De repente, saído das nossas boas memórias, aparece o Milo, o Toffee Crisp, o Cornetto limão e o Miguel Esteves Cardoso, que é uma espécie de José Cid, mas em bom, recordamos, nem sempre com agrado, que ainda nos lembramos de tudo o que fizeram lá atrás, há muitos anos.
A crónica nova de MEC, que são canções misturadas com palavras ditas com aquela voz eternamente juvenil, é uma delícia tal que um destes dias me fez escutar de novo Porgy and Bess, a primeira ópera que vi ao vivo. E não foi mau.
Caramba, falta-me o MEC! Por momentos pensei que este post fosse sobre o meu blog...
ResponderEliminarPipoco, diga-me só que esse Porgy and Bess NÃO foi o de 1999 no Pavilhão Atlântico! Passo a explicar: foi a primeira vez que lá fui, e foi a última. Confirmo que o que aconteceu em palco não foi mau, o pior é mesmo o recinto. Estava muitíssimo bem situada, percebi mais tarde que cada bilhete custava vinte contos, mas cadeiras de plástico das mais baratas do AKI ou de qualquer similar? - e com a história das cadeiras acaba de vir-me à memória uma história deliciosa, acho que vou contá-la lá em casa. Aquilo não é sítio para se ouvir ópera. Uns meses mais tarde, ou até talvez um ano, já não me lembro, fui novamente convidada para lá, para uma Traviata, lugares novamente esplêndidos, os melhores. Agradeci muito, mas recusei.
ResponderEliminarNote que isto não é de perto nem de longe estar a armar aos cucos. Também acho que o Met é descomunal (numa Norma, há muitos anos, fiz questão de ir no intervalo espreitar os lugares mais altos e ia tendo vertigens, a acção em palco ficava a anos-luz, por melhor que fosse o som), também não gosto da sala da Ópera Bastilha. Do que eu gosto mesmo é da intimidade das velhas salas de ópera em ferradura. A do Teatro da Trindade, por exemplo, é magnífica. Só não digo o óbvio, que é mal aproveitada, porque em Portugal as verbas para produções operáticas são cada vez mais inexistentes. Longe vai o tempo em que podíamos apresentar grandes nomes da cena internacional, que têm cachets absurdos. Mas isso é outra conversa, e acabo de reparar que o meu comentário é quase uma entrada da Gota.
Grande beijinho. Não está esquecido.
Teresa, eu estive nesse Porgy and Bess, com direito a jantar supostamente de gala, numa sala com ligação directa ao Pavilhão Atlântico. Lembro-me da tradução estar num sítio demasiado alto, em letras de leds vermelhos, que nos fazia ter que escolher entre ver a cena ou ler a tradução do que nos escapava por causa do som ser mau. Não me lembro das cadeiras, mas lembro-me de desejar que aquilo acabasse depressa, talvez fosse por causa das cadeiras...
Eliminar(mas o meu primeiro Porgy and Bess foi em Dublin, bastantes anos antes...)
Ufa, que alívio!!! Dublin (ah, a verde Erin!) é outra conversa. É que eu contive outros comentários desfavoráveis em atenção a si, AQUILO FOI INTOLERÁVEL. E, aqui para nós, não conheço Dublin, logo Dublin, a cidade em que nasceu Oscar Wilde! «There's such a lot of world to see!»
EliminarComeço a ficar nervosa, claustrofóbica, há demasiado tempo que não saio daqui. Há um ano por esta altura sonhava com voltar a sítios muito queridos, logo a ser travada pela realidade crua: impossível aguentar uma viagem de avião de três ou mais horas (oito ou nove para NY). Agora já a faria alegremente, Deus seja louvado, mas outras razões poderosas (pelintrice) se levantam. Mas sou uma optimista incurável. Lá para a frente haverá alegria.
Deixe dizer-lhe agora, publicamente, como merece, até porque há coisas que a memória guarda como preciosas, que gosto muito de si. Aprendi (with a little help from a friend) a ler para além da personagem Pipoco. O ser humano por trás e eu (mea culpa) não conseguia divisar é que conta. Gosto de ser corrigida, gosto que exemplos vivos me mostrem que estava errada. Obrigada, Pipoco. De coração inteiro. Porque houve alturas em que fui dura consigo, isto é, com a personagem. A pessoa por trás da personagem só a conheci depois. In my hour of trouble. E não é nesses momentos toda a gente é mais severamente posta à prova?
Vou mandar-lhe uma música de um grande amor meu, e acho (não tenho a certeza) que ainda não falei dele na Gota. Considere-a dedicada a si e à A. anónima que me mandou mensagens incríveis, uma delas transcrita na Gota. «The kindness of Strangers.»
E eis que os estranhos passam a pessoas muito queridas.
MEC tem coisas excelentes : os livros oscilam entre o fabuloso e o muito bom e eu, pessoa suspeita por ser fã incondicional, derreto-me com as crónicas. .. e é uma simpatia de pessoa.
ResponderEliminarGosto imenso desse programa do MEC na antena 1, venho para o trabalho e aí a meio do trajecto lá está ele a falar de canções, a recordar-nos o tempo das canções, lá está a canção. E o dia começa logo bem.
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