Podia ter sucedido que eu me tivesse interessado por Júlio Dinis em vez de Júlio Verne quando tinha doze anos, havia de ser um rapazinho sensível, que pediria desculpa a cada vez que marcasse cinco golos a um guarda-redes que se chamava Badocha mas eu chamava-lhe Jacinto, se me perguntassem aos quinze anos qual o meu livro preferido eu havia de dizer, suspirando, que era o Amor de Perdição, aos dezasseis decidiria ir para Letras, mas acabaria por me decidir por História da Arte ou Psicologia, havia de ficar afrontado de cada vez que me dissessem que o Música no Coração é uma boa merda de filme, apaixonar-me-ia por uma rapariga de pele muito branca chamada Maria do Céu e ela, a puta, havia de se apaixonar pelo cabrão do Badocha, que entretanto tinha metido uma banda gástrica e agora jogava Râguebi no Agronomia, eu havia de sofrer muito e apanharia bebedeiras de Amarguinha e Martini Bianco, até encontrar uma mulher com quem eu pudesse desabafar, havíamos de nos conhecer num voluntariado de levar comida aos que nada têm e casaríamos num sábado de manhã, eu haveria de cuidar que houvesse uma mesa de queijos em condições e viveríamos num segundo andar com um bom papel de parede e sem alcatifas por causa das alergias da nossa filha Maria do Céu, sim, Freud havia de explicar.
Felizmente vi o Top Gun na altura certa.
Para quando os agendou? Estou curiosa e não quero perder uma pitada.
ResponderEliminar(ahahahahahahah! Mirone, Mirone, ainda é expulsa do Paraíso, mulher :)
Eliminar:DDDDD
Eliminar(Que outro comentário podia eu fazer? Este título "estava a pedi-las")
(não seja assim, Mirone, todas nós sabemos quão sensível é o sr. engenheiro. não vamos magoar-lhe os sentimentos logo numa manhã de segunda-feira. há mérito no esforço e na autoconfiança)
Eliminar(O Sr. Engenheiro sabe com o que pode contar deste lado. É assim, não é, Pipoco?
EliminarAgora vai "castigar-me" e não me responde. Certinho como eu me chamar Mirone)
[E agora deixei-o numa encruzilhada. Ou me responde, só para mostrar que estou errada e que não é nada previsível (que previsível). Ou não me responde e mostra que é mesmo previsível. Por mim é-me indiferente, enquanto for vendo os meus comentários publicados não tenho com que me preocupar. (Novo xeque: pública, não publica?)]
(Boa semana, Pipoco!)
EliminarPublica*
EliminarCaramba, Mirone, estás mesmo a brilhar!
Eliminar(consequência do bom post que está para vir, evidentemente)
#teamcomentadores
Eliminar:DDDD
Faltou referir que a Maria do Ceu iria ter consigo a pedir conselhos em como fazer o Badocha perder-se de paixões por ela. E quando, a título de coincidência, lhe pusesse a mão na face, ela soltaria um "ainda bem que tenho um amigo como tu"
ResponderEliminarBom post, indeed, a sua blasézice é tão divertida :).
ResponderEliminarUm grande filme do Tony Scott cheio de muita acção, dos melhores.
ResponderEliminarAos doze anos já tinha lido Heidi, A princesinha, O pequeno lord e grande parte da obra literária da condessa de Ségur, destaco Os desastres de Sofia, As meninas exemplares e As férias (por terem sido os primeiros) foi então que, começando a sentir a revolta da adolescência, o principio da rebeldia, dei por mim a atirar-me como uma grandessíssima maluca a Júlio Dinis e li-lhe praticamente a obra toda, também via muitas vezes os filmes portugueses antigos, no entanto fui uma pecadora por ter visto Música no coração já muito depois de toda a gente e por ter detestado O amor de perdição, mas o Senhor fez-me ter, mais tarde, uma enorme vontade de dar uma nova oportunidade ao Camilo e ainda bem. Tendo em conta os antecedentes aos quais acresce a pele muito branca, vá lá que o cabelo é quase preto, e tudo se desenhava para que eu fosse...uma Costa Silva...
ResponderEliminarFelizmente vi Thelma e Louise na altura certa.
(certo, certo era o comentário ficar assim e não acrescentar mais nada, mas sendo eu, eu, vou dizer-lhe que há comentários que escrevo com um sorriso de orelha a orelha, assim quase a rebentar as bochechas e este foi um deles)