31 maio 2013

Terá sido a infância o tempo mais feliz?

Estava aqui a pensar que tempo terá sido o meu melhor tempo, se aquele da infância, o tempo das férias intermináveis e dos livros lidos à sombra da carvalha grande e de mergulhos no rio e da minha mãe a explicar-me com paciência o maravilhoso mundo da operação de divisão, se o tempo em que eu ia trabalhar no princípio das férias enquanto os meus amigos apanhavam sol na Caparica e no fim das férias eu passava um mês a andar de comboio com a mochila às costas enquanto os meus amigos continuavam a apanhar sol na Caparica, se este tempo agora em que me comovo menos do que aquilo que devia, em que tenho mais certezas que dúvidas, em que há alturas em que as coisas são como são porque eu quero que sejam.

À atenção de quem escreve livros

Há uma tremenda lacuna no mundo editorial dos livros sobre cidades, um homem vai às secções especializadas e há livros sobre as cidades mais improváveis, Madrid, Paris, até mesmo (sim, até eu, que já vi muita coisa, fiquei pasmado) Londres e Nova Iorque.

Nada sobre Stavanger. Absolutamente nada. E, parecendo que não, faz diferença à vida das pessoas.

29 maio 2013

Esta noite sonhei com Lamborhinis roxos

Se alguma coisa aprendi nestes setenta e cinco anos , vai em setenta e seis, que levo a escrever em blogues, foi ter consciência da minha missão de espalhar o bem pelo mundo publicando os comentários que as pessoas aqui vão prantando e que dizem que não gostam mesmo nada disto do Pipoco e de outras situações assim e assado.

Eu acredito que isto dos blogs tem uma função nobre, as pessoas andam lá nas vidas delas, aborrecem-se e necessitam absolutamente de desabafar e de libertar energias. Isto do Pipoco presta-se a essa catarse, aqui acolhem-se as dores de quem vem, escolhem o modo anónimo, que em consciência disponibilizo, as pessoas desabafam, dizem o que lhes vai na alma, a mim não me custa nada publicar, a pessoa vê o comentário publicado, fica contente, fica mais calma e já pode ir à sua vida, contente, mais leve, sem andar por aí a aborrecer toda a gente ou, sabe-se lá, a descarregar uma Kalasnikhov lá no serviço, estas pessoas que precisam de desabafar trabalham sempre num serviço, e a coisa dá-se, as pessoas ficam mais tranquilas e eu espalho o bem pelo mundo que, no final de contas, é o que sei fazer de melhor.

Uma semana de BILF

E, até agora, nada...

28 maio 2013

As mulheres mais tenrinhas são aquelas qque se apresentam como duronas, a mim ninguém me faz a pulga atrás da orelha, ah, e tal, eu sou aquela

27 maio 2013

Post para ser lido só por mulheres

Um homem só se revela quando está em tensão, os homens a sério revelam-se quando tudo está a desabar à volta, quando todos os sinais dizem que o melhor é fazer como os outros e fugir, se algum dia derem de caras com um homem que, debaixo de tensão extrema, consiga pensar em vez de correr para onde está virado, é não o deixar escapar, é preferir esse ao dos músculos, ao do Maserati descapotável, ao que paga as contas sem pestanejar, mesmo ao tal do maravilhoso sentido de humor.

O Ruben Patrick diz-me que há alguma coisa de novo no reino da blogsofera

A Cristina Ferreira, de quem o Ruben Patrick me diz ser uma espécie de Christina Hendricks mas em louro e em mais roliço e histriónico, é a nossa nova colega disto dos blogs e tem ali um produto suficientemente cuidado e profissional para as corderosinhas se roerem de inveja e se entreterem a cortar a moça em fatias fininhas e suficientemente parola para nós, os da tribo snob-chic, esfregarmos as mãos com o filão que está defronte dos nossos olhos.

Blogosfera é a Cristina, Cristina, é a blogosfera.

26 maio 2013

Afinal, tanta conversa...

... e a única diferença entre nós e eles é que eles vão à taça onde vai o Paços de Ferreira e nós não.

25 maio 2013

É como se o Sporting não cobrasse bilhetes porque era o dia de anos do Eusébio

Talvez tenha sido dos meus ouvidos, mas pareceu-me ouvir aquele rapaz que agora manda naquilo da CGTP a dizer que ia marcar uma greve para o dia 30 de Maio porque é uma data simbólica, é o dia em que se comemorava o feriado do Corpo de Deus...

Terei provavelmente a caixa de correio electrónico mais simpática do mundo...

...os que me dão o gosto de a usar usam-na quase sempre para deixar palavras simpáticas sobre algo que escrevi e que de alguma forma os sensibilizou, usam-na para, gentilmente, me darem conta de algum erro ortográfico ou de sintaxe que fica deste meu péssimo hábito de escrever de uma assentada sem rever o que escrevo, usam-na para me aconselhar algum vinho ou restaurante que tenham gostado e que se lhes afigure que possa ser também do meu agrado (e é, quase sempre) e, esta é uma das minhas partes favoritas, usam-ma para falar de livros, perguntar sobre livros, sugerir livros, e eu acho isto tão absolutamente delicioso que há alturas em que me questiono se um blog será apenas só um blog (mas depois passa-me...).

24 maio 2013

Esteves Cardoso é muito bom (ou há muitas mulheres a escrever em blogues)

A Rita Maria já falou sobre a coisa, mas foi naquele dia em que o soundbite do dia foi o miúdo das camisolas ter-se levantado e falado grosso, além disso, em sendo eu a falar sobre o tema as pessoas abespinham-se mais, porque ninguém se consegue aborrecer com a Rita Maria, que é um doce de menina e sabe muitas coisas de valor, e o que eu queria dizer é que se nota perfeitamente que a blogosfera é essencialmente feminina porque nisto dos blogs criou-se uma espécie de consenso que o Miguel Esteves Cardoso é um escritor bom e eu não concordo mesmo nada, se me disserem que é bastante fofinho e mora no campo e está apaixonado de uma forma tão intensa que nos comove até à quinta casa decimal, pois que sim senhores, está certo, concordo, agora que tudo o que escreve é muito bom e digno de registo e de citação, isso já é uma conversa mais séria, o Esteves Cardoso só é assim citado porque, lá está, usufrui de se dar o caso de a blogosfera ser essencialmente feminina, não sei se já tinha dito isto, e, sendo essencialmente feminina, há demasiados corações palpitantes e suspiros por um homem que ao mesmo tempo que aprecia comidas boas e vinhos finos e que fala um inglês escorreito, tem a suprema capacidade, ainda assim, de partilhar com todos nós o amor por uma mulher, de tal forma que o diz dias a fio e nós entendemos e admiramos um amor deste quilate.

O Esteves Cardoso era genial nos tempos do Expresso, que foram os tempos ainda antes do Independente, uma horda de jovens adultos dos anos noventa devorava os escritos de Esteves Cardoso e fazia deles tema de conversa nos cafés (naquele tempo usava-se conversar em cafés). Nos tempos do Independente parecia que era ainda mais brilhante (mas não era, só tinha muito menos filtro e podia fazer de excêntrico), havia textos geniais de que ainda hoje me lembro de partes inteiras, caramba, quase votei no Pêpêéme para eleger Esteves Cardoso para o Parlamento Europeu (talvez ainda não me fosse permitido votar, sabe-se lá...), houve mesmo um tempo em que a senhora do quiosque só encomendava uma revista "K" e era para mim, aliás, creio mesmo que era o único comprador da revista no país inteiro, Esteves Cardoso era um mito e aos mitos o melhor tributo que lhes devemos é não fazer de conta que continuam enormes só porque há muitas mulheres a escrever em blogues.

Pipoco revela segredos ancestrais

Da mesma forma que nós acreditamos que elas acabam por escolher sempre o da carrinha Mercedes série E, por causa da preservação da espécie e dos melhores genes e não sei quê, elas acreditam mesmo a sério que nós acabamos por escolher as mais básicas, as que que se contentam com pouco, as dos óculos RayBan modelo Aviator, as que se riem por tudo e por nada, as que não fazem perguntas, as que leram o "Equador" e ficaram felizes por ter percebido a história.

(Elas, como é bom de ver, são mulheres complexas, leram Proust antes do tempo, só se contentam com o melhor, o mais intenso, são exigentes, um desafio constante, estão a meio caminho entre o inquietante e o enigmático, seja lá isso o que for, não é qualquer um que consegue acompanhar a sofisticação do pensamento delas)

E no fundo, é tudo tão assustadoramente simples, em verdade vos digo que nós escolhemos sempre as das

23 maio 2013

A Fátima Campos Ferreira...

...transformou-se de uma semana para a outra numa espécie de Margarida Rebelo Pinto, não foi?

Coisas mesmo importantes

O Papa-Figos, para além de ter um rótulo muito bonito, é o melhor vinho tinto do campeonato "menos de dez euros".

(ora essa, não têm de quê, sempre às vossas ordens...)

Au revoir, grande Georges Moustaki



(escutá-lo-emos depois do jantar, bebendo cognac e olhando as estrelas)

(talvez ouvindo "Le Métèque", a minha favorita, e não este "Mon vieux Joseph", a favorita de toda a gente)

Aprendi na noite passada...

...da pior maneira possível, que aquelas malas que só atrapalham as mulheres quando estão em vestido de noite se chamam "clutch".

(mas se aquilo não serve para colocar coisas lá dentro nem para colocar a tiracolo, aquilo serve para quê, senhores?...)

22 maio 2013

Enfim, BILF!

Primeiro estranhei, a moça do café disse-me que "era por conta da casa" e disse isto no meio de um risinho nervoso, colocando verticalmente o indicador nos lábios, como se a coisa fosse um segredo só nosso, depois, já na segunda circular, as mulheres interrompiam a aplicação de rimel e baton para me saudar, polegar levantado, música da Antena Dois a sair-lhes pelas janelas abertas, depois a chefe de cabina disse-me "estávamos à sua espera, Senhor Pipoco, é uma honra tê-lo como nosso passageiro", finalmente houve uma surda rebelião a bordo, com as assistentes de bordo a lutarem entre si por me servirem o sumo e a carcaça com queijo.

Estranhei ainda a ausência de mails de conforto, eu, habituado a ser o eterno segundo classificado, habituado a liderar a corrida até à última volta para depois a perder para outros mais capazes, mais jovens, mais habilitados que eu, fui-me habituando às pequenas atenções do dia seguinte, onde generosas e vistosas moças me ofereciam os seus favores, perguntando-se se estava tudo bem, se havia alguma coisa que pudessem fazer por mim (e havia, e havia...).

Soube-o hoje, pela fresquinha, retratos de magníficas representantes do género feminino segurando cartazes no blog da Pólo Norte, transmitindo a mensagem devagar, abordando a coisa por partes, à boa maneira de Jack, o Estripador, um retrato depois do outro, o meu frágil coração a acelerar os batimentos, será que sim? será que não?, resistirei eu? e afinal lá estava, preto no branco, a terrível notícia, de mil e quatro votantes, oitocentas e três escolheram outro que não eu, oitenta por cento das mulheres da blogosfera não se revêem na minha mensagem, quatro em cada cinco fustiga-em com o seu olhar severo e castiga-me elegendo ostensivamente outro que não eu para a nobre arte da bilfagem.

Daqui quero agradecer à Pólo Norte, não conheço mais ninguém capaz de colocar mulheres com tão bom ar a segurar cartazes e que retirou os pesos-pesados como o Tolan e o Aflito da contenda,só para me facilitar a glória, às que, apesar de tudo, me obsequiaram com a sua preferência e, finalmente, um abraço a todos os que estiveram nisto até ao fim (especial destaque para o Pedro, como o invejo, tenho excelentes recordações do tempo em que eu ficava em segundo...).

Finalmente, é dar as boas vindas ao Factos de Treino, ao Pulha Garcia e ao POC, que há muito mereciam uma ligação directa à lista de pipoqueanos blogues.

Ruben Patrick comenta os BILF

O Tio Pipoco ficou em primeiro num concurso em que o primeiro era o mais bilfável?!!!

(ahahahahahahahahahahhahaha....)
(pausa para respirar)
(ahahahahahahahahahahhahaha....)
(desculpem, não devia estar a rir assim, mas é tão mais forte do que eu...)
(a sério, o Tio Pipoco?
(ahahahahahahahahahahhahaha....)
(mas isto anda tudo alucinado, ou quê?...)
(caramba, o Tio Pipoco...)
(ahahahahahahahahahahhahaha....)

21 maio 2013

Em verdade te digo, Ruben Patrick

Se tiveres que escoher apenas um dos meus conselhos, Ruben Patrick, seria melhor que escolhesses o que te aconselha a perceber porque é que ganhaste. Quando perdes, analisas, cortas a derrota às postas, estudas a derrota em todas as suas dimensões, percebes o que falhou para que as falhas não se repitam.

Mas quando ganhas, que fazes tu para além de te deslumbrares com a vitória?

20 maio 2013

Ouvido na sala de espera de Barajas há menos de um minuto

"...sim, podia dar-te a minha vida, mas e depois?... que fazias tu com ela?"

(e o rapaz alto e louro calou-se)

Pipoco revela segredos ancestrais

Homem sai de bar, zoom à porta, fumo sai pela porta, cá fora há nevoeiro, chove, uma chuva miudinha, close up às costas de homem, passo lento, homem sobe a gola da gabardina preta, luz baça dos candeeiros da rua, foco na cara de homem, cara fechada, queixo quadrado, nota-se a léguas que homem foi despachado por mulher bonita e que está infeliz, homem acende cigarro, a cara ilumina-se, continua a chover, gotas de chuva escorregam pela cara de homem infeliz, camisa branca aberta, fica a dúvida se não haverá uma lágrima dissumulada entre as gotas de chuva, homem rijo encolhe-se, baixa as defesas, percebe-se que está frágil, mulher bonita entretanto aparece do nada, comove-se, abraçam-se, último close-up de homem que entretanto perdeu o seu ar de cachorrinho abandonado, homem sorri, está feita a coisa.

(é assim que acontece, minhas senhoras)

19 maio 2013

Post sobre bola

Uff, acabou...

Domingos assim

Os que por aqui aparecem sabem as regras da casa, quando convido amigos para almoçar é porque convido amigos para almoçar, não há cá a modalidade do "cada um leva qualquer coisa", caramba, se cada um trouxer "qualquer coisa" dá-se o caso de haver sempre alguém que traga sobremesas compradas já feitas, outros trazem presunto mal curado e, como só decido o que cozinhar no domingo de manhã, ninguém acerta com o vinho adequado à comida.

Também não há quem não saiba que não gosto de partilhar o espaço sagrado, a cozinha. Não, não preciso de ajuda, sim, é Mozart, ajuda-me a temperar no ponto certo, se queres ser útil decanta o vinho, esse Cartuxa, mas por favor, decanta-o fora da minha cozinha, sim, cheira maravilhosamente, é salmão bravo com cama de cebola refogada, vais ver que não ficas mal, algumas vez ficaste?

Depois é apreciar, sento-me na minha cadeira no topo da mesa, tenho um gosto especial em ver a minha gente a apreciar a comida que preparei, os revueltos de alheira de caça, os queijos que nunca me falham, há alturas do ano para  cada um deles, falamos de bola e de como cada um de nós está melhor que nunca, o vinho é bom, mudámos entretanto para monocasta Syrah, fala-se alto e ri-se ainda mais alto, quando todos atacam as sobremesas eu volto aos queijos, acompanho com um Porto de ano vintage, olho-os, estão mais velhos, o vinho torna-os ligeiramente mais desfocados, eles a falar dos seus mundos e eu vendo-os a partir do meu mundo, fecho os olhos e ando quinze anos para trás, éramos felizes e não sabíamos, ouço-os de olhos fechados, falam do Benfica e das férias no Algarve, em Agosto, fico feliz por não ir para o Algarve em Agosto e por não ser do Benfica, sirvo o café, sou o único que não tem máquina de cápsulas, que não tem televisão no quarto, que não tem i-phone, que nunca foi à República Dominicana, sirvo uma aguardente velha, havemos de sair da mesa daqui a duas horas, não desgosto de domingos assim.

18 maio 2013

Porque leio blogs?

Porque, em lendo blogs, fico sabendo que o Sapo paga mais que o Clix, que há quem acredite que há uma relação directa entre rapazes que escrevem razoavelmente e alto grau de fodibilidade, que as criancinhas em crescendo são seduzidas pelos marotos dos pais adoptivos, que o minuto noventa e dois é que tem a culpa de tudo quanto é mau.

17 maio 2013

Falemos então disso do amor, Ruben Patrick

Já o amor, Ruben Patrick, é diferente. No amor nem todos os dias são dias bons, nem sempre te parece que ela é perfeita, aliás, quase nunca te parece que ela é perfeita, no amor nem sempre queres ler os livros que ela te sugere, antes queres mostrar-lhe os teus, muito melhores, no amor competes, pelo teu espaço, pelo teu querer, no amor negoceias todos os dias, aprendes que nem sempre o ponto médio é conveniente aos dois, no amor não és só tu quem tem que se aplicar todos os dias, não penses que o amor é coisa tranquila e para sempre.

Mas depois, Ruben Patrick, podes deslumbrar-te com a patine das histórias que viveram os dois, podes deliciar-te com os códigos que mais ninguém conhece, rir os dois e ninguém perceber porquê, percebes que não é má coisa conhecer alguns caminhos de cor, aprendes que podes baixar a guarda, podes olhá-la nos olhos, respirar fundo e pensar que se alguma coisa fizeste bem na vida foi tê-la escolhido a ela e a nenhuma outra.

16 maio 2013

É tão fácil ser um BILF

A segunda coisa mais fácil do mundo, depois de escolher um vinho que acompanhe capazmente um carpaccio de salmão, é ser um indivíduo elegível para o concurso BILF (Blogger Inteligente, Lindo e Fofinho). Daqui deste lado ninguém nos vê, basta-nos dar um ar vagamente blasé, falar de vinhos que ninguém conhece, transportar o respeitável público para uma atmosfera com alguma densidade dramática, falar de personagens de livros, colocar umas fotografias daquilo que vamos vendo das nossas janelas e a coisa dá-se, quem está do outro lado entra no jogo, imagina-nos a viver uma vida de aventuras nos intervalos que nos restam na nossa vida de executivos, ao mesmo tempo que somos autoritários mas doces, fleumáticos mas bons conversadores, o respeitável público imagina-nos a correr na praia, acompanhados pelo nosso cão preto, tronco nu e a chuva da manhã a entranhar-se no nosso cabelo revolto, ao mesmo tempo que, vestidos com os nossos fatos Giovanni Straciatella e aperaltados com as nossas gravatas Franco Colhoni apanhamos a classe executiva da Lufthansa, rumo a negócios que só nós somos capazes de resolver. Voltaremos ao cair da noite para resgatar as nossas belas mulheres dos seus afazeres mundanos e transportá-las a uma nova dimensão que inclui uma longa noite de sexo à lareira, ao mesmo tempo que as ouvimos desabafar sobre as coisas lá delas, sendo, também a um tempo generosos com os presentes exóticos que lhes ofertamos e espartanos porque, afinal, somos sóbrios e é assim que elas gostam de nós. Depois é fazê-las rir, um homem com sentido de humor é sempre outra coisa, mas ao mesmo tempo aparentamos um sembante carregado, um ar sorumbático ajuda sempre a criar uma atmosfera respeitável e fatal.

Que vês da tua janela, Pipoco?

15 maio 2013

Buuuuu...

(assustados?...)

Dupont & Dupond


Pipoco executa um difícil número, mas as coisas são como são

Hoje sou pelo Benfica (notem que não escrevo que "hoje sou do Benfica"), precisamente durante o tempo que durar o jogo.

(Nem mais um segundo, nem sequer ao intervalo estarei pelo Benfica.)

Quando um homem pensa que a sua semana não podia piorar...

...eis que o informam que Tolan o indicou para aquilo do BILF.

Disso do BILF

Confesso que o conceito do "BILF", o concurso que a doce Pólo Norte se dá ao trabalho de organizar, ano após ano, num exemplo de altruísmo e em absoluto voluntariado, me é agradável. Basicamente trata-se de milhares de blogosféricas representantes do género feminino, baseadas apenas na capacidade de bem escrever dos representantes do género oposto, ululantes e em elevado estado de excitação, escolherem com qual de nós gostariam de passar um bom par de horas, discutindo poesia russa ao som de Mahler e bebendo chá de menta.

Tenho com o concurso do BILF a mesma relação que o Benfica tem com o campeonato, ando à frente meses a fio, até aos últimos dias do concurso, e acabo por me afundar na última meia hora de votações. Imagino as votantes, fazendo primeiro uma escolha ponderada e racional, imaginando-me uma boa companhia para discutir quem terá sido a melhor "Carmen" de sempre, mas, à última hora, prevalece a imagem de um veterano com mais de oitenta anos de blogosfera, enterrado na sua poltrona de couro, copo de Old Bushmills na mão, envolto numa nuvem de fumo de Cohiba Lanceros. Admito que é uma imagem dissuasora, apesar de longamente trabalhada, mas que me prejudica largueiro e elas acabam por eleger, justamente, os novos valores, especialistas em Peixoto e na obra dos Deolinda.

Daqui onde me encontro, dou os meus parabéns ao vencedor. Elas discutirão entre si os eleitos, em agradáveis serões tupperware, com risinhos e interjeições de alegria incontrolável, eles prometerão o mundo em troca de um voto, elas farão escolhas, as caixas de comentários explodirão com sugestões de novos valores masculinos, umas dirão que sim senhores, já valeu a pena porque não conheciam, outras dirão que os veteranos são ainda a melhor escolha e, no fim, todas concordarão no essencial que é nós escreveremos incomensuravelmente melhor que elas.

(a quem possa interessar: o primeiro ganha uma matrícula de automóvel a dizer "BILF". o segundo ganha os favores e atenções da blogosfera feminina, a perguntar se já recuperou da afronta, a dar mimos e a oferecer-se para o que for preciso...)

14 maio 2013

Em verdade vos digo

O sentido de humor continua a ser a melhor escolha para sair de uma situação embaraçosa com uma mulher.

13 maio 2013

Ontem...

...uma velha senhora que esteve à conversa comigo não mais que um par de minutos, olhou-me nos olhos e comunicou-me que eu sou um falso tranquilo. "Você um falso tranquilo", disse-me a velha senhora, assim mesmo.

Eu não confirmei nem desmenti. Mas achei notável.

Resumo dos últimos dias

Continuo a falhar, é certo. Mas falho cada vez melhor.

(e com mais elegância)

10 maio 2013

Senta-te aqui nesta poltrona, Ruben Patrick, e bebe um cognac, pareces precisado...

Quando a vês é como se de repente te tivessem tirado o chão debaixo dos pés, o cheiro dela entranhou-se de tal forma no teu cérebro que sabes que ela passou num lugar e já passou muito tempo, parece-te que não consegues articular convenientemente as palavras quando falas com ela, ao mesmo tempo que se te afigura que ela escolhe sempre as palavras certas, o tempo em que não estás com ela no teu campo de visão parece-te infinito e sem motivos de interesse, dás por ti a ouvir músicas que nunca ouvirias porque se te afigura que são músicas ao gosto dela, tomas nota dos autores de livros que ela deixa escapar que aprecia e corres a encomendá-los só para teres um tema de conversa, enganas-te no caminho para casa, de repente todas as tuas amigas te parecem insípidas e desadequadas?

Isso, Ruben Patrick, não é amor. É paixão e passa-te num instante. Um dia, em calhando, explico-te isso do amor.

Isto é a gente a conversar, as mulheres nunca ficam sem ninguém à volta, está claro...

Toda a gente conhece a história da azinheira da serra de Gador, a serra de Gador, em Espanha, era uma serra cheia de vegetação até que lá descobriram chumbo e, naquele tempo, era necessário ter combustível para separar o minério e uma serra cheia de vegetação é o combustível perfeito e está-se mesmo a ver o que aconteceu às azinheiras da serra de Gador. Sobrou uma azinheira, porque havia um pastor que precisava de sombra para o seu rebanho e comprou uma azinheira aos senhores que exploravam o minério e hoje é esse o único vestígio de que a Serra de Gador já foi um lugar com árvores que nunca voltaram a crescer porque a azinheira necessita sombra para se desenvolver.

(ando aqui às voltas para adaptar a história da azinheira da serra de Gador a uma situação cá do meu conhecimento que implica mulheres que ficam como a azinheira da serra de Gador, sem nada à volta, mas não me sai nada em condições...) 

08 maio 2013

Facto

Pai feio e mãe feia resulta em bebés extremamente feios.

Pai bonito e mãe feia resulta em bebés ainda assim razoavelmente feios.

Pai feio e mãe bonita resulta em bebés bonitos.

Fosse Ruben Patrick a um jantar de bloggers...

Chega-se uma hora atrasado, um homem tem que se fazer desejado, elas ali em êxtase, será que o Ruben Patrick é aquele, pfff, não é só o Jibóia Cega, vê-se logo, disse "Olá" com agá, será aquele? não, é Mak, o Mau, pecebe-se perfeitamente que veio directamente de uma maratona, ele saberá de quê, e finalmente, um homem entra em cena, elas suspiram e dão risinhos nervosos, uma calça de flanela branca e uma camisa floral com os quatro primeiros botões desapertados impressiona-as sempre, lá está a Palmier, não há como não a reconhecer assim vestida com cortinados e com um tipo sempre a tirar-lhe fotografias, sim sou o Ruben Patrick, adivinhaste pelo cheirinho a Nívea for man, certo?, desculpe, rapaz, traga-me o que todos estão a comer, é sushi? então traga-me um bitoque e dessa cerveja nova com sabor a limão, não o Tio Pipoco não pôde vir, este tempo, sabem como é, ora, não vão sentir a falta, babes, aqui o Ruben é que lhe escreve os textos, ah pois é, não sabiam?, olá Luna, desculpa não ficar ao teu lado, mas parece-me que o tempo está mais fresco nesse lado da mesa, sim temperatura percepcionada, também não queres ficar ao pé de mim? (que significará misógino?), Bad, que tal vão as coisas? já reclamaste da comida e dos serviço e da localização do restaurante, esperem, já terminaram? deixem-me só terminar o café, babes, então? EU CONHEÇO PESSOALMENTE O TIO PIPOCO!, escrevam o meu número de telefone, eu digo e vocês decoram? (tão boa memória, minhas ricas meninas...), vamos a um bar em Elvas? não será fora de mão, ok,ok, vou lá ter, (caramba não está cá ninguém, será que... não, as babes não me fariam tal coisa).

07 maio 2013

Fosse Pipoco a um jantar de bloggers...

Chego dez minutos adiantado, ensinaram-me a chegar dez minutos adiantado aos encontros, decidi-me por um fato Ermenegildo Zegna cinzento e gravata Prada, como virão eles vestidos? esta será uma das bloggers? tem uns óculos florescentes e ar de quem se vai zangar comigo, caramba, é bem capaz de ser a São João, é melhor não meter conversa, e aquela, tão alta, parece tão simpática, só pode mesmo ser a Alexandra, a que não aprecia o amarelo, nunca terei palavras para lhe agradecer em condições o header do Pipoco, céus, eles têm todos ar de artistas incompreendidos, que farei eu aqui?, eu e a minha gravata Prada no meio destas t-shirts de bandas góticas?, espera, estão a rir-se e a apontar para mim, chamam-me para junto deles, vamos a isto Pipoco, apago o Cohiba Lanceros, ajeito o nó da gravata, sim sou o Pipoco, não, infelizmente o Ruben Patrick não pôde vir, faziam-me mais alto?, que ideia!, pois é, isto dos blogs desfoca muito, não, não se preocupem, eu fico bem nesta ponta da mesa, sim, posso perfeitamente ficar ao lado da Dias Cães e da Anónima dos Énes, não me importo nada, sempre falamos de poesia de autores que morreram na miséria e com tosse convulsa e sem dinheiro para comprar cigarros Gitanes, só espero que a Anónima dos Énes..., bem, adiante.., caramba, eles estão a beber cerveja pela garrafa, onde estou eu? empregado, traga-me vinho, Esteva ou Monte Velho?, é tudo o que tem?, bem, sirva-me então uma Tuborg, perdido por cem, perdido por mil, CÉUS! ELES ESTÃO A PEDIR SANGRIA!, respira Pipoco, tranquilo, bacalhau com natas ou bifinhos com cogumelos?, eu já peço, traga-me mais queijo e umas fatias de presunto, por favor, mas eles estão a comer peixe com talheres de carne? E os guardanapos são de papel, por Deus, olá, a menina deve ser a Leididi, que tenha uma boa hora, então não trouxe o Ramone?, sim tenho um cão, não, não me destrói a casa, é um cão de guarda e dorme lá fora, não, não sou eu, o das matemáticas e dos autores russos e do John dos Passos é o Tolan, não faço ideia se já chegou, deve estar a ressacar daquilo do Estoril, fazia-me mais bem parecido?, pois, muito bom estou eu, o gin conserva as pessoas, sim, traga-me café, caramba, estão todos a adoçar o café, olá Rita Maria, que tal a vida por Alfama?, muito barulho à noite, não é?, pois, uma maçada, falemos então de política, sim, certamente, Kant já o dizia, Dante confirmava na plenitude, salvem-me, Pólo Norte, nunca me falhou, não, não quero que me conte como está a Ana, sei muito bem como está a Ana, todos sabemos como está a Ana, sim, sei que a Ana a preenche, sim, é bastante tarde, não, infelizmente não vos acompanho aos bares do Cais do Sodré, claro que gosto, que ideia..., gosto mesmo imenso, mas tenho que apanhar um avião para Madrid, sim, eu depois telefono, então não havia de telefonar?...

(Banda sonora aconselhada: Gabriel, o Pensador, "Festa da Música Tupiniquim ")

Queridos miúdos que vão fazer hoje exame de quarta classe

Provavelmente não sereis leitores deste blog, mas estou certo que a vossa mãe o é, por isso as vossas mães podem sempre inspirar-se no que vão ler a seguir a fazer disso conversa de jantar de hoje.

A primeira coisa a que terão que se habituar, queridos miúdos, é à pressão. E ter pressão é bom, desde que se saiba como usufruir da magia de ter pressão, e estes exames permitem-vos exactamente isso, gerir a pressão, ser colocados à prova, mostrar o que valem, vejam o Carlos Martins no jogo de ontem, percebe-se a léguas que o Carlos Martins nunca fez exame de quarta classe e, por isso, nunca aprendeu a gerir a pressão.

Depois, queridos miúdos, vão mudar de ambiente e fazer o exame numa escola nova. Habitem-se, miúdos, se a vida dos vossos avós era uma monotonia, com uma profissão para toda a vida numa única empresa, já os vossos pais terão uma profissão para toda a vida, mas mudando de empresa muitas vezes na vida. Vós, meus caros miúdos, tereis que mudar de profissão ao longo da vossa vida, não haverá como não mudar de profissão, umas vezes tereis uma empresa por detrás e outras vezes, a maioria, não. É por isso que mudar de escola para fazer o exame da quarta classe são "peanuts" e é um belíssimo treino para as mudanças que virão pela vossa vida fora.

Usufruam, miúdos. Divirtam-se, inventem coisas para fazer que não tenham a ver com médias da escola. Se algum dia eu vier a olhar para os vossos CVs, garanto-vos que começarei pelo fim, pela parte das "outras informações", que é aquela por onde acabo sempre por decidir.

E, finalmente, descontraiam. Provavelmente a vossa primeira profissão ainda não existe hoje.

06 maio 2013

Continuo sem perceber que beleza há nos encontros de bloggers

Nem quero...

Instruções para o Tolan, que vai ter uma menina (Parte 2 de 2)

Agora uma menina, Tolan, é outro campeonato. Todas as tuas capacidades, todos os ensinamentos ancestrais que foste acumulando ao longo da vida, todas as energias que nem sabias que tinhas, serão insuficientes nesta batalha.

Antes de chegares ao momento em que tentarás perceber o que quererá dizer "não tenho nada para vestir" e tu a ver roupa no armário, roupa no chão, roupa em cima da cama, roupa pendurada nos candeeiros do tecto, muito antes desse dia aziago, já ela te deu xeque-mate tantas vezes que nem as quererás contabilizar, tu a pensar que ela está a ir e ela a já estar de volta.

Vais aceder a tudo o que ela te pedir, quer seja porque cedo vais perceber que, acedendo, recebes um sorriso do tamanho do mundo que te deslumbrará, que seja porque, não acedendo, vais ter que enfrentar uma tal panóplia de mind-games, para os quais não estás preparado, que preferirás aceder logo de início.

E um dia, meu caro, chegarás adiantado à hora que ela te indicou para a recolheres na festa dos quinze anos da melhor amiga, na tua construção da realidade não há rapazes nestas festas, apenas anjinhos de quinze anos que brincam com as suas Barbies nos intervalos dos filmes da Pequena Sereia, e afinal, meu caro, lá está ela a conversar com um tipo de cabelinho "à foda-se" e calças no fundo do rabo, o sacana do puto está a menos de um metro da tua filha, resistirás a pegar na matraca que tens debaixo do banco do carro e castigar o energúmeno, uma força estranha impede-te os movimentos, fumas um cigarro enquanto esperas, ela há-de vir e dizer "olá Pai" com um ar tão feliz e tão fresco que tu só lhe perguntarás se ela se divertiu.

Resumindo, meu caro, o que te quero dizer é que te vais derreter no preciso momento em que lhe pegares ao colo pela primeira vez, que te emocionarás de cada vez que te capacitares de quão deslumbrante ela é, que o teu coração baterá mais forte quando a ouvires dizer uma palavra que tu dirás que é "pai" e todos te dirão que ela apenas suspirou, que te vais deleitar com o jogo de fazer de conta que não entendes as mensagens subliminares que ela te vai passando porque afinal, meu caro, nada se compara ao estímulo intelectual, à empatia, à beleza e à maravilha que é ser pai de uma menina, da que será sempre a tua menina.

05 maio 2013

Instruções para o Tolan, que vai ter uma menina (Parte 1 de 2)

Tolan, meu caro, vou tratar-te por "tu". Creio que é a primeira vez que trato alguém por "tu", mas a coisa é deveras importante e quero que sintas os meus ensinamentos como vindos de um igual, vindos alguém que adivinha dramalhão que se avizinha e que te quer aconselhar, na medida em que é possível aconselhar nestas circunstâncias.

Educar um rapaz tem a sua ciência, há que promover desde tenra idade a compra de cromos de jogadores da bola, incentivando-o a que o primeiro objectivo de vida seja completar a equipa do Sporting. Um dia, que se quer solene, desejado e especial, sobe-se ao sótão e abre-se a arca de couro das recordações,  pega-se com cuidado extremo na caderneta de oitenta e um-oitenta e dois e, em silêncio reverencial, mostram-se os cromos do Jordão, Manuel Fernandes e Vitor Damas, há ali uma energia e um envolvimento entre pai e filho que é coisa sem explicação, ao nível de, quando o rapaz souber ler, o velho pai compra-lhe "A Bola" e o "Record" num domingo depois de termos aviado três ao Benfica, cada um lendo o seu jornal, fechando os olhos e revendo mentalmente os lances de ontem no estádio, deliciando-se com esses momentos de magia pura agora vertidos em palavras, haverão de trocar os jornais mais tarde, o velho pai tomando o terceiro café sem açucar da manhã, o filho atacando o segundo ice-tea de manga/abacate.

Educar um rapaz é trabalhar a cumplicidade, um dia, em o rapaz tendo idade, haverão de apreciar as raparigas da praia e, olhando um para o outro, sem uma palavra, farão um gesto apreciativo, uma aprovação tácita que significará "a mãe é infinitamente mais bonita" e sorrirão, certos de que assim é.

E finalmente, Tolan, chegará o dia em que o rapaz te derrotará no xadrez, te ganhará ao jogo "embora lá ver que é o primeiro a tocar no carro", te dirá que descobriu uma banda no YouTube que te quer mostrar e afinal são os Ramones, te pedirá para que o ajudes com o cálculo diferencial e integral e tu terás que rever a matéria para o conseguir ajudar, chegará o dia em que o rapaz te fala de livros que ainda não leste.

É nesse momento, meu caro, que percebes que estás um homem crescido.

03 maio 2013

Então o leilão da DECO, afinal era só isto?

A coisa estava bem vista, perguntar "quer pagar menos por - inserir um bem qualquer, sejam garrafas de Barca Velha, electricidade, viagens à Namíbia ou imperiais Super-Bock fresquinhas com tremoços a acompanhar)" só pode ter um sucesso extremo, em verdade vos digo que todos queremos pagar menos seja pelo que for, as coisas são como são, o problema é que a DECO fez a pergunta certa às pessoas certas, só faltou ponderar se havia enquadramento para ter respostas, e assim se acaba a história, a DECO perguntou se as pessoas queriam pagar menos, as pessoas disseram que sim senhores, que queriam, e agora falta a parte em que a DECO diz que está bem, fica registado para memória futura que as pessoas querem pagar menos, só estava a perguntar.

(parece que os homens lá da defesa do consumidor queriam uma comissão, e não sei quê...)

(ninguém dos que por aqui vão passando se inscreveu naquilo, pois não?)

Se não fosse eu quem manda nas minhas reuniões...

...hoje não se falava de outra coisa senão disso da bola.