Pouco a pouco, chego ao ponto em que, para além de um Citroën DS descapotável e uma casa pequena na Ilha das Flores, não desejo ter mais coisas.
Basta-me a frugalidade, viajar para onde me apetece três vezes por ano, desde que uma das viagens seja para esquiar de manhã até à noite, bastam-me os livros que me apetecer ler e a música que me apetecer ouvir, basta-me um bom vinho, nem precisa de ser desses de quatrocentos euros por garrafa, com queijo de Azeitão e pão alentejano, bastam-me os museus e um relógio não muito caro, até posso ficar só com o Omega Seamaster, basta-me saber que posso jantar fora se me apetecer, nem é preciso que seja em Nova Iorque.
É por isso que tenho muita pena dos pobrezinhos, coitadinhos, toda uma existência ali a derrapar na menoridade. Felizmente há sempre quem os oriente.
ResponderEliminarEstá então comigo, Lady Kina?
Eliminar(também a apreciar cada vez mais as coisas simples?)
(é possível que fazer aquilo que nos apetece não seja, para todos, assim tão simples. o que torna tudo ligeiramente mais complexo)
EliminarLady Kina, para passar a apetecer não é preciso conhecer, experimentar primeiro? Pode sentir-se falta daquilo que nunca se experimentou? Bastará não se ser "pobrezinho, coitadinho" para querer conhecer, saber, experimentar, basta não faltarem recursos, ou a vontade também tem uma palavra a dizer? Apetecerá mundos e fundos às pessoas todas, ou avaliamos os apetecimentos alheios pelos nossos próprios apetecimentos? O tipo de coisas que apetecem não estará relacionado com o percurso de vida de cada um? (coisas que me fez pensar e poderia não ter escrito, mas apeteceu-me escrever)
EliminarSe o nosso projecto se resume a fazer o que nos apetece-, seja aquilo que nos apetece simples ou composto (pode ser o vinho de 400 euros ou aquele que está em promoção no continente; pode ser estar muito quieto a respirar ou saltar de para-quedas)-, parece-me mais adequado equiparar esse projecto a um ideal de felicidade, não a um sinal de maturidade.
EliminarO busílis, creio, ao invés de no "apetecimento", está no "apreciamento". Poderemos ser capazes de apreciar aquilo que nos não apetece?
( à Cláudia Filipa anda a apetecer meter-se comigo, não anda?)
Errata: onde se lê "ao invés" deve ler-se "em vez".
EliminarMas pode ser o acumular de experimentações ao longo dos anos a possibilitar uma seleção, vou escrever mais avisada, de apetecimentos, talvez a maturidade nos torne mais seletivos nas escolhas do que nos faz feliz e então uma coisa fica dependente da outra.
EliminarPode, à partida, não nos apetecer uma coisa e depois acabarmos por apreciá-la e isso até ser uma surpresa para nós.
(não, quando li o seu comentário pensei mesmo aquilo e achei que podia ser uma troca de ideias interessante, caso cá viesse trocá-las, apenas isso, até nem vou ligar à primeira parte do seu comentário, "Se o nosso projecto se resume a fazer o que nos apetece-...". Não tive mesmo qualquer intenção de "meter-me consigo", e agora não deveria escrever que isso de "meter-se com" é uma especialidade sua, não deveria mesmo, mas faltou-me maturidade e não resisti.
Sim, sim, vou escrever, já que embora não deva também não deixo de dever, nem temo, por isso cá vai: usei o termo "apreciar" no sentido de "examinar/ prestar atenção/ fruir", portanto, encaro como perfeitamente possível o apreciamento daquilo que não nos apetece, porém, talvez a chegada a esse patamar dependa de alguns anos de vida em experimentações, idas e vindas, partidas, chegadas e muitos regressos. Podemos estar de acordo aqui. Mas não sei se é maturidade, quando muito, aceito-a no seu sentido geológico. E de felicidade também não percebo nada. E só em muito raras circunstâncias as ideias se t(r)ocam (a mim custa-me cada vez mais dar-lhes forma).
EliminarJá escrevi, Cláudia.
(devia passar-me menos cartões)
(mas eu, feita teimosa, acho que vale a pena passar-lhe cartão. Obrigada por ter escrito, por ter feito por dar forma às ideias, Lady kina.)
EliminarFrugal, sem dúvida. Coisinhas pequenas, todos concordamos :P
ResponderEliminarE isso seria o mínimo obrigatório para qual um de nós, uma vez que, para se ser feliz, bastam e sobram as coisinhas simples. :)
ResponderEliminarCheer up, Pipoco. You know what they say.
ResponderEliminarSome things in life are bad,
They can really make you mad.
Other things just make you swear and curse.
When you're chewing on life's gristle,
Don't grumble, give a whistle!
And this'll help things turn out for the best
And
Always look on the bright side of life!
Always look on the bright side of life
If life seems jolly rotten,
There's something you've forgotten!
And that's to laugh and smile and dance and sing,
When you're feeling in the dumps,
Don't be silly chumps,
Just purse your lips and whistle -- that's the thing!
And always look on the bright side of life
Come on!
Always look on the bright side of life
For life is quite absurd,
And death's the final word.
You must always face the curtain with a bow!
Forget about your sin -- give the audience a grin,
Enjoy it, it's the last chance anyhow!
So always look on the bright side of death!
Just before you draw your terminal breath.
Life's a piece of shit,
When you look at it.
Life's a laugh and death's a joke, it's true,
You'll see it's all a show,
Keep 'em laughing as you go.
Just remember that the last laugh is on you!
And always look on the bright side of life
Always look on the bright side of life
Come on guys, cheer up
Always look on the bright side of life
Always look on the bright side of life
Worse things happen at sea you know
Always look on the bright side of life
I mean, what have you got to lose?
you know, you come from nothing
you're going back to nothing
what have you lost? Nothing!
Always look on the bright side of life
Um Citroen DS descapotável?!?!?!?
ResponderEliminarSacrilégio!!!!!
:)
Não sei porquê agora lembrei-me da refeição frugal preparada pelos belgas, aquando da visita de Asterix e Obelix
ResponderEliminarUma casa de tamanho razoavel nas Flores e um 2CV... E ter a Monica da Casa da Vigia a cozinhar para mim de vez em quando.
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