30 setembro 2018

Dos Passadiços do Paiva e outras histórias

Divirto-me com pequenos nadas, assim que soube dos dois restaurantes de Arouca, o Assembleia e o Parlamento, atravessa-se a rua e sai-de do Parlamento para entrar no Assembleia, e vice-versa, forcei almoçar no Assembleia e jantar no Parlamento, as carnes são melhores num e as sobremesas são melhores no outro, mas isso agora não interessa nada, talvez até existam melhores restaurantes por aqueles lados mas ninguém me tira o gosto destas pequenas coisas, às quais só eu acho piada, ao resto dos convivas dá-lhes igual, o que importa é o tamanho dos bifes e se a cerveja está fria, as coisas mais importantes para quem acaba de calcorrear os passadiços, quase nove quilómetros para cada lado, nem quiseram saber da minha conversa com o homem do bar, que se demorou a explicar-me por que razão foi bom terem ardido os passadiços e como nasceu a ideia de os construir, é por isso que eu lhes ganho a jogar no Trivial Pursuit, porque me divirto com os pequenos nadas que não interessam a ninguém, com os pormenores, e afinal parece que só eu é que sei que no fim do dia são os pormenores que fazem a diferença.

12 setembro 2018

Se me quiseres aborrecer de verdade

Fala-me do tempo, de preferência comparando este Verão com Verões de antigamente, tira retratos à comida que acaba de chegar à mesa, calça Stan Smith que não sejam verdes, conta-me histórias tuas com demasiada informação, diz-me que a barba me dá um ar mais pesado, oferece-me livros ruins, fala-me da vida de outras pessoas que não sejam o Senhor Pereira ou Madame Pereira, dá erros ortográficos que não sejam o meu erro ortográfico de estimação.

Dizei-me lá

É normal um blog ir-se abaixo nos números, só porque o autor não escreveu um par de semanas?

11 setembro 2018

À atenção das Capazes (XXXVIII)

Aquela situação da mais nova das manas Williams, a tentar disfarçar um tareão dos antigos com não sei quê de sexismo não ajuda nada a causa, pois não?

09 setembro 2018

Das viagens grandes e outras histórias

As viagens grandes, esses dias mágicos de Agosto que me preparam para o ano novo que chega sempre nos primeiros dias de Setembro, não servem de nada se não aprenderemos, e aprender não é só deslumbrar-me com sítios estranhos, conduzir sem vozes que me mandem sair na rotunda, terceira saída, não são os sabores estranhos nem os nomes impronunciáveis das terras, aprender é ter vontade de mudar, é providenciar que aquilo que vimos, aquilo que nos pareceu fazer sentido, entre na nossa vida, devagar, mas entre mesmo, foi a seguir às viagens grandes que comprei uma bicicleta para as viagens curtas, que me decidi pela meditação, que me tornei vegetariano de tempos a tempos, que passei a descalçar-me quando entro em casa, que me viciei em livros de história de países que não são o meu, que aprendi italiano, que fiquei mais tolerante e com menos certezas.