30 abril 2016
28 abril 2016
Palmier, chega de ter com quem brincar?
No princípio criou Sansão, o pássaro-alfa, o Lago Tanganica. E o Lago era sem forma e vazio e havia trevas e Sansão, o pássaro-alfa, movia-se sobre a face das águas. E disse Sansão, o pássaro-alfa: Haja pássaras; e houve pássaras. E viu Sansão, o pássaro-alfa, que era boa a passarada. E foi o dia primeiro.
E disse Sansão, o pássaro-alfa: Haja pássaras preferidas. E houve, e Sansão, o pássaro-alfa, fez separação entre as preferidas e as menos preferidas e mandou cunhar medalhas e as pássaras deram muito valor à bugiganga e chamou-se à bugiganga "certificado de pássara preferida". E foi o dia segundo.
E disse Sansão, o pássaro-alfa: Juntem-se as pássaras debaixo dos céus num lugar; e assim foi. E as pássaras, vendo-se cada uma com sua bugiganga, questionaram muito Sansão, o pássaro-alfa e muito sofreram e se atormentaram; e viu Sansão, o pássaro-alfa que melhor teria sido se tivesse produzido erva verde, erva que desse semente, árvore frutífera que desse fruto segundo a sua espécie, cuja semente estivesse nela sobre a terra; mas era tarde para retroceder e viu Sansão, o pássaro-alfa que era era melhor fazer alguma coisa. E foi o dia terceiro.
E disse Sansão, o pássaro-alfa: Que as pássaras guerreiem para decidir qual delas fica como a mais preferidas das preferidas, que se amotinem em navios pirata, que cavalguem pelas margens do Lago Tanganica com óculos de massa preta e blusas brancas com generosos decotes, que formem alianças entre si, e que, de acordo com as escrituras, desfaçam essa aliança e formem uma nova, que raptem cães minúsculos, que convoquem pássaros da estirpe que não é pássaro-alfa para se iludirem com protagonistas menos capazes. E foi o dia quarto.
E disse Sansão, o pássaro-alfa: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. E Sansão, o pássaro-alfa, criou as grandes baleias, e as baleias fizeram blogs de moda e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies, e os répteis fizeram blogs de maldizer; e viu Sansão, o pássaro-alfa que era bom e os abençoou, mesmo aos dos blogs fraquinhos e de poesias, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas do Lago Tanganica. E foi o dia quinto.
E disse Sansão, o pássaro-alfa: que se façam pássaros-alfa à minha imagem, e que os pássaros-alfa dominem sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Sansão, o pássaro-alfa, o pássaro-alfa à sua imagem; pássaro-alfa e pássara-alfa os criou e abençoou, e Sansão, o pássaro-alfa, lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei o Lago Tanganica, e sujeitai-o; e dominai sobre os peixes do Lago e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre o Lago. E assim foi.
E viu Sansão, o pássaro-alfa, tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi o dia sexto.
E disse Sansão, o pássaro-alfa: Haja pássaras preferidas. E houve, e Sansão, o pássaro-alfa, fez separação entre as preferidas e as menos preferidas e mandou cunhar medalhas e as pássaras deram muito valor à bugiganga e chamou-se à bugiganga "certificado de pássara preferida". E foi o dia segundo.
E disse Sansão, o pássaro-alfa: Juntem-se as pássaras debaixo dos céus num lugar; e assim foi. E as pássaras, vendo-se cada uma com sua bugiganga, questionaram muito Sansão, o pássaro-alfa e muito sofreram e se atormentaram; e viu Sansão, o pássaro-alfa que melhor teria sido se tivesse produzido erva verde, erva que desse semente, árvore frutífera que desse fruto segundo a sua espécie, cuja semente estivesse nela sobre a terra; mas era tarde para retroceder e viu Sansão, o pássaro-alfa que era era melhor fazer alguma coisa. E foi o dia terceiro.
E disse Sansão, o pássaro-alfa: Que as pássaras guerreiem para decidir qual delas fica como a mais preferidas das preferidas, que se amotinem em navios pirata, que cavalguem pelas margens do Lago Tanganica com óculos de massa preta e blusas brancas com generosos decotes, que formem alianças entre si, e que, de acordo com as escrituras, desfaçam essa aliança e formem uma nova, que raptem cães minúsculos, que convoquem pássaros da estirpe que não é pássaro-alfa para se iludirem com protagonistas menos capazes. E foi o dia quarto.
E disse Sansão, o pássaro-alfa: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. E Sansão, o pássaro-alfa, criou as grandes baleias, e as baleias fizeram blogs de moda e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies, e os répteis fizeram blogs de maldizer; e viu Sansão, o pássaro-alfa que era bom e os abençoou, mesmo aos dos blogs fraquinhos e de poesias, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas do Lago Tanganica. E foi o dia quinto.
E disse Sansão, o pássaro-alfa: que se façam pássaros-alfa à minha imagem, e que os pássaros-alfa dominem sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Sansão, o pássaro-alfa, o pássaro-alfa à sua imagem; pássaro-alfa e pássara-alfa os criou e abençoou, e Sansão, o pássaro-alfa, lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei o Lago Tanganica, e sujeitai-o; e dominai sobre os peixes do Lago e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre o Lago. E assim foi.
E viu Sansão, o pássaro-alfa, tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi o dia sexto.
27 abril 2016
Depois de ver a peça que vai no Teatro São Luís
Todos somos contadores de histórias, sejam elas nossas, inventadas por nós ou mudadas pelas histórias que ouvimos aos outros
(e passamos a ser portadores de uma nova história)
(e passamos a ser portadores de uma nova história)
Tanganica report
Sansão, o pássaro-alfa, planava nas alturas, aproveitando as correntes mais favoráveis, olhar fixo no horizonte, taciturno, circunspecto, antecipando o momento em que daria por terminado o seu momento de tranquilidade e desceria de novo sobre o Lago, apaziguando-as nos seus maus humores, apartando-as com gentileza, porém com vigor, tranquilizando-as nas suas pequenas dúvidas existenciais, mostrando-lhes o caminho da verdade e do bem.
Era um dia normal no Lago Tanganica, portanto.
Era um dia normal no Lago Tanganica, portanto.
26 abril 2016
A lenda do Lago Tanganica, outra vez
Diz a lenda que, deste tempos imemoriais havia nas margens do lago Tanganica uma colónia de passarada variada. Expostos a ambientes agrestes, quer fosse o tempo da mais extrema canícula, o lago Tanganica em chamas, a passarada menor afligindo-se com a tensão que emergia do fundo do lago, quer fosse o tempo do gelo em que os elementos eram inclementes e só os mais fortes sobreviviam, os habitantes do lago acostumaram-se a depender da gentileza de estranhos para sobreviver naquele meio inóspito. Todos? Não, Sansão, o pássaro-alfa planava nas alturas, indiferente aos humores meteorológicos, tudo supervisionando, abrigando uma flaminga menos resistente ali, salvando no último momento uma rouxinola acoli, resgatando à morte certa uma pardala mais à frente, sempre vigilante, sempre em voo picado sobre os alvos, altivo, sorrindo sempre com o que murmuravam sobre si os que voavam mais baixo, esperando o momento que todos sem excepção desejavam que nunca chegasse, o momento em que Sansão, o pássaro-alfa descansasse enfim da sua missão.
Estava o lago Tanganica numa dessas quietudes que deixavam Sansão, o pássaro-alfa, em estado de vigilância reforçada, quando uma das flamingas mais antigas, uma referência para as flamingas por ser a mais palradora de todas, interpretando uma pequena atenção de Sansão, o pássaro-alfa, que, nobre e gentil, a tinha encaminhado para uma das portas de embarque para o voo migratório nas margens do Lago Tanganica, se deslumbrou com a força que emanava a presença de Sansão, o pássaro-alfa, e logo ali tratou de se destacar das demais e proclamou a quem a quis ouvir que era a sua preferida, tentando atormentar as suas iguais, lançando a dúvida sobre a lendária imparcialidade de Sansão, o pássaro-alfa e desejando para si as atenções que judiciosamente e com um rigor geométrico, Sansão, o pássaro-alfa, distribuía equitativamente.
Estava lançado o caos.
Estava o lago Tanganica numa dessas quietudes que deixavam Sansão, o pássaro-alfa, em estado de vigilância reforçada, quando uma das flamingas mais antigas, uma referência para as flamingas por ser a mais palradora de todas, interpretando uma pequena atenção de Sansão, o pássaro-alfa, que, nobre e gentil, a tinha encaminhado para uma das portas de embarque para o voo migratório nas margens do Lago Tanganica, se deslumbrou com a força que emanava a presença de Sansão, o pássaro-alfa, e logo ali tratou de se destacar das demais e proclamou a quem a quis ouvir que era a sua preferida, tentando atormentar as suas iguais, lançando a dúvida sobre a lendária imparcialidade de Sansão, o pássaro-alfa e desejando para si as atenções que judiciosamente e com um rigor geométrico, Sansão, o pássaro-alfa, distribuía equitativamente.
Estava lançado o caos.
Gaveta dos retratos da casa dos meus pais
E este sou eu de calções a abraçar o meu irmão, aquele era o tempo em que eu ainda era mais alto que o meu irmão, e este sou eu de gorro a correr atrás das pombas no Rossio, a minha mãe ficou no canto da fotografia a rir, este sou eu deitado numa rocha alta, a mão que quase não se vê é do meu pai, não fosse dar-se o caso de eu cair, este sou eu a jogar à bola na final de um campeonato, perdemos por um-zero porque a bola me bateu na mão e foi penalty, este sou a fumar charuto num fim de ano muito frio, aqueles olhos era porque já tinha nascido a manhã e tínhamos estado a comer chouriço assado e a beber Macieira durante toda a noite, este sou eu a aquecer as mãos numa fogueira em Arganil, dali a nada havia de passar o Hannu Mikkola, este sou eu a caminhar na ilha das Flores e na de Santo Antão, no Gerês e no Monte Branco, este sou eu de fato e gravata, dez amigos abraçados no casamento de um deles, alguns já não são meus amigos e outros já cá não estão, este sou eu na praia com o meu polo cor-de-rosa, é sempre bom saber que já tive um polo cor-de-rosa, este sou eu a jogar poker numa véspera de exame de Complementos de Matemática II e mesmo assim tive treze, este sou eu abraçado ao meu primeiro cão, que era uma cadela grande e preta e estava com muitas feridas e muita fome no primeiro dia que nos vimos, este sou eu com pés de gato e cordas à cintura a escalar uma parede fácil no Montejunto, este sou eu a segurar a minha sobrinha e ela tem uns binóculos e ainda nos lembramos os dois do que vimos nesse dia, este sou eu de barba de quinze dias e t-shirt branca a ler Pamuk.
25 abril 2016
Dupond & Dupont
Menir, a caminho do cromeleque dos Almendres
23 abril 2016
Pipoco observa os comensais à hora do pequeno-almoço
Podia dizer, um por um, quem vai pagar com vales Santander Totta...
22 abril 2016
Gloriosos Anos Oitenta
Depois de Bowie e Prince, quem se seguirá? Spandau Ballet? Alphaville? Ou Manuel João Vieira?
Sonhei outra vez com Lamborghinis roxos
Talvez fosse por estranhar a almofada de hotel, a minha vida agora é isto, beber menos café e estranhar coisas que estranho estranhar, talvez fosse por ter ceado uma selecção de queijos e vinho Rioja, mas a verdade é que sonhei outra vez com Lamborghinis roxos, eu entrava no Lamborghini roxo e arrancava depressa demais, em vez de seleccionar o modo automático, garantia de arranques suaves, tinha escolhido o manual, coisa só ao alcance de quem tem mãozinhas para aquilo, e eu tenho, mas não depois de cear queijo e vinho, e fiquei a matutar nisto, nos Lamborhinis roxos, tal como com as pessoas é sempre melhor arrancar com suavidade, as pessoas cada vez se importam menos que seja em modo automático.
21 abril 2016
Post das oito e meia
Cofiando a barba, munido do meu melhor ar taciturno, interrompo a leitura de Joyce, James Joyce, levanto-me da minha poltrona favorita, acendo um Cohiba Lanceros e sirvo a mim próprio um cognac em balão aquecido, enquanto descanso os olhos na caixa de comentários e verifico que Lady Kina implora um gesto meu, algo que ilumine o mundo dos blogs, uma força, uma visão.
E eu, apesar de estar a apreciar este remanso, a começar a acostumar-me aos dias longos de livros e viagens, a apreciar as verdadeiras coisas boas da vida, não posso ficar indiferente a tal apelo, à vaga de fundo, não posso observar o estertor de apostas que pareciam talhadas ao sucesso fácil, não posso ficar indiferente à temática das comparações de quem tem mais cavalos ou de que é possuidor de mais centímetros, não posso pactuar, como se não fosse nada comigo, com o deteriorar do conceito de blog de homem, um segredo passado de geração em geração, de pai para filho.
Mas depois, Lady Kina? Depois passa-me a vontade e volto a Joyce, James Joyce...
E eu, apesar de estar a apreciar este remanso, a começar a acostumar-me aos dias longos de livros e viagens, a apreciar as verdadeiras coisas boas da vida, não posso ficar indiferente a tal apelo, à vaga de fundo, não posso observar o estertor de apostas que pareciam talhadas ao sucesso fácil, não posso ficar indiferente à temática das comparações de quem tem mais cavalos ou de que é possuidor de mais centímetros, não posso pactuar, como se não fosse nada comigo, com o deteriorar do conceito de blog de homem, um segredo passado de geração em geração, de pai para filho.
Mas depois, Lady Kina? Depois passa-me a vontade e volto a Joyce, James Joyce...
20 abril 2016
19 abril 2016
Teremos sempre a Lezíria
E hoje de manhã, ainda não eram sete horas, enquanto caminhava para o carro, documentos por assinar debaixo do braço, os óculos encavalitados na testa, a chave do carro na mão, o iPod pendurado ao pescoço, a minha cadela nova a tentar mordiscar os atacadores dos meus sapatos e o nó da gravata ainda por apertar, percebi que o damasqueiro está a começar a florir. Fui ver e ofereci a mim próprio trinta segundos de olhos fechados, o sol a bater-me na cara, o aroma da flor do damasqueiro a entrar-me pelas narinas.
Não fosse ter que ir comprar atacadores novos para os sapatos e diria que foram os melhores trinta segundos da semana.
Não fosse ter que ir comprar atacadores novos para os sapatos e diria que foram os melhores trinta segundos da semana.
18 abril 2016
Pipoco dava dinheiro...
...para participar numa dessas sessões de brain-storming de onde saem as propostas do Bloco de Esquerda.
Cinco bons blogs, a escolha final
Das sugestões de blogues que generosamente me apresentaram, o difícil foi escolher cinco, mas as coisas são como são, se imponho regras tenho que ser o primeiro a dar o exemplo, com grande pesar meu tive que escolher, até tive insónias tão forte foi o afrontamento de poder não estar a escolher os cinco certos, mas finalmente a escolha está feita e escolhidas as cinco melhores sugestões.
Sejam então bem vindos à minha exclusiva, selectiva e praticamente inatingível lista de bons blogs meus caros Impontual, Gina G, Maria Eu, hmbf, Manel Mau-Tempo, Flor e Grão de Milho.
17 abril 2016
Da maturidade
Quando a médica me perguntou quantos café eu tomava por dia eu raciocinei depressa e respondi "dez", na secreta esperança de ela me aconselhar reduzir para metade e ficar a coisa pelos cinco que efectivamente bebo em cada dia.
"Um", disse ela.
"Um", disse ela.
16 abril 2016
13 abril 2016
Pipoco deseja coisas para o jogo do Benfica
Que passem à próxima fase, após jogo com dez minutos de descontos em cada parte, prolongamento jogado nos limites e após dezassete séries de penalties.
Cinco bons blogs
Cinco blogs da minha lista ali ao lado desistiram disto. Fizeram bem, escrever em blogs nunca fez bem a ninguém, será por isso que somos cada vez menos, os blogs são agora como os discos de vinil ou telefones fixos ou o tempo em que não havia uma fila tão desmotivadora nos pastéis de Belém.
Quando um blogger dos bons desiste de escrever, é respeitar. Mas, como penitência da sua desistência, deveria sair de todas as listas de links, um pouco como acontece quando nos dizem que fulano já não está entre nós e retiramos fulano dos nossos contactos guardados no telemóvel.
Cinco bloggers vão sair da minha lista ali à direita e não sei por quem os substituir, que isto dos bons blogs são cada vez menos. Pedia a todos os que ainda por cá andam a gentileza de um bom conselho.
Quando um blogger dos bons desiste de escrever, é respeitar. Mas, como penitência da sua desistência, deveria sair de todas as listas de links, um pouco como acontece quando nos dizem que fulano já não está entre nós e retiramos fulano dos nossos contactos guardados no telemóvel.
Cinco bloggers vão sair da minha lista ali à direita e não sei por quem os substituir, que isto dos bons blogs são cada vez menos. Pedia a todos os que ainda por cá andam a gentileza de um bom conselho.
Rapazes, alerta.
12 abril 2016
Resumo dos últimos quatro dias
Embarcar no Terminal Dois do Aeroporto de Lisboa num dia de chuva é uma experiência de terceiro mundo.
O Museu do Arroz, na Comporta, já não é o que era.
A garrafeira da Casa Arouquesa, em Viseu, é uma delícia.
As meninas da Portugália já nos desejam as boas-vindas a bordo da Tap Express.
Tróia num fim de semana chuvoso pode ser muito divertido, desde que se tenha levado os livros certos.
Fazia mais frio em Paris que em Madrid mas chovia mais em Lisboa.
O Museu do Arroz, na Comporta, já não é o que era.
A garrafeira da Casa Arouquesa, em Viseu, é uma delícia.
As meninas da Portugália já nos desejam as boas-vindas a bordo da Tap Express.
Tróia num fim de semana chuvoso pode ser muito divertido, desde que se tenha levado os livros certos.
Fazia mais frio em Paris que em Madrid mas chovia mais em Lisboa.
11 abril 2016
Ensinamento terceiro
As pessoas aborrecem-se depressa quando a coisa se torna monocórdica e o pior é que não se inibem na hora de mostrar o enfado. São umas maçadoras, as pessoas, umas eternas insatisfeitas, o blogger a dar o seu melhor, a evangelizar, a travestir-se, e as pessoas, mal-agradecidas, a não esconder o bocejo, os dados a tamborilar na mesa, sempre a exigir mais e mais. Uma injustiça, pois não é? É.
E há forma de contrariar a situação?, perguntareis. Há. Experimentai escolher um bom post, uma coisa escorreita, brilhante, . E depois escrevei-o milhares de vezes, reinventado, mascarado de outra coisa qualquer, dissimulado em algo que não tem nada a ver, e depois é sorrir e ver as pessoas deslumbradas com tamanha capacidade de escrever o post. O mesmo post.
E há forma de contrariar a situação?, perguntareis. Há. Experimentai escolher um bom post, uma coisa escorreita, brilhante, . E depois escrevei-o milhares de vezes, reinventado, mascarado de outra coisa qualquer, dissimulado em algo que não tem nada a ver, e depois é sorrir e ver as pessoas deslumbradas com tamanha capacidade de escrever o post. O mesmo post.
10 abril 2016
Ensinamento primeiro
A primeira coisa, a mais importante, é definir um público-alvo. Seleccionado que está, por este que vos escreve, o segmento das mulheres brilhantes, que lêem livros grossos e percebem tudo o que lá vem, que são executivas e mandam em situações variadas, que sabem de música exacta e de lugares do mundo, que não precisam que ninguém que lhes diga para onde têm que ir, resta-vos focar em segmentos menos Premium, sem esmorecer, há que assumir que no princípio há que ganhar rodagem em campeonatos menores, há que cativar as que se comovem com o nível médio, há que porfiar, cientes que um dia, lá muito à frente, o Tio Pipoco decidirá, por entre um Cohiba e um cognac dos bons, qual de vós será digno da herança.
(lição subliminar: aprender a mecânica de criação de pontos altos de audiência)
(lição subliminar: aprender a mecânica de criação de pontos altos de audiência)
A vós, que perdeis o fulgor nisto da arte de ter um blog de homem
Rapazes, apesar dos perigos, das tormentas do caminho, da dureza da empreitada, é da vossa vontade ter um blog de homem em condições? Assim sendo, é meu dever acolher com bondade e espírito cristão todos os que se atrevem em tão nobre missão, iluminando-vos o caminho e livrando-vos dos erros próprios de quem está a dar os primeiros passos nisto dos blogs, que eu não caminho para novo e há muito anseio um sucessor digno para, enfim, me retirar, ciente de estar entregue em boas mãos o estandarte de melhor blog de homem deste país.
Chegai-vos então à beira do velho Tio Pipoco, mas não tão perto assim, que é lá isso?, e guardai silêncio que isto são saberes de valor que a todos vós, ladinos e cheios de sangue na guelra, com as vicissitudes próprias da juventude, serão úteis, assim os saibam aplicar.
Posso iniciar? Estais atentos?
Chegai-vos então à beira do velho Tio Pipoco, mas não tão perto assim, que é lá isso?, e guardai silêncio que isto são saberes de valor que a todos vós, ladinos e cheios de sangue na guelra, com as vicissitudes próprias da juventude, serão úteis, assim os saibam aplicar.
Posso iniciar? Estais atentos?
09 abril 2016
Em verdade te digo, Ruben Patrick
Só nos permitimos o silêncio genuíno quando estamos na presença daqueles que amamos.
08 abril 2016
Dos filmes e outras situações
Sentiste um friozinho no estômago quando o casalinho do"Diário da nossa paixão" se deitou na estrada a olhar para o semáforo? Suspiraste quando o Maverick, do "Top Gun" andou de mota, de cabelos ao vento? Sofreste quando o Di Caprio, acorrentado, quase se afogava dentro do Titanic? Achaste brilhante a cena dos cartões no "Love actually"? Deliraste com as habilidades que o Tom Cruise fazia com as garrafas em "Cocktail"?
E não tens vergonha?...
E não tens vergonha?...
07 abril 2016
Pipoco pergunta
E tu, a quem aplicarias um par de bofetadas?
(inspirado naquilo do filho daquele indivíduo que foi Presidente da República do meu país, evidentemente...)
(inspirado naquilo do filho daquele indivíduo que foi Presidente da República do meu país, evidentemente...)
Talvez a minha vida esteja a ficar demasiado binária...
...mas as reuniões, ou começam a horas ou com atraso e dois minutos depois da hora não é começar a horas, ou gosto das pessoas ou não gosto, e tolerar não é gostar, ou tenho atenção plena ou não tenho, e jantar com alguém que mantém o telefone em cima da mesa não é atenção plena, ou vou de férias à Escócia ou não vou, e Londres não é a Escócia.
Ou, se calhar, estou apenas a ficar velho.
Ou, se calhar, estou apenas a ficar velho.
06 abril 2016
E tu Pipoco, o que levarias na tua mochila se fosses refugiado?
Os documentos. O cartão bancário. Um saco-cama. Papel para escrever. Esferográfica. Telemóvel. Uma muda de roupa.
(sem livros nem fotografias nem objectos pessoais)
(sem livros nem fotografias nem objectos pessoais)
Isto é a gente a conversar, claro...
A acreditar em sinalizações várias, umas mais subliminares que outras, este blog é profusamente lido por mulheres, o que não é lá muito habitual, afinal este é um blog de homem e as mulheres tendem a depreciar blogs de homens, não encontram aqui o afago incondicional das amigas nem conversa sobre temas menores nem o tédio da má poesia nem partilhas de filiais habilidades. Mas percebo, afinal este é um bom blog, escorreito, magnificamente escrito, com palavras bem escolhidas para dizer as coisas, interessante, inteligente. Mas não passa de um blog de homem, ainda assim.
(houvesse um blog de mulher escrito como este e também eu seria leitor)
(houvesse um blog de mulher escrito como este e também eu seria leitor)
05 abril 2016
Post em tempo real
O Gustavo Santos está a assinar livros, ou lá o que é aquilo, na Fnac do Colombo. Que vos avisa...
(um tipo que marca sessões de autógrafos para a hora do jogo do Bayern...)
Pudesse eu escolher
Pudesse eu escolher, que não posso, e não haveria maneira de me impressionares, escolherias outfits iguais aos das raparigas dos blogs, também comprados em lojas mal afamadas, terias estudado psicologia ou relações internacionais numa universidade privada, escreverias "fize-se" e "lol", não ambicionarias mais do que ter todos os carimbos necessários para um pyrex grátis na promoção do Continente e um jantar de sushi por mês, sonharias com uma férias na República Dominicana, regime de "tudo incluído", terias uma tatuagem em forma de borboleta e perfil de facebook onde colocarias cada segundo da tua vida, incluindo retratos com momentos imaginários nas praias da República Dominicana, lerias Nicholas Sparks e Chagas Freitas, comprarias livros de dietas em Maio e livros de receitas de bacalhau em Dezembro, usarias pijamas com ursinhos e pintarias uma unha de cor diferente das outras.
É uma maçada, isso de me impressionares.
É uma maçada, isso de me impressionares.
04 abril 2016
E tu, de que sons tens saudades?
Jogos a entrarem no ZX Spectrum, mudança de linha na máquina de escrever, final de emissão na RTP1, mota dos gelados na praia da Figueira, a abertura de pista na Seagull e no Green Hill, motor da Citroen Dyane, enrolar da fita das cassetes no walkman, o chamar do telefone fixo de casa dos meus pais.
03 abril 2016
Permacultura
O rocambolesco em Batman vs Super-Homem é a realização optar por uma colagem ao neo-realismo dos musicais de Lloyd-Weber, que assenta bem em personagens como Old Deuteronomy, em Cats, mas não resulta quando em planos mais fechados, à maneira de Godfather, quando Marlon Brando fita o horizonte para não olhar de frente Bonasera, numa ode às amizades forçadas. Em Batman vs Superhomem é todo um futuro do cinema que se desmorona, de tal forma o realiador insiste em remeter-nos para uma atmosfera Felliniana, com contínuas piscadelas de olho ao universo paralelo dos livros de Verne, um homem de antes do seu tempo, um mestre na arte de prever futuros longínquos, um visionário como Da Vinci, que Dan Brown tão bem retratou, no seu estilo particular de detalhar os conteúdos, sempre de um ponto de vista impressionista, manipulando-nos a percepção da escola flamenga e substituindo-a por uma linguagem medieval, quase romanesca, conduzindo-nos para o paradigma da escola Tolstoiniana
(baseado nas crítica de cinema e num comentário da sempre estimulante Mirone no post ali em baixo)
(baseado nas crítica de cinema e num comentário da sempre estimulante Mirone no post ali em baixo)
Em verdade te digo, Ruben Patrick
Querendo electrizá-la, Ruben Patrick, terás que provar que és dono de uma inteligência feroz, não se trata de coisa livresca, elas agora socorrem-se do Google e também já sabem coisas variadas, falo-te de raciocínio rápido, de seres capaz de dizer a coisa certa na altura certa, de relacionares uma cantata de Bach com a pequena aldeia no sopé dos Himalaias onde compraste um livro de Kafka, e fazer sentido, a seguir, Ruben Patrick, convirá saberes tomar conta de ti, não há mulher que suporte tomar conta de um homem para além de um par de horas, depois, Ruben Patrick, tudo o que se diz sobre o sentido de humor é rigorosamente verdade, um valor seguro, não há mulher que resista a um homem que a faz rir, de preferência no dia seguinte, finalmente, Ruben Patrick, aprende a escrever em condições, domina a técnica de usar as palavras essenciais, e apenas essas, escreve de forma escorreita e sem erros, aprende a contar uma história em condições.
Porque, em verdade te digo, Ruben Patrick, há muito que elas não escolhem homens musculados e bronzeados, bem parecidos e fatais.
02 abril 2016
Chove
Durante muito tempo, escolhi sítios bonitos sempre que me apetecia ler um livro. A poltrona junto à janela da sala, o banco por baixo do sobreiro grande, a rede do telheiro.
Com os anos aprendi que um bom livro deve ser lido em desconforto, sem distracções. O sótão, à noite, só com um candeeiro de pé é o sítio certo.
Com os anos aprendi que um bom livro deve ser lido em desconforto, sem distracções. O sótão, à noite, só com um candeeiro de pé é o sítio certo.
01 abril 2016
Post em tempo (mesmo) real
Estou aqui a agendar posts, um velho hábito para fazer de conta que escrevo todos os dias. De cada vez que termino um post, vou ver o resultado do Benfica, de cada vez que vou ver o resultado do Benfica, o Benfica marcou mais um golo.
Vou parar com isto.
(se chegarmos a terça feira e não houver posts novos já sabem a razão...)
Vou parar com isto.
(se chegarmos a terça feira e não houver posts novos já sabem a razão...)
Post em tempo (quase) real
Por razões cá da minha logística dos sentimentos, deu-se o caso de almoçar hoje com um personagem, desses que, quando se referem a pessoas vagamente conhecidas, dessas que aparecem nas revistas, acrescenta sempre, depois de dizer o nome da tal pessoa vagamente conhecida e fazendo uma pausa para aumentar o efeito, "que faz o favor de ser minha amiga" e eu, que sou eu, não demorei muito para perceber que aquilo era mesmo capaz de ser verdade, aquilo de ser amigo do tal personagem é capaz de ser mesmo um favor.
O vinho era de valor.
O vinho era de valor.
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