28 março 2016

Pipoco pergunta

Assim por alto, não são necessárias grandes precisões, mais um menos um pouco importa, isto é só a gente a falar, quantos refugiados acolheu até agora o Vaticano?

40 comentários:

  1. No estado do Vaticano, naqueles 0,44 km2 em Roma, nenhum. Nas missões espalhadas um pouco por todo o mundo são aos milhares os que a Igreja Católica acolhe e cuida.

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    1. Mas não caberão umas centenas naquele estado soberano, Mirone?

      (só para dar o exemplo, claro...)

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    2. Diga-me o Pipoco, que lá esteve recentemente, se o minúsculo estado tem condições para acolher os refugiados. Se entendermos que acolher é dar-lhes um tecto e 3 refeições diárias, pois com certeza que sim, nos barcos onde vieram amontoados, bem mais pequenos, também cabiam às centenas...

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    3. Mirone, do ponto de vista logístico, é evidente que tem condições. Umas poucas centenas, repito, para dar o exemplo. Aliás, vários exemplos, atendendo a que a maior parte dos refugiados professam uma religião diferente da do Vaticano.

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  2. Isso de "classificar/rotular" atitudes por motivos religiosos parece-me arriscado...

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    1. Mirone, estou acostumado ao risco, nada tema.

      (e não será certamente mais arriscado que vislumbrar classificações ou rótulos onde só existem perguntas)

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    2. (Também eu, também eu. Quando se define uma área geográfica tão específica, a de um estado soberano que só existe em virtude de sediar a Igreja Católica romana, a verdadeira ousadia está em tentar fazer-nos crer que a questão religiosa não é aflorado na pergunta, nem sequer tacitamente.)

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    3. Mirone, tem que rever isso de ver coisas.

      Eu explico melhor: escutava ontem as palavras de Francisco, exortando os Estados a não fecharem as portas aos refugiados, o mesmo Francisco que ouvi falar da sua janela há umas semanas, um Francisco que quis ouvir e que quero ouvir sempre e questionei-me se não seria boa ideia o Vaticano receber alguns refugiados. Do ponto de vista dos refugiados, seria bastante mais eficaz do que a lavagem de pés a refugiados (embora não resultasse numa fotografia tão comovedora, concedo...)

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    4. E parece-lhe que além do tal tecto e três refeições diárias são suficientes para acolher refugiados? Não lhe parece que ficariam confinados, como que num gueto, mal comparando? Não lhe parece mais adequado que sejam recebidos em locais onde, por exemplo, as crianças possam brincar e frequentar uma escola, onde os próprios refugiados possam integrar-se efectivamente, quem sabe exercer uma profissão que lhes permita prover o próprio sustento até ao dia em que possam/ queiram regressar aos seus países de origem?
      Os ritos e preceitos religiosos são isso mesmo, ritos, não são para ser levados à letra. Sim, deu uma fotografia bonita, mas aposto que essa é a menor das preocupações do Papa Francisco. Sim, parece-me que o trabalho desenvolvido pelas missões católicas por todo o mundo é bem mais proveitoso do que o acolhimento no espaço físico do Vaticano de umas dezenas ou até centenas de refugiados, isso sim, um gesto para a fotografia.

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    5. Anónimo28.3.16

      Grande Mirone! Grandes respostas!
      A Igreja poderia fazer um grande aproveitamento da situação, um bonito show off, acolher umas centenas, dar-lhes teto e refeições e fazer um figurão. Mas, pelos vistos, a Igreja do Papa Francisco, em consonância com toda a postura deste grande homem, prefere ajudar de facto (e sublinho: de facto, sem show off e pose para a fotografia), através das instituições próprias, que existem para isso mesmo. Entre outras formas, claro.

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    6. Anónimo28.3.16
      E fez um bonito show off, com estes discursos, com o papa a lavar os pés deles e alguns foram protagonistas nas celebrações da Páscoa, agora acolhê-los, acho que não o fez. Não vi os muçulmanos a fazerem nada disto por ex. se calhar são mais discretos.

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    7. Urso Misha, a liturgia católica tem os seus ritos próprios, na quaresma e tempo pascal são exemplos a celebração de domingo de ramos, a via-sacra, a cerimónia do lava-pés, a vigília pascal, o ponto alto das celebrações católicas romanas. No tempo comum, temos, por exemplo, a celebração da eucaristia. Podemos chamar-lhe show-off, pois podemos, mas sendo assim não o serão qualquer expressão pública/exteriorização de fé, independentemente da religião em causa? Serão também show-off o Hadj muçulmano, o Pessach judaico, por exemplo?

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    8. estava a ser irónico Sra. Mirone, atente à ultima frase por ex.
      Fez para transparecer uma imagem de harmonia e humildade, aquilo em que posso me rever, com esses valores, tenho pena que tenha deturpado o meu significado, mas admito que não fui objectivo.

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  3. O Vaticano não é bem um país, é um estado, mas pouco.

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    1. Isa, tem reconhecimento internacional.

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    2. eu sei, mas não tem uma série de outras coisas que, na prática, o equipariam a um país independente. O responsável neste caso, e imagino que o mesmo se passe com San Marino, pelo acolhimento dos refugiados seria Itália. Como, no Mónaco, seria França. E entendo o porquê da pergunta pelo Vaticano, e não pelos outros, mas como muito bem disse a Mirone aí em cima, as missões católicas pelo mundo fora fazem um trabalho incrível quanto à dignidade de milhares de pessoas. Bem sei que é diferente acolhê-las na nossa casa, mas defendo sempre que o melhor é dar-lhes meios para se tornarem autónomos e independentes. O peixe x o ensinar a pescar.

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  4. Anónimo28.3.16

    Boa pergunta! Ainda ontem estávamos a falar sobre os valores dos bilhetes de entrada no Vaticano e ás filas cada vez mais intermináveis. E a pensar na ajuda que isso daria para ajudar os migrantes. E o papa cada vez mais...parado (de aspecto)...
    VW

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    1. VW, há um serviço de skip the line, são uns tipos com ar de sírios ou paquistaneses que arranjam forma de nos colocar dentro dos Museus em quinze minutos, pelo preço justo (e o nosso tempo não tem preço...). De certa maneira, é o Vaticano a ajudar os refugiados...

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  5. Anónimo28.3.16

    Algum refugiado quer ir viver para o Vaticano?
    Pois...

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  6. Neste momento estou mais ralada com o "acolhimento" do governo, assembleia da república e presidente à sentença condenatória dos activistas angolanos. A ver se ainda há tomates, neste país.

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    1. Temo q o clima este ano não tenha ajudado os tomates... :(

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    2. Anónimo29.3.16

      Izzie, e sendo Portugal um país economicamente dependente de Angola, eu diria de mão estendida mesmo, e tendo eles petróleo e diamantes em barda, a Izzie espera que façam exactamente o quê? Tem ideia de quantos empregos em Portugal dependem directamente de Angola? E de quantos lá mesmo em Angola? A Izzie, que, ao que me é dado a perceber, tem a sorte não estar nessa situação, faria o quê concretamente?
      Às vezes, os tomates que temos são directamente proporcionais às circunstâncias a que estamos reduzidos e determinam muito do esganiçar a que nos podemos permitir.

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    3. Então conte lá, quantos barris de pitróil vale a liberdade? E quantos diamantes fazem uma coluna vertebral? Hoje é uma dúzia de angolanos e um luso angolano, amanhã, quem sabe.

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    4. Anónimo30.3.16

      Izzie, isso da liberdade poderia levar-nos a horas de conversa. Neste momento, e com todo o respeito pela pessoa e pelas suas atitudes, é mais livre o Luaty Beirão do que os tipos do PS, do BE ou do PCP. É o preço a pagar pelos malabarismos feitos para alcançar cargos a qualquer custo. Uma liberdade que não se mede em barris de petróleo, mas que tem um preço bem alto. E o preço é terem que ficar todos calados, todos os que anteriormente se esganiçavam no Rossio. Não vi por lá Manueis Tiagos, Galambas, Catarinas, Marisas ou Marianas, só para citar alguns dos mais ativos ultimamente. Mas que, à força dos tais malabarismos de que tanto se gabaram e pelos quais tanto levantaram a crista, agora estão caladitos.
      Quem lá vi? O Louçã, o único que agora pode falar porque está fora desses meandros.
      Não é live quem quer, Izzie, é livre quem pode.

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    5. É livre quem tem coluna vertebral, integridade e age de acordo com os seus princípios. Não basta ter voz, é preciso usá-la. E nisso estamos de acordo, os 17 presos sabem mais de liberdade que os nossos governantes e responsáveis políticos.

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  7. Entretanto, e movida pela curiosidade relativamente a um comentário do Outro Ente, fui googlar, que isto já se sabe, não podemos confiar só na nossa cabeça. E esta hein?

    http://www.agencia.ecclesia.pt/noticias/vaticano/refugiados-vaticano-ja-acolhe-familia-siria-que-fugiu-a-guerra/

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    1. Mas então, Mirone, nem eu tenho razão porque afinal o Vaticano já acolhe refugiados (a notícia só refere uma família, mas podem ser mais), nem a Mirone tem razão porque afinal é possível que o Vaticano, apesar da sua exiguidade territorial, receber refugiados.

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    2. Mas isto era sobre ter razão?!

      Entretanto acolheu uma segunda família.
      http://www.acidigital.com/noticias/vaticano-acolhe-uma-nova-familia-de-refugiados-proveniente-da-africa-12737/

      E já o vem a fazer há mais tempo.
      http://pt.radiovaticana.va/news/2015/09/08/as_duas_par%C3%B3quias_do_vaticano_mobilizam-se_para_refugiados/1170275

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    3. Tem razão, isto não era sobre saber qual de nós tem razão.

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  8. Concluindo e resumindo, se percebi bem, o Vaticano tem vindo a receber refugiados, sim, só que não fez show off como com a coisa do lava pés, certo? Deveria ter feito?

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  9. Concordo consigo. Já há anos aprendi a noção que, não se pode, ou não se deve, melhor dizendo, exigir dos outros aquilo que nós próprios não estamos dispostos a fazer. Tanto nos pequenos como nos grandes feitios, a atitude mais correcta será sempre recorrer à acção e depois ao discurso, por esta ordem.
    Mesmo umas poucas dezenas no Vaticano serviriam este propósito e simultaneamente muitos outros, desde questões de RP, a uma estratégia realmente baseada no espírito ecuménico.

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  10. Anónimo28.3.16

    Aha! Finalmente posso ter voz novamente! Boa noite, tio. Vai benzinho? Cá para nós e só para nós, nesta esfera plena de privacidade, o Vaticano acolheu todos os refugiados. Leu bem, eu escrevi "todos" os refugiados - não no seu território mas no seu coração, essa esfera tão plena de generosidade quanto esta de privacidade.

    Num tom um pouco mais enviesado, tal como eu, não lhe parece que o Vaticano acolher refugiados de uma outra fé poderia soar ofensivo? Em breve os líderes espirituais não se poupariam a fazer troar as acusações de blasfémia e tentativa de conversão de refugiados à fé cristã.

    Lá por ser Páscoa, as conversões à força à fé cristã não devem seguir as escrituras, e por isso, não as ressuscitemos. Se o Vaticano recebesse refugiados em breve se confirmariam os contornos de uma guerra santa.

    Já tinha saudades de vir até aqui largar os meus bitaites - obrigado por levantar a restrição a anónimos. Por coisas cá minhas também não andava a ser possível participar mais activamente, confesso.

    Um abraço,

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  11. Anónimo29.3.16

    Resumindo, fácil é atirar farpas, mais difícil é fazer alguma coisa e de preferência melhor. E não é só com a Igreja, nisto dos blogues é igual.

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  12. Anónimo29.3.16

    Vá lá, tio, confesse: o que o tio esperava era um rol de comentários com acusações às fortunas e aos tesouros do Vaticano, acusações essas que sairiam da boca dos seus leitores, esses malvados, enquanto o tio se ria baixinho, assobiando para o lado, o seu trabalho, acicatar e agitar as águas, estava feito e, olha, ninguém deu pela coisa.
    Mas ali a Mirone estragou-lhe a caixa de comentários, não foi?

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    1. Ei, que é lá isso? Alguma vez eu seria capaz de estragar uma caixa de comentários? E neste blog, ainda por cima? 'Jamais', Salomé!
      :DDD
      (Estrago algumas, é verdade, mas não foi o caso desta)

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  13. Ia dizer que, eventualmente, seria simbólico...
    Depois de ler que acolheu uma família (ou mais uma ou outra, quiçá), digo que, eventualmente, é simbólico...

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  14. Anónimo29.3.16

    Pois claro..... e depois colocava os refugiados em casas que nao existem lá, as crianças refugiadas em escolas que nao existem lá, as mulheres fariam companhia ás outras mulheres que nao existem lá, os homens poderiam trabalhar em empregos que nao existem lá e mais importante, poderiam todos ocupar um espaço que não existe, pois aquilo é minusculo.

    O Vaticano em forma das suas inumeras ONG(s) faz mais pelos refugiados do que todos os paises juntos.
    Portanto nao vamos ser demagogos que ninguem ganha com isso, nem eu, nem o pipoco, nem os refugiados.

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  15. https://www.publico.pt/mundo/noticia/papa-em-lesbos-para-ver-a-pior-catastrofe-humanitaria-depois-da-ii-guerra-mundial-1729256

    isto sim, é ser um blogger de influencia. parabéns Pipoco.

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