31 janeiro 2011

O dia de amanhã promete...

O Maxime fechou de vez, o Liedson foi-se e vou ter que ir almoçar com quem não me apetece.

Pipoco Tabasco is back

Quem te mandou a ti, Ruben Patrick, colocar o estendal um palmo acima da altura dela, só para ficares por trás, sorriso rasgado, a observá-la em pontas, os braços esticados, o vestido a ficar curto, o peito subitamente firme, e tu ali, Ruben Patrick, a demorar a passar a roupa que ela há-de estender, ela a fazer de conta que se abespinha com a tua demora, a entrar no jogo, ela a saber-te ali refém daquele estender de roupa em câmara lenta, ela a demorar-se lá em cima, em pontas, depois a mola que cai, ela que se inclina para a apanhar e, sem querer, roça ao de leve em ti, Ruben Patrick, especado, mãos ocupadas a passar-lhe o lençol de banho, a penasr que isto de lhe teres colocado o estendal lá em cima é uma ideia ainda melhor do que foi a de colocar o ar condicionado nos dez graus quando ela comprou aquela camisa de seda, aquela justinha.

A minha caixa de correio electrónico é melhor que o meu blog

"Pipoco, o seu post do Don Drapper suscitou em mim curiosidade: e se a situação fosse outra, se vos aparecesse pela frente uma mulher segura, que vive a vida dela em vez de viver a vossa, que gosta de ir sozinha ao teatro, que passa os sábados acompnhada mas guarda as tardes de domingo para si, para quem a monogamia é opção e não necessariamente regra, que adora sentir a protecção masculina mas sabe que não precisa dela, que tem dias em que, e apesar de vos amar, não lhe apetece ter-vos como companhia, que vos apoia nos objectivos mais difíceis mas que não tem paciência para pseudoproblemas, que não reage ao desprezo porque para ela é bem possível que simplesmente não estejam interessados, e todos temos esse direito, que percebe os vossos momentos de afirmação masculina e não se ri deles, que com um olhar consegue dizer tudo isto. Quantos é que acha que se aguentavam no jogo? Obrigada, beijos."

Cara R.S., chamemos-lhe assim, se eu lhe chamasse Raquel Silva era desagradável, toda a gente ficava a saber o seu nome, essa Don Drapper que você descreveu é o sonho de qualquer homem, isto, naturalmente, se você incorporar a melhoria genética de a monogamia ser mesmo regra. Mais que uma copa D que desafie as leis da gravidade, mais que uma moral sexual masculina (já sei que me vão perguntar o que é isto), mais que trigémeas enfermeiras, qualquer macho alfa suspira por uma mulher segura (que saiba exactamente o efeito daquele vestido preto coleante), que vá sozinha ao teatro (principalmente se a peça for a última que fui ver), que guarde as tardes de domingo para si (o que dará um excelente pretexto para termos as tarde de domingo para nós), que não perca tempo com pseudoproblemas (principalmente os dela) e, finalmente, que com um olhar (logo, sem muitas palavras desnecessárias) consiga dizer tudo isto.

Resumindo, R.S., acabou de descrever a mulher de sonho, se me perguntasse a minha opinião a mim (perguntou ao Pipoco…) eu era capaz de lhe dizer que qualquer homem, se se cruzasse com uma mulher assim, era capaz de querer jogar o jogo até ao fim e casar com ela.

(Naturalmente, post publicado com a autorização da R.S.)

30 janeiro 2011

Disso, do programa

Pipoco também tem um talento. Enorme.

Dos acordos ortográficos

Estava aqui a visualizar o noticiário e diz que aquilo está mal lá para os lados do Egipto, aliás, do Egito e eu fiquei a cismar se os Egípcios continuarão a ser Egípcios ou se serão outra coisa qualquer e ainda aqui estou neste cismar e isto começa a aborrecer-me, é isso e não saber onde guardei o disco do Tubular Bells, que tem aquilo do Exorcista.

Dos pipoquianos saberes

De todas as maravilhas genéticas que foram inventadas para tornar as mulheres seres infinitamente mais interessantes, a mais potente de todas é as mulheres terem passado a trabalhar fora de casa. Os melhoramentos genéticos são multidimensionais, a independência financeira do género feminino alavanca a própria melhoria do género masculino, que já não está tão seguro do vector económico como único sustento dos seus encantos, a concorrência entre exemplares do género feminino no local de trabalho é, provavelmente, o melhor garante de benfeitorias ao nível do aspecto visual, que o diga o mês de Maio, e, finalmente, o facto de terem objectivos tangíveis em termos de progressão de carreira cria-lhes a noção de melhoria contínua e de exigência com o parceiro, o que, uma vez mais, acaba por beneficiar directamente este.

29 janeiro 2011

De as coisas serem como são

Um homem percebe que não caminha para novo quando, depois de correr com um Cayman, pura adrenalina, menos de cinco segundos dos zero aos cem, e um Cayenne a gasóleo, mudanças automáticas, chega ao fim do dia e pensa de si para si que, se pudesse levar um deles para casa, havia de escolher o Cayenne.

O regresso da lendária rubrica "Que estás a fazer neste momento, Pipoco?"

28 janeiro 2011

Das noites

O jantar até nem estava a correr mal, ela é bem apessoada, boa estrutura óssea, sem demasiada maquilhagem, unhas cuidadas, saia-casaco de bom corte, foi pontual, carro limpo e sem lenços de papel espalhados pelo chão.

Só que, ainda antes da chegada dos pratos, ela disse, muito segura, que a escolha daquele restaurante tinha sido "na muge". E repetiu, "na muge".

E eu lá me arrastei até ao fim do jantar, contando os minutos que faltavam. Sim, depois ligo...

26 janeiro 2011

Dos dias

Cenário:
Pipoco está num canto do elevador, colado à parede, entretido a enviar sms informativo onde comunica ao seu parceiro de almoço que está com um atraso que se pode estimar em cinco minutos.


Acção:

Miudagem da nova colheita de trainees entra no elevador em alegra algazarra, comentando quem são os orientadores de estágio que lhes mostrarão a luz e lhe mostrarão o novo mundo de uma empresa a sério.


Miúdo 1 diz : "o meu vai ser o XXX (nome que consta no bilhete de identidade de Pipoco)"

Miúdo 2 comenta: "ouvi dizer que é bué exigente nas cenas"

Miúdo 1 responde: "ya, mas gostei bué da apresentação do gajo, acho que vai puxar bué por mim"

Miúdo 2 concorda: "ya, a apresentação tava fixe"

Miúdo 1 completa a ideia: "e pareceu bué disponível para ajudar, se calhar é bué exigente mas ajuda"


Miudagem sai no Piso Zero, devem ir almoçar à Pizzeria. Pipoco continua no seu cantinho do elevador e não consegue evitar um sorriso.


Pipoco gostou da pinta do Miúdo 1 e toma nota mental e visual para não o desiludir nisso de "puxar bué por ele".

25 janeiro 2011

Vamos todos dar as mãos e salvar o conceito

Raparigas, começa a constranger-me a situação do definhamento hatebloggeriano, custa-me ver, diante dos meus olhos, tantas boas ideias desperdiçadas, ver um conceito com tanto potencial ser destruído, ver tantas promissoras carreiras definhar, umas a seguir às outras. Neste contexto, urge intervir e eu, não podendo estar em todo o lado, sei que o meu dever cívico enquanto farol hatebloggeriano é ajudar a criar valor para que este nicho de mercado não se extinga de vez, sei que basta uma palavra minha para que o conceito volte a singrar, viçoso e tonificado, sei que o meu bom conselho é essencial para a renovação de tudo o que julgais saber sobre a hatebloggeriana coisa.

i) Antes de mais, optai por poucas escribas. O ideal será que apenas uma de vós edite, para evitar a canibalização do tempo de antena dos posts e, consequentemente, discussões sibilinas entre vós, que vos levarão ao desânimo e à divisão. Naturalmente, podereis ter várias contribuidoras para a causa, que servirão não só de "olheiras" por essa blogosfera fora, mas também como contribuintes líquidas. Não obstante, elegei uma de vós, de preferência a inteligente do grupo (se não for possível, elegei a mais esperta), que deverá ser a única responsável pela edição, imune a pressões circunstanciais da agenda de ressabiamentos de cada uma de vós.

ii) Optai por convidar um escriba do género masculino para estar no meio de vós, será o garante de uma visão estratégica para os conteúdos editoriais. Com um escriba do género masculino, a causa terá as respostas às quesões básicas "para onde queremos ir" e "como chegar lá", tereis foco e evitareis andar em círculo, sem saber o que fazer com o que tendes em mãos. Preparai-vos para as vossas primeiras e segundas escolhas recusarem o amável convite. Não passeis da sétima escolha.

iii) Deslastrai das vossas questiúnculas particulares. Focai-vos em algo mais alto que bater na tecla de as outras terem estudado matérias difíceis no tempo certo ou no lingrinhas que vos desprezou no liceu e agora tem um blog a que ninguém prestaria atenção se não fosse a vossa generosidade em fornecer-lhe centenas de visitas por dia.

iv) Tende tento na quantidade de mensagens diárias. Recordai que quantidade não significa qualidade, não cuideis que todos os blogs são como o deste que agora vos escreve e que se assina Pipoco. Blogs com muitos posts diários e todos com assinalável qualidade não é para todos.

v) Não maceis as pessoas. Diversificai os destinatários, lembrai-vos que as pessoas tendem ao bocejo quando as palavras-chave são as mesmas, post após post. Leitores maçados e bocejantes hoje são não-leitores amanhã e, ou tendes capacidade de aliciar novos targets que renovarão e aumentarão exponencialmente os números dos medidores de visitas (perguntem-me como) ou tendes que encerrar a coisa o que, parecendo que não, é desagradável.

Não hesiteis em vir à minha presença sempre que o sintais necessário, tereis sempre aqui, pelo menos até Março, um ombro amigo, sempre com uma palavra sábia.

24 janeiro 2011

De acordo com as escrituras, hoje é dia de falar de Mad Men

E, minhas senhoras, em verdade vos digo que se vos aperecesse pela frente um Don Drapper, gestor de silêncios, magnético, que sabe tirar partido do que a vida lhe coloca à frente, intuitivo, capaz de mudar o sentido de uma boa discussão, frio na decisão e no trato, talvez não se aguentassem no jogo. É que estes Don Drapper da vida, está certo que trajam fatos de corte irrepreensível e usam as mais finas gravatas italianas, para além do cabelo bem penteado e dos sapatos bem engraxados, mas, minhas senhoras, não vos responderiam às vossas chamadas de telemóvel "só para saber se está tudo bem", não se preocupariam "se também foi bom para ti, querida" e despachar-vos-iam assim que a lei da gravidade fizesse cumprir os seus desígnios nos vossos corpos, as vossas cabecinhas bateriam nas paredes, o vosso rímel escorreria cara abaixo e as vossas amiguinhas teriam que estar em serviço de urgência, vinte e quatro sobre vinte e quatro horas, turnos contínuos, para vos apaziguar as dúvidas e para vos dizer as palavras mágicas "tens razão, que grande facínora ele te saiu".

Era só, por agora. Podeis ir em paz.

Espírito do Natal (capítulo da Pipoca dos Saltos Altos)

Nisto de Pipocas, e caramba, se há temática que eu domino é a pipoquina, tenho para mim que a dos Saltos Altos é capaz de ser a mais divertida e a mais capaz, isto para além de a minha intuição me dizer que também deve ser gira que se farta, sempre com aquele sorriso na cara quando a fotografam de rosto descoberto, isto para além de ser das pessoas que por cá passam desde os primeiros dias, sem esmorecer, o que, digamos, é um feito notável. Gosto de ler nos dias de escrita ligeirinha, nos dias dos posts densos, nos dias dos amores e dos desamores, nos dias de tributo aos amigos e, claro, nos dias em que fala dos sítios por onde andou.


Pipoca dos Saltos Altos (pois, isto dos saltos altos é que me deixa indignado...), escolhi para si Stieg Larsson, "A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo".

23 janeiro 2011

Das eleições (final)

Este blog voltará ao registo habitual a partir deste momento.

Das eleições (XVII)

A rigidez facial de Cavaco faz-me lembrar a Lili Caneças.

(e aquilo que Maria Cavaco Silva trazia vestido não lembra a ninguém...)

Das eleições (XVI)

Se eu fosse jornalista, perguntava ao Alberto João o que pensa dos resultados do Zé Manel Coelho na Madeira.

Das eleições (XV)

José Manuel Coelho seguiu o meu bom conselho e está a falar dentro do tal café que lhe recomendei. Infelizmente, aquilo do nó da gravata complicou-se outra vez.

Estava a queixar-se de ter sido ostracizado pelas televisões, que gostaria de ter debatido com Cavaco. As telelevisões, coerentes, calam o Zé Manel para seguir em directo a chegada de Cavaco ao CCB.

Das eleições (XIV)

Sócrates fez um discurso "à Mourinho". Eficaz.

Das eleições (XIII)

A SIC, a RTP e a TVI falharam o discurso de Alegre. Estavam a dar anúncios. First things first...

Das eleições (XII)

Sócrates discursou de casaco desabotoado. Passos Coelho discursa de casaco abotoado. Passos Coelho escolheu uma bizarra conjugação gravata-casaco. Sócrates escolheu a conjugação do costume.

Isto tem um significado.

Das eleições (XII)

Tirem a Cararina não sei quê Pinto mai-lo seu sorriso radioso de trás do Fernando Nobre. Ninguém está a olhar para o homem, ninguém está a ouvir o homem.

Das eleições (XI)

O Camarada Jerónimo está sem gravata. Os verdadeiros líderes são assim. O Camarada Chico está meio encolhido lá atrás, a tentar que ninguém repare na sua gravata da cor do CDS.

Das eleições (X)

A camisa do Louçã. Não há quem veja estas coisas? Ao menos que desapertasse os dois botões de cima, caramba...

Das eleições (IX)

Estão cento e vinte e sete pessoas no Pipoco. O triplo das que estão na sede de candidatura do Manuel Alegre.

Das eleições (VIII)

Garcia Pereira está a ser entrevistado. Nem me tinha lembrado que ele desta vez não se candidatou.

Das eleições (VII)

Portas, mesmo que não tivesse aquele inenarrável pull-over azul, irrita-me e faz-me mudar de canal. Está a terminar os Simpsons na Dois.

Das eleições (VI)

O Camarada Chico Lopes diz que com uma "votação claramente acima dos sete por cento" teve uma grande vitória. Talvez estes números não o façam perder o emprego. Usar gravata, que nem sequer é vermelha, sim.

Das eleições (V)

Júlio Magalhães consegue não se rir quando pergunta a Carrilho se há pessoas no PS contentes com o resultado de Alegre.

Manuel Maria Carrilho também consegue responder sem se rir.

Das eleições (IV)

José Manuel Coelho lê o Pipoco, a situação do nó da gravata foi regularizada.

(é uma pena não ter sede de candidatura, tem que dar as entrevistas na rua e está a chover no Funchal. Zé Manel, se continuas a ler-me, há um café simpático mesmo à esquerda do so sítio onde te encontras, do outro lado da Câmara Municipal)

Das eleições (III)

Alguém ajude o José Manuel Coelho com nó da gravata para o próximo directo. E, por Deus, um fato bege em Janeiro não lembra a ninguém.

Das eleições (II)

A SIC dá-nos um grande plano da casa de Cavaco, na Travessa do Possolo. Os estores precisam de ser lavados. E eu gostava de dar uma palavrinha ao arquitecto da Câmara que aprovou aquele aparelho de ar condicionado na fachada principal. Estores de plástico. O Presidente da República do meu país tem estores de plástico em casa.

Das eleições (I)

Vamos lá a isto. Tradição é tradição.

Espírito de Natal (capítulo do Valupi)

Por mais voltas que se dê à coisa, o Aspirina B é o blog do Valupi, uma coisa assim já com patine, fiável, em bom, que eu frequento desde há três blogs atrás, sem me enfadar. O Valupi é, provavemente, um dos bloggers que melhor escreve sobre isso das coisas serem como são e há alturas em que me diverte vê-lo ali na lista do lado direito entrincheirado entre dois blogs mais "corderosinha".

Valupi, meu caro, ofereço-lhe Saramago. "O Homem Duplicado".

Teaser. (amanhã este blog também vai falar do Mad Men)



22 janeiro 2011

Das hesitações

Estava aqui a ponderar sobre a minha visualização do filme novo do Clint Eastwood, mas depois as minhas fontes de informação fazeram-me saber que era um filme sobre o além, ora eu ainda sou do tempo em que o Eastwood montava o seu furioso Alazão e despachava os maus todos do Velho Oeste ou então pegava numa bazuca e limpava trinta comunistas de uma vez, ou então chineses, dependia da época, ora sabendo eu que as coisas são como são, o máximo que podia admitir ao Clint seria ele ser um velho com mau feitio com um carro dos anos sessenta, o bom velho Clint a fazer filmes sobre o além havia de me parecer a ver aquele miúdo que faz de feiticeiro com um sinal na testa a fazer de bom pai de família, carrinha Volvo e cadeirinhas no banco de trás, loura sorridente no lugar do pendura, ou então o Mister Bean a fazer de Rei Leão, ainda para mais, como andam as coisas, ainda era capaz de bater o record de pior filme da minha vida e eu não quero o Clint nessas vidas, de maneira que estou capaz de ir ao Cêcêbê ver a ópera que estava em Lisboa, na Ópera do Tejo acabadinha de inaugurar em Março de 1755, cito de cor, quando se deu aquela situação do terramoto, uma ópera barroca, uma história muito bonita de se ir buscar o libretto desaparecido ao Brasil, uma espécie de ópera maldita que nunca mais voltou à cena e que, se tudo tiver corrido bem, estreou ontem.

Falta tão pouco tempo e ainda não sei em quem vou votar nas eleições para Presidente



Espírito do natal (já não sei em que capítulo vai, este é o capítulo da I.)

A I. (o link vai assim em letra graúda, nós já não caminhamos para mais novos e carregar no I. pequeno não é fácil, está bem que eu podia escrever "A I., do "O Doutor dá licença"", e linkar a frase toda, nick e blog, só que depois o post ficava muito comprido e toda a gente sabe que quase ninguém lê posts muito compridos), a I, dizia eu, é a prova provada que as mulheres, em querendo, escrevem nove posts muito bons em cada dez, só deslustra esta média aquilo das músicas, mas até era capaz de carregar naquilo de ouvir as músicas se a I. me dissesse, que não diz, a I. nem deve saber quem sou eu, "Pipoco, para me continuar a ler, terá que ouvir uma musiquinha que eu escolhi".

I., para si reservei Philip Roth. "Casei com um Comunista".

PS - Sim, eu sei...

21 janeiro 2011

Pergunta para queijo

Imaginem uma troca de palavras por telemóvel, com uma mulher daquelas que aparecem a cada três anos, daquelas capazes de nos responder à letra, de intuir o subliminar da mensagem, suficientemente inteligente para perceber os duplos e triplos sentidos do que escrevemos, atar aquilo muito bem atadinho e responder numa outra dimensão, ainda mais inteligente que aquelas que nós lhe propusemos.

Agora imaginem que lhes enviamos algo que, numa interpretação básica e completamente fora de contexto, podia ser confundida com uma abordagem directa para sexo.

Agora imaginem que ela responde delicadamente, declinando e agradecendo.

Pergunta:

Devemos reclamar da interpretação dela, lembrando-lhe a nossa condição de retirado do mercado e explicando exactamente o brilhante sentido das palavras que enviámos e perguntando-lhe que raio de ideia teve ela, assumindo que seria elegível para essa coisa de sexo com a nossa pessoa.

ou

Devemos encaixar cavalheirescamente, não retirando o stroke positivo que ela acabou de ter com a ideia que passaria o nosso lendário crivo de qualidade, e fazer de conta que nada aconteceu?

Há poucas coisas tão constrangedoras...

...como assistir a duas mulheres a discutir no meio do trânsito.

20 janeiro 2011

Suave vislumbre de Pipoco contente

A angústia de um pai e seu filho antes do jogo

Afinal retive dois momentos do tal filme da Angelina Jolie

O primeiro foi o momento final, quando a Angelina pergunta ao tipo se vinte milhões de euros para mudar a cara só tinham dado para aquilo que ela estava a ver, fez-me lembrar uma secretária que tive em tempos.

O segundo momento que retive foi aquele em que a Angelina, é curioso que a Angelina esteja nos dois pictogramas que retive do filme, percorre o comboio, belíssima e vaporosa, e acaba por se sentar ao pé do tipo de mau aspecto, atarracado e com cabelo oleoso, fez-me lembrar a minha vida.

Das coisas que me atormentam

Há ali qualquer coisa no Aniki Bobó, versão DVD remasterizada em alta definição, restaurada, formato 2K, o que quer que seja o formato 2K, que me escapa, é verdade que já naquele tempo as Teresinhas desta vida hesitavam entre os Carlitos bem comportados (mas não tão bem comportados que não oferecessem bonecas roubadas), e os Eduardinhos rufias, mas o amargo de boca que me fica no final é ficar sem saber se no final a Teresinha acabaria (como acaba) de mão dada com o Carlitos se o Eduardinho já tivesse saído do hospital ou se, por outro lado, acabaria como a Bea do Verão Azul, mão dada ao Pancho e ao Javi ao mesmo tempo.

Djaló, meu rapaz...

... já que nisso dos nomes és como és, pelo menos logo à noite mostra que tens préstimo a jogar à bola.

(Eu e o rapaz vamos estar lá, podíamos ir à estreia do Gulliver e escolhemos ir lá ver aquilo, é só por isso).

19 janeiro 2011

Ah, a indecisão...

Depois desta descoberta fascinante de que se pode postar coisas escritas há uns anos e ter aqui a rapaziada daquela época a dizer que aquilo é que eram tempos, uma coisa assim a meio caminho entre os Amigos de Alex e criar uma página no facebook para fazer aparecer a rapaziada dos tempos antigos, todos a concordar que isto do Pipoco, pfff, e eu aqui a dizer que sim senhores, também concordo, aquilo é que eram coisas bem escritas, isto do Pipoco, pfff, temos que nos juntar todos e brindar aos bons tempos, isto no que concerne a blogs, que as coisas cá minhas por acaso estão melhorzinhas do que naqueles tempos idos, isto se tirarmos o Sporting, está bem de ver, mas depois desta descoberta, dizia eu, estou aqui indeciso se a seguir pranto aqui um retrato da lendária série "que estás a fazer neste momento, Pipoco?", com neve ao fundo, ou se vos falo ao coração com aquilo do Ruben Patrick.

Há três anos? Era completamente diferente...

De todos os equívocos que, ao evitarem-se, poderiam melhorar a qualidade de vida das mulheres o equívoco “o que estará aquele malandro a fazer neste preciso momento?” é o que mais me aflige, de tal forma é fácil a sua resolução.

Na cabeça das mulheres, quando nós, os malandros, não respondemos imediatamente às suas mensagens é porque estamos com essa entidade sinistra, de forma pouco definida a quem elas convencionaram designar como “a outra” ou, quando o caso é mais patológico, “essa vaca”. Pode até ter ocorrido que estejamos a meio de uma operação à próstata, avisámos de manhã ao sair de casa “querida, vou ali fazer uma operação à próstata, aquilo é capaz de dar para chegar tarde”. Não servirá de nada, mesmo que lhes mostremos o recibo do Curry Cabral, elas alegarão sempre que não lhes respondemos de propósito, que são os nossos joguinhos do costume, que estão lavadas em lágrimas porque nós somos uns monstros, que não conseguem viver com a sombra daquela nossa obsessão por enfermeiras. E a verdade, verdadinha, por muito que isto afecte a nossa imagem máscula, é que em noventa e sete por cento dos casos, quando não atendemos os telefones, quando não respondemos às mensagens é porque estamos numa mina a trezentos metros de profundidade, sem rede, ou então fomos vítimas de carjacking e estamos enfiados na mala do nosso próprio carro com os pulsos amarrados e sofremos incomensuravelmente mais com as sms assassinas que adivinhamos a chegar ao telemóvel que está em modo vibratório do que com o facalhão que o grandalhão de chapéu com pala virada para trás insiste em apontar-nos ao pescoço.

Os outros três por cento? Ora, não me perguntem isso agora...

Blog que eu tinha há três anos, algures em 2008 (escolha de Teresa)

E há dois anos? Era assim...

Um dia perguntei ao meu Tio Lancastre porque é que algumas mulheres, sendo tão poderosas, não saíam do mesmo registo, não evoluíam para um nível de sabedoria superior, mostravam-se capazes de tantas decisões difíceis e tão incapazes para resolver questões menores. O meu Tio Lancastre meteu-me no seu velho Bentley Continental e levou-me a um circo. O elefante estava cá fora, tinha uma pata amarrada por uma corda e a corda estava presa a uma pequena estaca. O meu Tio Lancastre perguntou-me se eu já alguma vez tinha questionado por que razão o elefante, forte e poderoso, não escapava, afinal não lhe devia ser difícil arrancar a estaca. E explicou-me que aquela estaca era a mesma desde o tempo em que o elefante era ainda jovem. Nessa altura o elefante tentara libertar-se mas não tivera força suficiente para arrancar a estaca. Com o tempo, o elefante tinha interiorizado que não era possível arrancar a estaca e hoje seria capaz de arrancar árvores, mas nem sequer tentava arrancar a pequena estaca.

Eu percebi à primeira o que o meu Tio Lancastre me estava a dizer.

Blog que eu tinha há dois anos, 18 de Janeiro de 2009

18 janeiro 2011

O problema de um blog durar um ano é que não se pode encher chouriços com a rubrica "há um ano eu escrevia assim...".

Vai daí, um homem passa a vida a fazer-se forte, isto vem já do tempo das cavernas, ou dos descobrimentos, dá igual, um homem saía de manhã e caçava um bisonte ou um ptelossauro, estavam os bisontes, ou os ptelossauros, dá igual, a beber calminhos na bordinha do rio e um homem disparava a flecha, ou a lança, dá igual, o bicho desfalecia logo ali, e, em chegando a casa, um homem contava que o bicho se tinha virado, que os animais feridos são assim mesmo, e os gritos de dor do animal eram tão altos que veio a família toda dos ptelossauros, mais a dos bronquioliticosauros, que são aparentados, e nisto da dor é um toca a reunir, somos uns para os outros, e ela, todo o santo dia no aconchego da caverna, está bem que tinha deitado abaixo umas árvores durante a manhã, para acender a fogueira, está bem que espantou uma onça que entrou na caverna, está bem que teve que ir buscar água ao rio, fintando os crocodilos ou os jacarés, dá igual, mas ela olhava para ele, piedosa, e gabava-lhe a coragem, sim senhores, belo bisonte, vai descansar, toma lá as chinelas, eu vou já depenar o bicho, não te incomodes, não tarda nada está na mesa, que coragem, que fortuna a minha.Vai daí, um homem passa a vida a fazer-se de forte, só para se armar. O problema é que um dia um homem apercebe-se que elas preferem os sofridos, os dos dilemas, os que pedem colo, caramba, os que choram.

Blog que eu tinha há um ano, 18 de Janeiro de 2010

(sim, sei, já elas não dirão o mesmo...)

Não sei quem inventou esse mito urbano de que as pessoas que escrevem bem nos blogs são feias e enchouriçadas e velhas bruxas e não têm nada que fazer na vida, a mim, até agora, só me têm saído boas surpresas, todas muito mais bonitas do que aquilo que faziam crer e com vidas muito mais interessantes que aquilo que vem escrito nos blogs.

Mas, se calhar, sou eu que tenho sorte.

17 janeiro 2011

Das versões definitivas das coisas

A Pilar tem dias em que escreve exageradamente bem, por exemplo, hoje, logo pela fresquinha, escreveu este tratado, eu tinha aqui um desenvolvimento desta teoria, mas vou guardá-lo para mim, que hoje quero o foco todo na Pilar.

Pergunto-me, rapariga...

...que farás tu do teu tempo quando acabar este blog?

Do mês de Fevereiro

Começarás o mês com isso de os saldos estarem a terminar e de já não haver nada que se aproveite na Zara e na H&M, continuarás com os sapatos de Verão que começam a chegar, falarás de praia e de calor, depois terás toda uma semana para a temática do dia dos namorados, dirás que é um dia igual aos outro mas colocarás aqui uma fotografia do que o teu mais que tudo te ofereceu, entretanto será o tempo dos Óscares e sacarás da net os trailers dos filmes nomeados, só para teres um ideia das temáticas, porque na verdade o que te interessa é mostrar no dia seguinte os vestidos de quem lá foi.

16 janeiro 2011

Disso, de as coisas serem como são

O tipo que faleceu lá no tal hotel de Nova Iorque estava para a sociedade como os tipos dos blogs desagradáveis estão para a blogosfera, há ali um padrão de uma solidão desesperada que se alimenta das coisas menores para fazer de conta que também se tem alguma coisa para dizer, há ali um padrão de ir às festas e, em vez de aproveitar o champanhe e o ar frequinho da varanda, perder tempo a reparar se o vestido da anfitriã jogava bem com os sapatos, a rapaziada a dançar e eles ali num canto, a tomar notas, algumas almas mais frágeis acabavam por ir lá ter com ele, não fosse o tipo que faleceu deturpar aquilo que os seus olhitos achavam que viam, as coisas são como são, não há volta a dar, haverá sempre os que são capazes de socializar, de abraçar pessoas, de rir a sério, haverá sempre os que ficam ali à coca, por detrás das moitas, os que vão para casa sozinhos, os que não percebem que a vida está a passar depressa e eles não passam daquilo, de tipos que teimam em ficar atrás das moitas com um bloco de notas.

15 janeiro 2011

Ouve o que te digo, Ruben Patrick

Elas vão testar-te Ruben Patrick, vão ver até onde aguenta a tua paciência, vão fazer de conta que não querem saber de ti, e querem, vão contar o número de vezes que toca o telefone antes de te atenderem e vão falar contigo no momento anterior ao desvio para a caixa de mensagens, vão atrasar-se de propósito, Ruben Patrick, elas já estavam maquilhadas meia hora antes do encontro aprazado, vão dizer-te que não quando só o sim lhes interessa, vão dizer-te que não foi mau quando foi o melhor que tiveram na vida, vão fazer-te quase acreditar que lhes dá igual que vás ou não e elas só irão porque tu vais, vão-se abespinhar se os teus olhos se dirigirem para o decote e o decote está lá para os teus olhos.


Não desfaleças, Ruben Patrick, faz de conta que as coisas são como são, só tens que manter o carrocel a girar.

Pipoco desce mais um degrau no concurso do pior filme que viu até hoje

Sim, também fui ver aquilo da Angelina Jolie e do Johnny Depp.

14 janeiro 2011

(Oh, não...)

O alinhamento astral é mesmo assim, quando tudo indicava que teríamos o caso do tipo que morreu em Nova Iorque a dar-nos que falar durante mais um par de dias, relembro que este caso só aconteceu porque aquilo do problema do telemóvel lá se resolveu, eis que aparece agora esta coisa dos signos, ou lá o que é, diz que agora há um décimo terceiro signo, um tal de Ophiuchus, sempre quero ver que características é que vão arranjar aos Ophiuchussianos, isto vai ser uma maçada para as pessoas, dizerem que são Ophiuchussianas e a rapaziada intuir imediatamente que sim senhores, temos ali uma pessoa equilibrada e, estando Júpiter em Saturno e este alinhado com a quinta lua de Plutão, será rica e cheia de sucesso, a mim, atendendo às previsões para hoje, fico a ganhar, o meu novo signo diz que "Os pontos que deverão ser desenvolvidos de forma positiva durante este período estarão relacionados, sem dúvida, com o seu ego e com o trabalho", ora cá está uma coisa adequada, ego e trabalho são coisas que não me faltam, já o antigo, dizia que "Este trânsito vai trazer-lhe um momento de harmonia e uma melhor capacidade de expressão dos sentimentos. Verá que actua de forma mais positiva", ora isto não era coisa que se visse, parece-me que fiquei a ganhar, ah, tão surpreendido que estou, isso da harmonia parece-me coisa deveras abichanada e actuar de forma mais positiva é para meninos, mais informo que o horóscopo de hoje não prevê nada para os Ophiuchussianos, esses cavaleiros do nada.

Post das oito

O Pipoco não tem opinião sobre aquilo do tipo que foi assassinado num hotel novinho em folha, a linha editorial era capaz de me puxar para a análise da problemática dos tipos que tinham um hotel novinho em folha, a estrear, e acontece-lhes uma coisa destas.

Já eu, sim, tenho uma vaga ideia do que está bem e do que está mal. É por isso que a rapariguita que deixou escapar um "bem feito, velho nojento", à minha frente, está fodida. Não quero gente assim a trabalhar comigo.

13 janeiro 2011

Exercício prático da teoria que relaciona qualidade do post com número de comentários (conclusões)

Brilhantemente provada, com demonstração e corolário, a teoria "os melhores posts são os que têm menos comentários", uma verdade que todos adivinhávamos mas que ninguém se tinha atrevido a estudar com rigor e minúcia, isto dá trabalho e as pessoas não apreciam chegar-se à frente quando há trabalho académico a fazer, urge agora especificar as metodologias aplicadas neste trabalho árduo.

O primeiro post desta tese é um bom post (sabêmo-lo agora com rigor científico, basta atentar que é um post com menos comentários que os restantes desta saga). Antes de mais, é um post com mais palavras que os outros, o que é um claro indício de qualidade, as ideias mais complexas necessitam sempre de maior quantidade de palavras. Depois, há toda uma remissão para o musical "Cats", numa feliz simbiose entre cultura musical e as pessoas que se autoproclamam "qualquer coisa persons". Há uma piscadela de olho ao facto de projectarmos nos blogs uma imagem que nos convém, não necessariamente coincidente com a realidade e a utilização da figura do velho Deuteronomy Jellicle vs o safado do Rum Tum Tum Tigger para ilustrar esta ideia roça o genial. Depois, a transição para as tipologias de pessoas "Inditex" ou "Pessoa que acha que vocês vão mesmo ouvir as minhas musiquinhas" faz-se de forma absolutamente natural, uma sucessão de ideias que remete o leitor para um universo em que identifica perfeitamente pessoas destas tipologias, o que o inibe de comentar o post, há todo um conjunto de interesses de pertença a um grupo que não suporta o comentário a um post que escalpeliza esse grupo de forma assertiva (trata-se de um trabalho académico, não o esqueçamos) e o eventual comentador não pretende fragilizar os laços que o unem a esse grupo com um comentário num blog de má fama. Finalmente, o remate final, com um toque pessoal do autor, que partilha com o vasto auditório o seu próprio ponto de vista e acaba com um neologismo caracterizador de um determinado subgrupo de bloggers, os "chatacumócaralho". É um bom post.

O segundo estudo de caso, o que caracteriza um post de qualidade mediana, é um post mais curto, que mais pessoas lerão. Há uma remissão subliminar para o tema "sexo", sempre com mercado assegurado, há toda uma transversalidade da problemática do glamour ao longo do post e existe ainda uma partilha das vivências do autor. Finalmente, há o remate que nos coloca toda uma série de questões deontológicas e que nos colocam a dúvida existencial, quando o vasto auditório estava prestes a crer que a eterna questão "pode ser-se só amigo de uma mulher bonita?" estava esclarecida na mente do autor, surge um novo dado, de serem preciso dois para dançar o tango, uma janela aberta para uma realidade em constante mutação. É um post fácil, de densidade mediana.

Finalmente, o terceiro caso. É um post facílimo, a eterna lista de processos com cotação alta junto dos diversos públicos e que o autor domina e, com essa demonstração de domínio, impressiona multidimensionalmente o vasto aduitório, que tende a interagir sob a forma de comentários, ora desqualificando o rigor do trabalho, ora pedindo informação adicional sobre processos que o autor diz dominar. Esta interacção leva o próprio autor a imiscuir-se nas caixas de comentários, algo raramente observado, gerando involuntariamente uma espiral de novos comentários. É um post mau, uma sucessão de ideias já testadas.

12 janeiro 2011

Exercício prático da teoria que relaciona qualidade do post com número de comentários (estudo de caso nº 3)

Eu, que sei como se faz um risotto de camarão, que sei em posição rende mais o Vukcevic, que sei em que sala do Museu d'Orsay estão os Van Gogh, que sei que carne pedir na Casa Botin, que sei fazer um cheesecake que leva amêndoa moída e tâmaras em vez de bolacha na base, que sei porque é que Fermina Daza cedeu, que sei o que fazer para não cair nos últimos metros da Áliga, que sei distinguir entre whisky e whiskey, que sei como se lê Lobo Antunes até ao fim, não sei o que fazer para vos convencer que este post tem que ter mais comentários que os outros dois para a minha tese vingar.

Exercício prático da teoria que relaciona qualidade do post com número de comentários (estudo de caso nº 2)

Durante anos, fui burilando o processo de estar defronte de uma mulher bonita e não pensar em saltar-lhe para cima, um longo saber empírico foi sendo erigido e teve como resultado esta realidade que é eu poder ser exposto à presença de mulheres extremamente bonitas e ficar ali à conversa sobre temáticas elevadas sem ponderar nem um minuto a possibilidade de saltar-lhes para cima, havendo a salientar o extraordinário ganho que é eu nunca me amedrontar com a ideia de estar defronte de mulheres bonitas e, além disso, haver casos em que acaba por nascer ali uma amizade, que é uma coisa que muita gente se pergunta, isso de ser possível ser-se amigo de uma mulher bonita e não pensar em saltar-lhe para cima.

Agora só falta elas percorrerem o mesmo caminho.

Exercício prático da teoria que relaciona qualidade do post com número de comentários (estudo de caso nº 1)

Neste blog ninguém verá a conjugação de palavras "I'm a cat person", pode dar a impressão que sim, que sou, se vistes aquilo da história do drama familiar da família Jellicle podereis projectar-me como sendo o exemplar Rum Tum Tugger, é para isto que servem os blogs, isto em meu entender, claro, os blogs servem para que nos imaginem como Rum Tum Tugger, ninguém quer ser o Old Deuteronomy da blogosfera, claro que há os blogs da roupa da Zara e esse sim, são mesmo blogs de pessoas que compram roupa na Zara e resolvem fazer um blog disso mesmo, poderemos elencá-las nas que diriam "I'm a Indutex person" depois há os das músicas que fazem conjunto com o texto, as pessoas não sabem que ninguém carrega nas músicas, não há tempo, poderemos dizer que são as que nos comunicariam "I'm a "Pessoa que acha que vocês vão mesmo ouvir as minhas musiquinhas" Person"", espero que reparem nas duplas aspas, e finalmente, o espécime que é o meu actual guilty pleasure, o das pessoas que possuem blogs para nos dizerem que estão livres do jugo da sociedade, que aquele blog são elas, ali não há filtros, se estão tristes escrevem que estão tristes, se estão contentes escrevem que estão contentes, são estão maçadas escrevem que estão maçadas, what you see is what you get, aqui não há tons pastel nem nada, é a força bruta das emoções à flor da pele vertidas em palavras para nosso deleite, assim uma espécie de frincha do Bar 25 onde não é preciso meter moeda, são os "I'm a chatacumócaralho person".

11 janeiro 2011

Os problemas das mulheres

Subir-lhes a pulsação quando a amiga lhe atira um "Nem imaginas o que ela anda a dizer de ti".

Post que fala das pistas de Chamonix

Eu pergunto-lhes sempre se querem mesmo jogar, os saberes empíricos ensinaram-me que nem sempre querem mesmo jogar, tento sempre poupar-lhes aquela cena do Crocodile Dundee a ser assaltado em Nova Iorque por um tipo que diz que tem uma faca, essa mesmo, em que o Crocodile saca da catana e pergunta ao meliante, o post já valeu a pena só por ter escrito "meliante", perguntava então o Crocodile ao meliante, sacando da sua catana, "is that a knife?", é bom de ver que o tal meliante afinal já não queria roubar o Crocodile e esgueira-se dali para fora, enquanto a rapaziada que foi ao cinema se ri e o Crocodile segue o seu caminho, acho que guarda a catana, mas isso não posso assegurar, o Crocodile Dundee já fez isto há muito tempo, isto é daquela temporada em que havia aquele filme em que caíam garrafas de coca-cola do céu, um mau filme que eu vi no Mundial, ainda aquilo não era local de culto, lembro-me agora que havia outro filme em que caíam sapos do céu, era com aquele rapaz que fazia aquele filme em que havia uma orgia, esse mesmo, o filme foi o último do Kubrick e o rapaz também se dedicou às coisas do culto, isto anda tudo ligado e, em verdade vos digo, eu pergunto sempre, antes de jogar, se querem mesmo, mas mesmo, jogar.

10 janeiro 2011

Ruben Patrick, meu caro Ruben Patrick...

Se queres mesmo ser alguém nessas artes de agradar às mulheres, aprende os ofícios da cozinha, aprende que tens que ter uma visão transversal do processo, tens que ir ao mercado, pela manhãzinha, lembra-te de não entrar com ideias pré-concebidas, o robalo pode não ser fresco e terás que optar por corvina, não fujas dos balcões dos frescos, sente a textura, não te escuses aos cheiros, verifica se não esqueceste a flor de sal e as herbes de Provence, depois, Ruben Patrick, já em casa, dá tempo ao processo de marinar, deixa que os alimentos absorvam os finos temperos antes de os cozinhares, escolhe o vinho, Collares acompanha os frutos do mar, os alentejanos tintos não são todos iguais, serve champanhe, cria ambiente, a música há-de ser tranquila, deita fora os teus discos de música de elevador, se não souberes (e não sabes...) o que é uma cantata de Bach, opta por um valor seguro, Cecilia Bartoli ou Keith Jarrett, abre-lhe a porta com o teu avental vestido, sem nódoas, sem desenhos, um avental branco será o ideal, deixa que ela te acompanhe à cozinha, já limpa, cuidadosamente descuidada, serve-lhe um vinho doce e queijo de Azeitão servido em pão a sério, não demores mais de cinco minutos para terminar o que já podias ter terminado mas optaste por deixar por terminar, só para deleite dos olhos dela, o toque final no prato e o retoque final na sobremesa, acompanha-a à mesa, segura-lhe o casaco e puxa-lhe a cadeira, ouve-a, faz perguntas cirúrgicas, lembra-te que os olhos dela estão lá em cima, serve café feito por ti, uma mistura de arábica e robusta que só tu é que sabes, nada de cafés de máquina pronto-a-fazer, isso ela beberá em sua casa, não na tua.

Depois é contigo, Ruben Patrick. Depois é contigo...

Acredite, se ler no Pipoco

"Vuvuzela" é a palavra do ano de 2010.

Pipoco sabia que sim.

(A minha palavra de 2010 foi "não".)

(não estou a perguntar qual foi a vossa palavra de 2010, nunca pergunto coisas, mas...)

09 janeiro 2011

A minha irmã mima-me

Das mulheres que acreditam em coisas

Não acredites em coisas, Cátia Soraia, foca-te na mensagem básica, normalmente não há outras, toda a gente sabe que eles são branco ou preto, eles não têm tonalidades intermédias nem sequer imaginam que existe o fuschia, acredita no que te dizem os teus ouvidos, se ele te disser que vai ao Lux tomar um Bushmills, isso significa que ele vai ali para os lados de Santa Apolónia, do lado esquerdo de quem desce existe um local com um bar, sobem-se umas escadas, ele escolherá ser servido de uma garrafa de vidro branco com os dizeres "Old Bushmills" no rótulo, o barman servirá cerca de dez centilitros de uma bebida de cor âmbar e ele pagará não mais de vinte euros, apenas isto, a mensagem básica, "Ir ao Lux tomar um Bushmills" não quer dizer que ele já não está perdidamente apaixonado por ti ou que uma qualquer moça vistosa de vestido preto curto, copa dê, o aguarda para lhe proporcionar uma noite de sexo desenfreado.

08 janeiro 2011

Dos sábados com chuva da grossa

Um homem sai, acompanhado pelo seu cão preto, grande, para correr, sábado de manhã, sai por um sítio na vedação e regressa pela portaria principal, sempre acompanhado pelo seu cão, faz sinal ao homem que levanta a cancela, isto um homem não pode parar, o homem que levanta a cancela diz sempre "até no fim de semana, Senhor Doutor?, o fim de semana é para descansar", os homens das cancela tratam sempre por Senhor Doutor quem os trata pelo nome e não faz de conta que eles não estão ali, um homem fica ali uns minutos à conversa a saber da vida deles, hoje foi dia de ficar meia hora, não é que um homem estivesse cansado (seis quilómetros, pfff...), de maneira que um homem fica ali um pedaço à convesa, o cão grande sentado, língua de fora, o homem da cancela vai desbobinando e, em verdade vos digo, nos dois quilómetros que faltavam para chegar a casa o meu único pensamento foi que há vidas realmente fodidas.

07 janeiro 2011

Pipoco confere sempre as notas...

...quando vai a um multibanco do BPN.

E falta tanto para "então as férias, que tal?..."

Oficialmente, começa hoje a época em que as pessoas já não desejam umas às outras um bom ano. E isso, parecendo que não, é coisa para voltarmos a não ter tema para conversa de elevador.

Dias longos

Acordaste cedo, acordas sempre cedo, são nove da manhã e estás na segunda circular, o telefone toca, é um zero zero três quatro, "donde estas?", faz-se luz, hoje é quinta, devias estar em Madrid, nada a fazer, "Por cá? Não devia estar em Madrid?", fazes um gesto com a mão, vais buscar um café, o segundo, estás sem agenda para a manhã, não te lembras de ter uma manhã sem agenda, afinal quem manda no teu tempo recorda-te que, sendo assim, podes ir à tal reunião, pedes que te diga, aliás, que te recorde, o que é a tal reunião, almoças tarde, a partir das três a vida volta aos eixos, às três estás sempre em Lisboa nos dias de Madrid, há jantar, ficas no lugar central da mesa, pedes um Montes Claros, não te apetece arriscar, fazes o tal brinde, dizes as palavras certas, pagam-te para dizeres sempre as palavras certas, pagas a conta, combinas um gin tónico em Cascais, nos Oitavos, gostas de Cascais, foste feliz em Cascais, afinal o gin é um Bushmills sem gelo e Cascais é o bar do Sheraton, a conversa é boa, são duas da manhã, abres a janela do carro, ligas uma rádio qualquer, toca o "Some Guys Have All The Luck", sorris, é mesmo isso.

05 janeiro 2011

Espírito do Natal - Capítulo 13

Mak, o Mau, chega sorrateiro pela caixa de comentários, entre "Lol's" e "Força, também já me senti assim", lá está o comentário de Mak, a fazer-nos parar, ler de novo, para entender as segundas e terceiras leituras. Depois, não há como resistir a espreitar o que Mak, o Mau, escreve. Percebe-se logo que estamos perante o terceiro melhor contador de histórias da blogosfera em língua portuguesa e o quinto melhor a nível da blogosfera mundial. Não é para todos, Mak, o Mau, não escreve coisas curtinhas, Mak, o Mau, é bom. Muito bom.

Mak, meu caro, Lewis Carroll. "Alice no País das Maravilhas".

Pipoco fala às massas

Vós, que aqui chegastes pelo "Público", não cuideis que aqui se tem opinião sobre os males do mundo, aqui, em se tendo opinião, é sobre se o Djaló rende mais na esquerda ou no Spartak de Moscovo, isto é só um blog, nada mais que um blog, o único objectivo é divertir o seu autor, e, de caminho, aborrecer as pessoas com coisas sobre sítios que sejam bonitos e onde se coma razoavelmente.


Vós, os que viestes pelos abraços, ficai sabendo que isto não é um blog de um tipo sensível e abichanado, aquilo foi só um mau momento, aqui reina o conceito snob-chic, fui eu quem inventou esta religião e sou o único seguidor e profeta, cuidarei que não haja mais posts bonitinhos e com as letrinhas certas nos próximos tempos, isto, está claro, se não me apetecer dar mais uns conselhos ao Ruben Patrick, aliás, à Vanda Soraia, acabei de inventar a Vanda Soraia.


Vós, os de sempre, ajudai-me a levar isto a bom porto, continuai a ser devotos da causa, isto não está fácil, Março parece que é já ali mas afinal não, agradeço-vos o amparo, eu a definhar e vós desse lado a ajudar-me a manter a dignidade possível, todos a fazer de conta que sim senhores, o tipo aguenta-se.

Pipoco educa as massas

Eu entro sempre no piso menos um, isto da hierarquia dos pisos de estacionamento é como é, quanto mais perto do zero, melhor é o corte do fato e maior é a probabilidade dos botões de punho, a verdade é que, entrando no piso menos um, já se encontra um assinalável número de macambúzios acabadinhos de chegar dos confins do piso menos seis e subsequentes, gosto sempre de os cumprimentar com o meu melhor sorriso, o primeiro "bom dia" é só um ensaio, ninguém responde, tenho sempre que repetir, em crescendo, como o Bolero de Ravel, os meus bons dias, só por volta do segundo piso encontro um número de respondentes e um tom de voz de "bom dia" que satisfaz os meus padrões mínimos de aceitação da coisa, acho que é por estas e por outras que tenho fama de excêntrico.

04 janeiro 2011

Espírito do Natal (capítulo extra)

Isto dos livros era só para ofertar a quem eu leio (ou o Pipoco, e há cada vez mais blogs ali da lista da direita que é só o Pipoco que lê, há que melhorar ou então é quase certo que não vos levo para o meu blog novo, em Fevereiro, ou Março, ou lá quando é, rapazes isto não é convosco), mas acontece que isto da regras não pode ser coisa rígida, existe a Margot, ora a Margot segue atentamente, desde os primeiros dias, este capítulo menor da minha obra literária, acontece que a Margot, não tendo quase nunca nada a dizer que seja laudatório da minha pessoa, e aqui acrescento que o meu conceito de laudatório da minha pessoa passa por tecer comentários de extremo bom gosto que aplaudam os conteúdos do post, podendo mesmo tocar ao de leve nas escolhas editoriais de todo o blog e, bem entendido, na extrema inteligência e fino sentido de humor deste que se assina Pipoco Mais Salgado, não alinhando neste conceito, a Margot é das comentadoras a quem quase sempre aceito os comentários, sendo que este "quase" é um nada estatístico que isto dos meus achaques da idade às vezes atacam-me as falanges e apago comentários que afinal queria aprovar, tudo isto tem ainda mais valor porque a Margot tem, acreditem ou não, um blog associado ao nome, ou seja, eu posso ler o que a Margot escreve e comparar com o que eu próprio escrevo, a Margot assume esse risco, as coisas são como são e, em verdade vos digo, eu vou ter saudades da Margot, o que é coisa para quase me emocionar, logo eu que só me emociono com golos como o que o Liedson marcou ontem para mim e para mais cinquenta pessoas a quem calhou ir ver o jogo da bola.

Margot, "Todos os Nomes". Saramago. E mande sempre. Cá beijinho...

Então é isto, o Ano Novo?

A Rita do Marketing está outra vez no mercado, o Cajó perdeu a aposta que o Brent descia dos noventa e isso significa que vou almoçar hoje no terceiro melhor restaurante de Lisboa, posso respirar fundo porque aguentámos os números de Espanha, o Sporting ganhou, estou deliciado com uma coisa que eu cá sei, voltou o post das oito da manhã e vai voltar a série do Espírito de Natal. Acho que (também) vou gostar deste Ano Novo.

02 janeiro 2011

Dos abraços

Sabes, Ruben Patrick, quando uma mulher te pedir que a abraces não julgues que é coisa pouca, quando uma mulher te quiser abraçar é porque alcançaste um nível superior nisso de uma mulher te querer bem, não o menosprezes, não confundas um "abraça-me" com um "quero saber a que sabe a tua língua", são coisas diversas Ruben Patrick, em verdade te digo, não te disperses com carícias em lóbulos de orelha nem com dedos entrelaçados no cabelo dela, trata-se de um abraço, Ruben Patrick, é muito diferente, talvez não te aconteça segunda vez, trata-se a segurares de uma forma única, a meio caminho entre a suavidade e a firmeza, depois deixa que a cabeça dela encontre posição no teu ombro e depois, só depois, trata de encostar o teu coração ao dela, finalmente, Ruben Patrick, não digas nada, aprecia o momento, abraçar uma mulher porque ela te pediu é coisa que pode não voltar a acontecer-te.