14 outubro 2016

Dulcíssima e notável NM...

... a maior parte das pessoas que acham que Dylan não é merecedor de um Nobel da Literatura (note que eu não digo "talvez não seja merecedor" ou "haveria escolhas mais certas", sequer digo "Dylan não é uma escolha óbvia", digo mesmo que Dylan não e merecedor de um Nobel da Literatura) conhecem Dylan, e isto inclui os seus momentos geniais e os seus momentos tenebrosos, e não concordam mesmo, não é lá por causa de ser americano e famoso, por exemplo Roth é americano e famoso e é uma boa escolha para Nobel da Literatura do ano que vem, isto se se conseguir desembaraçar da concorrência do Abrunhosa, o problema, admirável NM, é que o Nobel da Literatura é para atribuir a quem escreve livros, escrever mesmo a sério, livros com folhas, que nem sequer se concebe serem lidos sem ser em papel, alguém que escreve de forma a levar-nos por mundos novos, que nos fascine, que nos conte com palavras que formam ideias magníficas, que nos deslumbre, e tudo isto muitas vezes, e é por isso que lhe digo, admitindo que perdoará o my french, que times are changing mas é o caralho, bem podem os telefones servir para ver as horas e os relógios para receber chamadas, os grandes escritores, os que são merecedores de prémios valentes, não podem ser cantores, bons cantores, isso é certo, acredito mesmo que Dylan está tão atrapalhado com o Nobel da Literatura como eu estaria se me dessem o Nobel da Paz, é ver que Dylan ainda não atendeu as chamadas lá do Comité, e é por tudo isto que lhe contei, graciosa NM, que não posso concordar com isso da sua argumentação de partir do pressuposto que não consegue provar de se atormentar com isso de as pessoas não saberem do que falam quando falam de Dylan quando a realidade é que tal coisa é tão válida como as pessoas estarem agastadas precisamente por saberem do que falam.

90 comentários:

  1. Moral da história: tinha um texto muito giro para escrever sobre o assunto e não me quis perceber. Tudo bem. :) "Amigos" como dantes.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu percebi mesmo que achava Dylan uma boa escolha como Nobel da Literatura.

      (e abandonamos assim o tema? logo agora que isto ficava animado?...)

      Eliminar
    2. E o tema de eu ter tido de respirar fundo três vezes para não o mandar abaixo de Braga devido à condescendência daqueles adjectivos bacocos com que me brindou? Aprofundamos ou ficamos por isto mesmo?!

      Eliminar
    3. Sabe bem que era coisa sentida...

      Eliminar
    4. Quer saber a resposta que os meus dedos escreveram antes de o meu cérebro os pôr na linha?

      Eliminar
    5. Não desejo eu outra coisa, simpatiquíssima NM...

      (o superlativo potencia o estremecimento, não potencia?)

      Eliminar
    6. Então, meu querido, está a tentar baralhar-me, é? Estava eu a manifestar o meu contentamento por o meu amigo ter aderido a esta nova modalidade fofuxa de blogar, e o meu querido vai e muda o comentário de sítio? Ai, ai, ai, que grande desarrumação vai neste blog!

      Eliminar
    7. Gentil Palmier, sabe bem como contaminar...

      Eliminar
    8. Passo então a citar:

      "Olhe PMS, perdoe-me também o my french, mas vá para o dulcíssimo, admirável e notável caralho, sim?"

      (Felizmente o meu cérebro é mais bem formado que os meus dedos.)

      (Mas ainda assim tenho de reconhecer que isto teve o seu quê libertador...)

      Eliminar
    9. Querida Nê, minha amiga, não se precipite.

      Eliminar
    10. Oh, meu querido, sabia que ia dizer isso. Aguardemos então pela afável resposta da nossa NM, meu amigo!

      Eliminar
    11. Foge Palmier!!!! Fuja minha querida que isto não vai ficar bonito!!

      Eliminar
    12. Que marota, minha querida!

      Eliminar
    13. Fez bem em não o ter escrito, NM.

      (agora foi o meu lendário autocontrolo que sobressaiu...)

      Eliminar
    14. Meus queridos, está gestão de comentários deixa um pouco a desejar, mas não deixa de ser maravilhosa à sua maneira.

      Eliminar
    15. (estão orgulhoso de mim próprio por não deixar isto descambar...)

      Eliminar
    16. E a adrenalina, minha querida? Já vai para três vezes que disseram aquela palavra electrizante, minha amiga!

      Eliminar
    17. Ah, que bonito. Tudo está bem quando acaba bem, meus queridos. Foi uma tertúlia muito agradável, amigos.

      Eliminar
    18. A brincar que o digas foi do caraças... :DDDDDD

      Eliminar
    19. Ainda não estou em mim, querida Palmier! Que emocionante! Sinto-me uma mirone rebelde e marota. Estou toda arrepiada!

      Eliminar
    20. Já vai, Mirone? E deixa-me aqui, entregue à intempérie?

      (acaba bem porque eu sou um cavalheiro à antiga, senão veria como seria estraçalhada a sua amiga...)

      Eliminar
    21. (Obrigada por ser bom, piedoso e generoso, PMS! Obrigada, senhor! Assim se reconhecem os grandes de espírito.)

      Bom fim de semana.

      Eliminar
    22. Meu querido, tenha calma. A violência, ainda que seja deveras emocionante, não leva a lado nenhum!

      Eliminar
    23. Agradeço de coração o seu gesto tranquilizador, Palmier.

      (isto pega-se...)

      Eliminar
    24. Ora, NM, sabe bem que eu com senhoras velhinhas sou amoroso...

      Eliminar
    25. Ahahahahahahahahahah está tudo louco!

      Eliminar
    26. Só se for com as velhinhas, de facto!

      (Fogo... Agora é que vou mesmo. Bom fim de semana a todos. Chorei a rir com isto e já não me lembrava do bom que era. PMS, desculpe lá aquilo do c*****, mas bom... Sabe enervar uma pessoa, bolas...)

      Eliminar
    27. Doces convivas, obrigado pela simpática companhia.

      (a senhora já avisou que é para passar para modo voo e mandou que avisássemos a tripulação se tivéssemos um Samsung Note 7)

      (são só cinquenta e cinco minutos, nada que não se aguente)

      Eliminar
  2. (Desculpa novamente interromper o momento de glória, Nê, mas é isto que o Pipoco diz no ultimo parágrafo que eu escrevia ontem, três posts abaixo deste, se não me engano. Desta vez sei porque não concordo com a atribuição do Nobel da literatura, não é como nos outros anos em que nunca tinha lido nada ou muito pouco escrito pelo vencedor e que, por isso mesmo, aceitava a escolha da Academia, mesmo quando não ganhava o meu candidato. Desta vez conheço a obra do vencedor, nunca como desta vez estou tão segura dos meus motivos para discordar da atribuição do prémio)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Oh Mirone... (Juro-vos que me sinto a falar chinês...) Mas eu disse nalgum lado que concordava com a atribuição do Nobel ao homem? Se leste (ainda estava para escrever "conheces", mas é melhor não para não parecer que estou a sugerir que se devem memorizar) algumas letras dele estás (na tua não expertise) avalizada para opinar. Tudo o que escrevi foi no sentido de discordar que um cantautor deva ser (a prior e por princípio) desconsiderado para a eleição.
      Agora, o que eu digo e repito é que é puramente desconversar (e levar à força a água ao nosso moinho) fazer piadas com a concorrência do Pedro Abrunhosa, só porque, enfim, os dois cantam o que escrevem.
      Resumindo: A priori não discordo da atribuição do prémio a um escritor de poemas que dão músicas. Foi o que eu disse. Só. Não disse nada mais além disto. Particularmente, não disse que concordava.

      Eliminar
    2. Acabei de te dizer, lá no teu blog, que o motivo da minha discórdia não tem a ver com o facto de serem letras de música. Discordo porque aqueles poemas, que neste caso foram musicados (ou criados para "encaixar numa música", não sei o que foi escrito primeiro se a música, se a letra) e ficaram belíssimos, não são, como poemas, suficientemente bons para o que eu acho que é o patamar de um Nobel. Mas os peritos literários são os senhores da Academia, não sou eu, nem pouco mais ou menos.

      Eliminar
    3. Clarificando: *Particularmente, não disse que concordava com a distinção de Bob Dylan como Nobel da Literatura 2016.

      Eliminar
    4. Mas foi o que percebi...

      Eliminar
    5. O comentário foi anterior ao teu Mirone... O Dr. é que anda a gerir isto de forma muito perdulária e aprova os comentários tarde e a desoras... Ainda deve ser do choque daquilo do Dylan.

      Eliminar
  3. Anónimo14.10.16

    Bravo, tio!
    Dizia precisamente isto aos colegas que me perguntaram se também pertencia à velha guarda que achava isto um desplante. De nada serviram os argumentos.Talvez me faltasse o palavrão, porque isto de ler e gostar, ainda que se aprecie (muito) o compositor/cantor, parece mal aos olhos de muitos...professores, inclusive.

    ResponderEliminar
  4. Anónimo14.10.16

    Boas,

    "A priori não discordo da atribuição do prémio a um escritor de poemas que dão músicas." É esta a dúvida que eu tenho. Trata-se de um escritor de poemas que dão músicas ou de um músico que escreve letras de músicas que dão/dariam poemas. Pessoalmente estou mais inclinado para a 2ª hipótese.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mas isso é assim tão importante? Se no fim os poemas forem bons, isso importa assim tanto?

      Eliminar
    2. Lady Kina14.10.16

      Poesia, NM? Mas quem falou em poesia? Caramba, pensei que já tinhas percebido que estamos aqui a tratar de coisas sérias, mas quais poesia? pfffffffffffffff...

      Eliminar
  5. onónimo14.10.16

    Cá está O Senhor Engenheiro a partir os tijolos todos!!!

    As 21 últimas palavras dizem tudo. Acautele-se meu caro. Pode estar na corrida do próximo ano!

    ResponderEliminar
  6. onónimo14.10.16

    Cara NM, já cá está outro memorizado! Sinto-me imparável!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ahahahahahahahahahah ainda vai acabar do lado dos apoiantes!

      Eliminar
  7. Esta ferocidade verbal é tão assustadora e emocionante, não concordam, meus queridos?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Está aqui uma marotice pegada, minha querida, deveras emocionante, porém distintíssima.

      (E estes petit fours estão uma maravilha)

      Eliminar
    2. Ui, ui... As queridas repararam que o Dr. até disse, e passo a citar, "caralho"?

      Eliminar
    3. Anónimo14.10.16

      Muito maroto. Mas dito na altura certa, minhas queridas. Muito assertivo.

      Eliminar
    4. Até ruborizei, minha querida!

      Eliminar
    5. Que corajosa me saiu ao proferir tal palavra, ainda que por interposta pessoa, minha querida! Conte-me tudo sobre a adrenalina que a trespassou nesse momento tão empolgante, minha amiga!

      Eliminar
  8. Por mais que o Dylan seja bom no que faz, para mim o Nobel da Literatura é para literatura em forma de livros!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Anónimo15.10.16

      Books by Bob Dylan[edit]
      Dylan, Bob (1971). Tarantula. Macmillan. ISBN 0261633376.
      Dylan, Bob (1973). Writings and Drawings by Bob Dylan. Jonathan Cape. ISBN 0-224-00867-6.
      Dylan, Bob (1985). Lyrics: 1962–1985. Knopf. ISBN 978-0394542782.
      Dylan, Bob (2004). Chronicles: Volume One. Simon & Schuster. ISBN 0-7432-2815-4.
      Dylan, Bob (2004). Lyrics: 1962–2001. Simon & Schuster. ISBN 0-7432-3944X.
      Dylan, Bob (2014). Lyrics: Since 1962. Simon & Schuster. ISBN 978-1476797700. Edited by Christopher Ricks, Lisa Nemrow, Julie Nemrow.[1]

      Eliminar
  9. Não percebo. Todos os anos podemos dizer mal da escolha do Nobel da literatura e ninguém nos vem dizer que somos preconceituosos por discordarmos. Este ano até parece que o preconceito é a única razão possível para não se concordar com a escolha do Nobel. Acaso o Dylan é uma minoria!??

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Anónimo14.10.16

      Nem mais.
      Houve anos em que não concordei com os laureados, gostos pessoais. Mas este ano? Não me lixem nem venham com os trovadores e raízes da Literatura.

      Eliminar
    2. Anónimo14.10.16

      Parece que a Academia Real Sueca tem o toque de Midas. Li imensos artigos e posts sobre possíveis laureados. As pessoas falvam nos seus preferidos. Não vi um único a falar de Dylan. Desde ontem são só loas. Poupem-me.

      Eliminar
  10. Isto é muito giro porque foi uma surpresa e tal, mas os Nóbeis vão voltar aos escritores de livros, não se excitem e menos, bem menos com Cohens e mais não sei quem... Que esses já têm os Grammys

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Anónimo14.10.16

      Aham, Isa. Os Nobel.

      Eliminar
    2. Beatriz14.10.16

      Depois de no ano passado com a Bielorussa? Um ouvido humano para depois escrever o que lhe apetecia? Este ano Dylan. Acha realmente que voltaremos aos escritores? Deus a abençoe, porque a Prof Sra Danius não o vai fazer.

      Eliminar
    3. Anónimo14.10.16

      Beatriz, não é para todos.

      Eliminar
  11. Anónimo14.10.16

    Ganhar o Nobel é fácil! Queria vê-lo a ganhar o Festival da Canção!...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Anónimo14.10.16

      Ahahah! Obrigada pela gargalhada do dia!

      Eliminar
  12. Ele ganhou o Nobel, mas isso não quer dizer que seja o melhor do mundo,apenas um simples prémio.

    ResponderEliminar
  13. Anónimo14.10.16

    Esta caixa de comentários e a da nossa querida Palmier valem ouro. O que já me ri!

    ResponderEliminar
  14. Anónimo14.10.16

    E, afinal, o laureado já se mostrou ao mundo?

    ResponderEliminar
  15. Lady Kina14.10.16

    Cuca, Pipoco e a quem mais possa interessar: os preconceitos que encontro naqueles que se indignam com a atribuição deste prémio não têm a ver com o autor em causa mas sim com a forma como entendem, e só essa, a literatura. Para mim isto é do mais preconceituoso/ estereotipado que há:

    * "o Nobel da Literatura é para atribuir a quem escreve livros, escrever mesmo a sério, livros com folhas, que nem sequer se concebe serem lidos sem ser em papel".


    (não posso deixar escapar esta oportunidade para também eu empregar afoita o termo do dia, aqui nesta caixa de comentários, e fá-lo-ei em resposta ao Pipoco* - É masé o caralho é que é!)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Oh Lady Kina, mas tu não leste o post da Palmier sobre as novas regras de convivência bloguistica! Vá, bebe lá deste bule (tem mais rum que chá )

      Eliminar
    2. Anónimo14.10.16

      pronto. está visto que o Nobel da Literatura passa a ser para umas frasezitas no FB, assuma-se.

      Eliminar
    3. Lady Kina14.10.16

      Minha querida Pirata, gostava de saber em que manual a menina leu que pode haver rum no interior de bules!? Não me venham com mordenices, pá, bule é para chá e pronto! (anda, serve-me o rum nessa cuia doirada e vamos brindar à literrrrrrrrrraturrrrrrrra!!!!)



      :))))))))))))))))))))

      Eliminar
  16. Lady Kina14.10.16

    E já que estamos numa de expressão libertadora (sinto-me naquelas aulas de fukushima em que nos dizem para libertarmos o corpo e movermos sem qualquer tipo de filtro), desde ontem que me apetece muito dizer:


    A Árrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrte
    e a
    Literrrrrrrrrrrrrrrrrrraturrrrrrrrrrra

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Oh, minha querida, quanta excentricidade, francamente, parece uma autótctone gaulesa a carregar nos erres, minha amiga!

      Eliminar
    2. É do rrrrrrrrrrrrrummm

      Eliminar
    3. Lady Kina14.10.16

      ahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha

      Palmier, quase cuspia o tinto!

      ahahahahahahahahahahahahah

      mas onde raio fostes desencantar esses requintados ademanes? são influências do Barão?

      Eliminar
    4. Minha querida, não era Visconde? Este nosso reino está um autêntico pandemónio, minha boa amiga!

      Eliminar
  17. Anónimo14.10.16

    mas que poeta é que já ganhou o Nobel da Literatura, assim só por curiosidade?!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Anónimo14.10.16

      W. B. Yeats; Seamus Heaney; T. S. Eliot ...

      Eliminar
    2. Anónimo15.10.16

      Wisława Szymborska, Nelly Sachs, Derek Walcott, Wole Soyinka, Saint-John Perse, Giorgos Seferis, Giosuè Carducci …

      Eliminar
    3. Beatriz15.10.16

      E o Sueco, último poeta a ganhar o prémio? Tranströmer.
      "mas que poeta é que já ganhou o Nobel da Literatura, assim só por curiosidade?!" Dai-me forças!
      Dylan não é poeta. De poeta só tem o nome surripiado a um poeta.

      Eliminar
  18. Assistimos a alguns momentos de elevado valor nesta caixa de comentários, Dr Pipoco. Houve exceções, que as houve, mas a maior das caminhadas inicia-se com um pequeno passo.
    Acabo de chegar, esgotada, da Suécia é realmente esta nova postura blogosférica é uma incrível lufada de ar fresco. Hei-de parabenizar a Dra Palmier por esta nobre iniciativa de recuperar um modo de ser e estar tão agradável.

    ResponderEliminar
  19. Eu quis fazer como todos os letrados da bloga fazem ano após ano... Na manhã seguinte e antes do pequeno-almoço já tinha adquirido tudo o que apareceu do novo Nobel. Devo dizer que se lê bem mas, continua desafinado.

    ResponderEliminar
  20. "(...) é que o Nobel da Literatura é para atribuir a quem escreve livros, escrever mesmo a sério, livros com folhas, que nem sequer se concebe serem lidos sem ser em papel (...)"

    Oh tio Pipoco, nem sei que lhe diga.

    Bom, hoje não posso, que tenho uns recados para fazer em 2025, mas amanhã mando o DeLorean apanhá-lo aí em 1868, sim?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Izzie, é rigorosamente o que eu penso. Não vai conseguir tirar-me daqui...

      Eliminar
    2. Pipoco, a sério!!!?
      Nos anos 80 ouvíamos os ditos artistas de variedades em gira-discos às vezes até com uma moeda de 1 escudo por cima da cabeça da agulha para não saltar do vinil - Single ou LP. Não havia internet, os telefones eram fixos e os livros com folhas. De papel.

      Eliminar
    3. Ó Ruben anda cá sff explicar aqui ao teu tio... :)

      (Estou a brincar consigo, Pipoco. Não se ofenda.)

      Um excelente fim-de-semana.

      Eliminar
  21. Caro Pipoco, não lhe reconheço esta rigidez. Acaso nunca lhe apeteceu cantar um livro desses que o meu caro lê? Pois digo-lhe que já dei por mim,várias vezes, a cantarolar belas palavras que saltitavam de dentro dos livros como estrelas cadentes. Recordo-me perfeitamente que a primeira vez que tal me aconteceu foi com a musicalidade que Jorge Amado no "Mar Morto" confere, através das palavras, ao amor de Livia e Guma.
    E quando Kundera - o meu eterno candidato - diz sobre os seu romances: "Há partes nos meus livros em que os compassos (capítulos) são longos, outras em que são breves outras ainda em que têm uma duração irregular".
    Tenho muita dificuldade em aceitar que Dylan não esteja dentro dos parâmetros daquilo que é a essência da literatura em si.

    ResponderEliminar
  22. Lady Kina15.10.16

    Ainda sobre este assunto, e ainda que os argumentos a favor de cada uma das visões sobre ele possam ser já suficientemente conhecidos, venho só propor a leitura deste texto, assim simples mas muito bem alinhavado, com algumas ideias fundamentais, entre elas, a de Homero e da Palavra:

    https://aventar.eu/2016/10/14/ainda-o-nobel/


    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Lady Kina15.10.16

      Desculpe Pipoco, mas não resisti a vir deixar mais um bitaite (fazer das dos outros minhas palavras): só agora li o texto do Xilre "Bob Dylan", e é isso, caramba, é isso! a importância da Palavra, o contributo da Palavra para o desenvolvimento da humanidade, é isso a literatura. No limite, indo mais longe sem sair verdadeiramente deste lugar, não me chocaria a atribuição do nobel da literatura a um matemático, desde que este, em fazendo uso da Palavra, despertasse no Homem novos sentidos.

      Eliminar
    2. Cláudia Filipa15.10.16

      Lady Kina, li todos os seus comentários sobre isto e percebo perfeitamente o seu ponto de vista, mas escolho precisamente este comentário para explicar-lhe um dos pontos em que divergimos, acho que não podia existir melhor exemplo, é que, para mim, literatura não é sobre "a importância da Palavra, o contributo da Palavra para o desenvolvimento da humanidade", é muito mais do que o uso da palavra com uma finalidade, é muito mais do que o uso da palavra com propósitos de intervenção social ou que a consiga mesmo sem ter tido essa pretensão. O conceito de literatura remete-nos para o conceito de arte, "criar arte em texto", daí dizer-lhe que, por exemplo, um livro técnico muitíssimo bem escrito, olhe, lá está, pode ser de um matemático que "despertasse no Homem novos sentidos" será na minha opinião, apenas, um livro técnico, onde alguém possa ter traduzido com mestria a tecnicidade do seu conhecimento, podendo até ter contribuído, dessa forma, para o desenvolvimento da humanidade, mas, apenas o caso de uma pessoa que sabe de matemática e sabe usar suficientemente bem as palavras para conseguir traduzir os seus conhecimentos matemáticos através delas, mas isso chega para a elevação a categoria de obra de arte a ponto de merecer um prémio de excelência da literatura? Isso é arte ou só um individuo que sabe muito de matemática e também sabe escrever?

      Tem razão, para além de ser uma discussão interessante, tem pano para mangas. Agora, também vou para dentro.

      Eliminar
  23. Lady Kina15.10.16

    Chama-se prémio nobel da literatura, não se chama prémio nobel do escritor, nem do livro, nem do romance, nem do texto escrito, chama-se da Literatura.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Anónimo15.10.16

      Exactamente.. Literatura! Escrever não basta! Ou aquele guardanapo em que Proust tomou notas e se limpou das madelenas serviria!

      Eliminar
  24. Lady Kina15.10.16

    Pronto, agora vou tomar o verdinho e vou p'ra dentro...

    ResponderEliminar
  25. Anónimo21.10.16

    Boa noite, tio.
    É muito reconfortante constatar que mesmo após as minhas grandes ausências é possível regressar a este lugar onde o mundo ainda tem ordem nas coisas e as coisas em ordem.

    Saudades e mûntas.

    ResponderEliminar