:
Susana Rodrigues e Mãe Preocupada, vamos a isso. Com t-shirt branca, que é como mandam as regras.
(se a Susana e a Mãe aceitarem o desafio eu ponho aqui uma fotografia minha, na praia)
03 setembro 2014
Em verdade vos digo
E as coisas são como são...