31 dezembro 2013
2014 será como será
30 dezembro 2013
2013 foi como foi
29 dezembro 2013
Schumacher
Mas acidentes de esqui é coisa que não se deseja a ninguém, é coisa errada que alguém se possa magoar a sério onde só devia existir diversão e magia.
Não tente fazer isto em sua casa, este é um exercício treinado duramente por profissionais
Estou derreado.
28 dezembro 2013
Os problemas das mulheres
Desconhecer que podem ter as unhas impecavelmente arranjadas e, ainda assim, estalar-lhes o verniz.
27 dezembro 2013
Ulisses, Joyce, ano terceiro
A troco de dinheiro, chegou-me à mãos a tradução do Ulisses, em português de Portugal. Pode ser que seja desta que termino o livro maldito.
(um stroke positivo para o meu ego é poder apostar que quem começou Ulisses ao mesmo tempo que eu ainda não passou da página, digamos, noventa)
26 dezembro 2013
Os livros estão muito bem,...
Debriefing do natal
Bem sei que houve harmonia na família e risos à mesa e toda a família esteve unida, conversando até altas horas da manhã sobre a temática da maravilha de estar juntos, afinal o natal é a família, bem sei que os risos das crianças ecoaram pela casa, tão felizes, afinal o natal são as crianças, bem sei que o vinho estava à temperatura certa e que era daqueles vinhos especiais, escolhido pelo tio que sabe escolher vinhos, bem sei que o bacalhau estava com a dose certa de sal e que o peru, sabiamente trinchado pelo maravilhoso homem da casa, estava com o grau de assadura perfeito, bem sei que os presentes foram exactamente os desejados, tudo coisas de utilidade, tudo criteriosamente doseado, compras inteligentes e de valor sentimental, a mais apreciada foram as bolachinhas feitas pela sobrinha mais nova, bem sei que o momento da entrada do pai natal foi inesquecível, os olhinhos brilhantes das crianças que desafiaram o soninho até tão tarde, os mais velhos a perpetuar a magia do momento para não estragar a ilusão dos mais pequenitos, tão fixados eles estavam, as bolachinhas meio comidas e o leite morninho para o pai natal meio bebido, que os pormenores não são para descurar, bem sei que foram, de mãos dadas e bem agasalhadinhos, à missa do galo, e sei muito bem que o momento de regresso a casa, reflectindo na palavra do Senhor, vos deu paz interior e felicidade absoluta.
Mas, agora a sério, que tal correu esse vosso Natal?...
24 dezembro 2013
Pipoco também deseja Boas Festas a todos quantos vão ler este post
Todos os anos, por alturas da véspera de Natal, invade-me uma bizarra sensação de baixar as defesas, chega devagarinho, tem o cheiro da massa de filhós que a minha avó amassava, distendo-me, quase não me importo se percebo que o vinho é Esteva, afinal o importante é que os que chegam de longe se juntem aos que por cá ficaram, que interessa se os talheres estão desalinhados ou me servem água no copo de vinho branco, se os Christmas Carols estão em modo de repetição, se a Tia Gertrudes insiste em me oferecer maus livros?
Todos os anos, por alturas da véspera de Natal, arregaço as mangas da camisa e cozinho para as minhas pessoas, penso nos que já cá não estão e faz-me bem pensar neles, devolvo com um telefonema de viva voz as mensagens que alguns ainda teimam enviar-me, quase todos por graça, por saberem que é a senha para eu lhes devolver a chamada, todos os anos, por esta altura, fico mais disponível para os que me arrancam bocejos nos outros dias, quase me comovo com posts de roupas, as pessoas lá terão as suas razões, não me importo se o whiskey é novo e com gelo, se o café tem açucar, se as pessoas começam a frase com "é assim".
E é por isso, por ser véspera de Natal, que quero fazer igual a toda a gente e saudar os que insistem em não me deixar a falar sozinho, aos que comentam sem esperar resposta, às pessoas tão interessantes e com tantas histórias que certamente estão por detrás de "nicks" de blogs, aos que gostam do que escrevo e aos que nem tanto, é nestes dias que baixo a guarda, desvio-me da "persona" do Pipoco, evito o Ruben Patrick e eu, mas eu mesmo, desejo a todos paz, um natal tranquilo, na companhia da vossa gente e dos que, não sendo a vossa gente, são abençoados com a vossa presença e partilham a vossa mesa.
23 dezembro 2013
Last, last Christmas
22 dezembro 2013
Já se disse tudo sobre aquilo das advogadas. Mas não o dissemos todos..
16 dezembro 2013
Pipoco, sempre no caminho certo, às vezes sem saber como nem porquê
15 dezembro 2013
Fazendo o que eu digo
O júri, de cada vez que um dos miúdos cantava em português, não poupava nos elogios nem nos louvores, que era um gosto ver que esta geração ainda gostava de defender o que é nosso, imitando o que vê fazer aos jurados dos programas de televisão. O público aplaudia, concordante.
No final, enquanto se esperava pelo resultado dos vencedores, dois dos jurados, gente das canções, brindaram-nos com a sua arte. Um cantou o "I Will Allways Love You", e outro o "Superstition", essas lendárias músicas escritas por Ary dos Santos que tão bem ficaram nas vozes de Amália e Carlos do Carmo.
14 dezembro 2013
Espírito natalício
13 dezembro 2013
Aos meus amores
Os meus dois minutos de fama com J. Rentes de Carvalho
Cancelei a videoconferência com Nova Iorque, antecipei o voo de Madrid, recordei a Maria Gertrudes da minha indisponibilidade para toda a tarde, vesti o meu melhor fato, engraxei os sapatos com mais afinco que nos outros dias, ajeitei o nó da gravata, dei uma última olhadela na minha imagem reflectida no capot preto do carro alemão que mandei lavar, com polimento extra, o normal nestas situações, fiz-me à estrada, imaginei que era a velha estrada de Sintra que os dos livros de Eça percorriam para ir ter com espanholas e cear no Lawrence e foi-me menos penoso passar Massamá e a Damaia, o Cacém e Ranholas. Escolhi uma estação de rádio dessas de música calma e cheguei com tempo à biblioteca municipal, o normal nestas situações.
As senhoras da recepção sorriram-me, é o meu lendário poder sobre senhoras de idade, e lá estava J. Rentes de Carvalho a falar com homens de cara séria e mulheres de olhar embevecido, os grandes escritores têm este efeito.
A cerimónia estava atrasada, o normal nestas situações, respirei fundo, lembrei-me das técnicas de ioga para controlar a pulsação e abeirei-me de J. Rentes de Carvalho, sorriso nervoso, pé ante pé, acercando-me em círculos. "Professor, posso pedir-lhe para me autografar um livro?", disse eu, quase num sussurro, falta de experiência de pedir coisas, J. Rentes de Carvalho, solícito, vendo-me a tropeçar nos meus próprios pés, as mãos trementes, apiedou-se e disse que sim, quis saber o meu nome, o normal nestas situações. "Pipoco Mais Salgado", murmurei, esperando que as senhoras da primeira fila não ouvissem, "Como?" quis saber J. Rentes da Carvalho, "Pipoco Mais Salgado", repeti quase junto à orelha de Rentes de Carvalho, sentindo-me um menino que roubou um doce e foi apanhado, olhei por cima de mim abaixo, fato completo, sobretudo azul, realizando o ridículo de dizer a J. Rentes de Carvalho que me chamava "Pipoco Mais Salgado", lamentando não ter um blog chamado "Benevides de Burnay", felizmente Rentes de Carvalho lembrava-se vagamente de mim, apesar do seu "Não pode ser, não pode ser...", é sempre assim, as pessoas têm expectativas demasiado altas em relação a mim, está sempre a acontecer-me, felizmente chegaram pessoas importantes e J. Rentes de Carvalho, posso apostar que com pena, teve que ocupar o seu lugar na mesa, o normal nestas situações.
E as pessoas falaram e disseram coisas importantes e leram excertos do livro que ali os trazia, o normal nestas situações, e J. Rentes de Carvalho também falou e disse coisas acertadas e de valor, e lá estava eu no final, de novo com o livro estendido e à conversa com o grande J. Rentes de Carvalho e as pessoas a olharem para nós e as senhoras a perguntarem-se quem seria aquele rapaz tão composto, e os fotógrafos começaram a disparar os "flashes", o normal nestas situações, e eu a pensar se seria como nas revistas cor-de-rosa onde apareceria Rentes de Carvalho e eu, e o título do retrato havia de ser "J. Rentes de Carvalho com um amigo" e eu havia de ficar contente porque ser confundido com um amigo de J. Rentes de Carvalho era coisa para ser, de longe, o melhor do meu dia.
12 dezembro 2013
Este ano inventei...
11 dezembro 2013
10 dezembro 2013
No tempo em que não havia Google ...
... eu era o tipo que todos queriam ter na equipa na hora de jogar esses jogos com perguntas em cartões e era eu quem decidia se o rio Jordão desaguava no Mar Morto ou no Mediterrâneo, era a mim que recorriam quando era preciso saber qual era capital do Sri Lanka ou quem tinha escrito "Vermelho e Negro" e quando eu não era conclusivo, não era raro debater-se noite fora se seria Colombo ou Rangun, Stendhal ou Hemingway, inflamava-se a conversa e havia calor na discussão e, não poucas vezes, muitos dias depois, alguém a propósito de nada diria num jantar "Densmore, o tipo chamava-se Densmore" e todos nos recordaríamos que na semana passada ninguém se lembrava do nome do baterista dos "The Doors" e sim, o tipo era o Densmore, John Densmore.
O Google responde em segundos, com um telefone na mão todos sabem tudo e não precisam de saber nada. O Google é um aborrecimento.
Palavra do ano de Pipoco
09 dezembro 2013
Uma menina de três anos perguntou-me isto ontem e eu não soube responder
Será que o escuro também tem medo de nós?
08 dezembro 2013
Somos então chegados às semanas...
Estas são as melhores semanas do ano.
E foi assim que aconteceu
Um homem escolhe ir ver "A Noite", aquilo de Saramago que está no Teatro da Trindade, assiste a um bom desempenho do João Lagarto e do Vitor Norte, mais do João Lagarto, bem entendid,o e depois, quando um homem já abotoa o sobretudo para se fazer ao frio da noite, estendem-lhe uma garrafa de um tinto Ermelinda Freitas, que é oferta, que basta entregar o bilhete, e um homem vê-se assim no Bairro Alto, garrafa de tinto na mão, sobretudo abotoado e, tivesse com que o abrir, era bem capaz de beber directamente da garrafa.
07 dezembro 2013
Espírito natalício
Quando tempo é necessário para voltarmos a aproximar-nos daqueles que nos fizeram felizes?
06 dezembro 2013
Partiu um homem bom
Quando parte um homem bom, há que guardar recato. Há que dirigir o nosso pensamento para o exemplo inspirador e, em silêncio respeitoso, aspirar a fazer quase igual ao que fez o hmem bom que acabou de partir.
Ilustrar a nossa proximidade ao homem bom, tanta que lhe apertámos um dia a mão (que interessa se o homem bom era feito de peças de plástico?) ou propagar as bizarras confusões que os outros (sempre os outros) fizeram com o retrato do homem bom é coisa que, não fosse este recato que nos merece a partida de um homem bom, havia de nos fazer pensar que o ridículo é uma coisa sem limites.
05 dezembro 2013
Baby, it's cold outside
03 dezembro 2013
Agora que todas as meninas disto dos blogs já colocaram os retratos do dia internacional pela eliminação da violência contra as mulheres...
02 dezembro 2013
Post em tempo real
E logo pela manhã, rumo a sul, o aviso no pórtico da autoestrada indicava "Cuidado. Animal na via". Era verdade. Três quilómetros mais à frente lá estava o indivíduo a sessenta à hora, na faixa do meio.
01 dezembro 2013
Dia seguinte
Recordo cada uma das ocasiões em que o Fagundes Meyrelles se apaixonou e o quanto isso me custou em gin bebido a desoras. O Fagundes Meyrelles convencido de que está apaixonado é dos mais memoráveis espectáculos a que posso assistir, é nestes momentos aziagos que aplico toda a retórica que fui aprendendo, que o levo a jantar e lhe tento explicar que a paixão é uma coisa diferente daquilo que ele está a viver. Debalde, com aquele sorriso do tamanho do mundo e aquela generosidade que me deixa sem argumentário, o Fagundes Meyrelles lá se vai desgraçando de paixão em paixão e há alturas em que se casa.
Hoje, naquele abraço que os amigos dão no momento em que cada um fica entregue à sua vida, o Fagundes Meyrelles segredou-me: "Pipoco, já reparaste que, de cada vez em que casei, o Porto perdeu?".
E eu fiquei a pensar nas palavras sábias do Fagundes Meyrelles e em que dia é que calhava bem o próximo casamento.