Há dias em que gosto de voltar ao The Burning House e espantar-me com as coisas improváveis que as pessoas salvariam caso a sua casa estivesse a arder. A algumas coisas, com a sua história própria para o salvador de coisas, só o próprio conhecerá o préstimo e objectos há que são quase uma constante, o ursinho de peluche, os documentos, o telemóvel, a chave do carro, algumas fotografias antigas e óculos de sol (as pessoas acham mais importante salvar os óculos de sol em vez de outra coisa qualquer).
Eu, que cada vez estou menos romântico, penso sempre que a primeira coisa que me lembraria de salvar, estivesse a arder, havia de ser a apólice do seguro.
(depois penso melhor e acho que salvaria o vinil do "The Wall", a edição velhinha de "A cidade e as Serras", o "Corto Maltese na Sibéria", o CD da "Carmen", o "Vol de Nuit" edição francesa, os Rentes de Carvalho e Saramago autografados pelo autor, as chaves do carro, o "Casablanca" em VHS, a garrafa de vinho do Porto do meu ano, os DVD de "O padrinho" e a "Vida de Brian" e as chaves da minha outra casa.)
(*) Ora, isto é só a gente a falar...
Valha-lhe Santo Blogger, padroeiro da edição de posts que tantas vezes me acode, que já estava aqui a pensar em que tipo de escrita encriptados era este que deixava as frases a meio.
ResponderEliminarEncriptada*
EliminarEsta*
Isso do romantismo perde-se com a idade ou é com os desgostos mesmo?
ResponderEliminarPerde-se com a sabedoria, Nádia.
EliminarÉ bom saber, tentarei manter-me afastada dela.
Eliminareu no meio da aflição para salvar a vida, acho que não trazia nada! (nem mesmo a garrafa de vinho do porto do meu ano)
ResponderEliminarVW
VW, há sempre tempo para salvar o essencial.
Eliminar(nos dias que correm, assinar "VW" é ousado...)
(Sabe tio, as minhas iniciais nada têm a ver com automóveis, mas sim com a abreviatura do nome que escolhi: Virgínia Wolf).
EliminarEssa é fácil: salvava o meu blogue, pois claro.
ResponderEliminarConte-me sobre o seu blog.
Eliminar"as pessoas acham mais importante salvar os óculos de sol em vez de outra coisa qualquer"... ahahahahah, desculpe, caro Pipoco, sei que este é um blog snob-chique e não se usam essas coisas próprias de classes lá mais em baixo, mas não consegui evitar. Um dia hei-de (com hífen porque o meu coração ainda não está preparado para emoções fortes) conseguir escalar montículos, montes e montanhas, entretanto chegar àquele ponto exacto, aquele ponto onde a casa está a arder e não me esqueço das "chaves da minha outra casa". Isso é que era. Ou vai ser.
ResponderEliminarPS: Eu cá salvava todas as molduras e fotos onde está guardado o rosto da pessoa mais importante da minha vida. Ser-me-ia difícil perdê-la duas vezes.
Eu tenho o privilégio de as pessoa mais importantes da minha vida ainda cá estarem.
Eliminar("as chaves da minha outra casa" seria uma escolha óbvia para ter onde dormir no curto prazo)
Pois, Pipoco, as suas lendárias capacidades de resposta estão em baixa.
ResponderEliminarMaria Madeira Brilhante. E o Pipoco opaco.
Ok
EliminarEu salvava o cão, o telemóvel e os cartões do banco. Mas digo-lhe já que acho muito mal não salvar os livros do Borges! Especialmente a poesia.
ResponderEliminarO cão dorme lá fora...
Eliminar(Antes de Borges salvaria Pessoa. E o livro da história do Sporting)
Ah, também salvava o iPad. Lembrei-me agora que já estive numa situação potencialmente parecida e levei o iPad!
ResponderEliminarO iPod, isso sim...
EliminarSe quiser, eu guardo-lhe o vinil.
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