08 dezembro 2015

Queres então ter um desses blogs muito bons?

Escreve como se cozinhasses para os teus melhores amigos. Selecciona as palavras da mesma forma que escolhes os ingredientes, escolhe apenas o que houver de melhor. Dá às palavras o tempero certo, lembra-te que usar muitos temperos tira o verdadeiro sabor, das palavras e da comida. Não sirvas posts atrasados, imagina-te no mercado, manhã cedo, a escolher os produtos mais frescos. Preocupa-te com a forma, serve os teus posts como serves um prato requintado. Ousa utilizar palavras novas, com a mesma parcimónia com que usas ingredientes de que nunca tinhas ouvido falar. Trabalha a tua escrita de forma a ser reconhecida onde quer que escrevas, copiar as ideias, as expressões e as idiossincrasias dos melhores é como comprar hamburgers no drive-in e servir em casa, acrescentando pickles e dizendo que é tua criação.

8 comentários:

  1. Anónimo8.12.15

    Como o Pipoco copiou a Pipoca?

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  2. a este propósito, lembrou-me de belíssimo livro de Faciolince.

    Se um dia te enjoares de palavras, como acontece a todos, e estiveres farta de as ouvir, de as dizer... Se uma qualquer que escolhas te parecer gasta, sem brilho, inválida... Se sentires náusea quando ouvires “horrível” ou “divino” a propósito de qualquer assunto -- é evidente que a cura não estará numa sopa de letras.
    Deves fazer o seguinte: cozinha al dente um prato de esparguete que vais condimentar com o tempero mais simples: alho, azeite e pimento. Sobre a massa já mexida com a mistura anterior, rala uma camada de queijo parmesão. Do lado direito do prato fundo cheio de esparguete temperado com o que indiquei, coloca um livro aberto. Do lado esquerdo, coloca um livro aberto. Em frente, um copo cheio de vinho tinto seco. Não é recomendável qualquer outra companhia . Passa ao acaso as páginas de ambos os livros, mas os dois deverão ser de poesia. Só os bons poetas nos curam do fastio de palavras. Só a comida simples e essencial nos cura dos excessos da gula.

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  3. As máquinas de cozinha alemãs e os seus livros de receitas práticas tiveram a enorme vantagem de pôr o mais inepto dos donos de casa a cozinhar receitas bastante razoáveis e saborosas. Os cremes ficam aveludados e sem grumos, os sorbets uma delícia à distância de um
    pulsar e poucos minutos. Acontece que, com essas máquinas a comida do Antônio sabe ao mesmo que a do Manuel.
    Não queira ser a Bimby dos blogs, já há cursos para ensinar as pessoas a ter blogs muito bons...

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    1. Com a Bimby haveria uma vírgula depois de essas máquinas.

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  4. Cláudia Filipa9.12.15

    Com este post, explicou, sem querer, o motivo pelo qual embirro com a frase, "Isto são "SÓ" blogs."(digo, sem querer, dado que, o próprio Pipoco, usou várias vezes esta frase, sim, tenho a certeza de que quando a usou, quer o Pipoco, quer outros bloggers, não estavam a fazer a mesma associação de ideias que eu). Sempre que leio o "SÓ", soa-me equivalente à ideia contida no provérbio nacional que diz, "Para quem é, bacalhau basta". Gosto muito de bacalhau mas o provérbio é assim, e trata, o provérbio, de chamar insignificantes às pessoas, diz-lhes qualquer coisa como, tanto me faz que aqui estejas ou não, não me mereces qualquer tipo de atenção, sirvo-te qualquer coisa, até porque o teu paladar nem sequer é suficientemente apurado para que mereças mais, além disso, o blog é muito meu, tu vens cá, lês, mas és irrelevante.
    "Escreve como se cozinhasses para os teus melhores amigos." É estar a considerar quem lê, para os nossos melhores amigos, reunimos o melhor de nós, (às vezes, também o pior, mas não o pior no âmbito da desconsideração, acho que me percebe, o Pipoco e quem ler, sem ter de explicar).
    Ter um blog é uma manifestação de liberdade pessoal, sim, claro que é, ninguém tem de ajustar o blog à vontade alheia, a quem o lê, claro que não, quem não gostar é ir embora, existem muitos blogs, mas o post fala dos muito bons, e os muito bons saberão que, a partir do momento que tiraram as palavras da gaveta e as lançaram ao vento da internet vão encontrar quem as vá ler, a partir daí, cumular o que apetece com a valorização da presença alheia, cativa, marca a diferença, mostra que se pensa, ok, isto é meu, faço o que quero, mas não estou só nisto, há quem dê o bocado de tempo que aqui vem por bem empregue, há quem goste muito disto que eu decidi criar e eu tenho isso em conta, e por isso, sem deixar de fazer o que gosto, sinto também o estímulo para o fazer o melhor que conseguir.
    Sou uma sortuda, encontrei uns quantos dos muito bons.
    Gostei muito deste seu post, e está claro como água, transparente, se preferir, sem entrelinhas.

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    1. O meu "isto são só blogs" não pretende desconsiderar quem lê. O meu "isto são só blogs" não pretende mais do que retirar carga excessiva a isto dos blogs, releva que nem tudo o que lemos nos blogs se passou exactamente assim, pretende dizer que há vida para além dos blogs, que não vale muito a pena levar muito a sério quem está do lado de cá, que não vale a pena as pessoas aborrecerem-se porque, na verdade, isto são mesmo só blogs.

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    2. Cláudia Filipa9.12.15

      ... eu sei, até pelo contexto em que costuma aparecer, que é o de, "não vale a pena as pessoas aborrecerem-se"

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  5. Ai, que só agora é que você me mostra este canivete suíço...!

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