Como o Neil Gaiman e o Alan Moore também dão 15 a 0 ao Murakami, aguardo expectante que para o ano se quebre mais uma barreira de vidro e se tenha a coragem de avançar para a BD / graphic novel.
Pedindo desde já desculpa ao nosso anfitrião pela intromissão, diria que se se entrasse pelo campo da nona arte, Art Spiegelman seria um candidato incontornável.
Só lhe li uma obra - a evidente - e não tenho mais onde me ancorar, mas sim, só por essa é incontornável. De Gaiman e Moore conheço mais, e são fabulosos em argumento de BD. O Gaiman também a solo, mas ultimamente nem por isso.
[agora muito a sério, não percebo todo este choque e horror. se dissessem que antes do Dylan teriam de distinguir o Cohen, até entendia; agora esta revolta por o laureado não caber numa definição estreita de literatura é que já não me entra. literatura é fazer magia com palavras, não é "escrever livros".]
[peço desculpa por pôr a foice em seara alheia] @Xilre pelo que ao Maus diz respeito adorei, não conhecendo mais livros, mas este que li foi muito bom
@Izzie e Joe Sacco, pelo que me é dado a conhecer (e posso estar redondamente enganado) julgo que ia gostar e Persepolis é muito bom também.
Quanto ao Nobel, basta ler a descrição para se perceber que não é só para quem escreve livros: "...O "trabalho" referido aqui significa, para Nobel, a obra inteira desse escritor, seus principais livros, sua mentalidade, seu estilo e suas filosofias, não distinguindo uma obra em particular." da wiki.
Mas como também não tenho a sorte de ler livros que vão sequer na long list do Nobel, nunca calhou, passa-me um pouco ao lado esta polémica, mas estou a gostar de ler os argumentos esgrimidos.
Persépolis é bom, muito bom, mas só conheço essa obra da autora. Fico como com o Spiegelman, portanto, uma ignorante sem conhecimento de causa.
Já que estamos aqui numa alegre tertúlia a trocar títulos (sem ironia, adoro que me recomendem coisinhas boas), vou atirar um nome ao ar: Riad Sattouf. O Árabe do Futuro. Já há dois volumes traduzidos, estou a adorar e em pulguinhas pelo próximo.
[Passo a publicidade] Fiz de manhã a minha encomenda (2 livros) à Bertrand pois é dia de qualquer-coisa e é 20% de desconto directo e já aproveitei, mas foram para a lista (apesar dum paralelismo com o Persepolis, interessou-me bastante.
Não recomendo mais nada, pois o resto da minha BD é um pouco mais histórica/acção e não deve interessar tanto. (e sim também gosto de boas recomendações)
Ou o Duterte, pois tem umas frases curtas e preenchidas de conteúdo ou o Hitler com "A minha luta" até tem um nome forte e tudo, mas como tinha escrito no outro post se Obama também ganha um Nobel da paz, abriu-se as portas para tudo. PS: Considero com bastante valor toda a música de Bob Dylan mas Nobel da Literatura...
Estava agora a dizer que finalmente posso fundamentar com propriedade da atribuição do Nobel da literatura. Nos outros anos, não ganhando o "meu" candidato, acabava por me conformar com a escolhas da Academia na medida em que na maioria das vezes não conhecia, ou conhecia muito mal, a obra do vencedor.
AH sábio povo de treinadores, políticos, filósofos e críticos literários!* E isto tudo sentadinhos lá na nossa bancada, teclando furiosamente, para mostrar a diferença entre aquilo que é e o que devia ser.
(*elenco apenas estes ofícios para não melindrar aqueles que por infortúnios maiores em outros tantos se não tornaram ainda competentes)
Sempre ouvi dizer que existiam manobras de bastidores. Sempre ouvi dizer que a politica era muito para ali chamada. Sempre ouvi dizer que havia uma forte hipótese para letras sobre causas, muito mais do que para a qualidade das obras. Sempre ouvi dizer que, às vezes, um projecto de rotura, que demonstrasse como aquilo, afinal, era tão irreverente e moderno e provocador, quem sabe até irónico e portanto, afinal, não era aquilo, mas outra coisa qualquer, também tinha grandes hipóteses de ganhar. Sim, sempre ouvi dizer, todas estas coisas, em relação ao Festival eurovisão da canção. Peço-lhe desculpa por este comentário disparatado que nada tem que ver, nem com o Nobel da literatura, nem com Bob Dylan.
Bem lembrado, Lady Kina, também podia ser. Para além das restantes comparações, também pela razão de que, Dylan, embora muito mais conhecido como cantor e pela sua qualidade como compositor, também é... ator e escritor.
(Lady, até a sua vertente Mafalda contestatária, e agora que li aquele outro comentário que está antes deste meu e reconheço que está cheia de razão no que ao geral diz respeito, penso que, mesmo que seja lá no fundo, muito lá no fundo, é capaz de reconhecer que, neste particular, isto foi coisa, digamos que, por não querer aborrecê-la, demasiado alternativa, não acha?)
Já não me lembro com rigor da resposta que queria transmitir-lhe, entretanto não só os tempos como outras vicissitudes fizeram-me o favor de me varrer um bocado a mente, assim por onde passa a noiva, portanto, restou apenas isto por debaixo da carpete: sou do tempo em que, não sendo ainda a prática desportiva sinal de modernidade e emancipação, era comum o exercício de cagar na saquinha. Assim, adquiri por costume o transporte de malas onde me cabem e assentam quase todos os rótulos, desde "insuportável" a "armada em mafalda a contestatária". Sou uma espécie de colectora de tudo quanto me arremessam com carinho, tal qual a Cláudia costuma fazer, não querendo aborrecer-me. Em alternativa, podia fazer outras coisas. Sobre o nobel, creio que já todos nos entendemos o suficiente, o que já não é mau e talvez seja bastante. Prossigamos.
Deixei-lhe, num outro post, o meu último comentário sobre o conceito de literatura e prémios. Lady Kina, às vezes, somos vítimas de injustiças, às vezes, normalmente, como estamos todos muito longe da perfeição, temos tendência a ser para os outros como eles são para nós. Eu, por exemplo, acho que a Lady Kina, algumas vezes, interpelou-me com uma atitude provocatória e sem grandes demonstrações de apenas querer dar a conhecer um ponto de vista diferente, pelo menos foi a sensação que tive, digo-lhe que preferia que me tivesse chamado "insuportável" ainda mais no contexto em que aquilo foi, ou tivesse dito "a sua vertente Mafalda contestatária" do que tivesse, por exemplo, aqui numa caixa de comentários, se bem me recordo, recorrido às ternas e pacificadoras palavras "chata do caralho" mas enfim, são formas de ver as coisas, e só fui desenterrar agora isto por causa deste seu comentário. E a verdade é que quando li "Eu é mais Óscares", sem mais, precipitei-me, achei que estava só a querer desconversar. Pronto, prossigamos.
Pronto, pessoas, podem desmobilizar, está tudo bem, o Pipoco sobreviveu!
ResponderEliminar(É que estávamos preocupados...)
Ao menos dá quinze a zero ao Murakami.
ResponderEliminarQuanto a Murakami estamos de acordo.
EliminarComo o Neil Gaiman e o Alan Moore também dão 15 a 0 ao Murakami, aguardo expectante que para o ano se quebre mais uma barreira de vidro e se tenha a coragem de avançar para a BD / graphic novel.
EliminarPedindo desde já desculpa ao nosso anfitrião pela intromissão, diria que se se entrasse pelo campo da nona arte, Art Spiegelman seria um candidato incontornável.
EliminarSó lhe li uma obra - a evidente - e não tenho mais onde me ancorar, mas sim, só por essa é incontornável. De Gaiman e Moore conheço mais, e são fabulosos em argumento de BD. O Gaiman também a solo, mas ultimamente nem por isso.
Eliminar[agora muito a sério, não percebo todo este choque e horror. se dissessem que antes do Dylan teriam de distinguir o Cohen, até entendia; agora esta revolta por o laureado não caber numa definição estreita de literatura é que já não me entra. literatura é fazer magia com palavras, não é "escrever livros".]
Eliminar[peço desculpa por pôr a foice em seara alheia]
Eliminar@Xilre pelo que ao Maus diz respeito adorei, não conhecendo mais livros, mas este que li foi muito bom
@Izzie e Joe Sacco, pelo que me é dado a conhecer (e posso estar redondamente enganado) julgo que ia gostar e Persepolis é muito bom também.
Quanto ao Nobel, basta ler a descrição para se perceber que não é só para quem escreve livros:
"...O "trabalho" referido aqui significa, para Nobel, a obra inteira desse escritor, seus principais livros, sua mentalidade, seu estilo e suas filosofias, não distinguindo uma obra em particular." da wiki.
Mas como também não tenho a sorte de ler livros que vão sequer na long list do Nobel, nunca calhou, passa-me um pouco ao lado esta polémica, mas estou a gostar de ler os argumentos esgrimidos.
Persépolis é bom, muito bom, mas só conheço essa obra da autora. Fico como com o Spiegelman, portanto, uma ignorante sem conhecimento de causa.
EliminarJá que estamos aqui numa alegre tertúlia a trocar títulos (sem ironia, adoro que me recomendem coisinhas boas), vou atirar um nome ao ar: Riad Sattouf. O Árabe do Futuro. Já há dois volumes traduzidos, estou a adorar e em pulguinhas pelo próximo.
[Passo a publicidade]
EliminarFiz de manhã a minha encomenda (2 livros) à Bertrand pois é dia de qualquer-coisa e é 20% de desconto directo e já aproveitei, mas foram para a lista (apesar dum paralelismo com o Persepolis, interessou-me bastante.
Não recomendo mais nada, pois o resto da minha BD é um pouco mais histórica/acção e não deve interessar tanto.
(e sim também gosto de boas recomendações)
Ou com o José Rodrigues dos Santos.
ResponderEliminarSaiu-se muito bem, Caro Pipoco. Uma saída airosa após umas horas de meditabunda estupefação. Como o compreendo...
ResponderEliminarMaria (a estupefacta)
Ou o Duterte, pois tem umas frases curtas e preenchidas de conteúdo ou o Hitler com "A minha luta" até tem um nome forte e tudo, mas como tinha escrito no outro post se Obama também ganha um Nobel da paz, abriu-se as portas para tudo.
ResponderEliminarPS: Considero com bastante valor toda a música de Bob Dylan mas Nobel da Literatura...
E se tivesse sido Cohen? Estaria ao nível de Messi ?
ResponderEliminarTungas
EliminarEstava agora a dizer que finalmente posso fundamentar com propriedade da atribuição do Nobel da literatura. Nos outros anos, não ganhando o "meu" candidato, acabava por me conformar com a escolhas da Academia na medida em que na maioria das vezes não conhecia, ou conhecia muito mal, a obra do vencedor.
ResponderEliminar...fundamentar a minha discordância...
EliminarA malta do Nobel deve ter andado a fumar lá do produto do Dylan. É o que me apraz dizer.
ResponderEliminarAH sábio povo de treinadores, políticos, filósofos e críticos literários!*
ResponderEliminarE isto tudo sentadinhos lá na nossa bancada, teclando furiosamente, para mostrar a diferença entre aquilo que é e o que devia ser.
(*elenco apenas estes ofícios para não melindrar aqueles que por infortúnios maiores em outros tantos se não tornaram ainda competentes)
Não seria estranho que as pessoas que gostam de ler não tivessem preferidos e opiniões sobre o tema?
EliminarSempre ouvi dizer que existiam manobras de bastidores. Sempre ouvi dizer que a politica era muito para ali chamada. Sempre ouvi dizer que havia uma forte hipótese para letras sobre causas, muito mais do que para a qualidade das obras. Sempre ouvi dizer que, às vezes, um projecto de rotura, que demonstrasse como aquilo, afinal, era tão irreverente e moderno e provocador, quem sabe até irónico e portanto, afinal, não era aquilo, mas outra coisa qualquer, também tinha grandes hipóteses de ganhar.
ResponderEliminarSim, sempre ouvi dizer, todas estas coisas, em relação ao Festival eurovisão da canção.
Peço-lhe desculpa por este comentário disparatado que nada tem que ver, nem com o Nobel da literatura, nem com Bob Dylan.
Eu é mais Óscares.
EliminarBem lembrado, Lady Kina, também podia ser. Para além das restantes comparações, também pela razão de que, Dylan, embora muito mais conhecido como cantor e pela sua qualidade como compositor, também é... ator e escritor.
Eliminar(Lady, até a sua vertente Mafalda contestatária, e agora que li aquele outro comentário que está antes deste meu e reconheço que está cheia de razão no que ao geral diz respeito, penso que, mesmo que seja lá no fundo, muito lá no fundo, é capaz de reconhecer que, neste particular, isto foi coisa, digamos que, por não querer aborrecê-la, demasiado alternativa, não acha?)
Ora cá está ele!
Eliminar...
Já não me lembro com rigor da resposta que queria transmitir-lhe, entretanto não só os tempos como outras vicissitudes fizeram-me o favor de me varrer um bocado a mente, assim por onde passa a noiva, portanto, restou apenas isto por debaixo da carpete: sou do tempo em que, não sendo ainda a prática desportiva sinal de modernidade e emancipação, era comum o exercício de cagar na saquinha. Assim, adquiri por costume o transporte de malas onde me cabem e assentam quase todos os rótulos, desde "insuportável" a "armada em mafalda a contestatária". Sou uma espécie de colectora de tudo quanto me arremessam com carinho, tal qual a Cláudia costuma fazer, não querendo aborrecer-me. Em alternativa, podia fazer outras coisas.
Sobre o nobel, creio que já todos nos entendemos o suficiente, o que já não é mau e talvez seja bastante. Prossigamos.
Deixei-lhe, num outro post, o meu último comentário sobre o conceito de literatura e prémios.
EliminarLady Kina, às vezes, somos vítimas de injustiças, às vezes, normalmente, como estamos todos muito longe da perfeição, temos tendência a ser para os outros como eles são para nós. Eu, por exemplo, acho que a Lady Kina, algumas vezes, interpelou-me com uma atitude provocatória e sem grandes demonstrações de apenas querer dar a conhecer um ponto de vista diferente, pelo menos foi a sensação que tive, digo-lhe que preferia que me tivesse chamado "insuportável" ainda mais no contexto em que aquilo foi, ou tivesse dito "a sua vertente Mafalda contestatária" do que tivesse, por exemplo, aqui numa caixa de comentários, se bem me recordo, recorrido às ternas e pacificadoras palavras "chata do caralho" mas enfim, são formas de ver as coisas, e só fui desenterrar agora isto por causa deste seu comentário. E a verdade é que quando li "Eu é mais Óscares", sem mais, precipitei-me, achei que estava só a querer desconversar.
Pronto, prossigamos.
Ao que dizem, a MRP também criou novas expressões prosaicas na grande tradição da literatura portuguesa. Teremos candidata?
ResponderEliminarsc
PS - Ai o Meu Kadaré...Quase me apetece chorar
Do deveria ou haver efetivamente, vai uma grade diferença sempre.
ResponderEliminarArrumadinha, que saudades!
EliminarOs blogues anseiam pelos seus "é pois" como o deserto anseia por água, o pão quente por manteiga e a ressaca por guronsan.
Caríssimo anónimo fique com as suas boas ilusões.
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