Desde ontem que as redes sociais não falam de outra coisa, as ondas de choque não esmoreceram e eu, que tentei a estafada técnica de fazer de conta que o acontecido não aconteceu, não posso mais ignorar o impacto e os danos causados a terceiros que o comentário no post abaixo da fotografia em que alguém resolve criar o caos e ventilar aqui, em pleno Pipoco, que ama Tolan, sendo imediatamente secundada por uma avalanche de outras admiradoras Tolanísticas que ali viram uma oportunidade de libertar o grito calado na garganta durante muito tempo, demasiado tempo, e proclamar aqui, em pleno Pipoco, que também amam Tolan, confundindo claramente as dimensões espaço e tempo, comentando em Pipoco cuidando que comentavam em Tolan.
Na verdade não me ocorrem dois bloggers mais distintos que Tolan e Pipoco, creio mesmo que, tacitamente, criámos uma espécie de Tratado de Tordesilhas dos blogs que resultou em trabalharmos "targets" completamente distintos, uma divisão bastante clara e inequívoca que define como públicos preferenciais de Pipoco o segmento informado, culto, analítico, exigente, dotado de um refinado sentido de humor, com um léxico rico e desenvolvido, poder de compra acima da média, um público de referência, elegante, despreocupado com a vida, alegre e motivador, referência no sector. Para Tolan ficou o restante público que, em abono da verdade, Tolan vem trabalhando com exímia e com excelentes resultados, atendendo à especificidade do público em causa.
Também a nível pessoal não vejo semelhanças, para além do facto incontestável de sermos ambos brilhantes e, mais, partilharmos esse brilhantismo com a sociedade, a custo zero, num voluntariado abnegado em que o objectivo final é motivar para o estudo, para o progresso. De resto, eu sou do Sporting e Tolan é de uma outra agremiação desportiva regional, Tolan tem a Plaft, Sílvia e eu tenho o Ruben Patrick, Tolan partilhou a sua formação académica em matemática e eu nunca partilhei a minha formação académica de condutor de massas, Tolan é claramente um indivíduo com bom aspecto e eu sou como sou.
Resumindo, não é outro o objectivo destas letras senão informar que eu próprio amo Tolan, embora de uma forma diferente. Completamente diferente.
30 janeiro 2013
29 janeiro 2013
Foi assim que aconteceu
Quando aqui cheguei a isto dos blogs, há mais de trinta anos, não seríamos mais que uns vinte, elas entretinham-se a debater os episódios do Sexo e a Cidade, se a Samantha tinha uma moral sexual masculina mais vincada que a Carrie, suspiravam por um Mister Big e partilhavam os sítios onde se vendiam cupcakes, esse era o tempo em que tudo o que eu desejava era um andar no Bairro Alto e uma quinta em Azeitão, era o tempo e que eu ainda bebia Jameson e gostava, por aqui se vê o quanto éramos ingénuos nisto dos blogs, as caixas de comentários eram salas de "chat" e ainda não se tinha inventado a moderação de comentários, quem tinha trezentos visitantes por dia registados no Sitemeter era praticamente Deus, tinha o poder dos líderes de opinião, havia quem colocasse as caras dos filhos e a escola onde andavam, havia quem trocasse números de telefone em caixas de comentários e havia guerras a sério, quem escrevia nisto dos blogs fazia links para quem escrevia noutros blogs e estraçalhava a sério e aquilo dava picos de visitas e no fim todos eram felizes.
Agora temos as dos blogs de moda a imaginar que ditam tendências, já todos sabem o que há a fazer para ter duas mil visitas por dia, eu já não quero um andar no Bairro Alto e uma quinta em Azeitão e há blogs que eram escritos por pessoas mas que agora são percepcionados como produtos e ficamos confusos na hora de lhes cair em cima, sem conseguir decidir se somos corrosivos como somos com os produtos de que não gostamos ou se somos meiguinhos porque afinal os blogs são escritos por pessoas e nós não queremos incomodar.
Agora temos as dos blogs de moda a imaginar que ditam tendências, já todos sabem o que há a fazer para ter duas mil visitas por dia, eu já não quero um andar no Bairro Alto e uma quinta em Azeitão e há blogs que eram escritos por pessoas mas que agora são percepcionados como produtos e ficamos confusos na hora de lhes cair em cima, sem conseguir decidir se somos corrosivos como somos com os produtos de que não gostamos ou se somos meiguinhos porque afinal os blogs são escritos por pessoas e nós não queremos incomodar.
28 janeiro 2013
Em verdade te digo, Ruben Patrick
Mais que o quase infalível alinhamento "saia-casaco Dior com decote pronunciado ladeado por copa D em mulher que conduz Mercedes SLS", muito mais que o alinhamento "mulher com óculos Prada a ler o Financial Times enquanto bebe um Bloody Mary na Comporta", em verdade te digo, Ruben Patrick, que não há nada que mais derreta o coração de um homem que o alinhamento "mulher a chorar na mesa do lado do nosso café favorito, com aquele ar de quem não é mimada há muitos dias".
27 janeiro 2013
Se...
...conseguir terminar o Ulysses, se os Gotan Project inventarem um disco novo, se conseguir desencantar uma semana inteira para ir esquiar, se escrever este blog deixar de me aborrecer de morte, se conseguir arranjar uma boa desculpa para não ter que ir aos Muse, se me conseguir lembrar onde guardei o Kill Bill, se me voltar a dar gosto ir a Alvalade, se a garrafa de Collares tinto do ano setenta e tal ainda estiver bebível, se conseguir fazer a posição do corvo, se conseguir voltar a gostar de gin outra vez, se o Arabian Light se aguentar pelos cento e vinte dólares, se não tiver multas por excesso de velocidade, se o carnaval de Nothing Hill for melhor que o de Podence, se alguém me conseguir convencer que é divertido conhecer outros bloggers, então sim poderei dizer que dois mil e treze foi um ano de valor.
25 janeiro 2013
Ah, eles foram buscar o Liedson?
Devíamos retaliar violentamente e contratar o Vítor Baía. Ou o Paulinho Santos, vá.
24 janeiro 2013
Zero comentários, máximo três
Se um dia fizessem um filme sobre mim havia de gostar que fosse no registo do Sweet and Lowdown, aquela coisa quase desconhecida do Woody Allen em que entra o Sean Penn a fazer de guitarrista e há narradores que falam de cada uma das suas façanhas, das do guitarrista, claro está, de forma tão diversa que parece que viram cenas diferentes, mas sem a parte do fantasma Django Reinhardt, que eu não havia de querer que houvesse um guitarrista de jazz melhor que eu.
21 janeiro 2013
Basicamente, é isto
Estava aqui a ouvir as edições atrasadas dos "Sinais" do grande Fernando Alves e num destes dias o Fernando Alves, fazendo o paralelismo com a senhora que tinha tomado o comando do comboio e se tinha espetado contra uma casa, perguntava à Dona Júlia, a senhora que, no fim da madrugada, faz a limpeza da rádio, o que faria ela se tomasse o comando da rádio e a Dona Júlia respondeu que, fosse ela a conduzir a emissão da rádio e punha no ar mornas e coladeras, Cesária, Tito Paris e Mayra Andrade e nesse dia os "Sinais" acabaram mais cedo, exactamente a tempo de, antes das notícias das nove, o tipo que conduzia a emissão colocar no ar Mayra Andrade e eu achei tão, mas tão bonito.
20 janeiro 2013
Dias de chuva
Nunca tive artes suficientes para te explicar a beleza de escolher o livro que vais ler a seguir, tu tens o poder, és tu e a estante carregada de livros que nunca leste, a delícia de poder escolher, repara, tu próprio desconheces o que vais ler nos próximos dias e isso é poderoso, pode ser Saramago e vais zangar-te com aquilo dos parágrafos, pode ser Sepúlveda e terás vontade de viajar até à Terra do Fogo, talvez seja Roth e terás que parar para pensar no sentido que tem o que acabaste de ler, nunca te consegui explicar o prazer que é decidir escolher o próximo livro, o teu próximo livro, o poder de folheá-lo, ler meio parágrafo e decidir que não, que ainda não chegou o tempo de ser lido, passar adiante e escolher um outro, é este, os olhos que brilham, o meio sorriso, o livro bem apertado contra o peito, escolheste.
Enquanto a casa está quieta escrevo um post e depois vou correr
Estava aqui a ler o Expresso e aterrei naquilo de os blogs das roupas abrirem a alma e informarem que afinal é mesmo verdade o que lhes dizíamos e que elas diziam que não, afinal cobram (pouco, em meu entender) para escrever posts a dizer que o Dacia não sei quê é um automóvel que sim senhores.
Fez-me lembrar a entrevista do Armstrong à rapariga de cor, agora não me vem à memória o nome da senhora, aquela roliça.
Fez-me lembrar a entrevista do Armstrong à rapariga de cor, agora não me vem à memória o nome da senhora, aquela roliça.
18 janeiro 2013
É sexta feira à tarde e...
...ainda não estraçalhámos ninguém na blogosfera esta semana.
Estamos a ficar moles, é?
Estamos a ficar moles, é?
14 janeiro 2013
Atenção indisputada, Ruben Patrick, em verdade te digo.
A coisa mais importante que deverás reter de tudo quanto te digo, Ruben Patrick, é o conceito de momento de atenção indisputada, que quando ela te fala, (caramba Ruben Patrick, ela decidiu dispensar-te algum do seu tempo, não desvies o olhar para quem passa, não penses no que poderia ter acontecido se o Artur não desse aquele frangalhão, não olhes para o écran do telemóvel, não te percas com a tua imaginação a desviar-se para a Ritinha do quarto esquerdo, não engulas em seco imaginando que uma Pilsener fresquinha te escorrega pela glote abaixo, foca-te Ruben Patrick. Quando ela falar contigo foca-te absolutamente no que ela te diz, assenta com a cabeça que sim, que as coisas são exactamente conforme ela está a dizer, fá-la sentir que, enquanto ela te dirige a palavra, nada há que te desconcentre, que lhe não desmereces o privilégio que é ela dedicar-te uns segundos da sua atenção.
De como aprendemos todos que Chanel não se escreve com dois "énes"
Nunca apreciei blogs de moda, a não ser um, brasileiro, um blog mesmo bem feito, primeiro porque não lhes encontro utilidade e depois porque me parece que, tal como eu, as bloggers de moda vivem num mundo lá delas, hermético, do qual eu não percebo nada e não me parece que venha a ocorrer vir a querer perceber, tal e qual como a elas nada lhes interessará do meu mundo, que não é melhor nem pior, antes pelo contrário.
É por isso que o estranho caso da blogger da companhia dos telefones que degenerou no estranho caso da blogger da carteira preta me interessou apenas do ponto de vista que me fez ir ver ontem o Benfica-Porto, o interesse pelo que se passava à minha volta, muito mais pelo que que se passava lá no campo.
No caso da Pêpa, diverti-me, até porque se deu o caso de ter tido três dias que, por coisas cá da minha vida, me sobrou tempo, diverti-me, dizia eu, a observar as vagas das massas, que ora arremessavam pedregulhos à boa moça, ora, quando pressentiam que os pedregulhos eram capazes de ser demasiados, se demarcavam, e, no mesmo blog onde tinham atirado as pedras, informavam que já bastava, que a moça se calhar já estava devastada que chegasse, tudo isto sem qualquer problema de coerência, passando-se de um lado para o outro das opiniões como se fosse coisa natural indexar-se ao ulular das massas.
Também me diverti com a invocação do cyberbulling, principalmente quando esta invocação vinha de quem participou num dos mais notáveis casos de achincalhamento público de miúdas que outro defeito não tinham senão escrever pessimamente naqueles blogs que nunca conhecemos mas que são um guilty pleasure pessoal.
Este caso da miúda da mala vem depois do caso de outra miúda qualquer e imediatamente antes da próxima miúda da mala que tenha o azar de se colocar a jeito para ser estraçalhada, afinal não custa nada, nunca a olhámos nos olhos e afinal é tão fácil, no meio da matilha, dizer barbaridades, afinal aqui somos Pipocos Mais Salgados e isto são só blogs, certo?
(anets que me perguntem: http://blogueirashame.blogspot.pt/)
É por isso que o estranho caso da blogger da companhia dos telefones que degenerou no estranho caso da blogger da carteira preta me interessou apenas do ponto de vista que me fez ir ver ontem o Benfica-Porto, o interesse pelo que se passava à minha volta, muito mais pelo que que se passava lá no campo.
No caso da Pêpa, diverti-me, até porque se deu o caso de ter tido três dias que, por coisas cá da minha vida, me sobrou tempo, diverti-me, dizia eu, a observar as vagas das massas, que ora arremessavam pedregulhos à boa moça, ora, quando pressentiam que os pedregulhos eram capazes de ser demasiados, se demarcavam, e, no mesmo blog onde tinham atirado as pedras, informavam que já bastava, que a moça se calhar já estava devastada que chegasse, tudo isto sem qualquer problema de coerência, passando-se de um lado para o outro das opiniões como se fosse coisa natural indexar-se ao ulular das massas.
Também me diverti com a invocação do cyberbulling, principalmente quando esta invocação vinha de quem participou num dos mais notáveis casos de achincalhamento público de miúdas que outro defeito não tinham senão escrever pessimamente naqueles blogs que nunca conhecemos mas que são um guilty pleasure pessoal.
Este caso da miúda da mala vem depois do caso de outra miúda qualquer e imediatamente antes da próxima miúda da mala que tenha o azar de se colocar a jeito para ser estraçalhada, afinal não custa nada, nunca a olhámos nos olhos e afinal é tão fácil, no meio da matilha, dizer barbaridades, afinal aqui somos Pipocos Mais Salgados e isto são só blogs, certo?
(anets que me perguntem: http://blogueirashame.blogspot.pt/)
13 janeiro 2013
Pipoco está em modo coração mole, é nisto que dá o Sporting ganhar 10 pontos numa jornada
Estava aqui a ver a notícia do tipo lá em Washington DC que resolveu escrever um cartaz a dizer "Buzine, se amar alguém" e levantar os braços, com o cartaz lá no cimo, junto de uma estrada movimentada.
O gesto não é original, lembro-me bem do saudoso "Senhor do adeus" que me cumprimentava quando eu passava pelo Saldanha, mas é sempre delicioso ver que há sempre quem nos consiga emocionar, quem ouse mostrar optimismo, quem me mostre que são os pormenores, os pequenos gestos, que acabarão sempre por mudar o mundo.
O gesto não é original, lembro-me bem do saudoso "Senhor do adeus" que me cumprimentava quando eu passava pelo Saldanha, mas é sempre delicioso ver que há sempre quem nos consiga emocionar, quem ouse mostrar optimismo, quem me mostre que são os pormenores, os pequenos gestos, que acabarão sempre por mudar o mundo.
12 janeiro 2013
Esta tarde li blogues que nunca tinha lido
E ele há blogues que estão escritos de uma tal maneira que nos sentimos beijados enquanto lhes lemos as palavras.
Beijados ao de leve nos lábios.
Beijados ao de leve nos lábios.
11 janeiro 2013
Pipoco cumprimenta Pepa
Pepa, imagino que a menina se deve estar a rir desalmadamente com isto de hoje a blogosfera alternar a discussão entre o quão saudável é economizar para comprar uma mala, a sua maneira de falar e o grandioso tiro ao lado da marca de telemóveis, mais os comentários nos posts que se iniciam todos com "Tal como eu já escrevi no meu blog...", e depois é repetir a ideia que se escreveu no blog e que, como ninguém olhou para aquilo, verte-se agora em modo de comentário em blog de categoria extra. Fala-se de si e isso é o que interessa, mesmo eu, que sou quem sou, não fazia a mínima ideia de que a menina existia e afinal cá estou a ponderar adicioná-la à minha lista de favoritos. Agora o que a menina conseguiu mesmo foi aborrecer as outras corderosinhas que, com esta história, estão roídinhas de não terem sido elas a lembrar-se de falar de uma maneira esquisita para gerar tráfego e mais anúncios, caramba, parece que ninguém aprendeu nada com o Paulo Futre.
O que a menina tem que saber, Pepa, é que os tempos são de recato, imagine que Portugal é uma enorme sala de centro de dia para idosos, em havendo um que se queixe de estar constipado, logo o seguinte dirá que tem Gripe A e um terceiro dirá que para a semana lhe vão retirar os dois pulmões. Nenhum idoso, caríssima Pepa, ousará dizer que se sente de excelente saúde e que vai aproveitar para ir apanhar sol lá fora, será excomungado pelo grupo e isso é coisa que ninguém quer. Eu, que como certamente saberá, sou o porta-estandarte do movimento blog-chic, já quase nunca falo de como me soube bem o Barca Velha de sessenta e seis, opto por referir ao de leve um Cartuxa e pondero seriamente não passar da gama Monte Velho para não se aborrecerem comigo, repare, não quer dizer que não deguste Barca Velha todos os dias, apenas não o assumo, a não ser nas tertúlias Barcavelhianas que frequento.
(e veja lá isso de falar com lareira apagada por detrás, se é para lá estar a lareira, que esteja acesa e nos passe uma imagem de aconchego, até o primeiro ministro sabe isso, caso contrário é como dizer "vermelho" e "encarnado" ou "mala" e "carteira" na mesma frase, percebe-se logo que há marosca no personagem).
O que a menina tem que saber, Pepa, é que os tempos são de recato, imagine que Portugal é uma enorme sala de centro de dia para idosos, em havendo um que se queixe de estar constipado, logo o seguinte dirá que tem Gripe A e um terceiro dirá que para a semana lhe vão retirar os dois pulmões. Nenhum idoso, caríssima Pepa, ousará dizer que se sente de excelente saúde e que vai aproveitar para ir apanhar sol lá fora, será excomungado pelo grupo e isso é coisa que ninguém quer. Eu, que como certamente saberá, sou o porta-estandarte do movimento blog-chic, já quase nunca falo de como me soube bem o Barca Velha de sessenta e seis, opto por referir ao de leve um Cartuxa e pondero seriamente não passar da gama Monte Velho para não se aborrecerem comigo, repare, não quer dizer que não deguste Barca Velha todos os dias, apenas não o assumo, a não ser nas tertúlias Barcavelhianas que frequento.
(e veja lá isso de falar com lareira apagada por detrás, se é para lá estar a lareira, que esteja acesa e nos passe uma imagem de aconchego, até o primeiro ministro sabe isso, caso contrário é como dizer "vermelho" e "encarnado" ou "mala" e "carteira" na mesma frase, percebe-se logo que há marosca no personagem).
Ruben Patrick também dirá uma breves palavras sobre a temática Pepa
O mundo não perdoaria que Ruben Patrick guardasse para si o seu pensamento sobre este caso.
Pipoco falará dentro de alguns minutos sobre Pepa
(É só um "teaser", afinal Pipoco ainda sabe as regras básicas para gerar tráfego num blog...)
10 janeiro 2013
09 janeiro 2013
What happens in Vila Viçosa stays in Vila Viçosa
Em se descendo da pousada, o paço nas nossas costas, mantendo-nos com o muro à nossa mão direita, passando a rua que vai dar ao Núcleo Sportinguista de Vila Viçosa, havemos de encontrar a Taverna dos Conjurados, por mim ficava a ouvir uma noite inteira o bom Manuel explicar-me como se diferencia um enchido de porco preto alimentado no montado e outro alimentado a farinha, enquanto me faz pensar porque será que o cação, peixe de um mar lá tão longe, aparece na sopa alentejana, tudo isto regado com um tinto lá da produção dele, ficava a ouvi-lo ensinar-me os pequenos pormenores da cozinha conventual enquanto me explica onde se compra bom pão alentejano que é capaz de acompanhar amanhã, a muitos quilómetros daqui, um queijo de cabra e vinho do Dão, mas não, é hora de acabar a aguardente velha e seguir viagem, que a minha vida não é isto.
08 janeiro 2013
07 janeiro 2013
Andam excitadinhos, os dos blogs novos
Nisto dos blogs, a rapaziada deslumbra-se, chega-se às cem visitas por dia e já nos achamos líderes de opinião, não interessa se as pessoas cá chegam porque temos um post com o título "Rita Pereira nua", uma coisa onde desenvolvemos a temática da produção de batata no Azerbeijão, o incauto chega ao nosso blog e nem se demora, não interessa se alternamos entre os posts de música do dia e as bizarrias que vamos sacando da rede, chegados às quinhentas visitas e a rapaziada delira, somos enormes, imparáveis, os do Boticário não devem tardar para nos mandar dizer que os cremes deles são coisa boa, mil visitas e ninguém nos atura, o livro não deve tardar, é isso e ser entrevistado num desses programas do cabo.
Gosto sempre de pensar que mil pessoas é a assistência de um Beira Mar-Moreirense, jogadores e árbitros incluídos, caramba, quando mil nos visitam por dia, isso quer dizer que apenas dez ou vinte ligam ao que escrevemos, metade dos mil é pessoal que passa pelo blog só para confirmar que as coisas não melhoraram nada, é o mesmo que fazem os vinte mil que ainda vão a Alvalade, o resto é pessoal que chega ao blog por engano, não nos iludamos, não é aqui que mudamos o mundo, quando se vos afigurar que mil por dia é a glória, pensai no tal Beira Mar-Moreirense, o estádio despido, o jogo jogado a meio campo, tudo a jogar para não descer.
Gosto sempre de pensar que mil pessoas é a assistência de um Beira Mar-Moreirense, jogadores e árbitros incluídos, caramba, quando mil nos visitam por dia, isso quer dizer que apenas dez ou vinte ligam ao que escrevemos, metade dos mil é pessoal que passa pelo blog só para confirmar que as coisas não melhoraram nada, é o mesmo que fazem os vinte mil que ainda vão a Alvalade, o resto é pessoal que chega ao blog por engano, não nos iludamos, não é aqui que mudamos o mundo, quando se vos afigurar que mil por dia é a glória, pensai no tal Beira Mar-Moreirense, o estádio despido, o jogo jogado a meio campo, tudo a jogar para não descer.
04 janeiro 2013
Pipoco também toma resoluções de ano novo
Quem acompanha, imagino que com espanto e entusiasmo, a minha vastíssima e interessante obra nisto dos blogs, saberá que, desde há muito, tomo apenas uma resolução para o novo ano.
Resolvo ser imortal e até agora tenho cumprido.
Resolvo ser imortal e até agora tenho cumprido.
03 janeiro 2013
Escuta, Tio Pipoco
Escolhi a que tinha as melhor mamas. É capaz de ser mais fácil e não fico mal servido...
Escuta, Ruben Patrick
Escolhe a que não adoça o café, Ruben Patrick, escolhe a que trouxer Pamuk debaixo do braço, a que cheirar a sândalo, a que te abraçar com tanta força que quase te falte o ar, a que souber decifrar os teus silêncios antes que tu possas dizer palavra, a que não se importar por ouvires alto os discos de Maria Callas, a que estiver a olhar para ti quando acordas de manhã, escolhe a que ri quando ensaias o teu número de cachorrinho abandonado, a que sabe tudo o que há para saber sobre técnicas de luta de almofadas, a que prefere iscas a sushi, escolhe aquela que te faz faltar o ar quando a pressentes, a que sabe que não há como vinho do Dão para acompanhar perdiz estufada, escolhe a que ler Corto Maltese contigo, escolhe a que não se importar se sabes a sal quando sais do mar da Comporta.
Talvez Ruben Patrick não devesse escrever posts depois de assistir ao "Tudo Bons Rapazes"
A solução, Tio Pipoco, era haver sniper's, um sniper em cada esquina, equipados com aparelho de escuta, em alguém começando a conversa com palavras piedosas, "sinceramente, gostava que o Sporting ganhasse, faz falta ao campeonato...", logo o sniper entrava em modo de alerta e uma luzinha laser vermelha ponteava na testa da piedosa alma, os amigos haviam de o avisar, respeito, é uma Kalashnikov, a piedosa alma havia de se calar, em não se calando e prosseguindo com "...a sério, tenho pena, apreciava mesmo que começassem a ganhar, porque...", não havia de acabar a frase, o sniper cumpriria a sua missão e a piedosa alma cairia por terra, sem assisitir à tal ressurreição verde e eu havia de lhe dizer, enfim, em palavras póstumas, que não, que eles desejam tanto a nossa recuperação como eu desejava a deles quando até o Mourinho em modo treinador do Leiria ficou à frente deles ou quando os outros sofriam dos nervos de cada vez que passavam a ponte da Arrábida.
02 janeiro 2013
Este blog também fala de relações
Com a idade, confio cada vez mais no meu cérebro. Fascina-me conseguir ler cada vez melhor na transversal e seleccionar automaticamente as palavras-chave, diverte-me conseguir manter três conversas em simultâneo sem me perder. Mais do que tudo, a grande vantagem é que posso confiar cada vez mais no meu cérebro para escolher pessoas, os pequenos sinais que sempre me colocaram em modo de alerta e que sistematicamente eu desprezava porque afinal as pessoas não são todas iguais e merecem segundas oportunidades, porque os sinais de alerta para umas podem não ser válidos para outras, porque um interior de automóvel sujo e desarrumado não quer dizer nada, porque começar as frases com "então é assim", entremeá-las com "tipo" a torto e a direito e escrever "lol" não tem nenhum significado especial, todos esses sinais são agora respeitados e processados, colocando-me em alerta amarelo se a pessoa começar por anunciar "que eu cá sou muito frontal", não são, nunca são frontais os que o anunciam, e em alerta vermelho sempre que me deparo com pessoas com óculos Ray-Ban, modelo Aviador.
01 janeiro 2013
São tão doces os primeiros dois dias de Janeiro
Chegaremos a horas ao trabalho e sairemos a tempo de jantar em família e deixaremos de fumar e comeremos só saladas de rúcula e sorriremos ao chefe e ligaremos aos amigos em vez de lhes enviar mensagens por telemóvel e não comeremos fritos nem doces e tomaremos só um café por dia e leremos bons livros e não perderemos tempo a ver programas de televisão de pessoas fechadas em casas e pediremos sempre factura e andaremos mais de bicicleta e cumprimentaremos as pessoas nos elevadores e não nos riremos dos maus blogues e daremos sempre passagem no trânsito e não chamaremos nomes feios às mães dos árbitros e apagaremos os perfis de facebook.
Subscrever:
Mensagens (Atom)