12 novembro 2012
Ruben Patrick descodifica o vídeo que o Professor Marcelo queria mostrar aos alemães
A coisa começa com uma informação relevante, a alusão à Revolução dos Cravos com o Padrão dos Descobrimentos em fundo, para uma mais fácil compreensão de quem vê o filme, que associa imediatamente a mensagem com o informação visual, depois há aquilo da miúda que fica tão, mas tão contente quando consegue meter o cravo na ponta da metralhadora em andamento (caramba, eu não consigo dizer "batata" e mascar pastilha elástica ao mesmo tempo) que nos enternece ao mesmo tempo que passa a mensagem subliminar que somos mesmo bons na motricidade fina, depois notem bem que a miúda não dá a mínima confiança ao velhote mal encarado que parece que engoliu uma colher da de pau daquelas grandes, de mexer a feijoada na ponte Vasco da Gama, mas que digo eu? já temos a grávida rechonchuda que tem uma unhas que custaram para cima de um dinheirão mas tem um buraco na camisola, mais uma mensagem subliminar de como chegámos até aqui, a seguir os dois miúdos, o de azul também também nos passa uma bela mensagem subliminar, começa a cena a fazer de conta que vai ler o seu livro e afinal acaba a espreitar para o livro do colega do lado, que se vê logo que é de uma classe económica superior porque tem uma camisola das caras e mais um cachecol e ainda um casaco à pintas enquanto o de azul vê-se logo que é pobre, pelo ar mais sofrido e porque se topa a léguas que a camisola azul foi tricotada pelas mãos abnegadas de sua avó, e lá, está, os pobres fazem de conta que, e tal, até estão a preparar-se para ler o seu próprio livro mas afinal não, espreitam por cima do ombro para o livro do rico e são estas coisas que justificam que eles nunca tratam da sua vida e acabam todos no Rendimento Mínimo, mas eis que entra o tipo da picareta, mais uma mensagem subliminar, o tipo da picareta só aparece uns nanosegundos porque logo a seguir vem o tipo velhote, o reformado, e assim mostramos que a vida de trabalho passa num instante, olha que ainda agora estávamos de picareta na mão a cavar valas para a fibra óptica e afinal já estamos a viver da reforma, ar instalado, andar à jogador de snooker, uma perna à frente da outra, aquele ar de quem domina o cenário, óculo escuro, confiança no olhar, mas afinal aparecem os tipos com os cartazes do Plano Marshall que para esta história não interessa nada e isso é mais uma mensagem subliminar, dizer "tudo isto sem Plano Marshall" é o mesmo que dizer "tudo isto sem comer cabrito à padeiro com batata assada", o Plano Marshall serviu de pouco à Alemanha e serviu muito aos Estados Unidos, mas, lá está, é mais uma mensagem subliminar, trata-se de confundir os alemães que, a pensar onde queremos chegar com a tirada do Plano Marshall já estão a levar com a velhota bem aprumada com o cartão do Deutsch Bank, parece que comprou uma carro igual ao do Tio Pipoco, mas em mais pequeno, com aquele cartão de crédito, ainda estão os alemães a pensar que raio de povo somos nós que estacionamos os carros em cima da ciclovia e já aparecem uns tipos a reclamar que a rede de carros eléctricos é um flop daqueles mesmo à antiga mas nós não queremos devolver a coisa, queremos é os carros eléctricos, o Tio Pipoco costuma dizer que sair à rua com um carro eléctrico é andar sempre com o depósito na reserva, e, mais uma vez, a mensagem subliminar é clara, nós quando é para nos entalarmos é uma coisa à séria, o Jorge Jesus era igual, ah o Melgarejo não funciona a defesa esquerdo?, então metemos o Melgarejo a defesa esquerdo à mesma e ainda estamos à espera que nos devolvam o Coentrão para o pormos a jogar a central, e estão os alemães a pensar que sim senhores, é bem visto, queremos que nos vendam carros eléctricos que ninguém quer e já lá está a montagem do submarino no tejo, o momento mais emblemático do filme, chamemos-lhe o momento Lili Caneças, um homem olha para ali e vê que nada daquilo é verdade, não pode ser verdade, vê-se a léguas que está tudo repuxado, e lá aparecem uns tipos com a taça na mão, caramba, mais uma mensagem subliminar, tudo para despistar os alemães, ainda eles, do alto da sua racionalidade estão a pensar como raio temos nós uma taça na mão, logo nós que temos uma selecção que nunca ganhou nada de nada, caramba, parece que os tipos nos toparam, calma, é melhor não levantar ondas e lá aparecem os rapazolas com a taça mas em modo menos efusivo, disfarçando, que raio de taça será aquela?, mas logo aparece o tipo da balança, mais uma mensagem subliminar, se aquela balança não significa chamar gorda à Merkel que eu não me chame Ruben Patrick, mas lá estão os tipos da Troika, são três, e desatam a roubar toda a gente menos o Pai Natal, o que significa que somos um povo respeitador, eh lá, não vale tudo, mas a malta não se importa, continua a andar como se nada fosse, afinal não precisamos daquilo, pfff, não há quem corra atrás dos facínoras, mais uma mensagem subliminar, passamos bem sem o chapéu de sol na praia, afinal é Novembro e não nos fará assim taaaanta falta, afinal a Troika é o Robin Wood, deram a enxada ao velhote e é vê-lo a marchar com os outros, caramba, parece que temmenos vinte anos, sacana do velho, quem diria?, deus me valha, então o lobo mau olha assim com aquela naturalidade para o decote da rapariga que está a fazer o papel de moça dada às festas com tanto jeitinho que ninguém diria que não está a caminho do velório da sua avó preferida?, olha para decote e diz que sim, o lambão, aprova, somos um povo latino e aos latinos tudo se perdoa, mas afinal se trabalhamos mais horas e durante mais tempo que os alemães, o que é que estará a escapar?, olha, aparece agora um tipo a fazer de Dom Duarte, mas em mais alto, com uma mala de viagem, nem a tirar férias somos mais que os alemães, isto é mesmo para nos denegrir, o quê?, até nos feriados eles nos ganham, caramba, se isto era para pôr o país de rastos não era preciso um filme, mas afinal também aqui há mensagem subliminar, os tipos que ilustram o feriado vêm de roupão e camisa de dormir, se é para ficar o feriado na cama, de facto mais vale tirarem-nos os feriados, afinal a malta não os aproveita, olha mais uma mensagem subliminar, os alemães ganham mais que nós, aquilo é só notas de cem euros mas nós é que ficamos coma loura boazuda e eles que se amanhem com a minhota, deus me valha se não é o próprio Rodrigo Moita de Deus a fazer de minhota, percebi pela barba da moça, pára tudo, então agora nem a miúda que abraçou o polícia se aproveita? eu apostava que a miúda original tinha mamas melhores e uma queixada menos Cassius Clay style, também não me parece que os nossos valorosos rapazes das forças de intervenção se apresentem com aquele ar escanzelado, aquilo é um convite à invasão, olha, aproveitamento de recursos, o buraco na camisola da outra passou para o mapa da Alemanha, afinal o filme acaba com uma mensagem melhor, o português sacou uma alemã ainda melhor e o alemão livrou-se da minhota barbuda e arranjou uma finalista de arte e design para a paródia, e acabou tudo, mas que mensagem é esta? então acaba tudo como nos filmes do Almodovar, ninguém percebe a mensagem?, olha, acabo também eu o post sem fazer sentido nenhum e em verdade vos digo que ainda há homens com valores, estão é todos na Securitas.
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O filme é medonho!!! Onde foram buscar aquela gente????
ResponderEliminarA ideia que passa do filme: "Somos pobrezinhos mas trabalhadores, honrados e asseados" (regressei a 1960).
Obrigada senhores alemães por não terem querido ver isto!!!!! Deprimente......
Ana
5 estrelas.
ResponderEliminarO Marcelo já está a ficar assim um pouco para o gágá.Deve ser de tanto mergulho na água fria. Tem razão, que vergonha se os alemães veem aquilo.
Divido-me quanto ao que ele pretendia. Divido-me quanto ao conteúdo. Talvez por levado pelas minhas próprias emoções relativamente aos alemães, um pouco na lógica de "é mais fácil culpabilizar os outros". Quando no fundo somos nós os culpados, por fazermos estes pequenos filmes de propaganda barata e que nos retratam com adjectivos terminados com "inho",entre outras coisas que agora não vêm ao acaso.
ResponderEliminarSenhores donos da Europa: será que uma pequena produção de kindergarten se vos afigura tão ofensiva que proibiram a sua visulização, ou será que conseguem entender bem demais as ditas "mensagens subliminares"- ããã, piqueno RP, sopinha de letras ?!?!???
ResponderEliminarBolas quase caio da cadeira de tanto me rir!!
ResponderEliminarMuito bom ó Buben das Dores Patrick.
Resumindo e concluindo. Cérebro masculino é incapaz de realizar duas coisas ao mesmo tempo.
ResponderEliminar... o das Dores, é uma private joke cá de casa: Pactrick de Los Dolores. Não resisti!
ResponderEliminarUns paragrafos assim de vez em quando e que era upa upa pa...
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