O, chamemos-lhe assim, livro do Arquitecto Saraiva vai ser apresentado um destes dias mas já está à venda a segunda edição na livraria do aeroporto e eu, que gosto de falar só depois de ter lido, caramba, já li o livro do Santana Lopes e o do tipo que escreveu coisas nefastas sobre os alentejanos só para saber do que falavam as pessoas, resisti a comprar e a contribuir para que esteja à venda a quinta edição quando o Passos Coelho, um tipo amigo dos seus amigos, apresentar a coisa.
E, mesmo não tendo lido, sempre vos digo que as pessoas que contam histórias pessoais que lhes foram confiadas a título particular estão no nível mais baixo da minha escala de classificar pessoas. Sou razoavelmente tolerante com pessoas cretinas, em dias bons suporto pessoas menos dotadas de intelecto, mas os língua comprida, os que traem a confiança de quem confiou neles, são os seres mais desprezíveis da paleta de tons de gente desprezível.
O Arquitecto Saraiva é desse estirpe de má gente que é capaz de tudo para que reparemos nele, para que o convidemos para festas bonitas, dos que se esforçam que notemos que ele não desapareceu do mapa, expondo-nos à sua pequenez intelectual, ao seu ego inexplicavelmente balofo e à sua dimensão de tipo tacanho, da categoria de gente manhosa, dos que escrevem sobre aquilo que tiveram o privilégio de assistir a título pessoal, dos que contam o que lhes foi confiado.
Lido muito mal com este tipo de usurpação, muito pior do que com certos (outros) crimes. E digo que lido mal porque acaba por ser uma espécie de crença que me cega um bocado. Porém, não o bastante que me não permita identificar no topo da desprezibilidade aquele que viola PORQUE, alega, e justifica. A regra é sempre a mesma, claro, os mais altos (outros) valores, o "interesse público", enfim, são uns heróis, beneméritos do caralho, os corajosos.
ResponderEliminarmas há que agradecer ao Sr. Saraiva por ajudar a combater o preconceito sexista de que a alcovitaria é prática exclusiva das mulheres.
ResponderEliminarnada mais a acrescentar de tão execrável figura. (ou melhor, figuras).
Nunca estive tão de acordo com alguém como estou consigo, neste particular.
ResponderEliminarFM
Em 2009, J. Rentes de Carvalho contou no seu blog como nos anos 70 moveu um processo por difamação a Saraiva pai (António José) e ganhou. Bach aprendeu música com o pai, Tiger Woods, golfe. De Saraiva pai para Saraiva filho... é o que está à vista.
ResponderEliminarSão cinco as partes que retive deste seu texto, texto esse de que muito gostei. A saber:
ResponderEliminar1. "chamemos-lhe assim" (aqui deve entrar aquela parte do subliminar, penso eu, mas não tenho a certeza).
2. "gosto de falar só depois de ter lido" (acho que o caro Pipoco deveria falar urgentemente com o PPC, leia-se Pedro Passos Coelho, parece que aceitou apresentar o... "chamemos-lhe assim", sem ler. Pronto, ele também não é muito bom a arranjar desculpas para algo que é indesculpável).
3. "resisti a comprar e a contribuir para que esteja à venda a quinta edição" (esta parte contém a mensagem mais importante, a que convém não esquecer).
4. "um tipo amigo dos seus amigos" (vai na volta era melhor esquecer o ponto 2, isto dos amigos tem muito que se lhe diga).
5. "os que traem a confiança de quem confiou neles" (bem, esta parte é complicada, complicada no sentido de que este género de "amigos" têm interesses que falam mais alto, mas continuo a não ter a certeza de coisa alguma).
6. Não há ponto 6, a não ser para dizer que sou bem capaz de gostar disto de "um post sério por mês"...
E?
Eliminar(caramba, para escrever um E com um ponto de interrogação à frente é necessário entrar como anónimo? xiiii, este mundo está jeitosinho, está está)
EliminarNão lhe passa pela cabeça que há pessoas que não têm blogue, pois não? Ou que não têm conta só para poder comentar em blogues?
EliminarMas o meu nome é Ana. Fica a saber tanto de mim como eu sei de si.
A coscuvulheira mais coscuvilheira, a alcoviteira mais alcoviteira não fariam o que este "energúmeno" (palavras de Henrique Monteiro) e "pulha" (palavras de Pedro Marques Lopes) fez às claras e com a conivência de um ex-primeiro-ministro. Aliás, o Pedro Marques lopes acrescentou sobre o "autor" "que ningu+em lhe venda um café. Ninguém!"
ResponderEliminar"...as pessoas que contam histórias pessoais que lhes foram confiadas a título particular estão no nível mais baixo da minha escala de classificar pessoas. Sou razoavelmente tolerante com pessoas cretinas, em dias bons suporto pessoas menos dotadas de intelecto, mas os língua comprida, os que traem a confiança de quem confiou neles, são os seres mais desprezíveis da paleta de tons de gente desprezível." --- > É isto tudo também, Pipoco, é isto tudo.
É muito bonitinha a sua frase: para saber do que falavam as pessoas...
ResponderEliminarUm homenzinho abjecto.
ResponderEliminarBoa noite, Pipoco :)
um lacrau só tem a importância que lhe damos. sentados no alpendre, gin numa mão, a mão da melhor metade na outra mão, deixamos simplesmente que o bicho rasteje de regresso ao relvado sem lhe prestar grande atenção.
ResponderEliminarAinda podia ter acrescentado de pessoas que já morreram e ao que parece (pelo Pedro Mexia) já existe pessoas a dizerem que alguns casos não são verdade e que estavam quando ouviram as confidências e que refutam o que diz o arquitecto.
ResponderEliminarEnfim "estava eu aqui no elevador..."
Concordando em absoluto com tudo, apenas pergunto: e que dizer das pessoas que confiam aspectos privados das suas vidas a gente desta? Admitindo que não se trata dos amigos mais chegados do Arquiteto (se é que os tem), que tipo de gente faz confissões íntimas, nomeadamente de pendor sexual, a alguém exterior? Tirando adolescentes inconsequentes, acho que já todos percebemos que o recato e a reserva devem ser os valores que norteam qualquer conversa, tanto com amigos quanto mais com meros conhecidos (e com jornalistas, então...!) Com a agravante do meio em que se movem as personagens em causa, relator e relatados.
ResponderEliminarJuro que há coisas que não percebo.
Duas falhas neste argumento:
EliminarPrimeiro, está a partir do princípio de que o que o autor conta lhe foi, efectivamente, relatado pelos visados (ou não foi "deduzido", estou a ser simpática, pela sua cabecinha pensante e mirrada, ou foi contado por terceiras e quartas pessoas sem qualquer conhecimento directo, i.e., má língua do pior).
Segundo, e ainda que assim fosse, tal não retiraria o carácter abjecto e reprovável à acção de divulgar tais conversas. Tal como uma moça que sai à noite de mini saia não está a pedi-las.
Izzie, eu comecei por concordar "em absoluto com tudo", primeira frase logo, ou seja, estou em total acordo com o post do Tio, bem como com tudo o que tenho lido por aí, ou seja, acho esta situação abjecta (autor e apresentador da coisa). Apenas ressalvei que também não entendo o outro lado, ou seja, quem faz as confissões que permitem esta abjecção.
EliminarE a minha ressalva, obviamente, foi feita no pressuposto de que se tratam de conversas na primeira pessoa e com o próprio. Pelo menos, do que li, fiquei com ideia de que é disso que se trata o objecto abjecto. Se não é, naturalmente retiro o que escrevi e não se fala mais nisso.
A imediata associação à moça/saída à noite/mini saia e tudo o que lhe está implícito era escusada. Confesso que não entendo esta necessidade absoluta de se resvalar toda e qualquer conversa para a questão feminista, mas tuuuudo bem. É a Izzie, pronto.
Só fiz o paralelo porque desculpar este conjunto de palavras impressas com uma qualquer confissão/indiscrição dos visados, que nem sabemos se existiu (diz que ele teve o cuidado de escolher gente morta, ou como fonte ou como visado, i.e., será quase impossível o contraditório), porque esse é o raciocínio do "estava a pedi-las" ou "sujeitou-se".
EliminarNada a ver com feminismo, apenas com desculpar ofensas com uma atitude do ofendido.
Faço outros paralelos: quem o/a mandou sair à noite com um relógio tão caro, que infantilidade, não se estava mesmo a ver que ia ser assaltado. Quem o mandou andar a passear num carro de gama alta, quando há tanto car jacking. Ai usavas net banco? E ainda te admiras de te terem ido à conta? E por aí fora.
Há coisas que não é preciso ler para se saber que não se deve ler. Nem de luvas.
ResponderEliminarE o livro do Fernando Lima, ao que parece, também está bem escrito, parece ao nível do Ian Flemming mas mau, muito mau.
ResponderEliminaresse tal é o que eu intitulo de...cretino. tio, com "esses" não perco tempo. Adiante é o caminho.
ResponderEliminarvw