25 agosto 2023
Picos dos Balcãs, as histórias (4)
Peaky, foi o nome que eu lhe dei, é um cão errante, a primeira vez que o encontrei no caminho acabou por ir comigo até ao abrigo seguinte, ainda uns bons dez quilómetros debaixo de muito calor, a sua entrada no abrigo foi saudada por outros viajantes a quem Peaky tinha acompanhado no caminho, alguns deles a mais de trinta quilómetros dali. Peaky não pede comida, tem entrada livre na mesa das refeições e todos guardam um pouco da sua comida e da sua escassa água para dar de comer e beber a Peaky, que sairá com o primeiro viajante, que trocará no percurso se o viajante repousar mais do que um par de minutos, Peaky não espera e acompanhará quem vier a seguir no caminho. Encontrei-o quase cinquenta quilómetros à frente de onde nos cruzámos pela primeira vez, desta vez com uma ferida que não deixava que tratassem, contava-se que tinha sido picado um dia antes por uma cobra que Peaky tinha atacado na berma de um caminho com arbustos cerrados de mirtilos selvagens que, por terem muita água, os viajantes sempre colhem, sem parar no caminho.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
É bem visível a ferida no dorso do animal. Pobre Peaky!
ResponderEliminarQuem nasceu com espírito livre, de caminhante solitário, não recusa companhia, mas não espera por ninguém...
Sim, é bem visível o local da picada. E é espantoso a vigor e a independência deste cão que foi adotado por tantos viajantes.
EliminarPMS
Gosto de bichos assim que não se deixam dominar, também os gatos de Atenas eram assim.
ResponderEliminar