31 maio 2016

Não tens acompanhado o que realmente interessa? Pipoco sintetiza.

O Nuno Markl caiu no fosso da jaula dos trasmontanos e tiveram que anestesiar o José Cid, mas o José Cid ficou muito agressivo e cortou às postas fininhas o miúdo do Mastechef que deu dicas erradas ao coleguinha.

30 maio 2016

Isso sim, é a blogosfera a voltar aos velhos tempos de glória

Não sei se fale de trasmontanos desdentados, de gorilas que, em sendo anestesiados, nunca se sabe o que podem fazer a crianças ou da categoria que é o hino da nossa selecção.

(entretanto, pelos comentários que, de tão cabeludos, não tive coragem de publicar, este blog ainda é uma casa de gente de bem, percebi que não amar a escrita da Ferrante é tema sensível, havemos de dissecar...)

Movimento "As nossas mãezinhas não estudaram por nós"





Opinião final e irrevogável sobre os livros da Ferrante

É uma terça-parte da técnica Danbrowniana, sempre a abrir e sem deixar o leitor respirar, outra terça-parte de temática cara às mulheres, a velha história das amigas para a vida, a amargura de competir entre si, os amores improváveis, enfim, esse tipo de menoridades, e, finalmente, uma terça-parte de técnica perfeita de aniquilação de neurónios, esse efeito que às vezes procuramos no fim de um dia intenso, qualquer coisa que não nos mace o cérebro nem exija grande atenção aos pormenores, essa certeza de podermos passar dez páginas sem querer e ainda assim não se perder o fio à história.

Gostei muito, portanto.

29 maio 2016

Lago Tanganica, edição especial (flamingas que estudam com jovens flamingos)

De todas as lendas do Lago Tanganica, a que todos os anciãos transmitem aos aprendizes de ancião em longos serões à volta de fogueiras alimentadas de ramagens de azevinho, enquanto se espalham fumos de incenso que dão ao momento a chancela de material sagrado, é a lenda das mães flamingas que, tendo na mira a melhoria da espécie, se sacrificam estudando com os irrequietos jovens flamingos, tentando preparar os mais incapazes para  suportar os altos voos que as correntes quentes que emanam do Lago Tanganica proporcionarão aos melhores e, além disso, agradar a Sansão, o Pássaro-Alfa, aquele a quem todas as mães querem agraciar entregando-lhe os seus rebentos preciosos, preparados duramente ao longo da infância, ministrando-lhes integrais triplos quando equações de primeiro grau serviriam perfeitamente, levantando-os da cama antes que o sol nasça sobre o lago, transmitindo-lhes uma última dose de saber, não vão os jovens e imprudentes flamingos ficar mal no exame, esse momento onde tudo se decide, onde só os mais capazes sobreviverão, e elas, as mães dos avaliados com um número mais alto, desgrenhadas e mais magras, elas que submergiram no mundo dos números imaginários, logo elas que não tinham estudado senão história das artes, haverão de contar-nos que sim, que valeu a pena, que o jovem flamingo, vergado à sua vontade, acabou por voar mais alto que todos os demais, mal sabem elas que, chegado o momento da verdade, o momento em que Sansão, o Pássaro-Alfa emitir o seu veredicto, há-de começar a ler os CV's como lê os jornais, pelo fim, nem chegará à parte em que os jovens flamingos escreveram orgulhosos o número final com que acabaram os estudos e decidirá pelo que fez voluntariado, pelo que estudou fora daqui, pelo que sabe esquiar.

27 maio 2016

E a tua mãezinha também estudava contigo, Pipoco?

Não. Claro que não. Definitivamente, não. Era só o que faltava...

(e no entanto...)

22 maio 2016

Quatro

Nestas escassas horas de remanso, em que me auto-declaro homiziado das coisas que não me apetecem fazer, compro na praça uma boa corvina de mar e dois sargos, que daqui a nada estarão a assar em brasa de bom carvão, eu a cuidar da assadura perfeita enquanto me sirvo de um Bordéus que comprei esta semana, a minha cadela a querer atenção, o vento sul a levar o aroma de peixe assado para a mesa e eu a aproveitar estes momentos e a pensar que a vida é isto, nuns dias faltam-me minutos, noutros parece que tenho todas as horas que pedir.

20 maio 2016

Post em tempo real

O Mika, esse, o do Relax (olá, como vai?) está a cantar fado.

Não é mau

Um homem levanta-se cedo, antes das seis, corre com o seu cão, toma um café enquanto passa os olhos pelas cotadas no Nymex, conduz o seu potente carro alemão até um desses sítios onde acontecem reuniões de decidir coisas de valor, almoça num restaurante da moda que lhe asseguraram ser apropriado para a ocasião e afinal é só mais um que serve comida bonita, acaba a tarde com um gin com vista de rio com um amigo que está só um par de horas em Lisboa, contorce-se no carro para trocar o fato às riscas e a gravata Hermès por umas Levi's 501 e um blusão, assiste a um grande concerto do Boss, duas horas e três quartos sempre a aviar, a artilharia pesada guardada para o fim, um homem chega a casa e são quatro da manhã, toma um banho e volta ao fato às riscas, conduz de novo até ao aeroporto, mesmo a horas do avião das sete para Madrid, há-de escrever este post junto à porta de embarque D56, à espera do voo que o levará de volta à sua cidade, mesmo a tempo de fazer uma apresentação sobre coisas que um homem quer que se façam, assim o voo não se atrase, um homem há-de acabar o dia a dizer que aquilo não são os Queen, os Queen eram outra coisa, e é nisto que um homem reflectirá quando se deitar, quarenta e seis horas depois de se ter levantado.

19 maio 2016

Que estás a fazer neste momento, Pipoco?

Grande som, estes Stereophonics...

Mulheres a discutir vestidos nas redes sociais...

... é como acidentes de automovel: todos paramos para ver mas ninguém gostaria que fosse consigo ou com algum dos seus.

18 maio 2016

E a ti, o que te trouxeram os blogs?

A escrita de J. Rentes de Carvalho, aprender de uma vez por todas  a escrever "privilégio", a não gastar mais palavras que as estritamente necessárias, que é mesmo verdade aquela situação de as mulheres serem mesmo ruinzinhas umas para as outras, que mais tarde ou mais cedo acontecerá esquecer fazer "log off" antes de comentar anonimamente, que há quem ache mesmo que isto dos blogs é coisa de muito valor.

17 maio 2016

Hemingway

Posso ver agora o mundo com um olhar mais cínico, posso já não acreditar em tudo o que me dizem, posso saber que esperar que as coisas aconteçam também é uma opção, posso já não ser a melhor escolha para jogar a extremo esquerdo, posso precisar de anotar aquilo que não me é conveniente esquecer, posso já não conseguir fazer mil quilómetros de carro durante a noite e estar a esquiar às nove da manhã, posso ter aprendido a fazer cara de jogador de poker, posso já ser imune ao poder das mulheres demasiado bonitas.

...mas continuo a deslumbrar-me com o que leio em livros.

16 maio 2016

Pipoco pergunta

Para onde irão os posts de que me esqueço na hora de os escrever ?

15 maio 2016

Ruben Patrick também diz coisas sobre a bola

O Tio Pipoco está ali em sofrimento, o Old Bushmills deu-lhe para ser magnânimo e o caralho, põe-se para ali a distribuir cumprimentos pelos lampiões, e até se me deram os nervos por ver "amigos" e benfiquistas" na mesma frase. Felizmente ainda há quem tenha alguma visão das situações e enquanto eu escrever neste blog cada vez mais abichanadão e politicamente correcto, as saudades que tenho do tempo em que o Tio Pipoco afiambrava nas dos blogues cor de rosa e dava oxigénio às lá daquilo das ironias, enquanto eu escrever aqui, dizia eu, não há cá merdas de sermos todos amiguinhos, não me chame eu Ruben Patrick, estava eu aqui a ver as cenas dos lampiões a sair do estádio lá deles e aquilo é uma dor de alma, parecem todos o Emplastro, todos com um ar de suburbanos que dá dó, ou então só escolhem os que têm mais cara de otários e não sabem dizer "batata" duas vezes seguidas, o que há para dizer é que nós, apesar do Bruno de Carvalho e do Jorge Jesus, do Octávio e do Inácio, merecíamos aquele caneco, não me fodam.

Aos meus amigos benfiquistas

Divertimo-nos este ano como há muito não nos divertíamos, não foi?

Parabéns, rapaziada.

À atenção de Jorge Jesus

Ainda que em Lisboa se marque o 4-3 aos noventa e sete minutos, não ajoelhes. Ainda que em Braga se marque o 2-2 final com um penalty inexistente contra nós, não ajoelhes.

Aconteça o que acontecer, não ajoelhes.

É que nós não estamos habituados...

14 maio 2016

Está a dar o Festival da Eurovisão

Não têm que agradecer, ora essa...

12 maio 2016

Da felicidade e outras banalidades

Nestes dias de viagens consecutivas, em que me sento para jantar em sítios que não conheço e encomendo vinho de Bordéus e Rioja, em que o queijo pode ser Emmental ou Gouda ou Cabrales, em que leio ao pequeno-almoço os jornais locais e não conheço nenhuma das notícias, em que falo numa língua que é diferente da que falei ontem e da que falarei amanhã e nenhuma delas é a minha, em que passeio a pé sem destino depois de reuniões demoradas, em que tomo consciência que noutro tempo não me custava tanto acostumar-me a novas almofadas, em que cheiro a aeroporto e a fatos passados a ferro durante a noite, em que tenho que parar para pensar em que cidade estou, são dias felizes. Estupidamente felizes.

08 maio 2016

O estranho caso dos personagens que desapareciam da história

O homem cansou-se de tirar retratos e deixou de usar rolo da máquina, naquele tempo usavam-se rolos nas máquina de retirar retratos. A partir desse dia, o homem decidiu contar os retratos com palavras, "aqui está um retrato tirado ao entardecer em Sainte-Mère-Église, reparem no paraquedista pendurado na torre da igreja, é uma homenagem a John Steele, que ficou preso na torre no Dia D e só saiu dali quando os Aliados o retiraram, ali à esquerda estão a Maria do Carmo e o Sebastião, de mão dada e ao lado está o Renault 5 que alugámos", e eram só palavras a descrever o retrato que tinha sido tirado numa máquina sem rolo.

Com o tempo a memória do homem ficou mais fraca e alguns dos personagens dos retratos desapareceram da história.

(a visão é minha, a história original é da Palmier)

07 maio 2016

Pink Froid

E, vinda do nada, a mulher que conduzia um desses carros vulgares, um Nissan Qashqai ou um Renault Megane, acertou-me mesmo em cheio, podia dizer que a última coisa que recordo vagamente foi o som do chiar de travões mas agora os automóveis já não têm travões que chiem, eu estava a escrever no telefone os livros que me apetece comprar na feira do livro e atravessei a estrada enquanto escrevia "Vozes de Chernobyl", estava indeciso entre escrever Chernobyl com "y" ou com "i", uma senhora com duas crianças louras pela mão ainda me gritou "Cuidado!" mas a mulher do carro vulgar já pouco podia fazer, fiquei ali a olhar para mim, a dar um salto no ar e a cair no chão mais à frente, quase acertava no miúdo da Vespa, vi a senhora a virar a cabeça das crianças louras para o outro lado e o meu telemóvel a saltar-me da mão e eu a pensar que o telemóvel não é meu, e não me apetece ir duas vezes no mesmo mês pedir um telemóvel novo, depois o senhor do quiosque foi acalmar a senhora do carro vulgar e alguém estava a telefonar para o cento e doze e eu a olhar para aquilo e a pensar nas pessoas que vão chegar tarde aos empregos por causa de eu estar a escrever no telefone os livros que me apetece comprar na feira do livro, talvez alguém pegue no telefone e leia o que eu estava a escrever e se comova por os meus últimos pensamentos terem ido para livros e as pessoas da fila se apaziguem, pelo menos não estava a espreitar coisas ruins no telefone, um rapaz que me conhecia de vista despiu o casaco, um casaco desses da Massimo Dutti, pouco se perdeu, e tapou-me a cara com o casaco, foi nesta parte que eu fui à minha vida, afinal estava a chegar uma ambulância e eu pouco podia ajudar, estas coisas é melhor serem feitas por profissionais, mas o que eu queria mesmo dizer-te é que me não me esqueci do que me disseste, que tinha que nascer outra vez para ganhar este nosso jogo, vamos então a isso.

05 maio 2016

Trinta páginas depois


Que vês da tua janela, Pipoco

Os problemas das mulheres

Deterem o poder de, em lhes apetecendo, e só em lhes apetecendo, transformarem  um momento vulgar do nosso dia em algo de absolutamente extraordinário.

03 maio 2016

Dizei-me cá

Se não pendesse sobre a minha pessoa esta pressão tremenda de me obrigar a escrever a título gracioso um bom post por dia, se, de cada vez que aqui não escrevo, não tivesse defronte de mim a imagem do quadro do menino da lágrima e o menino é o leitor que, aqui chegado, se depara com o requentado post de ontem, se não me preocupasse em escancarar posts mesmo bons para que o brilho dos vossos comentários refulja, igualzinho ao que fez ontem o guarda-redes do Braga ao jogador não sei quê do Benfica para aquilo da taça lá deles, teria muito mais tempo para pensar em problemáticas realmente relevantes, nomeadamente sobre o facto de, chegado ao mês de Maio, eu ainda andar em círculos, cogitando sobre se este ano é que vou fazer o percurso que se iniciará algures na costa da Normandia, a zona do desembarque, e tem o seu terminus em Auschwitz ou, pelo contrário, é desta que desembarco na Cidade do Cabo e conduzo até ao Kruger ou ainda se resolvo de vez fazer uma outra viagem que me está atravessada desde po tempo em que não dispunha de recursos finaceiros para a fazer e consiste em fazer a Escócia de comboio, com paragens cirúrgicas para degustar os néctares das Higlands, preparados com a puríssima água da região, isto para além de, em me sobrando tempo, que sobraria, tratar de perceber porque é a Palmier Encoberto, que se vê à distância que é mulher de gostar do que é seu, apesar do seu pendor místico-irreverente, nunca mudar de relógio, está certo que é um Bulgari, mas nem um Bulgari se aguenta nas mais variadas situações antropologico-sazonais, é que até o próprio Ruben Patrick ostenta um Casio dourado ou um Swatch Casinha do Gil, conforme as ocasiões o aconselham.

Maturidade é...

...ter acabado de instalar a app da Associação Nacional de Farmácias.

Em verdade te digo, Ruben Patrick

Se algum dia tiveres que escolher um dos meus ensinamentos, Ruben Patrick, apenas um, escolhe aquele que agora te deixo em legado: não jogues futebol com os teus sobrinhos jovens adultos às três da tarde no primeiro domingo de calor do ano, com a rede de rega ligada para arrefecer, depois de teres inaugurado a época dos grelhados no carvão acompanhados por cerveja fria.

A não ser que queiras ficar com uma faringite...

Para a semana comemoramos nós


02 maio 2016

Eu já

Eu já li Nicholas Sparks e o pior de Paul Auster. Já li o livro inacabado de Saramago e a versão de Gonçalo M. Tavares para a continuação de "Os Maias". Já li Poirot sem Agatha Christie  e Astérix sem Goscinny nem Uderzo. Já li "O Principezinho" e as primeiras páginas de "As cinquenta sombras de Grey".

Estarei preparado para Elena Ferrante?

01 maio 2016

Olá mãe

Claro que consegues. Senta-te direito. Sai do sol ou põe um chapéu. É preciso estares sempre a gozar? Não vou dar cinco contos por uns ténis. Gosto tanto que gostes de ler. Eu hei-de ser capaz de te ensinar a fazer contas. Não sei como consegues estudar com a música tão alta. Telefona se chegares tarde. Isso passa. Não estás bem, pois não? Gostava que não escolhesses Direito. Não fumaste, pois não? Estás contente só com um catorze? Não precisas de dinheiro? A escolha é tua. Não comas só porcarias. Isso não é perigoso? Obrigada. O tempo é o melhor presente que me podes dar. Não fiques a jogar até tão tarde. Eu não disse que conseguias?