30 agosto 2016

Dias da Bretanha, cinco

As pessoas que estão à nossa frente na fila para mostrar que não há tesouras nas mochilas são as que se demorarão nos mesmos quadros que nós, são aquelas que percorrerão o museu ao mesmo passo que nós, que nos sorrirão quando nos afastarmos para que também elas tenham um boa visão do quadro que ambos estamos a admirar, são as que nos pedirão para que lhes tiremos um retrato junto da sua escultura favorita, são as que nos tocarão ao de leve quando recuam para ver melhor um Van Gogh menos conhecido.

Não sei porque é que não nos preocupamos mais em escolher as pessoas que estão à nossa frente na fila para mostrar que não há tesouras nas mochilas.

8 comentários:

  1. Cláudia Filipa30.8.16

    Eu gostava que fosse pela esperança de que pelo menos um potencial portador de tesouras na mochila acabasse a encantar-se pelos quadros e resolvesse passar a usar tesouras só para as atividades para as quais foram inventadas, a verdade é que esse tipo de coisas já tem acontecido mesmo fora da ficção. Mas talvez seja apenas por ser muito mais fácil a velhinha máxima: "Por causa de uns, pagam os outros".
    (não sei se interpretei bem o post, saio com a sensação de que o Pipoco pretendeu dizer uma coisa e eu percebi outra)

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    1. Por ser para si, Cláudia Filipa, explico um post (pela segunda vez em oitenta e sete anos de blogues...): se nos vamos cruzar tantas vezes com quem inicia uma visita ao museu ao mesmo tempo que nós, se vamos ver tantas vezes essa pessoa ao longo do percurso, porque é que não nos preocupamos em escolher, seleccionando as mais pessoas que nos parecem mais agradáveis logo no início do processo, ainda na fila para o controlo dos sacos?

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    2. Lady Kina30.8.16

      Não sei o que isto diz sobre a minha inteligência, mas ainda não percebi o alcance do post...

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    3. Percebo, Lady Kina. Está acostumada a encontrar aqui posts densos, plenos de sabedoria, com segundas e terceiras leituras e este é um post simples, que só quer transmitir que ganhamos muito em escolher as pessoas que iniciam a visita ao museu ao mesmo tempo que nós, que não devemos deixar a coisa ao sabor do aleatório.

      Amanhã escrevo o mesmo post, mas com as pessoas da praia.

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    4. onónimo31.8.16

      ah, uma tripla negação. obviamente não é para qualquer um.

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    5. Cláudia Filipa31.8.16

      Caro onónimo, quero que saiba que fico contente por voltar a encontrá-lo nestas caixas de comentários. Agora, permita-me que diga que o que não é para qualquer um é a seguinte situação (Pessoas, leram bem? Leram? Agora esqueçam lá o post, concentrem-se nisto): "Por ser para si, Cláudia Filipa, explico um post (pela segunda vez em oitenta e sete anos de blogues...)" como dei toda a atenção a esta frase (pessoas, leram?) quase não percebia, outra vez, mesmo com a explicação de Pipoco, o Mais Salgado, e antes que Pipoco, o Mais Salgado, venha à caixa de comentários admoestar-me por estar a ser uma palerma vaidosa que não pode receber um cumprimento, ser alvo de uma atenção, sem se dar ares, julgando-se mais importante que qualquer outra leitora, continuo o comentário dizendo (penso ser esta a ideia, Lady Kina): O mundo é um espaço muito grande que está cheio de gente, cá temos de andar a aturar-nos uns aos outros, mas lá está, como é muito grande, o mundo, há espaços, preferências, tradições, crenças, maneiras de estar, ser, gente para todos os gostos, muita diversidade, ora é muito forte a probabilidade da situação ser bastante mais agradável, da palavra aturar passar para outra palavra, um qualquer sinónimo de prazenteiro, de nos trazer muito menos aborrecimentos, se escolhermos as pessoas que estão nos mesmos espaços do mundo da mesma forma que nós... (Penso que é este "o alcance do post")...

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    6. onónimo31.8.16

      olá querida Cláudia! embora tenha parecido jactância, também me incluo no *qualquer um*, tendo compreendido apenas após a luz que esse demiurgo que é D. Pipoco Vasconcelos lançou sobre os nossos espíritos. também pode ser deste meu desmame do gin...
      Abraço!

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  2. Anónimo31.8.16

    Ai, Pipoco, venha embora daí. Os posts estão tãaaao chatos como esse sítio.

    Beijinhos. Mafalda

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