30 setembro 2010

Do início da noite

Do que me é dado observar, by Pipoco Tabasco

Pá, Mais Salgado, é dos meus olhos ou estás a ficar sem pedalada para aguentar o blog nos mínimos?...

Trocava tudo isto por uma coisa do género "Hoje eles vão jogar à bola"...

"Exmos(as). Senhores(as),

Durante o próximo jogo a realizar no Estádio, já esta 5ª feira, decorrerá no piso 3 Poente, no Lounge Corporate (espaço onde é servido o buffet de queijos e sobremesas), uma acção de animação das áreas Corporate, composta por:

- animação musical – com a presença de um saxofonista
- Show cooking – sobremesa feita ao momento
- presença de jogadores não convocados ao intervalo
- possibilidade de ganhar uma camisola autografada, a qual será entregue durante o intervalo por um jogador não convocado

No seguimento das acções que serão desenvolvidas, sugerimos que informem os vossos convidados da realização das mesmas, e que poderão usufruir da animação a partir das 18h05 (hora de abertura de portas), devendo também estar presentes durante o intervalo no Lounge Corporate.

Aproveitamos para divulgar que já se encontra à venda na Loja Verde o cachecol alusivo ao jogo, que estará disponível nos balcões de merchandising das áreas Corporate, e cuja imagem junto em anexo."

29 setembro 2010

Um rigoroso exclusivo de Pipoco Mais Salgado

Agenda da blogosfera nas próximas semanas:

Semana de 4 a 10 de Outubro: "Onde passei o fim de semana prolongado", com fotos do turismo de habitação e, naturalmente, a indispensável foto do pé descalço com unha pintada de vermelho na espreguiçadeira da piscina.

(Alternativamente, ode ao espectáculo de luz e cor que foi o concerto dos U2, com foto do bilhete na mão).

Semana de 11 a 17 de Outubro: "Comprei este sobretudo na Zara/H&M". Atendendo à previsão de baixas temperaturas esta semana, serão um "must" os posts sobre roupa da estação.

(Alternativamente, falar da roupa que se tira do armário e que ainda o Outono passado servia, um bocadinho apertada, é certo, mas, oh que horror, este ano já não serve).

Semana de 18 a 24 de Outubro: "Semana dos posts urbano-depressivos". O tempo começa a arrefecer, os amores de Verão começam a ir embora, aproxima-se o fim do mês com a consequente indisponibilidade de verba para sair à noite/comprar roupa, a tendência serão os posts lancinantes, os poemas de Florbela Espanca, as fotos em ambiente nocturno com névoa em fundo.

(Alternativamente, falar da primeira gala dos Ídolos e se foi ou não merecido terem saído aqueles miúdos e não outros)

Semana de 25 a 31 de Outubro: "Eu vou ao Concerto do Bublé"

Semana de 1 a 7 de Novembro: "Eu fui ao Concerto do Bublé"

28 setembro 2010

Das coisas que eu sei

Não é o poder que é afrodisíaco, sabes? Não o poder pelo poder, isso qualquer abnegado chefe de repartição de finanças tem ao fim de certos e determinados anos de casa.

O que é afrodisíaco é decidir, ter a capacidade de decidir bem, de forma justa, recompensar os realmente bons, mostrar caminhos, virar uma reunião de pernas para o ar porque não queremos ir atrás da manada, fazer a coisa certa ainda que não seja a coisa fácil, arriscar todos os dias, sem rede, apostar tudo no seis preto e saber que todos estão contigo não saem dali enquanto a roleta não parar, adivinha onde?, no seis preto.

Isso sim, é afrodisíaco, sabes?

Das dúvidas que me atormentam

O que me tolda o espírito e me impede o deboche absoluto é a eterna incerteza sobre se as que me têm como ódiozinho de estimação se aguentariam ao balanço se a mim também me apetecesse, digamos, explicitar aqui as minhas opiniões cifradas sobre o que penso do que escrevem mai-las coisas que vão gentilmente partilhando com o vasto auditório?

(eu sei, eu sei, eu não tenho ódiozinhos de estimação, isto sou eu a fazer de conta)

27 setembro 2010

Por hoje era só mais isto

Estava eu enroscado no meu filho, a ver um documentário sobre a vida dos mineiros, a dureza, as condições de trabalho, e tal. Ele perguntou-me se eu ganhava mais que um mineiro e eu disse-lhe que achava que sim, bastante mais. Ele perguntou-me porquê. E eu pensei na dificuldade que é prever mercados e fazer umas reuniões e não fui capaz de responder.

Os problemas das mulheres

A melhor forma de sermos dignos dos seus favores é ignorá-las de todo.

Do abrir os olhinhos, by Pipoco Tabasco

Pá, Mais Salgado, tu é que sabes da tua vida, mas se enveredas por uma linha editorial com o coeficiente de abichanamento do post ali em baixo, do Outono e não sei quê, e chuva e o caralho a sete, o conceito de snob-chic vai-se num instante. Vê lá isso...

Que venha o Outono

...que me está a apetecer correr à chuva, castanhas assadas na lareira enquanto ouço a Cecilia Bartoli, cheiro a lenha quando saio à rua, casacos de lã em tons de castanho, levar as crianças à escola debaixo do guarda-chuva, uma por uma, saltar nas poças de água, chá preto tomado vagarosamente, ler livros no sótão e parar de ler para escutar a chuva no telhado, falar e sair uma nuvem de vapor, contar os dias que faltam para esquiar.

Post em tempo real

Estava aqui a ver umas coisas extremamente importantes da minha vida e houve ali uma coisa no televisor LCD duzentas polegadas que me fez levantar os olhos dos futuros do Arabian Light e, em verdade vos digo, aquela miúda que estava a tocar viola sentada no chão, a dos olhos azuis e dos dentes certinhos, essa, a loura, vai ganhar aquilo dos Ídolos, sem espinhas.

(foda-se, estou tão orgulhoso de poder dizer isto em primeira mão e acabar já com a conversinha da blogosfera sobre quem vai ganhar a coisa e poupar tempo a toda a gente em geral e a mim inclusivamente...)

(Lá está, enquanto eu escrevia estas singelas palavras, a miúda passou à fase seguinte)

26 setembro 2010

Dos cupcakes (falava disto ou do jogo que acabei de ver em Alvalade)

Um dia, há muito tempo, experimentei um cupcake, meia dentada na coisa bastou-me para perceber que não precisava de mais para ter uma opinião sólida sobre a coisa, acontece-me o mesmo com os discos do Emanuel ou com as entrevistas do Vilas-Boas, em vendo a capa do cêdê ou em lendo as primeiras linhas da entrevista, a coisa mostra-se logo na sua plenitude e eu escuso de perder o meu tempo, mas hoje eu achei que devia proporcionar uma segunda oportunidade, eu sou assim, não parecendo, sou um tipo extremamente sensível, uma alma sã que dá segundas oportunidades às situações, de maneiras que hoje resolvi atacar um cup-cake na sua plenitude, ingerir um por inteiro, uma suave experiência da massa com a cobertura e, meus caros, no final senti-me como se tivesse virado seis gin tónicos em shot mode, como se tivesse comido dez berigelas com favas, a náusea, a pressão do diafragma contra o céu da boca, eu ali a desfalecer, a multidão a passar por mim e a ignorar a minha dor, eu a ficar sem cor e a pensar se haveria nas redondezas um desfibrilador, eu a recuperar a custo e a prometer a mim próprio que tenho que deixar de ser um bom menino e acabar com esta bizarria das segundas oportunidades.

24 setembro 2010

Post de fim de tarde

Daqui onde me encontro, mais precisamente na esplanada do Lais de Guia a beber um chá de camomila, escusais de passar por cá que eu já estou de saída, reparo que já vi três jovens mulheres envergando leggins, o que é mau, mas leggins de renda preta, o que me assustou deveras, a minha apurada intuição diz-me que três jovens a ostentar a mesma peça de roupa é capaz de significar que leggins de renda é uma tendência desta estação e isso, parecendo que não, incomoda-me.

Dos maus filmes

Não sei que coisa viral é esta que me atacou, desde há dois anos para cá que estou numa espécie de campeonato comigo próprio para bater o recorde de pior filme que vi na minha vida, sou assim uma espécie de Usain Bolt a ultrapassar os seus próprios limites, ele naquela mania das corridas, eu a ver filmes maus, até gostei do primeiro Wall Street, quase quis ser (e quase fui) um daqueles tipos de camisa às riscas e suspensórios que nunca dormiam, o dinheiro não dorme, e o Gekko, caramba, aquilo é que era um tipo mau à séria, os meus amigos preferiam o Rambo, eu gostava do Gekko, era um tipo mau com categoria, sempre fui menos óbvio que os meus amigos, era por isso que, não apalpando o rabo às miúdas nos intervalos das aulas eu acabava quase sempre, e como é doloroso ter que escrever "quase", por captar a atenção das miúdas, eu com o jornal Blitz debaixo do braço e a explicar-lhes os exercícios de matemática e de física conseguia melhores resultados que eles, que se tornaram especialistas em apalpar rabos nos intervalos das aulas, em verdade vos digo, este Wall Street que estreou hoje é mau do princípio ao fim, nem a legendagem se safa (e nem falo no critério largo da tradução), ide ver e depois dizei-me quais são os três erros ortográficos que aparecem na legendagem, três erros de bradar aos céus, um troca um "j" por um "g", outro coloca um acento circunflexo onde ele não deve estar e o terceiro troca um "s" por um "z", nem o Gekko de agora é coisa que se apresente, o de agora é um menino, só tem uma frase que se aproveita em todo o filme: "vamos fazer um acordo, você deixa de contar mentiras sobre mim e eu não conto a verdade sobre si".

23 setembro 2010

Les jeux sont faits

Acho que, desta vez, nem o meu melhor ar de cachorrinho abandonado me salva...

Do vídeo da ministra da educação

Nem é o resultado final do vídeo da ministra da educação que me incomoda, a coisa é suficientemente surreal para me fazer ter vontade de rever "A Vida de Brian" tão depressa quanto possível, associação de ideias, o que realmente me deixa impressionado é que nenhum assessor, nenhum chefe de gabinete, alguém, por deus, o cameraman!, ninguém foi capaz de puxar a senhora ministra de parte, dizer "senhora ministra, posso ter uma palavrinha consigo em particular?" e dizer-lhe a verdade, que a coisa é ridícula, não a deixar fazer aquela figura, garanto-vos, fosse eu a ministra e despedia aquela corja toda, as equipas servem para isto mesmo, para nos dizer na cara o que tem que ser dito.

Gentil mensagem que o Prof. Bakar, com escritório em Santos Pousada, me deixou no pára-brisas, hoje, ali por alturas das Torres das Antas

"Grande especialista com 31 anos de experiência. Se o/a companheira/o o/a deixou venha ter comigo para o regresso definitivo do ser amado, resultado 100% garantido . Resolve os problemas delicados para toda a vida, amor, amarrações, problemas de casamento, familiares e de justiça, protecção contra todos os perigos, sorte no jogo e negócios, arranja a manter o emprego, resolve vício de droga, jogo e álcool e impotência sexual. Faz emagrecer. Faz consultas na presença das pessoas e à distância. Sucesso garantido"

Professor, não preciso de nada destas coisas, isso de sugerir que eu possa precisar da sua ajuda para resolver a problemática da impotência sexual até quase levo a mal, o fazer emagrecer, deixe estar, desde que voltei aos fatos quarenta e oito o que me incomoda é o dinheirão em fatos Ermenegildo Zegna e Boss tamanho cinquenta e dois que deixei quase novos, sorte nos negócios, o professor não está bem a ver, a coisa até enjoa, sorte ao jogo, às vezes tenho pena da rapaziada da mesa do blackjack do Casino Estoril (olá Santos, olá Mafalda...) que me passam as fichas com tão má cara que quase me aborreço com eles.

Agora se o professor me dissesse que fazia com que o Sporting jogasse bem à bola, ah, meu caro, éramos capazes de ter negócio...

22 setembro 2010

Pipoco, em modo "estou à espera de avião e por isso posso escrever um post em tempo real"

Nunca voei com a Ryanair, afinal de contas sou o feliz proprietário de um blog snob-chic e há todo um ror de pequenos nadas que me são vedados, soubesse alguém que eu voava com a Ryanair e seria uma facada avassaladora nesta minha condição snob-chic da qual eu jamais recuperaria e eu não estou preparado para perder este estatuto que tanto me custou a alcançar. Não obstante, reconheço que o Michael O'Leary é um visionário e, caramba, se há quem saiba reconhecer tipos que vêem além do dia de amanhã, esse alguém sou, não desfazendo, mas a verdade é que eu sou capaz de descortinar os que conseguem ver dez lances à frente numa partida de xadrez, e se eu digo que o O'Leary é um visionário, descontando aquilo de a rapaziada aguentar tudo desde que pague pouco, é porque é, a verdade é que ainda há bem pouco tempo tínhamos o mecânico e o radio-telegrafista no cockpit, quatro pessoas, quem diria que estes seriam dispensados? agora quando vão quatro no cockpit é quando um dos meus amigos que conduzem aviões me desafia a ir ali a Nova Iorque jantar, fora isso são dois e, sei-o eu, que tenho centenas de hora de cockpit, podia ser apenas um desde que garantissem que haveria sempre um passageiro que soubesse jogar Flight Simulator, a coisa dava-se, na verdade é como o O'Leary diz, criou-se todo um ambiente de romantismo à volta dos aviões que veio colocar paus na engrenagem toda, há todo um conjunto de regras que contribuem para o glamour da coisa (porque razão preciso eu dos tipos do handling, caramba, eu posso transportar a minha mala até ao avião e alguém a coloca no porão e a devolve à saída), elevou-se uma viagem de avião a uma experiência sensorial única, quando na verdade um avião não passa de um meio que me possibilita ir do ponto A para o ponto B, não é preciso mais nada desde que, naturalmente, me continuem a assegurar o lugar 6A é meu.

Confesso que...

...já tinha saudades de ouvir o Paulo Bento, mais o seu estilo "toda a gente me deve dinheiro e ninguém me paga".

Quem disse que os homens não têm orgasmos duplos?...



21 setembro 2010

É dos meus ouvidos...

... ou aquela vozinha do treinador do Porto prejudica irremediavelmente o binómio arrogante-blasé?

Da sabedoria empírica

Imensos comentários: fotos pessoais, digam-me lá anonimamente de quem é que não gostam, série "eu já...", guerrilha blogosferiana.

Bastantes comentários: futebol, gadgets, cenas da vida do blogger mas sem fotografias, "Ídolos", futilidades, posts com uma linha.

Alguns comentários: perguntas directas ao auditório, vinhos e restaurantes, música e cinema, posts com cinco linhas.

Poucos comentários: política, pensamentos de grau de complexidade médio, posts com mais de dez linhas.

Nenhum comentário: posts em que não está aberta a possibilidade de comentar

20 setembro 2010

Das dificuldades da vida pipoquiana

Parecendo que não, a minha vida é extremamente difícil principalmente no que concerne à componente de ser o proprietário de um blog snob-chic, uma vez que praticamente não há material de referência para fazer um blog que cumpra as mínimas condições exigidas por este nicho de mercado, tivesse eu um baby-blog e sim senhores, havia temática de sobra, ora agora falava sobre a depressão pós-parto, ora a seguir falava sobre a coloração e consistência dos esfíncteres, o respeitável público havia de se comprazer com os temas e havia de me fornecer toda a informação necessária para levar a bom porto os cuidados a ter com a criança, tudo isto sob a forma de comentários, tivesse eu um blog cor de rosa (e estive assim, a esta distância, de ter um...) e haveria de debater a temática da viscosidade dos vernizes, aconselhando uma corrida à roupa da Zara como se de um bem raro se tratasse, como se as edições fossem numeradas e assinadas pelo autor, sapatos de plástico produzidos em Makakong-ling.chu, sim senhores, mas assinados pelo operador da máquina do turno de produção, tivesse eu um blog da categoria "selinhos e tal" e não me faltaria material, ora agora uns poemas da minha autoria em que amor rimasse com dor, um clássico, ora agora uns vídeos engraçados com pessoas a cair de skate e de bicicleta, se eu tivesse um blog da temática desportiva, havia de escalpelizar a falta de profundidade do futebol do João Pereira no jogo de ontem, só justificada pelo facto de lhe ter calhado em sorte o Coentrão, com um leve remoque ao adiantamento do Rui Patrício no segundo golo e, claro, uma referência jocosa ao discurso do Jorge Jesus, áquilo do virar frangos, tivesse eu um blog sobre política e era só escolher o lado da barricada, argumentaria com os números da OCDE versus os do INE, compararia a iletracia no Azerbeijão com a de Cuba e traçaria paralelo com os países do norte da Europa, invocaria os meus conhecimentos dos meandros do poder e atemorizaria os outros escribas, num jogo de "não me obriguem a dizer tudo o que sei porque é capaz de ser desagradável", logo fui escolher este caminho do blog snob-chic, uma carga de trabalhos que me obriga a fazer tudo sozinho, não há literatura disponível, o caminho tem que ser desbravado todos os dias, como eu dizia no princípio, e por aqui podereis verificar a minha coerência editorial, digo o mesmo no princípio e no fim do post, parecendo que não, a minha vida é extremamente difícil.

Dos tiros ao lado, by Pipoco Tabasco

Oh que caralho, mas com tantas nacionalidades disponíveis que eu tinha para escolher de entre a miudagem de todo o mundo para passar um ano a morar em minha casa, porque caralho tinha eu que me lembrar de escolher uma paraguaia?

Série "Pipoco escreve como..."

Estou aqui a decidir se, neste conceito snob-chic, faz sentido inaugurar aqui uma série de posts em que copio o estilo de escrita de alguns dos blogs que leio.

(oh não, Pipoco vai mesmo maçar as pessoas...)

Pólo, minha doce e amável Pólo, nem sabe o quanto lamento as nossas agendas com vida própria não terem permitido até agora que nos debrucemos sobre estas temáticas com um ginger ale como pano de fundo e, assim sendo, termos que maçar as pessoas que nos concedem os seus favores de leitores cumplices.

i) Repare, não sendo eu nem mamalhudo nem intrusivo nem louro e, agora sei que a vou pasmar, não sendo desdentado, careca, gordo ou mesmo suburbano, trocando essas minhas lacunas por uma voz agradável, um aperto de mão firme, um sorriso genuíno e um longo treino em ouvir o dobro do que falo, tudo isto alicercado em algum saber das coisas do mundo, dão-me uma vantagem preciosa na hora das primeiras impressões e da empatia com as pessoas. Facto, pergunte a quem quiser.

ii) Gosto verdadeiramente de pessoas, sim, o meu trabalho passa pelo êxito das pessoas, algumas dezenas de dezenas de pessoas a quem eu, a todo o custo, tento evitar encontros imediatos com os recursos humanos, com algum sucesso. Com o tempo, vamos percebendo a detectar o que de bom tem aquela pessoa que "não funciona" em determinado contexto. Naturalmente, não tenho tempo nem disponibilidade para gostar de todas as pessoas, por isso aprendemos a canalizar as energias só para algumas, para as que achamos que valem a pena e mercem segundas e terceiras oportunidades.

iii) Reitero que não me afligem demasiado os comentários desagradáveis, apesar do blogómetro, que me serve essencialmente para ver se o "Gajas boas e nuas" está ou não atrás de mim na listagem e, naturalmente, dá-me uma noção de escala, será um defeito de formação profissional. Já o sitemeter é um precioso instrumento para que os anónimos mais atrevidos não passem sem rasto, como sabe. Os comentários e as apreciações desagradáveis são residuais mesmo não sendo o Pipoco propriamente um blog que agrade a toda a gente, comenta pouco, não manda selinhos e há dias em que eu próprio acho que estou nos limites do snob-chic (desculpe, tenho tão poucas oportunidades para relembrar este conceito...). Finalmente, uma boa parte das apreciações desagradáveis são perfeitamente identificadas e têm um contexto preciso, a blogosfera é uma aldeia e, querendo, todos sabem tudo sobre todos.

iv) Quanto ao produto que fazemos, e aqui começamos a falar a mesma linguagem, isto do Pipoco é um projecto que resulta de uma aposta, com tempo para acabar e tudo. Para que resultasse, e eu ganhar a aposta, teria que cuidar deste blog como se de um projecto a sério se tratasse. Como sei alguma coisa de fazer acontecer coisas e sei ainda mais de projectos que resultam, foi fácil, lembro-me que partilhei as regras básicas logo nas primeiras semanas de Pipoco, só não faz igual quem não quer. Acredite, e saberá que a humildade bacoca não é o meu forte, que ainda me espanto não com as pessoas que por aqui passam, mas pelo impacto que têm algumas coisas que escrevo e que provocam emoções e interpretações (boas e más) nas pessoas.

v) Isso do tal sururu da blogosfera tem a relevância que tem, quase nenhuma. Preocupa-me muito mais o anonimato da coisa, porque diz muito sobre aquilo que somos, tendo a desprezar aqueles que são servis quando falam com "o chefe", mas que, chegando cá fora, gozam com a gravata do chefe, tendo a desprezar os que são cornos mansos e que deixam que lhes comandem a vida e depois, por detrás das moitas, lançam boatos e são cobardolas. Até hoje, apenas um blog identificado foi desagradável para o Pipoco, mesmo assim com um comentário anónimo para me dirigir para um blog que eu, nem nos mais subterrâneos pensamentos sonharia que existisse. Foi a Isilda.

19 setembro 2010

(mas é que não jogámos a ponta, pá...)

Com tanta crise financeira, um governo periclitante, o drama dos mineiros, a situação da camada do ozono, não percebo como pode haver pessoas que perdem um minuto que seja a falar de coisas menores como é o futebol.

(Oh não, Pipoco reflecte outra vez...)

O post da Polo Norte, este aqui, fez-me reflectir na coisa, e quando eu reflicto sobre o que leio na blogosfera é porque alguma coisa não está bem, mas a verdade é que fiquei a reflectir sobre o que li e eu, em reflectindo, concluo sempre coisas e as coisas são estas:

i) As pessoas normalmente gostam de mim, nada a fazer, uns dirão que é presunção a mais, outros que é arrogância, mas a vida é assim mesmo, o que acontece é que, não precisando de fazer muito para que as pessoas gostem de mim, acaba por me sobrar mais tempo para o que realmente me motiva, que é eu dedicar-me a gostar de pessoas, e isso, meus caros, é o que verdadeiramente dá luta, imaginemos que nos cruzamos, eu e o meu caro leitor, a empatia não é imediata, é aqui que se inicia o meu projecto de gostar de pessoas, tentar descobrir o que de fascinante terá o caro leitor, tem sempre, isso aprendi eu desde cedo, mais tarde ou mais cedo acabo por gostar de si e o mais interessante neste jogo é que, em se gostando de pessoas, as pessoas acabam por gostar de nós, elas e as que estão à volta e que percebem que nós gostamos de pessoas, além de que, dando mais trabalho, é muito mais divertido do que ficar à espera que as pessoas gostem de mim só porque sim (e aqui ia escrever, "só porque eu mereço", mas era capaz de contaminar a ideia-final da Pólo, que é uma boa ideia no contexto do seu post).

ii) Verdadeiramente, não relevo muito o que as pessoas que lêem o blog pensam de mim, o Pipoco não sou eu (desculpem, minhas senhoras...) e sei que não sou nem o expoente supremo da ironia, fruto de uma inteligência superior nem sou o arrogante-mor do reino, imbecil, desinteressante e snob até à quinta geração, desculpar-me-ão os fiéis leitores, mas isto é só um blog, o Pipoco não existe e para me conhecerem veradeiramente teriam que me olhar nos olhos, sentir a firmeza do meu aperto de mão, verificar se falo com a boca cheia e perguntar-me o que penso eu sobre a expulsão dos ciganos, se faço voluntariado, como trato os meus amigos e a minha família e essas pistas eu nunca dou, apesar de às vezes ser eu quem aqui escreve e não o Pipoco, não são vezes suficientes para que me tracem um perfil. A maioria de nós são pessoas normais, com coisas boas e más nas suas vidas, porque haveria eu de ser diferente?

iii) Outra coisa que aprendi a ter é a noção das proporções, vamos imaginar que um milhão e meio de pessoas lê blogs neste país, tendo um blog mil e quinhentas visitas diárias, isso quer dizer que apenas 0,1% dos leitores de blogs contemplam com os seus favores esse blog. Admitindo que apenas 15 pessoas comentam o post diário, isso significa que apenas 1% das pessoas se sentiu de tal forma tocada pelo post que o comentou (e, para facilitar, vamos admitir que o único motivo das pessoas comentarem é o interesse genuíno em contribuir com a sua opinião). É deste grupo residual que saem os que não gostam verdadeiramente de nós, a tal ponto que têm que o expressar explicitamente e aqui não, não me esqueci daqueles que não gostam do que escrevemos e, pura e simplesmente, não voltam nunca mais. Quero dizer que a base é curta, onão vale a pena valorizar demasiado os poucos qua não gostam de nós.

iv) De tudo o que escrevi antes, não se conclua que me é indiferente a interacção, não foi isso que eu disse. A maioria das vezes o feedback do que escrevo é absolutamente em linha com o esperado, sei que emoções gera um post, sei que um post com fotos pessoais dispara o número de visitantes, sei que se perguntar quais são os vossos blogs preferidos terei o Pipoco na lista da maioria dos comentários, afinal estou a perguntar a quem me lê, é como perguntar à porta da entrada do sector dos sócios do estádio da luz qual é o clube da simpatia do entrevistado, sei como se vira do avesso uma caixa de comentários daquelas em que todos estão a seguir um raciocínio e, em havendo quem proponha um ponto de vista diferente se vira o sentido dos comentários e muitas vezes se vira do avesso a ideia do post, sei que este post, publicado a um domingo, será lido por um terço das pessoas que o leria se fosse publicado amanhã, e é mesmo isso que eu desejo, o Pipoco é o Pipoco e no Pipoco não há lugar para reflexões sobre a blogosfera.
v) Ainda reflecti mais coisas, sobre quem comenta anonimamente. Fica para um dia destes.

17 setembro 2010

Provavelmente...

...o segundo melhor blog de macho alfa da blogosfera.

Se...

...eu adiei a reunião por duas horas a pedido dela, segurei a porta para ela entrar, sorri genuinamente, perguntei se desejava café, coloquei o meu telemóvel no silêncio, usei o meu tom de voz que costuma acalmar as pessoas, iniciei a conversa com um quebra-gelo adequado, porque raio é que ela havia de desatar num pranto ao fim de cinco minutos só porque os números dela não coincidiam com os meus?

Dos posts para encher chouriços

Ontem, na caixa de comentários da Luna (não precisa de link) tive que enfrentar a dura realidade de ter conhecimento do facto de haver pessoas que não apreciam este blog, estou de rastos, eu a pensar que as pessoas, todas as pessoas, me apreciavam deveras, caramba, eu sou tão dedicado, eu aqui a esforçar-me para escrever coisas extremamente divertidas, e afinal, há quem não aprecie a atmosfera tão familiar e acolhedora deste blog, um homem aqui a criar ambiente para as pessoas ficarem e beberem um copo, e afinal é isto, a dizerem que o Pipoco é do piorio, e tal.

Vou ali acender um Cohiba Lanceros, que acompanharei por um Barca Velha de 66 ou por um Old Busmills, com os nervos até me está a custar decidir, ligo o gira-discos com a nona de Beethoven, que isto a coisa carece de ânimo e vou ficar aqui a reflectir na problemática da ingratidão, cada vez que me lembro até fico com taquicardia, umas ingratas, é o que são as pessoas que não apreciam o esforço de um homem, estou abalado e até às duas da tarde, em verdade vos digo, nem mais um post.

16 setembro 2010

O nosso Sporting lá se safou, hein?...

Estava aqui a pensar em escrever qualquer coisa sobre anónimas que escrevem coisas inflamadas sobre isso da cobardia do anonimato, mas, se calhar, é melhor não...

(e o tempo fresquinho que fez hoje?...)

15 setembro 2010

Eu nunca vi...

…o Louçã a rir, um jogador ser assobiado pelos adeptos do seu clube depois de marcar um golo decisivo , um blog de mulher sem post com fotografia dos pés, um livro do Saramago que me tivesse desagradado, um negro com borbulhas de acne, um filme da Sofia Coppola que me enchesse as medidas, um urinol daqueles com mosca desenhada em que não tivesse feito pontaria à mosca, um vinho espanhol de cinco euros a garrafa que não fosse aceitável, o Pinto da Costa sem me agoniar, sabonete na casa de banho do Lux, um serviço simpático na Trindade, cerveja mal tirada em Munique, um recem-nascido bonito, um tipo a conduzir carros transformados sem usar boné de basebol com a pála virada para trás, um pobre com bons dentes, à quarta jornada o Benfica ter menos pontos que uma joaninha .

De como as coisas podem mudar

Afinal já não me apetece que este blog se enquadre na categoria dos blogs cor-de-rosa, afinal a coisa é mais difícil do que eu imaginava, afinal agora apetece-me que este blog seja reconhecido como o farol dos blogs da categoria snob-chic, disseram-me ontem que este blog era snob-chic e decidi que é isso que eu quero para mim.

14 setembro 2010

Os problemas dos homens

Acreditar que "ela nunca me faria uma coisa dessas".

Sofro com isto, acreditem que sim

Depois de eu o ter brindado com uma extraordinariamente bem feita abordagem ao mercado, com as forças e fraquezas da coisa, as oportunidades e as ameaças bem elencadas, um overview perfeito sobre a descomoditização do negócio, um forescast ao final de 2011 imaculado e uma conclusão inquestionável sobre o futuro dos futuros, o trainee, acabadinho de tirar aquele rabinho da universidade, aquela barbinha imberbe e aquele estilo a meio caminho entre o nerd que ainda vive em casa da mãe e o intelectual de esquerda que brilha na conversa sobre o capital, num contexto de tasca do Bairro Alto, vestidinho com uma roupinha que tanto lhe poderia servir para impressionar o júri dos Ídolos como para ter sido usada pelos Spandau Ballet em 1982, o trainee, dizia eu, retorquiu-me "isso não é bem assim".

E, para mim, que sou um sentimental nestas coisas, é sempre uma maçada ver uma carreira acabar tão precocemente, principalmente antes de começar.

13 setembro 2010

Se isto não é o destino a brincar comigo, então não percebo nada de destinos a brincar com as pessoas...

Acabo de chegar da reunião com a directora de turma de um dos meus filhos. Tinha uma pulseira do equilíbrio no pulso, uns óculos modelo Aviator empinados na cabeça e pareceu-me, mas isso sou capaz de ser eu que sou muito sugestionável, pareceu-me que tinha cara quem vai ao concerto do Bublé.

Os primeiros seis meses já se foram...

...mas ainda me sobram seis meses para me divertir com este este blog. Aproveitemos, pois.

Pipoco inicia-se na artes de escrever posts da categoria "vocês sabem de quem eu estou a falar"

Nós, os bloggers acabadinhos de chegar da província, encolhidinhos em cima da caixa de carga de uma camioneta da fruta e deixados à nossa sorte na estação de serviço da Encarnação, "agora para a blogosfera é por ali, amigo, sempre em frente!", temos um sonho, e que sonho é esse que tu tens, Pipoco? pois sonho que um dia terei um blog que as pessoas lerão e, depois de ler, puxando pelos seus cachimbos e com Bach como música de fundo, reflectirão profundamente naquilo que eu escrevo e, entre duas baforadas e um gole de Old Bushmills, escreverão fervorosas respostas, alimentarão polémicas densas e intrincadas, eu darei réplica, a blogosfera suspensa, a carregar em éfecinco a cada dez segundos, sôfregos da minha réplica, ansiando a tréplica que se adivinha polémica do meu interlocutor, quando penso que esse sonho está quase a realizar-se, afinal há quem me leia, imagino-vos a não dormir enquanto pensam nas segundas e terceiras leituras do que escrevo, imagino os mais capazes a delinear estratégias para que estale a polémica, quando estou a pensar que, de facto, estou próximo desse nirvana que é ter posts que reflectem sobre o que escrevo e merecem que as pessoas percam tempo a presentear-me com a sua leitura sábia dos meus ensinamentos, afinal há quem repare na minha obra e a refira, só que quem está do outro lado afinal é um estudo de caso da categoria "quero muito que o Pipoco repare em mim", e eu caio na dureza da realidade, volto a pôr os pés no chão e verifico que não passo da cepa torta, que ainda terei que penar até que alguém em condições repare nesta eterna esperança adiada da blogosfera que sou eu.

12 setembro 2010

Da joga da bola de ontem no Dragão

O facto de ir ao Dragão ver um jogo onde me dá igual o resultado, embora um empate fosse simpático, permite-me ver o outro lado do jogo, copo de gin na mão, recostado na poltrona confortável:

i) O Braga perdeu porque o treinador do Braga dispensa o casaco durante o jogo, o que lhe dá a possibilidade de enfiar as mãos pelos bolsos das calças, puxando-as para baixo, o que lhe afasta o final da gravata da linha do cinto, usando, ainda para mais, as mangas da camisa arregaçadas. Por outro lado, o Villas-Boas não usa gravata, desaperta os dois botões cimeiros da camisa e não dispensa o casaco. Também fica de pé, mas com as mãos na cintura, o que lhe afasta as abas do casaco e lhe confere um estilo matador que contrasta com o estilo "calças para baixo" do Domingos.

Ora os jogadores reparam nisto, falam entre si "Já viste a figura que faz o teu treinador, ó Luís Aguiar?", distraem-se todos com a conversa e o Hulk, para quem o conceito de "estar na moda" é mudar de fato de treino uma vez por semana, sente-se excluído do grupo e aproveita para correr por ali fora, livre de marcação e marcar golos.

ii) Há publicidade à "Benfica TV" no Dragão. Parece-me um investimento com pouco retorno, mas isso sou eu que percebo pouco de marketing dirigido.

iii) Os treinadores acreditam mesmo que os jogadores os ouvem quando eles passam o jogo inteiro a dizer coisas para dentro de campo, os jogadores do outro lado do campo, a equipa do Macaco a gritar todo o santo jogo, fez-me lembrar aquelas bloggers que passam o dia escrever posts, ininterruptamente, sem que ninguém leia nada aquilo.

iv) Não se deve comer uma francesinha na Cufra à uma da manhã e depois fazer trezentos quilómetros de carro, sozinho,

11 setembro 2010

Do sentido de humor

"E a próxima é dedicada às nossas guitarras roubadas"

Tim, antes de os Xutos atacarem "Perfeito Vazio", ontem à noite em Mora.

10 setembro 2010

Meio dia na vida de Pipoco

Pipoco selecciona cuidadosamente uma roupa confortável.



Pipoco sai de casa e decepciona a sua cadela, não jogando futebol com ela, relembrando as várias vezes em que ambos se entusiasmam no jogo e Pipoco acaba por ter que ir mudar de roupa.


Pipoco entra no seu potente carro. É bastante cedo, mas Pipoco gosta de ir com tempo.




A estrada está livre para Pipoco, aliás tudo está sempre livre para Pipoco.



Pipoco estaciona no parque do aeroporto




Pipoco, como sempre, toma o seu pequeno almoço no Harrod's. As empregadas brasileiras já sabem o que deseja Pipoco e Pipoco não carece de falar para ser imediatamente servido



Pipoco tem tempo antes da sua reunião, pelo que decide usar os transportes públicos para chegar ao centro da cidade.



São dez da manhã, hora local, mais uma hora que em Lisboa. A Castellana está calma, Pipoco toma um segundo café.



Terminados os seus afazeres, Pipoco retorna ao aeroporto e toma uma ligeira refeição.



O voo de regresso é operado pela Portugália. Pipoco não aprecia estes pequenos aviões.


09 setembro 2010

Pipoco reflecte sobre a temática blogosferiana do momento

As coisas são tão simples que às vezes até se me dá os nervos por ter que as explicar, mas a vida é assim mesmo, de forma que vamos lá a isto:

i) O facto de ter um blog com acesso não restrito e a possibilidade de os amáveis leitores me brindarem com os seus comentários tem um retorno, que é todos poderem ter opinião sobre o que escrevo e gostarem ou não da persona Pipoco (não de mim). É um jogo, se eu não quisesse que me lessem faria um blog privado, se não quisesse que me comentassem retiraria essa possibilidade. Mais, o facto de ter caixa de comentários e endereço de e-mail à vista, convida exactamente a um feedback que é incentivado e, já agora, apreciado.

ii) Por outro lado, este blog não é propriamente uma democracia. Com a moderação de comentários, posso seleccionar os comentários que me convem publicar, sendo meu o critério, que poderá flutuar de acordo com a minha disponibilidade mental ou com o meu melhor ou pior humor na hora de decidir publicar. Neste contexto, posso optar por publicar apenas os comentários que me são favoráveis, por exemplo, embora o retorno que terei é que as pessoas, a prazo, deixarão de comentar. O critério que tento seguir é não alimentar guerras nas caixas de comentários (isto é, alguém insultar quem comentou antes ou insultar outros bloggers) e, naturalmente, não publicar comentários que eu considero deselegantes e fora de contexto do que escrevi. Mais uma vez, o critério é meu, mais uma vez, este blog não é uma democracia.

iii) Tenho que assumir que o que escrevo e o que me exponho tem uma consequência, quem me lê acaba por fazer uma imagem de mim (e agora, mais perigoso, já não falamos da persona Pipoco, falamos de mim), umas vezes simpático, outras vezes arrogante, outras gordo e careca, outras um tipo interessante, outras ainda um tipo com bom ar. Faz parte do jogo, eu cá me aguento, garanto-vos.

iv) Na maioria dos casos, tenho consideração por quem escreve. Valorizo quem se dá ao trabalho de publicar, de exercitar a escrita, tendo sempre a simpatizar com quem gosta de escrever. Por outro lado, os blogs surgem pelas mais diversas razões e há pessoas que têm um blog porque estão em fases sensíveis das suas vidas particulares e isso merece-me todo o respeito na hora de comentar. A razão porque quase não comento (e garanto-vos que sou muito melhor comentador que blogger) é porque nunca encontro feedback para troca de ideias e, pior, não reconheço estrutura mental para aguentar críticas a muitos dos bloggers que aprecio.

v) Há blogs fraquinhos, há quem escreva mal, há quem verta as mágoas no blog, há quem se exponha no blog. Eu não gosto. Como não gosto, dou-lhes o mesmo tratamento que às favas com chouriço que às vezes surgem no menu. Normalmente não peço as favas com chouriço, só para dizer que detesto favas com chouriço, isso levar-me-ía tempo (teria que escolher outro prato a seguir) e não acrescentaria valor ao meu dia (eu já sei que detesto favas com chouriço). Faço o mesmo com os blogs deprimidos, demasiado pessoais ou com muitos selinhos. Naturalmente (mais uma vez faz parte das regras do jogo) não me faz confusão que nem toda a gente goste do meu estilo e que passe ao blog seguinte.

vi) As opiniões das pessoas têm uma importância relativa. Se me dizem que o que escrevo feriu alguém, isso sim preocupa-me (é por isso que tenho um blog absolutamente inócuo, quase sempre neutro). De resto, uns dirão sempre que sou genial a escrever e outros dirão que este blog é monocordico. Ambos terão razão e eu sei exactamente quais os posts realmente bons que escrevo (é fácil, são os que são menos comentados). Por exemplo, amanhã estará aqui um post absolutamente menor. E amanhã será um dia de muitas visitas. Faz parte do jogo, uma vez mais.

vii) Para concluir, isto são só blogs, isso é certo. O problema é que os blogs têm pessoas por detrás. E, com as pessoas, é preciso cuidado. E respeito.

08 setembro 2010

Pipoco, em modo "líder de opinião"

Ah, já não se aguenta este tempo tão frio.

(Sou o primeiro a dizer isto esta época)

(Aposto o que quiserem que a partir deste momento me vão copiar a ideia genial que é falar do tempo e vai ser o tema de eleição na blogosfera nos próximos meses)

Das coisas que eu não sabia e fiquei a saber e ficando a saber fiquei na mesma

Bastou um comentário, atentai, apenas um comentário no blog da Pólo Norte, a expôr humildemente a minha ignorância no que concerne à situação de que se fala, o nascimento do pequeno Martim, e logo uma mão cheia de almas caridosas me colocam no caminho certo, tentando colmatar esta minha condição do blogoexcluído, logo eu, que acho que sei coisas diversificadas, agora já sei a história e também eu poderei esboçar um leve aceno de cabeça quando ler sobre o tema, um sorriso cúmplice, sei bem do que falam, estou a par, acompanho, posso ter a minha opinião, embora a coisa não careça da minha opinião, afinal parece que é só uma criança que vai nascer, a bem dizer a coisa não é espantosa, diz que acontece todos os dias, e, agora que sei, não me parece que a minha vida esteja a ser melhor, e isto é surpreendente, como também seria surpreendente que me elucidadassem com tal urgência caso eu pretendesse saber, por exemplo, se seria aconselhável optar pelas Variações Goldberg do Glenn Gould ou pelas do Wolfgang Dimetrik, em acordeão, o que é coisa para, mais do que me aborrecer, esboçar um sorriso e apaziguar-me com o facto de as coisas serem como são.

Adenda: Link para o extraordinário blog da Pólo Norte, uma moça fantástica, não desfazendo, que consegue tudo o que quer de mim.

De como Pipoco se incompatibiliza com o seu nicho de mercado

Minhas senhoras, eu sei que o homem tem um ar apresentável, e tal, que vos derreteu os corações porque é capaz de chorar e tudo, mas a verdade é que aquilo foi um frango dos antigos.

07 setembro 2010

Por uma vez, um post sério

Não sei se me faço explicar, mas a questão é que, pelo preço de uma entrada no Castelo de São Jorge, isto se forem pessoas de fora, como eu, que isto em morando na cidade grande nem se paga nada, podereis assistir à grande Catarina Molder, que é soprano, mas em gira, a conduzir-vos pelas árias que nos ficam no ouvido e que é importante que as vossas crianças não fiquem a conhecer só dos anúncios de detergentes. Eu, em podendo, lá estarei. Se fosse a vocês aparecia, nunca se sabe se precisarei de alguém que me pague um café.

(Para mais pormenores, é clicar na imagem)


Tradução do post do Salgado, ali em baixo, by Pipoco Tabasco

As mulheres acham que, para os homens, umas boas mamas são umas mamas grandes. Estão absolutamente certas.

(estava com tantas saudades do Tabasco...)

Onde se explica a masculina capacidade de estabelecer critérios de selecção multidimensionais

A mais inqualificável atoarda que as mulheres lançaram sobre o género masculino é a difusão do mito urbano "os homens são apreciadores de peitos grandes". Ora quem tem seguido os meus ensinamentos sabe que esta questão do tamanho é absolutamente excêntrica a uma uma análise do todo, isto é, na nossa análise não menosprezamos factores relevantes como sejam a forma, a proporcionalidade em relação a outros elementos igualmente determinantes, a inclinação, o afastamento entre si, a capacidade de resistência à lei da gravidade e, naturalmente, o facto de não existir qualquer aditivação que coloque em causa a veracidade do conjunto.

06 setembro 2010

Métricas Pipoquianas

Cada quilo perdido representa dois minutos a menos nos dez quilómetros.

Pipoco em modo futurologista

Minhas senhoras, em verdade vos digo que as vossas fotos do Verão 2010 em que ostentais óculos de sol Ray-Ban modelo aviador, causar-vos-ão a médio prazo o mesmo sentimento de "como foi possível eu usar isto?!" que a visualização daquelas fotos do Verão de 1989 em que ostentáveis aqules casacos com chumaços nos ombros e aquele cabelo estilo Sheena Easton. Ide por mim, que sei destas coisas.

Post que fala sobre bola

O problema do Carlos Queirós é que não levou a rapaziada a visualizar o Toy Story 3, tivesse ele dado esse passo e a rapaziada, a equipa de todos nós, havia de entender a mensagem maior, lá estava o cabrão do urso de peluche a caminho de ser triturado e é salvo pelos outros brinquedos, caramba, o Woody e o Buzz Lightyear podiam ter-se visto livres do cabrão do urso de peluche de uma vez por todas, mas não, arriscam a vida para salvá-lo e ele, o urso de peluche, quando fica com o controlo da situação, acaba por não carregar no botão de paragem do sistema e fica lá em cima, são e salvo, a ver os brinquedos a caminho da incineração, o Hugo Almeida havia de ter visto isto para não hesitar em marcar o cinco a três, fiando-se que o cabrão do urso de peluche retribuía a fineza e não, os ursos de peluche nunca retribuem gentilezas, em não se acabando com eles não se pode esperar que carreguem no botão de parar a coisa no momento que mais nos convém, é da natureza dos ursos de peluche.

(Na verdade tudo acabará como tem que acabar, os brinquedos safam-se, safam-se sempre, e o cabrão do urso de peluche acaba os dias a decorar a parte da frente de um camião do lixo, mas, até lá, havemos de estar à beira da incineração, o que, parecendo que não, é desagradável)

05 setembro 2010

Fosse isto um blog que se dedicasse à actualidade... (II)

Gentis remetentes manifestaram por e-mail o seu desagrado pelo conteúdo do post sobre Carlos Cruz, o que me inibe de escrever um outro post sobre a mesma temática, embora abordando agora o assunto sob uma nova perspectiva, aquela em que o juiz, na leitura da sentença, faria subtis paragens, criando a ilusão de ter dito tudo o que havia a dizer sobre o caso, e, em se criando aqule burburinho próprio do um final de leitura de sentença, recomeçaria a leitura, com o dedo indicador espetado para o réu, com um expressivo "E ainda...", que retomaria o rol de pecadilhos de Carlos Cruz.

Era um bom post, creiam-me.

Da vida que é mesmo assim

Passo o sábado a pintar o muro de uma velha senhora, trinta e cinco graus, não posso deixar de pensar em Tom Sawyer a pintar a cerca da Tia Polly, os amigos a caminho do Mississipi a rir da sua má sorte, Tom Sawyer a ter um rasgo e a convencer os amigos que pintar aquela cerca não era para qualquer um, os amigos a reconsiderar, os amigos a pagar para serem eles a pintar a cerca, Tom Sawyer, ele mesmo, agora a caminho do rio com os bolsos cheios de moedas e de bens de primeira necessidade para um rapaz como Tom Sawyer, a cerca pintada no fim do dia, a Tia Polly a gabar os dotes de bom trabalhador de Tom Sawyer.

Infelizmente, os meus amigos foram de carro para a Comporta, sem passar pelo muro que eu estava a pintar.

04 setembro 2010

Fosse isto um blog que se dedicasse à actualidade...

...e eu diria que saiu a Bota Botilde ao Carlos Cruz.

Don't like

Estimados cidadãos que me têm proposto amizade nesse fantástico instrumento que transforma o mundo num melhor local, onde os filhos são amigos dos pais, e vice-versa, as mulheres são amigas dos maridos, o que é sempre o esteio da harmonia familiar, onde os próprios amigos propõem amizade aos seus amigos, numa celebração contínua da amizade, a verdade é que me vejo impossibilitado de aceitar a vossa amizade, o que, creiam, me é extremamente penoso e me causa inimaginável mágoa, uma vez que não faço a menor ideia de como funciona o sistema nem vislumbro qualquer vantagem em dedicar-me a tal desiderato. A criação de uma versão facebookeana do Pipoco foi apenas uma experiência, aceitasse eu a vossa amizade e, consequentemente, abrisse as facebookeanas portas, verificariam os meus caros que nada encontrariam, nem fotos, nem escritos, um absoluto vazio, como de resto já acontece aqui em ambiente blogeriano, embora o processo criativo aqui seja diverso.

Mais informo que a situação assim se manterá, uma vez que não reconheço valor acrescentado ao reencontro de velhos amigos do ciclo preparatório, uma vez que, em desejando eu desencantar pessoas que, de facto me apeteça desencantar, que as há, utilizo o processo clássico de mover a fantástica teia de relações de que disponho e, em menos de vinte e quatro horas, obtenho o almejado contacto, tudo isto sem ter que disponibilizar fotos em que eu me estou a divertir, outras em que estou na praia a divertir-me, obviamente e outras ainda em que estou de copo ao alto, com rosados amigos, imaginem, a divertir-me.

Não domino os intrincados meandros do facebook, não disponho de tempo útil para me dedicar à pertença de grupos sociais, utilizei durante um pequano lapso temporal as virtudes do google talk, não descortino quaisquer vantagens competitivas em partilhar total ou parcialmente os meus divertidos momentos, até porque, toda a gente sabe isto, o ambiente bloggeriano coloca-me ao dispor tudo aquilo que procuro na interação de ideais e, como se fosse pouco, proporciona-me toda a panóplia de experiências de conhecimento da raça humana que este meu corpo cansado consegue abarcar.

Pelo exposto, gostaria que não considerassem como um desaforo pessoal a inexistência de resposta da minha parte aos vossos amáveis convites. Vós estais no meu coração, aqui, acreditem em mim.

03 setembro 2010

Das coisas que realmente interessam

Ler toda "A história da gaivota e do gato que a ensinou a voar" aos meus filhos, enquanto assistíamos ao jogo, som da televisão desligado.

Nota mental para a situação de transformar isto num blog cor-de-rosa (ou o Pipoco feito pelos seus leitores)

Falar de depilação, incluindo depilação à brasileira, dizer que arranjo as unhas, alisar o cabelo com prancha, usar unhas pintadas, falar da rotina de cuidados de pele - FORA DE QUESTÃO! EM ABSOLUTO!

Citar o "September Issue" da Vogue - Note to self: investigar o que é isso do September Issue. Congratulemo-nos, nem tudo está perdido, sei que a Vogue é uma revista de moda. Diz que francesa.

Mostrar o traje do dia-a-dia, sobretudo os belos dos sapatos - Ok, até posso fazer melhor que isso, posso fazer uma reportagem fotográfica de um dia meu. Ideia a aproveitar, assim que me lembrar. Além disso, é o tipo de post que gera sempre movimentos de repulsa.

Colocar o fundo em tons rosa - Fora de questão, as pessoas não gostam de alterações no design da coisa, habituam-se e pronto. Este blog é em tons de verde, definitivamente.

Dizer que encontrei a minha princesa numa torre de Babel e que apesar das dificuldades lá conseguiste subir ao longo do seu belo cabelo perfumado by Victoria Secret - Bem, isto tem o seu quê de verdade, definitivamente a parte da Torre de Babel é absolutamente real. Mas eu não tenho princesa, jamais me referiria a mulheres de verdade como "princesas".

Falar de roupas e sapatos que gostaria de comprar ou já compei- Na verdade não é tema, compro toda a roupa ou sapatos que me apetece comprar.

Colocar imagens retiradas do i can read ou do we heart it - Note to self: investigar o conteúdo desta sugestão.

Falar de um desgosto de amor, falar dos azares do amor e da sua conquista - Teria que inventar uma história, não me lembro de querer ter um amor e não o conseguir, mais tarde ou mais cedo. Atendendo a que tudo neste blog é absolutamente real, seria fugir ao script da coisa...

Apaixonar-me e desatar a escrever sobre isso no blogue - Hummm....

Falar de amor. Não do amor individual, mas sim o conceito geral - Ok, ideia aproveitável, apesar de vir de quem vem.

Meter uma foto do cabelo... assim por trás, postar fotos da minha melena - Done - Já postei no blog da Pólo Norte. E ir lá e conferir.

Frisar muito o feliz e abençoado que sou - Done. Faço isso, post sim, post não.

Postar as fatiotas e xanatas condizentes ao dia de cintura pra baixo ou de costas - Done. Já fiz parecido, já coloquei uma foto com (quase) todo o meu calçado e já postei fatos.

Colocar fotografias de outros sacadas da net e sem os devidos créditos por baixo - Done. Já fiz isso com fotos do "Record" e da "Bola".

Retirar ideias da chamada blogosfera alternativa, refazer o assunto num tom tipo Revista Maria e passar por ser pensante - Done. Em oitenta por cento dos casos. Noventa e cinco, vá...

Um bocadinho de má gramática -Done. Nunca revejo os textos, escrevo corrido e não tenho corrector ortográfico.

Ser mulher - Apesar de haver uma corrente de pensamento que acha isso mesmo, o que é uma das coisas que me diverte e que acho que devia ter explorado mais, daria uns posts magníficos e alimentaria o mito, ser mulher está fora de questão

Escrever a palavra amor com letra maiúscula - Ok, aproveitar a ideia, dá um ar de coisa concepual, esotérica.

Usar e abusar da expressão "bitch" para me referir às pessoas que me dão dor de cotovelo - Impossível, a coisa tem regras e se há coisa que não faço é tratar mal as pessoas. Além disso, não há ninguém que me dê dor de cotovelo.

Usar e abusar da expressão "vou ali [bolçar, dar beijinhos na minha maluxa nova, fingir que dou uma pinocada, assaltar a Zara, enfardar cupcakes, etc.] e já volto" - Ok, de facto tem faltado essa expressão. Isso e o mimimimi.


Começar frases com "tenho para mim" - Muito bom, a utilizar no futuro próximo.

Ter anónimos invejosos. Mesmo que não os tenha, mesmo que não publique os seus comentários, referi-los num post, queixar-se deles, gozar com eles, ser implacável, ser um bully - Done. Apesar de não gozar com ela, ela própria encarrega-se do assunto.

Dos posts que costumam irritar as leitoras em geral

Não sei se é deste ar vitaminado que teima em não me abandonar, não sei se será do cabelo mais comprido que faz um contraste pefeito com a tez mais morena, não sei se será destes fatos novos dois tamanhos abaixo do que usava há três meses e que tive que adquirir em virtude dos dez quilos que ficaram algures no jogging das seis e meia da manhã, não sei se será da camisa branca com dois botões desapertados que ainda dispensa a gravata italiana, não sei se será desta adrenalina que é decidir coisas em tempo real, a verdade é que me parece que as mulheres interessantes com quem me vou cruzando me sorriem mais, se preocupam mais com o meu bem-estar e têm tempos mais alargados de exposição dos generosos decotes quando se debruçam à minha frente para explicar detalhadamente os assuntos que carecem da minha atenção.

Das mulheres com mundo

Uma das duas mulheres da blogosfera que conseguiam tocar-me, mas tocar mesmo, aquele tocar de gostar mesmo muito, de criar empatia à distância, de quase, eu disse "quase", me emocionar, terminou o blog. São estes pequenos nadas, que ninguém nota, que me fazem perder qualidade de vida.

02 setembro 2010

Pipoco em modo interrogativo

Que mais posso eu fazer para que este blog seja considerado como um dos representantes da categoria "blog cor-de-rosa"?

Os problemas das mulheres

Acreditar que "comigo, ele vai mudar".

01 setembro 2010

Post longo, porém bastante aceitável

Nós, os da tribo dos blogs com, digamos, mil e quatrocentas visitas durante os dias úteis, ficamos deslumbrados com tanta gente que nos lê. Mil e quatrocentas pessoas é aquele número de pessoas que, em estando tempo agradável, assiste aos jogos da União de Leiria, não sei se estão a visualizar, é imaginar as imagens do Domingo Desportivo, o eco dos gritos dos jogadores, o estádio vazio, isso são mil e quatrocentas pessoas a assistir, é isso que temos nos nossos blogs maravilhosos.

Isto já seria suficientemente deprimente, mas a coisa ainda é pior, há duzentas pessoas que aqui chegam pela mão do tio Google, no meu caso, quase sempre buscando "homem extremamente inteligente e dotado de sentido de humor", em vendo a pipoca ali no canto inferior esquerdo, ou direito, agora estou a editar e não me lembro de que lado está a pipoca, mas, dizia eu, os que aqui chegam pelo motor de busca demoram-se aqui o exacto lapso temporal que eu demorei a perceber as qualidades intrínsecas do guardião Roberto. Ficam mil e duzentas, portanto.

Das mil e duzentas, quatrocentas chegam aqui por engano, isto está linkado em vários blogs de qualidade, os dois posts diários publicados a cirúrgicas horas garantem que este blog fique no topo das listas de links e as pessoas, quatrocentas, chegam aqui como podiam chegar a outro blog qualquer, dá-lhes igual, clicam no primeiro da lista e, à hora do pequeno-almoço e do almoço, o primeiro sou eu. Restam oitocentas.

Dessas oitocentas, duzentas são familiares meus ou amigos a quem lhes dói a alma verem-me passar esta penitência. Chegam aqui por solidariedade e para ver se eu me aguento à bomboca, havendo alguns que aqui chegam na secreta esperança de me ver perder a aposta. Ficam seiscentas.

Dessas seiscentas, metade chegam aqui por ouvir falar, conversa de cabeleireiro, e tal, ou então foi uma amiga que disse à prima que havia um blog com o nome tal. Chegam aqui, verificam a qualidade do produto e seguem para blogs a sério. Restam trezentas.

Dessas trezentas, contabilizo duzentas pessoas que são leitores flutuantes, ficam porquem leram um post que lhes tocou fundo nos corações, ficam por uma semana ou duas, verificam que eu não tenho arte para lhes tocar o coração uma segunda vez e seguem viagem, "o tipo prometia tanto, e afinal...".

Dos cem que restam, cinquenta queriam realmente ir ao blog da Pipoca e chegam aqui por engano. Verificam o caminho certo, dizem entredentes "que maçada, hoje nada me corre bem" e seguem para mais um boletim da noiva.

Ficam então cinquenta exigentes leitores, este blog vale cinquenta fiéis leitores, inteligentes, sãos de cabeça, que, em dias em que lhes apeteça são capazes de adivinhar que post escreverei a seguir, são os que realmente conseguem entender a elevada carga subliminar da coisa.

E pronto, basicamente o que me apetecia dizer é que queríamos um avançado com dois metros de altura, o tal pinheiro, e afinal comprámos um médio mais baixo do que eu. E um guarda-redes, quase me esquecia do guarda-redes.

Pipoco e a noção dos limites

Eu até posso ter bebido Caipirão, admito, posso até ter ido de livre vontade a um concerto de José Cid, confirmo, posso ter um blog com um nome ridículo, é certo, posso embevecer-me com músicas francesas de antigamente, está certo.

Agora o que vos posso assegurar é jamais assentará neste meu pulso másculo uma daquelas pulseiras do equilíbrio, ou lá o que é.

Seis meses e pouco

No dia em que eu me despedir deste blog, imagino um cenário parecido com o final do Toy Story 3, o Andy a afastar-se lentamente e o brinquedo a ficar com um sorriso parvo nos lábios.

(ou então o final do ET, afinal parece-me que o final do ET é capaz de ilustrar melhor a situação)