09 outubro 2012
De maneiras que era isto
Nestes dias como o de ontem em que o avião de Madrid não se atrasa e eu consigo chegar a casa com tempo de me apetecer um gin tónico de fim de tarde, bebido de frente para o por do sol, nestes dias, dizia eu, costumo acender um Partagas e coloco o vinil dos Waterboys, aquilo do This is the sea, e dou por mim a pensar que não há muitos discos que tenham músicas para single do princípio ao fim, isto se tirarmos o Brother in Arms e o Gold Ballads, ambos razoavelmente maus, e o Barbeiro de Sevilha, este com demasiadas músicas de anúncio de detergente, fico ali a matutar naquilo até chegar à última música e depois fico zangado porque estive a perder tempo com Waterboys quando podia perfeitamente ter tirado o papel celofane a uma coisa de Bach que me ofereceram e que me disseram que é muito bom, uma Paixão Segundo São João que é uma coisa superior, afinal Waterboys teve um tempo para ser ouvido, era o tempo em que tudo se passava muito devagar, ela usava Anais-Anais, nunca mais suportei coisas da Cacharel, ninguém merece inalar Anais-Anais durante quase dois meses, é certo que ela era extraordinariamente bonita, três campeonatos acima do meu, isto naquele tempo, agora isso de três campeonatos acima do meu é conceito que não existe, agora elas valorizam o sentido de humor e um homem ler livros e isso beneficia-me em toda a linha, fico a pensar que será feito dela, provavelmente teve sete filhos e a lei da gravidade não foi complacente com ela, nunca saberei por onde andará, é por isso que não tenho facebook, não quero saber de quem não quero saber, em dias como o de ontem em que o avião de Madrid não se atrasa há tempo para pensar em tantas coisas que nem sei se não será melhor que o avião de Madrid se atrase.
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Por vezes as lembranças vindas do nada nos momentos em que temos mais proprensão a captá-las apenas nos quer fazer perceber do vazio actual da situação passada e não da pessoa que esteve connosco nessa situação. E ainda bem que o avião não se atrasou porque não vale a pena abstrairmo-nos de coisas que estão lá e que não vão passar, qualquer que seja a distracção que arranje para manipular o sentimento.
ResponderEliminarTb não tenho FACE, acho aquilo a maior chatice do mundo, nunca melhor dito, do mundo.
ResponderEliminarTb usei Anais-Anais, digo, usei.
Adoro Bach
bjs
O ser humano é voluvel e caprichoso, e raramente valoriza o que possui na medida certa. Anaïs Anaïs é um veneno ! Antes 2 borrifos de Brise Contínuo. Eu sou mais Wagner e Pink Floyd. E deixar de fumar era joínha... Ah! E prepare-se para o Endireita do Brasil...pode ser que sim...
ResponderEliminarLoulou? C'est moi.
ResponderEliminar(Temos uma viagem a Roma urgente para ser usufruída, já que não apreciámos, particularmente, Paris)
L. (nao me apeteceu fazer log in)
É nesse álbum que consta o A man is in love, das melhores músicas de sempre?
ResponderEliminarIsa, o "A man is in love" é do Room to Roam, um álbum que saiu depois do Fisherman's Blues. E sim, é uma belíssima música (apesar de não ser assim que se vê se um homem está apaixonado...)
Eliminarsim, foi o hit do 3º álbum. tem a certeza?
EliminarIsa, foi o hit do 4º álbum.
Eliminar(absoluta, aquilo do I heard him talk too much whenever you're near é sintomático)
Oh, eu acho muito engraçado saber-se de quem já não se sabia há uns valentes anos, nem que seja para se poder pensar que os anos foram muito mais complacentes para com a nossa pessoa. E, às vezes, só às vezes, até pode ser que se mantenham pontos comuns, tornando-se o engraçado irónico e muito compensador.
ResponderEliminar(todas nós usámos Anais-Anais, aquilo deve ter sido moda)
Stiletto, diga-me que a menina não usou Anais-Anais...
EliminarEra isso e uma porcaria qualquer da Stivali, Puig, acho eu.
EliminarCaramba, até mesmo os dois meses, se me dissesse agora que tinha uma DT, eu diria que nos conhecêramos, não houve DT onde não me tivesse sentado.
Aais-Anais nunca usei... mas Waterboys, usei e abusei, é isso vou até ouvi-los agora mesmo.
ResponderEliminarObrigada