... também eu passei pelo terrível dilema de avançar para a poça de água e ter fé que a minha sorte seria diferente da do tipo do Alfa Romeo, uma espécie de ilha fumegante no meio da tal poça de água, ou ser prudente e aguardar que os bravos homens de coletes verdes desentupissem o que tinham que desentupir. Não avancei, resisti à pressa (que não tinha) e fiquei por ali, motor desligado, fazendo aquilo que melhor sei fazer, observar os parceiros da má fortuna.
E as mulheres retocavam a maquilhagem, os homens limpavam as narinas, os taxistas buzinavam para que as pessoas de bem se desviassem e eles, passando, estacavam onde estavam antes as pessoas de bem, temerosos, também eles, que são taxistas mas sabem bem o prejuízo que é ter a máquina parada um par de dias para lhes desentupirem o carburador, ou lá o que é que têm os táxis, os mais velhos saiam dos carros e juntavam-se a falar uns com os outros, discutindo se a coisa seria para durar ou não, se os homens do colete verde estavam a fazer bem o serviço ou não.
E eu, bateria de telemóvel descarregada, li um bom bocado de Ulisses.
Com tanto para descrever ainda teve o grande poder da leitura, fantástico!
ResponderEliminarCaríssimo, é "Alfa Romeo" e não Alfa Romeu".
ResponderEliminareheheheheheheh !!!!!!!!!!!
EliminarÉ bem verdade. Já está alterado, obrigado.
EliminarNão se faz... Sem bateria ficou impossibilitado de fazer um vídeo e enviar para os noticiosos sensacionalistas... Para que eles passassem, vezes sem conta, de trás para a frente também, pessoas a serem levadas pela força das águas...
ResponderEliminarJá não há taxis a carburador.
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