E lá estava ela, a autora do livro, com um olhar muito triste, sem ninguém que lhe estendesse um livro para assinar, ela havia de perguntar, sorrindo, qual é o seu nome? e havia de escrever "para fulano, com um abraço" e assinaria, aos outros autores ainda havia quem lhes fizesse companhia, talvez um amigo que por ali andasse, talvez um familiar que fosse dar apoio só para o autor não ficar triste por ninguém lhe estender um livro para autografar, mas ela nem isso, talvez viesse de longe e Lisboa ficasse fora de mão aos amigos e aos de família, e foi então que eu, à segunda vez que por ali passava, fiz o que tinha que ser feito, pedi o livro, paguei um valor demasiado alto para o livro que era, estendi-lhe o livro para a autora assinar, ela perguntou-me o nome, eu pedi-lhe que escrevesse "para um amigo dos blogs", ela não fez perguntas, eu sorri-lhe.
Ainda tenho o livro da Pipoca Mais Doce.
Brincalhão. A sujeita vende até as pipocas mais secas.
ResponderEliminar...o começo de uma bela amizade. Que lindo!
ResponderEliminar:)
ResponderEliminarcom o jeito para o negócio que essa pipoca saltitante tem. até com o blog ganha para o milho, estou mesmo a imaginar a cena. publicidade entre pipocas, é o que é...
ResponderEliminarQue conteúdo de post tão, mas tão, mauzinho. Ir a Fátima ou a Santiago de Compostela não vos faz nadinha, pois não?
ResponderEliminarSim, é um brincalhão o Pipoco, mas não duvido, se as coisas se tivessem passado assim, passar-se-iam exactamente desta maneira. Tenho a certeza de que se me tivesse dado para escrever um livro, mas sem ter tido, antes, a capacidade da Pipoca Mais Doce, todo o trabalho e as dores que implicam ter conseguido transformar-me em marca, e toda triste estivesse na Feira do Livro sem ninguém a querer aquilo, nem sequer ninguém conhecido, por não ter tido coragem de contar aquela façanha a ninguém, se o Pipoco lá estivesse, acredito mesmo, haveria de reparar, haveria de pedir o livro e diria por exemplo, que anda sempre em busca de novos autores e eu haveria de escrever "um abraço ao meu primeiro e único leitor", é que ainda me lembro de uma comentadora que põe vírgulas onde lhe apetece e o mesmo faz ao velho novo acordo ortográfico, que é, muitas vezes, bem desastrada com as palavras, que nem sequer tem blog e bem se lembra de quem a acolheu sempre, na versão mais bonita do significado de acolher, e que a incentivou sempre a não parar de dizer coisas a escrever, e é por essas e outras, estes pequenos grandes pormenores, que agora diz ter a certeza de que se as coisas se tivessem passado assim, passar-se-iam exactamente desta maneira.
ResponderEliminarPoças, meu caro, hoje o xarope levou uma pitada de malícia?
ResponderEliminarSe lhe serve de consolo, isto não anda assim tão longe da verdade.
ResponderEliminarHá uns três, quatro anos (mais? não sei) dei com a dita cuja na feira do livro, precisamente de braços cruzados, sozinha, à espera que alguém aparecesse para um autógrafo.
A diferença é que não me pareceu triste. Pareceu-me só aziada.