A coisa começa com uma informação relevante, a alusão à Revolução dos Cravos com o Padrão dos Descobrimentos em fundo, para uma mais fácil compreensão de quem vê o filme, que associa imediatamente a mensagem com o informação visual, depois há aquilo da miúda que fica tão, mas tão contente quando consegue meter o cravo na ponta da metralhadora em andamento (caramba, eu não consigo dizer "batata" e mascar pastilha elástica ao mesmo tempo) que nos enternece ao mesmo tempo que passa a mensagem subliminar que somos mesmo bons na motricidade fina, depois notem bem que a miúda não dá a mínima confiança ao velhote mal encarado que parece que engoliu uma colher da de pau daquelas grandes, de mexer a feijoada na ponte Vasco da Gama, mas que digo eu? já temos a grávida rechonchuda que tem uma unhas que custaram para cima de um dinheirão mas tem um buraco na camisola, mais uma mensagem subliminar de como chegámos até aqui, a seguir os dois miúdos, o de azul também também nos passa uma bela mensagem subliminar, começa a cena a fazer de conta que vai ler o seu livro e afinal acaba a espreitar para o livro do colega do lado, que se vê logo que é de uma classe económica superior porque tem uma camisola das caras e mais um cachecol e ainda um casaco à pintas enquanto o de azul vê-se logo que é pobre, pelo ar mais sofrido e porque se topa a léguas que a camisola azul foi tricotada pelas mãos abnegadas de sua avó, e lá, está, os pobres fazem de conta que, e tal, até estão a preparar-se para ler o seu próprio livro mas afinal não, espreitam por cima do ombro para o livro do rico e são estas coisas que justificam que eles nunca tratam da sua vida e acabam todos no Rendimento Mínimo, mas eis que entra o tipo da picareta, mais uma mensagem subliminar, o tipo da picareta só aparece uns nanosegundos porque logo a seguir vem o tipo velhote, o reformado, e assim mostramos que a vida de trabalho passa num instante, olha que ainda agora estávamos de picareta na mão a cavar valas para a fibra óptica e afinal já estamos a viver da reforma, ar instalado, andar à jogador de snooker, uma perna à frente da outra, aquele ar de quem domina o cenário, óculo escuro, confiança no olhar, mas afinal aparecem os tipos com os cartazes do Plano Marshall que para esta história não interessa nada e isso é mais uma mensagem subliminar, dizer "tudo isto sem Plano Marshall" é o mesmo que dizer "tudo isto sem comer cabrito à padeiro com batata assada", o Plano Marshall serviu de pouco à Alemanha e serviu muito aos Estados Unidos, mas, lá está, é mais uma mensagem subliminar, trata-se de confundir os alemães que, a pensar onde queremos chegar com a tirada do Plano Marshall já estão a levar com a velhota bem aprumada com o cartão do Deutsch Bank, parece que comprou uma carro igual ao do Tio Pipoco, mas em mais pequeno, com aquele cartão de crédito, ainda estão os alemães a pensar que raio de povo somos nós que estacionamos os carros em cima da ciclovia e já aparecem uns tipos a reclamar que a rede de carros eléctricos é um flop daqueles mesmo à antiga mas nós não queremos devolver a coisa, queremos é os carros eléctricos, o Tio Pipoco costuma dizer que sair à rua com um carro eléctrico é andar sempre com o depósito na reserva, e, mais uma vez, a mensagem subliminar é clara, nós quando é para nos entalarmos é uma coisa à séria, o Jorge Jesus era igual, ah o Melgarejo não funciona a defesa esquerdo?, então metemos o Melgarejo a defesa esquerdo à mesma e ainda estamos à espera que nos devolvam o Coentrão para o pormos a jogar a central, e estão os alemães a pensar que sim senhores, é bem visto, queremos que nos vendam carros eléctricos que ninguém quer e já lá está a montagem do submarino no tejo, o momento mais emblemático do filme, chamemos-lhe o momento Lili Caneças, um homem olha para ali e vê que nada daquilo é verdade, não pode ser verdade, vê-se a léguas que está tudo repuxado, e lá aparecem uns tipos com a taça na mão, caramba, mais uma mensagem subliminar, tudo para despistar os alemães, ainda eles, do alto da sua racionalidade estão a pensar como raio temos nós uma taça na mão, logo nós que temos uma selecção que nunca ganhou nada de nada, caramba, parece que os tipos nos toparam, calma, é melhor não levantar ondas e lá aparecem os rapazolas com a taça mas em modo menos efusivo, disfarçando, que raio de taça será aquela?, mas logo aparece o tipo da balança, mais uma mensagem subliminar, se aquela balança não significa chamar gorda à Merkel que eu não me chame Ruben Patrick, mas lá estão os tipos da Troika, são três, e desatam a roubar toda a gente menos o Pai Natal, o que significa que somos um povo respeitador, eh lá, não vale tudo, mas a malta não se importa, continua a andar como se nada fosse, afinal não precisamos daquilo, pfff, não há quem corra atrás dos facínoras, mais uma mensagem subliminar, passamos bem sem o chapéu de sol na praia, afinal é Novembro e não nos fará assim taaaanta falta, afinal a Troika é o Robin Wood, deram a enxada ao velhote e é vê-lo a marchar com os outros, caramba, parece que temmenos vinte anos, sacana do velho, quem diria?, deus me valha, então o lobo mau olha assim com aquela naturalidade para o decote da rapariga que está a fazer o papel de moça dada às festas com tanto jeitinho que ninguém diria que não está a caminho do velório da sua avó preferida?, olha para decote e diz que sim, o lambão, aprova, somos um povo latino e aos latinos tudo se perdoa, mas afinal se trabalhamos mais horas e durante mais tempo que os alemães, o que é que estará a escapar?, olha, aparece agora um tipo a fazer de Dom Duarte, mas em mais alto, com uma mala de viagem, nem a tirar férias somos mais que os alemães, isto é mesmo para nos denegrir, o quê?, até nos feriados eles nos ganham, caramba, se isto era para pôr o país de rastos não era preciso um filme, mas afinal também aqui há mensagem subliminar, os tipos que ilustram o feriado vêm de roupão e camisa de dormir, se é para ficar o feriado na cama, de facto mais vale tirarem-nos os feriados, afinal a malta não os aproveita, olha mais uma mensagem subliminar, os alemães ganham mais que nós, aquilo é só notas de cem euros mas nós é que ficamos coma loura boazuda e eles que se amanhem com a minhota, deus me valha se não é o próprio Rodrigo Moita de Deus a fazer de minhota, percebi pela barba da moça, pára tudo, então agora nem a miúda que abraçou o polícia se aproveita? eu apostava que a miúda original tinha mamas melhores e uma queixada menos Cassius Clay style, também não me parece que os nossos valorosos rapazes das forças de intervenção se apresentem com aquele ar escanzelado, aquilo é um convite à invasão, olha, aproveitamento de recursos, o buraco na camisola da outra passou para o mapa da Alemanha, afinal o filme acaba com uma mensagem melhor, o português sacou uma alemã ainda melhor e o alemão livrou-se da minhota barbuda e arranjou uma finalista de arte e design para a paródia, e acabou tudo, mas que mensagem é esta? então acaba tudo como nos filmes do Almodovar, ninguém percebe a mensagem?, olha, acabo também eu o post sem fazer sentido nenhum e em verdade vos digo que ainda há homens com valores, estão é todos na Securitas.