Escreve sobre a tua vida e não esperes mais que um bocejo do respeitável público.
Escreve sobre a vida dos outros e delicia-te com o que as pessoas estão prontas a partilhar contigo.
30 abril 2014
28 abril 2014
Os idiotas
Enquanto me sirvo de café, misturando-me com pessoas, não posso deixar de lhes escutar as conversas, que a não sei quem uma fotografia no "Facebook" denunciou-lhe uma situação que convinha manter controlada, que fulana e sicrana se desentenderam no "Facebook" e se bloquearam mutuamente e agora é uma maçada porque têm que se sentar uma em frente à outra na vida real, perguntam-se se já deram os parabéns a não sei quem e respondem-se que sim, que já trataram disso no "Face", uma outra pergunta à colega se não gostou do retrato do filho, que achou estranho que a outra não lhe tivesse feito um "like".
Sento-me à minha mesa de madeira, fecho os olhos, sorrio para mim próprio e penso que em boa hora decidi que havia de ser o último dos últimos a abrir uma página nisso do "Facebook".
Sento-me à minha mesa de madeira, fecho os olhos, sorrio para mim próprio e penso que em boa hora decidi que havia de ser o último dos últimos a abrir uma página nisso do "Facebook".
Se te deparares com Pipoco no trânsito
Eu, que sempre fui dotado de extraordinária capacidade de observação, noto que as mulheres que me dão prioridade no trânsito matinal são, todas elas, incrivelmente bem parecidas, mulheres resolvidas que não hesitam dar prioridade a um estranho, mesmo prejudicando a sua própria chegada a horas à importante reunião de direcção de que estão a caminho, a que presidirão vestidas com os seus elegantes saia-casaco Gucci, qualquer um percebe que são mulheres com mundo, respondem-me, de dentro das suas carrinhas de marca alemã com um aceno e um sorriso sincero por terem feito o bem.
Já as que fingem ignorar-me e me negam passagem são, sem excepção, mulheres atormentadas, percebe-se que há muito a vida não lhes corre bem lá na grande superfície comercial, notam-se olheiras profundas, roupa das marcas vendidas pelo industrial galego a combinar com o velho Fiat Uno com o emblema do Benfica pendurado no retrovisor e o autocolante "este carro é velho mas vai à tua frente" colado no vidro traseiro.
Já as que fingem ignorar-me e me negam passagem são, sem excepção, mulheres atormentadas, percebe-se que há muito a vida não lhes corre bem lá na grande superfície comercial, notam-se olheiras profundas, roupa das marcas vendidas pelo industrial galego a combinar com o velho Fiat Uno com o emblema do Benfica pendurado no retrovisor e o autocolante "este carro é velho mas vai à tua frente" colado no vidro traseiro.
27 abril 2014
26 abril 2014
Os problemas das mulheres
Enfurecerem-se quando, ostensivamente, não aproveitamos as deixas que elas prepararam para nós com tanto carinho.
25 abril 2014
Filme
Da mesma forma que "Musica no Coração" nos chega por alturas do Natal, o "Gelado de Limão" quando começam as férias grandes e o "Ben-Hur" por alturas da Páscoa, Abril dá-nos o filme da Maria de Medeiros, aquele em que o tipo sai da Chaimite e junta-se ao lado dos de Salgueiro Maia, ar decidido, ele e a o resto da rapaziada, fazendo Abril de uma vez por todas.
(quarenta anos depois, Adelino Gomes havia de descobrir o homem que, diz a lenda, se passou para o lado de Salgueiro Maia e afinal o homem diz que a situação não foi bem assim, afinal só disse ao tipo que o mandou disparar que não sabia trabalhar com aquilo e fechou-se dentro da "Chaimite". Mas isso agora não interessa nada...)
(quarenta anos depois, Adelino Gomes havia de descobrir o homem que, diz a lenda, se passou para o lado de Salgueiro Maia e afinal o homem diz que a situação não foi bem assim, afinal só disse ao tipo que o mandou disparar que não sabia trabalhar com aquilo e fechou-se dentro da "Chaimite". Mas isso agora não interessa nada...)
Fosse hoje o Vinte e Cinco...
...e a senha havia de ser a Suzy a cantar o "Quero ser tua" (sim, tive que googlar...) e a contra-senha havia de ser o Abrunhosa a cantar o "Quero voltar para os braços da minha mãe".
(Também por isto, ainda bem que a coisa se deu quando se deu...)
(Também por isto, ainda bem que a coisa se deu quando se deu...)
Meia noite, vinte minutos e dezanove segundos
Fosse eu a decidir e havia de ter colocado o Homem do Leme, dos Xutos.
23 abril 2014
Esta noite sonhei com Lamborghinis roxos
O problema dos super-heróis é não terem pai. O Batman teve, mas depois aconteceu aquela situação à porta do teatro, era ele ainda um rapazinho, o Homem-Aranha foi enfiado em casa da Tia May, que foi quem lhe deu educação, sempre teve melhor sorte que o Harry Potter, que a esse os tios Dursley faziam-lhe a vida negra, isto para não falar do sacana do primo, o badocha, o próprio Simba, pobre animal, não só perde o pai como ainda é acusado de o ter matado, embora, em boa verdade, o Simba não é um super-herói a sério, é igual ao Bambi, esse sim, com pai presente, foi o que lhe valeu, mas lá está, ninguém que seja são considera o Bambi um super-herói, voltemos ao Tarzan, outro que perdeu o pai, tal e qual o Super-Homem, cujo pai o despachou para a Terra antes de Krypton explodir, na verdade os únicos que têm pai são o Calvin e a Mafalda, talvez o Charlie Brown, não me lembro se tinha ou não e não estou com vontade de me informar, e é por isso que eu gosto do Calvin e da Mafalda, são super-heróis com pai e isso, parecendo que não, faz toda a diferença.
22 abril 2014
Às vezes...
.... quando alguém das minhas relações parte demasiado cedo, quase sempre levado por ataque cardíaco fulminante, estas vidas que escolhemos são como são, fico a pensar que não vale a pena aborrecer-me com as pequenas coisas, que talvez não fosse mal pensado ligar para as pessoas de quem gosto só para lhes dizer o quanto gosto delas, que devo reunir os amigos mais vezes em minha casa, que devia resolver os mal-entendidos que fui coleccionando e que nunca me apeteceu explicar melhor.
Depois passa-me.
Depois passa-me.
21 abril 2014
Caro Ricardo Araújo Pereira
Lembro-me perfeitamente de, após ter visualizado aquela situação do "Homem a quem parece que aconteceu não sei o quê" ter ficado tão absolutamente deliciado que me dediquei ao estudo intensivo de toda a série Fonseca e, desde esses tempos, ter acompanhado a obra até aos dias de hoje, dessa "Mixórdia de Temáticas" que, a cada três dias, tem uma boa ideia.
Hoje, dando-se o feliz acaso de ter acontecido ofertar a mim próprio um final de dia que me proporcionasse um gin tónico servido por mim próprio, a fazer zapping entre o Mezzo e outro canal cá da minha estima e dei por mim sintonizado nesse tal "Melhor que falecer", tendo decidido ficar por ali a ver quanto valia a coisa, admitindo que a circunstância de estar em casa à hora em que a coisa passa talvez não se repita tantas vezes quantas as que eu desejaria.
E pasmei, meu caro. Aquilo era a rábula que já tinha passado na Comercial, aquela situação do tipo que era agente de um jogador da bola, daqueles fraquinhos, e coseu a mãe do jogador do Arrentela que tinha uma operação marcada só para daqui a sete meses. Uma repetição. Pega o meu caro numa coisa que já fez e toca de voltar a encher chouriços com aquilo, tal e qual eu faço quando não me apetece ser criativo e vou surripar escritos antigos a blogs meus, menos vistosos que este, com a esperança de que ninguém repare (e quase nunca ninguém repara, benza-os deus, a diferença é que eu não vivo de escrever coisas, a não ser relatórios com números e gráficos muito difíceis de ler).
(aposto que lerá isto, a equipa de Clipping não falhará...)
Pipoco lança a semente dos blogs de fusão
O que havia de ser de valor era que alguém se lembrasse de inventar o conceito dos blogs de fusão, da mesma forma que se junta a cozinha goesa com a luxemburguesa e se cria assim uma ode ao palato, havíamos de ter blogs que misturassem com mestria as artes de contar como as pessoas vivem em casas brancas e se alimentam à base de sementes de gindungo com blogs desses de analisar política à base de citações de terceiros, que se misturasse, num novo blog, o conteúdo dos que nos contam detalhadamente cada passo da triste vida da quem os escreve com blogs de retratos de moças que vestem coisas todos os dias e têm sempre um amigo jeitoso para a fotografia que nos mostra o resultado da coisa, que alguém tentasse um blog que fundisse a crítica literária de livros que ninguém leu, excepto o Ulisses, com blogs que ziguazagueiam entre mostrar-nos unhas com cores que não lembram a ninguém e transcrições de pensamentos sobre isso do amor.
20 abril 2014
O problema nem é o Benfica ter ganho a coisa...
...o problema é que de cada vez que o Benfica é campeão o vocalista dos UHF volta a cantar músicas, ou lá o que é aquilo que ele faz.
Estou aqui a tentar ver as notícias e todos os canais, mesmo o Canal Panda, estão a dar aquilo do Benfica
Introduzindo um ponto de vista alternativo, aquela rapariga que está a tomar conta da taça, a de preto, a do decote, é bastante apresentável, ou é dos meus olhos?
Será o Olhanense...
...o novo Estoril?...
Adenda: Não foi...
(parabéns aos meus amigos benfiquistas, foram de facto os melhores e mereceram ganhar)
Adenda: Não foi...
(parabéns aos meus amigos benfiquistas, foram de facto os melhores e mereceram ganhar)
17 abril 2014
16 abril 2014
Poupa-me a piada fácil, Ruben Patrick
No dia em que almocei no "Tibetanos" serviram-me gelado de pétalas de rosa. Soube-me a pétalas de rosa, sem qualquer equívoco.
Só depois me dei conta de que nunca poderia saber a que sabem pétalas de rosa, afinal nunca comi uma rosa.
Só depois me dei conta de que nunca poderia saber a que sabem pétalas de rosa, afinal nunca comi uma rosa.
Lamborghinis roxos
Fosse eu autor de séries de televisão, que não sou, e havia de inventar um tipo com apelido italiano que, a partir de um sofá de psiquiatra, havia de patrulhar a Muralha, aliás, toda a Patrulha da Noite se reuniria num bar e a Mão do Rei havia de contar aos filhos como conheceu a mãe deles, só se havia de saber no último capítulo, depois metia-se todos num avião, a famiglia Soprano e os da casa Stark e o avião perdia-se numa ilha lá muito longe e quem os havia de salvar havia de ser o gerente da Dunder Mifflin Paper Company, um tipo de quem todos os funcionários gostavam muito.
15 abril 2014
Em verdade te digo, Ruben Patrick
Preocupam-se demasiado com as nossas necessidades, as mulheres, quando tudo o que faz falta a um homem é uma boa cama e uns sapatos confortáveis.
Elas não sabem, mas um homem encontra-se quase sempre numa cama ou dentro dos seus sapatos.
14 abril 2014
13 abril 2014
E em tudo isto Pipoco reflectiu
É nestas alturas em que o tempo corre mais devagar que me permito reflectir sobre as temáticas que realmente importam, aquelas que os dias apressados relegam para quinto plano, é nestes dias mais dados à beleza da meditação que tenho oportunidade para, sem pressão, decidir qual é a melhor música dos U2.
Se "Sunday, bloody Sunday" me levou a querer descobrir todo o anterior álbum ("Boy"), incluindo a maravilha que era "I will follow", já "Pride (in the name of love)" era a música que resultava sempre que me apetecia mandar toda a gente para a pista de dança nas festas da Afonso Domingues, se a versão de "Bad" no Live Aid me fez ver que os U2 eram a próxima grande banda da minha vida, já "Stuck in a moment..." quase destronava "Emmenez-moi" de Aznavour como a canção perfeita, se um problema técnico no meu i-Pod fez de "Moment of surrender" a música de um certo ano a descer pistas com a melhor neve de sempre, já "Gloria" foi a música de um certo verão com a mulher (quase) perfeita.
Se "Sunday, bloody Sunday" me levou a querer descobrir todo o anterior álbum ("Boy"), incluindo a maravilha que era "I will follow", já "Pride (in the name of love)" era a música que resultava sempre que me apetecia mandar toda a gente para a pista de dança nas festas da Afonso Domingues, se a versão de "Bad" no Live Aid me fez ver que os U2 eram a próxima grande banda da minha vida, já "Stuck in a moment..." quase destronava "Emmenez-moi" de Aznavour como a canção perfeita, se um problema técnico no meu i-Pod fez de "Moment of surrender" a música de um certo ano a descer pistas com a melhor neve de sempre, já "Gloria" foi a música de um certo verão com a mulher (quase) perfeita.
12 abril 2014
11 abril 2014
Talvez aquela situação de Paris, à chuva
Miguel Guilherme, ainda que faça o Rei Lear, estará sempre prestes a fazer a demonstração dos pequenos domésticos da Moulinex, Michael Jackson, ainda que na parte podre de Neverland, estará sempre a marcar o compasso de "We are the world", luva branca na calça preta, António Feio, ainda que eu o prefira como Mr. Deluxe, terá sempre vestido um colete de pele de vaca, Bono Vox, mesmo quando se abraça a Mandela, estará sempre a ponto de dizer "We're an Irish band. We come from Dublin City, Ireland. Like all cities, it has its good, it has its bad. This is a song called Bad." e eu, que tenho eu?
Passadas muitas horas desde a última vez, volto a abrir um jornal desses de Economia
E percebo que afinal as agências de notação financeira são nossas amigas e que só cá estão para ajudar e que o que dizem é muito válido e sábio.
10 abril 2014
09 abril 2014
Que vês da tua janela, Pipoco? (edição "uma semana a dormir onde me derem abrigo")
(este é capaz de ser melhor não, não há necessidade de aborrecer as pessoas...)
(para equilibrar, e como o caminho era curto, fui ver "Benilde", de Manuel de Oliveira, à Cinemateca. Vou ficar bem, a sério que sim...)
08 abril 2014
07 abril 2014
E agora coisas verdadeiramente importantes
Há poucas coisas tão mágicas quanto poder dispor de uma semana inteira para andar sem rumo por estradas nacionais.
06 abril 2014
Recordatório
Nunca, mas nunca mais, achar que um fim de semana num retiro de meditação é uma boa ideia para acabar a mais tensa semana de trabalho de que me lembro.
03 abril 2014
Pipoco, cofiando a barba grisalha, constata
(afinal há quem leia posts com muitas letras até ao fim)
02 abril 2014
De todas as histórias infantis que a minha mãe me contava, a que mais me intrigava era o "Pico pico, sardanico, quem te pôs a mão no bico? Foi a filha do juiz, que está presa pelo nariz, os cavalos a correr, as meninas a aprender, qual será a mais bonita que se irá esconder".
Intrigava-me a falta de conexão entre as tramas, aborrecia-me que nenhuma delas tivesse de facto uma conclusão, primeiro perguntava-se a um sardanico, presumo que uma ave, quem lhe teria colocado a mão no bico e o pico pico sardanico acusava a filha do juiz, assim mesmo, sem pudores, mas a filha do juiz estava presa, e logo pelo nariz, aqui questionava-me se seria uma espécie de piercing que prendia a filha do juiz, inquietava-me se ter colocado a mão no bico do sardanico teria sido a causa da prisão mas logo se me afigurava que teria sido alguma coisa mais grave, afinal nem mesmo sendo filha do juiz lhe tinha valido, talvez tivesse sido o próprio pai, o juiz, a mandar prendê-la, quiçá ter colocado a mão no bico do sardanico, talvez o animal de estimação de seu pai, tivesse sido a gota de água que tivesse feito o juiz perder a paciência e ter uma decisão desproporcionada, ainda para mais com o requinte de a mandar prender pelo nariz.
Ainda eu pensava nisto e já a história tinha mudado, agora eram cavalos a correr e meninas a aprender, mas as meninas aprenderiam a montar os cavalos, que não correm, galopam?, ou estariam as meninas a aprender as lições e, nesse caso, estudariam num hipódromo, o que seria desadequado, ou estudariam numa escola e, neste caso, seriam os cavalos que desadequadamente corriam num sítio inapropriado, assustando as meninas e perturbando-lhe a aprendizagem, talvez estudassem naquele momento física de partículas? E, finalmente, por que razão seria a menina mais bonita quem se devia esconder? Não seria mais próprio que fosse a menina mais feia a esconder-se, evitando assim assustar os cavalos com a sua fealdade, acalmando-os até que os cavalos deixasse de galopar dentro da escola e, assim, poderem ser transportados em segurança para os estábulos, deixando as meninas finalmente estudar em paz?
Ainda eu pensava nisto e já a história tinha mudado, agora eram cavalos a correr e meninas a aprender, mas as meninas aprenderiam a montar os cavalos, que não correm, galopam?, ou estariam as meninas a aprender as lições e, nesse caso, estudariam num hipódromo, o que seria desadequado, ou estudariam numa escola e, neste caso, seriam os cavalos que desadequadamente corriam num sítio inapropriado, assustando as meninas e perturbando-lhe a aprendizagem, talvez estudassem naquele momento física de partículas? E, finalmente, por que razão seria a menina mais bonita quem se devia esconder? Não seria mais próprio que fosse a menina mais feia a esconder-se, evitando assim assustar os cavalos com a sua fealdade, acalmando-os até que os cavalos deixasse de galopar dentro da escola e, assim, poderem ser transportados em segurança para os estábulos, deixando as meninas finalmente estudar em paz?
01 abril 2014
Já agora, que estamos todos aqui, pergunto
Quanto tempo pode um blog aguentar-se com retratos a mostrar o que se vê da nossa janela, entremeados com a problemática das mulheres e, a espaços, conselhos a um tipo com nome de actor de telenovela?
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