Quantos de vós já compraram o que vos tentaram vender nos blogs?
(Começo eu: eu instalei a aplicação da EMEL depois de ler um post da Pipoca Mais Doce. E ainda não estou arrependido...)
29 janeiro 2018
28 janeiro 2018
O problema, Ruben Patrick...
... não é ser-se influenciador social, afinal que todos nós o somos, não há quem não aprecie trazer cá para o nosso lado aqueles que, por terem menos sabedoria, pensam diferente de nós, é por isso que nos manifestamos contra os eucaliptos e contra a super nanny, é por isso que nos esforçamos para que aqueles a quem queremos bem preencham os papéis para sócios do Sporting e não comam pipocas no cinema, é por sermos influenciadores sociais que tentamos os nossos amigos a acompanhar-nos a Chamonix em Fevereiro vez de se perderem por Albufeira em Agosto.
O problema, Ruben Patrick, é quem acha boa ideia que lhe paguem para isso.
O problema, Ruben Patrick, é quem acha boa ideia que lhe paguem para isso.
26 janeiro 2018
Tivesses estudado
De todas as coisas divertidas que se cruzaram com a minha vida nos últimos dias, e foram algumas, a mais divertida de todas foi a daquela miúda, vivaça, dessa estirpe de miúdas que sabem viver a vida sem grande esforço, afinal é uma influenciadora social, uma coisa em bom, nem é preciso grandes esforço, é prantar um retratos de comida nisso das redes e a coisa dá-se, a jogada da miúda era sacar umas noites à borla em Dublin, e logo cinco noites, senhores, em troca de dizer que ali estava um bom hotel, recomendava-se, fossem as noites boas ou más, estivessem ou não os bacon and eggs no ponto certo, cheirasse ou não a alfazema o sabonete, a tal da influenciadora social havia de dizer que tudo tinha sido muito aprazível, isto porque, lá está, em sendo à borla as coisas até parece que têm mais valor.
O problema, nestas situações há quase sempre um problema, além da rapaziada que já esteve nos hotéis, pagando, serem uns inconvenientes e dizerem que a experiência não tinha sido assim tão superlativa, o problema, dizia eu, é o que o dono do tal hotel perguntou, e bem, como é que, oferecendo noites à borla, conseguiria ele pagar as contas, ou seja, o tal dono, não sendo um influenciador social, faz parte dessa massa de gente que tem que pagar as contas, nem sequer lhe ocorre dizer ao tipo que lhe entrega os croissants que lá deixe uma carga de croissants por conta de uns retratos bem esgalhados na página do hotel a dizer que aquilo é que são uns croissants, já não se faz disto, a farinha moída por técnicas ancestrais, o trigo balançando ao vento, feliz, a manteiga proveniente de leite retirado de vacas que pastam livremente nos campos verdes.
Felizmente que nós cá no nosso cantinho não temos disso das influenciadoras sociais. Pois não?
O problema, nestas situações há quase sempre um problema, além da rapaziada que já esteve nos hotéis, pagando, serem uns inconvenientes e dizerem que a experiência não tinha sido assim tão superlativa, o problema, dizia eu, é o que o dono do tal hotel perguntou, e bem, como é que, oferecendo noites à borla, conseguiria ele pagar as contas, ou seja, o tal dono, não sendo um influenciador social, faz parte dessa massa de gente que tem que pagar as contas, nem sequer lhe ocorre dizer ao tipo que lhe entrega os croissants que lá deixe uma carga de croissants por conta de uns retratos bem esgalhados na página do hotel a dizer que aquilo é que são uns croissants, já não se faz disto, a farinha moída por técnicas ancestrais, o trigo balançando ao vento, feliz, a manteiga proveniente de leite retirado de vacas que pastam livremente nos campos verdes.
Felizmente que nós cá no nosso cantinho não temos disso das influenciadoras sociais. Pois não?
20 janeiro 2018
Só há uma forma de respeitar os miúdos lá daquilo da nanny
Não ver aquilo. Não falar daquilo. Ler um livro ou ouvir Mozart à hora daquilo.
Vamos a isso.
Vamos a isso.
15 janeiro 2018
Livros dos sítios
Um homem tem as suas manias, umas piores, outras mais aceitáveis, esta de ler livros que têm a ver com os sítios onde vou nem será das piores, mais vale isto que outra coisa pior, olhem se me desse para ler livros de elevar a auto-estima, desta vez levei "Perguntem a Sarah Gross", de João Pinto Coelho, claramente um seis e meio em dez, por um lado é uma boa escolha ter a história contada em duas dimensões, uma a decorrer no tempo em que Auschwitz era uma aldeia feliz, tão feliz que não se chamava Auschwitz, outra a acontecer nos anos sessenta, uma e outra história a fazerem sentido, a mostrarem que houve ali estudo sério, a bater certo com o que está escrito nos cartazes que estão no museu de Cracóvia, podia perfeitamente ter menos duzentas páginas e não ter aquela trapalhada final do bibliotecário, a Sarah Gross e a Kimberly Parker podiam ser um pedacinho diferentes uma da outra, mas sim, Cracóvia e "Perguntem a Sarah Gross" ligam muito bem, quase tão bem como Jo Nesbo e Oslo, Paris e Hemingway, Londres e Conan Doyle.
14 janeiro 2018
Nanny não sei quê
A Nanny não sei quê, com aquele cabelo apanhado, aqueles óculos de massa preta, aquela camisa decotada, aquela maneira de dar ordens, aquilo é coisa para entusiasmar uma pessoa...
(o Tio está ali meio incrédulo, copo de whiskey na mão, a dizer em voz baixinha "mas o que é esta bizarria, que é isto caramba?")
(o Tio está ali meio incrédulo, copo de whiskey na mão, a dizer em voz baixinha "mas o que é esta bizarria, que é isto caramba?")
Que assim seja
Continuarei a segurar-lhes a porta e a não aceitar repartir a despesa do jantar, continuarei a subir e descer as escadas à frente delas, continuarei a dizer-lhes que estão muito bonitas - se estiverem -, continuarei a escolher o vinho e a esforçar-me por olhá-las nos olhos quando estiverem com decotes vertiginosos, continuarei a pegar nas malas mais pesadas e a não me importar de ser eu a conduzir o carro.
Sou um brutamontes, bem sei.
Sou um brutamontes, bem sei.
12 janeiro 2018
Cracóvia
Correr junto ao Vístula. Jantar no bairro judeu. Ir a um concerto de Chopin. Ir ao museu da cidade que fica na antiga fábrica do Oskar Schindler. Colocar um kipá e visitar a sinagoga velha. Beber cerveja numa esplanada com neve. Pensar que afinal talvez as bascas não sejam as mulheres mais bonitas do mundo. Andar pela cidade à noite. Ler. Ir à mina de sal, mas só se já não houver mais nada para fazer.
11 janeiro 2018
Post em tempo real
Acabo de sair de um concerto de Chopin.
Estive o tempo todo a pensar em Santana Lopes.
Estive o tempo todo a pensar em Santana Lopes.
Ainda Auschwitz
Não se regressa igual depois de pisar Auschwitz. Mesmo que se vá preparado, que se tenham lido os livros e visto os documentários, sente-se o mal na sua plenitude, fechamos os olhos para melhor apreender tamanha maldade discricionária, há empatia incondicional pelos que aqui morreram.
(E percebemos, quase a desculpando, a cobardia dos que não viram, não sabiam. E é essa a pior parte)
(E percebemos, quase a desculpando, a cobardia dos que não viram, não sabiam. E é essa a pior parte)
10 janeiro 2018
09 janeiro 2018
Em verdade vos digo
É tão potente esta sensação de estar numa cidade desconhecida sem ter tido tempo para preparar os dias que cá passarei.
06 janeiro 2018
No more Lago Tanganica
E um dia houve em que Sansão, o pássaro-alfa, voando altivamente e sobre o Lago Tanganica, tomou consciência da quietude das tribos, o tempo tem destas coisas, esmorece os maus humores, apazigua ancestrais questiúnculas, as gentes tribais escolhem a paz, os pequenos nadas das vidas normais substituem com vantagem as outrora magníficas pelejas, mais vale focarem-se nas pequenas graças das crias e nas insignificâncias dos maus lugares que frequentam que alimentar as bizarrias de antanho, Sansão, o pássaro-alfa, sorri quando recorda os tempos em que lhe bastavam duas ou três palavras cirurgicamente escolhidas para que as hostes se agitassem, intranquilas e tementes, agora não é assim, pensa Sansão, o pássaro-alfa, as tribos são outras, umas houve que se afastaram do Lago Tanganica, outras por cá andam sem sombra do anterior vigor, e era nisto que Sansão, o pássaro-alfa, cogitava enquanto observava as tranquilas águas de Tanganica, sabendo porém que hoje, como ontem, basta um quase nada, uma meia palavra, uma invocação dos tempos antigos, para que o Lago se agite, para que os antigos habitantes se espreguicem, acordando da longa hibernação, e, ainda esfregando os olhos, se alegrem por verificar que Sansão, o pássaro-alfa, plana sobranceiro sobre o lago, por todos zelando, não negando a ninguém os seus saberes nem a sua palavra de verdade e bem, sabedor de que é bastante o seu querer para que as águas se agitem e os contadores de visitas se agigantem.
Daqui onde me encontro
A chuva bate nos vidros e Grieg toca para mim enquanto procuro o livro certo para levar a Cracóvia, "Perguntem a Sara Gross" não seria desadequado, as cadelas correm lá fora, felizes, à chuva, o vento é cada vez mais forte, gosto de ver as minhas árvores a ser fustigadas assim, sirvo-me do meu novo amor de malte, fecho os olhos, se esta não é uma má vida por que estou prestes a fugir dela?
04 janeiro 2018
03 janeiro 2018
Toda a gente sabe que o meu ano começa em Setembro e a minha única decisão de ano novo é ser imortal
Mas, ainda assim, neste ano que agora entrou quero ler pelo menos um par de páginas de Ulysses, quero reduzir a dose de maus livros na minha vida, quero jogar mais póquer, quero ir a Auschwitz e à Cidade do Cabo, quero esquiar nos Alpes e mergulhar em São Tomé, quero correr mais vezes de manhã e chegar mais cedo a casa, quero continuar a ir jantar e passar o fim de semana lá onde ardeu tudo, quero ter os meus amigos mais vezes à minha mesa, quero que o Sporting seja campeão e ganhe a taça de Portugal e a Liga Europa e a taça da Liga, quero continuar a não ter facebook nem instagram nem telemóvel em cima da mesa, quero levar os meus pais a subir o Douro, quero mudar meia dúzia de coisas na minha vida, quero continuar com isto do Pipoco quando já não existirem mais blogs, quero continuar a ter claro quem quero e quem não quero.
01 janeiro 2018
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