06 abril 2020

Um post por dia até ao fim do Corona - Dia 22

Numa ocasião, apeteceu-me, fiz o denominado retiro de silêncio, coisa breve, só para saber como era, nada que me apeteça fazer outra vez, não é que não se aguente perfeitamente, o pior são os últimos treze dias, mas adiante, lembro-me que o que mais me impressionou foi saborear realmente os alimentos, não se conversando à mesa, nem sequer para pedir o sal, que na ocasião havia de ser um sucedâneo mais saudável, não se falando à mesa, dizia eu, aproveitei para me concentrar em cada um dos alimentos, mastigando-os devagar, absorvendo cada um dos aromas, a textura, a forma como a saliva os envolvia, a explosão de sabores quando dois alimentos antagónicos me mesclavam, enfim, toda uma magia que desconhecia, todo um rol de experiências a que nunca tinha prestado atenção.

Tal e qual como agora, quando saio à rua.

4 comentários:

  1. Nada como deixar de ter, para se dar valor, não é? :-)

    Boa tarde

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  2. É.
    (também me acontece com as pessoas)

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  3. Anónimo6.4.20

    Certo dia, na minha adolescência, privei-me voluntariamente da visão. Para entender os cegos...
    Recomendo vivamente
    Vw

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  4. Anónimo7.4.20

    Já nem auditorias se pode fazer. Agora, com tão poucos colaboradores e utentes nas instalações, quando teria tão pouco impacto realizar os testes mais invasivos, nem permissão de acesso a zonas técnicas se consegue obter. Nos hospitais ainda vá, já têm demasiado com que lidar.

    Diria o Sr. PR, é necessário manter a compressão na mola. Enfim, não é por se ser ridículo que necessariamente se deixa de ter razão. Comprei uma mola para experimentar, em substituição dos comprimidos. Se não funcionar faço daquilo um dinamómetro para pesar abóboras e nabiças.

    Se isto continuar vou acabar recolhido na tranquilidade do meu jardim na companhia da minha melhor metade sob a pérgula de videiras a apreciar a chuva, e, por breves momentos, sentir-me funcionário público ou aposentado.

    Talvez seja apenas inveja.

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