30 setembro 2015

Os problemas das mulheres (*)

Há dias em que gosto de voltar ao The Burning House e espantar-me com as coisas improváveis que as pessoas salvariam caso a sua casa estivesse a arder. A algumas coisas, com a sua história própria para o salvador de coisas, só o próprio conhecerá o préstimo e objectos há que são quase uma constante, o ursinho de peluche, os documentos, o telemóvel, a chave do carro, algumas fotografias antigas e óculos de sol (as pessoas acham mais importante salvar os óculos de sol em vez de outra coisa qualquer).

Eu, que cada vez estou menos romântico, penso sempre que a primeira coisa que me lembraria de salvar, estivesse a arder, havia de ser a apólice do seguro.

(depois penso melhor e acho que salvaria o vinil do "The Wall", a edição velhinha de "A cidade e as Serras", o "Corto Maltese na Sibéria", o CD da "Carmen", o "Vol de Nuit" edição francesa, os Rentes de Carvalho e Saramago autografados pelo autor, as chaves do carro, o "Casablanca" em VHS, a garrafa de vinho do Porto do meu ano, os DVD de "O padrinho" e a "Vida de Brian" e as chaves da minha outra casa.)

(*) Ora, isto é só a gente a falar...

19 comentários:

  1. Valha-lhe Santo Blogger, padroeiro da edição de posts que tantas vezes me acode, que já estava aqui a pensar em que tipo de escrita encriptados era este que deixava as frases a meio.

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  2. Isso do romantismo perde-se com a idade ou é com os desgostos mesmo?

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    1. Perde-se com a sabedoria, Nádia.

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    2. É bom saber, tentarei manter-me afastada dela.

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  3. Anónimo30.9.15

    eu no meio da aflição para salvar a vida, acho que não trazia nada! (nem mesmo a garrafa de vinho do porto do meu ano)
    VW

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    1. VW, há sempre tempo para salvar o essencial.

      (nos dias que correm, assinar "VW" é ousado...)

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    2. Anónimo1.10.15

      (Sabe tio, as minhas iniciais nada têm a ver com automóveis, mas sim com a abreviatura do nome que escolhi: Virgínia Wolf).

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  4. Lady Kina30.9.15

    Essa é fácil: salvava o meu blogue, pois claro.

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  5. "as pessoas acham mais importante salvar os óculos de sol em vez de outra coisa qualquer"... ahahahahah, desculpe, caro Pipoco, sei que este é um blog snob-chique e não se usam essas coisas próprias de classes lá mais em baixo, mas não consegui evitar. Um dia hei-de (com hífen porque o meu coração ainda não está preparado para emoções fortes) conseguir escalar montículos, montes e montanhas, entretanto chegar àquele ponto exacto, aquele ponto onde a casa está a arder e não me esqueço das "chaves da minha outra casa". Isso é que era. Ou vai ser.

    PS: Eu cá salvava todas as molduras e fotos onde está guardado o rosto da pessoa mais importante da minha vida. Ser-me-ia difícil perdê-la duas vezes.

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    1. Eu tenho o privilégio de as pessoa mais importantes da minha vida ainda cá estarem.

      ("as chaves da minha outra casa" seria uma escolha óbvia para ter onde dormir no curto prazo)

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  6. Anónimo30.9.15

    Pois, Pipoco, as suas lendárias capacidades de resposta estão em baixa.

    Maria Madeira Brilhante. E o Pipoco opaco.

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  7. Eu salvava o cão, o telemóvel e os cartões do banco. Mas digo-lhe já que acho muito mal não salvar os livros do Borges! Especialmente a poesia.

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    1. O cão dorme lá fora...

      (Antes de Borges salvaria Pessoa. E o livro da história do Sporting)

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  8. Ah, também salvava o iPad. Lembrei-me agora que já estive numa situação potencialmente parecida e levei o iPad!

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  9. Se quiser, eu guardo-lhe o vinil.

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