28 janeiro 2020

Pipoco também recebe mensagens da internet e avisa as pessoas

Já Pessoa nos dizia que recolhia as pedras que encontrava no caminho para a seguir construir um castelo, é bem visto, mas do que vos queria falar era de um negócio mesmo a sério, vejam lá que existe um príncipe na Nigéria que não consegue tirar de lá o dinheiro, coisa para centenas de milhões de euros, metade da massa é nossa se o ajudarmos, o príncipe está por tudo, e  ficar com metade do dinheirame é melhor que nada, basta fazer uma transferência de cinco mil euros para despesas de expediente e é esperar por metade da fortuna, isto se não acordarmos numa banheira de gelo com uma cicatriz na zona dos rins ou se não formos mordidos por uma cobra venenosa na banheira de bolas do Mc Donalds ou, sabe-se lá, se não nos sentarmos em cima de uma agulha infectada espetada numa cadeira de cinema, é ter cuidado, isto nunca se sabe para o que estamos guardados, é ver como o rapazito estava tão bem no alto das Torres Gémeas a tirar um retrato e já se vislumbra o avião que havia de mandar aquilo tudo abaixo, felizmente aquilo ainda eram máquinas de rolo e recuperou-se tudo nos escombros.

23 janeiro 2020

Vinil

Que eu saiba, e eu sei bastante, há muito que não aparece um bom blog novo, desses que me faziam pensar que sim senhor, ora aqui está uma coisa em condições, antes era fácil dar a conhecer um blog, inventava-se um nome razoavelmente tonto, pespegava-se um par de comentários pertinentes numa seleção de blogs que o cidadão com níveis exigência médio-baixo frequentava, uma Pipoca, uma Cocó, quiçá um Arrumadinho, e depois era esperar sentado pela vaga de fundo de sequiosos novos leitores que nos visitariam, ficando arrasados pela nossa escrita notável, pelo nosso sentido de humor superlativo, pelo suave perfume da nossa quase arrogância.

Agora, quisesse eu começar um novo blog, que não quero, e não saberia como dá-lo a conhecer.

22 janeiro 2020

Two down, four to go

Foi-se mais um dos que eu gostaria que nunca tivesse que ir.

Nem a taça da liga, senhores...

Alturas houve, e não foram poucas, em que este blog era uma espécie de garrafa com mensagem dentro, lançada ao mar na esperança que a pessoa certa a lesse. E era sempre lida pela pessoa errada, convencida que era a destinatária.

Não há coisa mais dramática que ler as mensagens que não se nos destinam.

05 janeiro 2020

Metáforazinha

Algures, lá para a primeira temporada, e foi aqui que a série me conquistou nesses tempos de antanho, Mrs. Draper acaba um episódio com um cigarro no canto da boca e a disparar uma caçadeira para os pombos do vizinho, a doce e quieta Mrs. Draper, num repente, por coisas lá dela e que lhe tocaram fundo, transfigura-se e torna-se uma mulher diferente, poderosa e capaz de derrubar quem quer que ousasse desafiá-la.

No episódio seguinte já Mrs. Draper tinha voltado ao normal, está claro.

03 janeiro 2020

Cá vamos andando, com a graça de deus


Comecei o ano com uma embrulhada de todo o tamanho, uma coisa que nem a benfazeja  mistura de um jantar acompanhado a Mirabilis grande reserva de 2017 rematado com Suntory Toki justifica, aconteceu que insisti que a cena do mendigo em laranja Mecânica era acompanhada pelo assobio que afinal era da entrada da enfermeira com pala no olho em Kill Bill, resta saber se o um ou o dois, quando afinal a cena de pancadaria ao mendigo é acompanhada nem mais nem menos que a Molly Malone, esse quase hino irlandês, são uma afronta estas partidas que certa parte do meu cérebro teima em pregar-me, isto de começar o ano com lapso tamanho não augura nada de bom, o pior é teimar na persistência do erro, uma vintena de cérebros menos potentes com o meu a tentar fazer-me ver a luz e eu a teimar, é por esta e por outras que já não me atrevo a fazer planos para o ano que entra, isto a não ser decidir ser imortal, lá está.