20 dezembro 2015
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Estava eu no Chiado, exposto à intempérie, introspectivo, a decidir se ofertava Glenn Miller no CCB ou duas noites no Ritz de Paris a uma pessoa a quem devo favores, e saiu uma mulher de uma dessas lojas que vendem coisas fabricadas na China mas que, como tem muitas luzes e se chamam tigre, só que tigre em inglês, parece logo que têm melhor aspecto, e a amiga dele que estava cá fora e que talvez, tal como eu, se recusasse a entrar nessas lojas, era bem interessante a amiga que ficou cá fora, e a que saiu da loja mostrou um objecto acabadinho de comprar e a amiga que esperou cá fora disse "muito giro e tãaaao original", e disse isto como se fosse mesmo verdade, tão bem fez a coisa que a amiga que comprou o tal objecto sorriu muito e ficou muito mais contente e eu, saindo desse torpor de quem está exposto à intempérie, introspectivo, a decidir se oferta Glenn Miller no CCB ou duas noites no Ritz de Paris a uma pessoa a quem devo favores, pensei cá para mim que as mulheres podem ser mesmo muito cruéis umas para as outras.
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Boa noite, tio. Só aqui para nós que ninguém nos ouve, que atrevidos são alguns fulanos por criticarem quem vai até ao jardim zoológico para ver animais exóticos, quando há quem faça do mundo o seu zoo pessoal.
ResponderEliminarSão apenas palavras tio, porque de facto, que mais haveria para fazer num sítio tãaaao original que apenas tem edifícios e pessoas e, intuitivamente, acabamos por olhar para uns ou para outros.
Talvez o Chiado seja mais interessante do que outros locais semelhantes. Talvez o Chiado seja apenas mais um lugar semelhante a outros lugares onde cada um paga favores como pode, uma palavra entusiasta ensaiada ou um bilhete para aquilo de não sei o quê.
Neste natal, faça alguém feliz.
São apenas palavras tio, porque de facto, que mais haveria para fazer num sítio tãaaao original que apenas tem edifícios e pessoas e, intuitivamente, acabamos por olhar para uns ou para outros.
Talvez o Chiado seja mais interessante do que outros locais semelhantes. Talvez o Chiado seja apenas mais um lugar semelhante a outros lugares onde cada um paga favores como pode, uma palavra entusiasta ensaiada ou um bilhete para aquilo de não sei o quê.
Neste natal, faça alguém feliz.
Ahahahahahaheheheheheheh !!!!!!!!!!!!!!
ResponderEliminar(isto não é pela crueldade entre mulheres ....mas entre clubes de futebol)
Acontece...
EliminarO " bailinho da Madeira" é um clássico!
EliminarE somos mesmo! Somos cruéis o tempo todo umas com as outras, o pior de tudo é que o somos porque queremos.
ResponderEliminarQue snob, sei lá!
ResponderEliminarTiger é dinamarquesa... Lê-se"tíer".
ResponderEliminarCruéis ou piedosas? É que se eu digo tudo o que penso (normalmente é o que faço) dizem que sou mal-educada e antipática. Se finjo que adoro tudo já sou cruel? Ora então decidam-se que uma pessoa assim não sabe quem há-de fingir ser.
ResponderEliminarse não fossem cruéis seriam homens...
ResponderEliminarAinda bem, que passados de escassez e onde imperava valores e respeito, já lá vão. Agora, há tempo e dinheiro para retribuir só para alguns a quem se "deve favores". Ainda bem, para amiga que há um Chinês num sítio tão " In". Nem quero imaginar, caso fosse nos que estão no Martim Moniz, onde muitos pelos fracos recursos mas com, alma, amor e compaixão fazem as suas compras para partilhar com os que amam. Como semelhante capta semelhante não foi difícil para o Tio captar tal vergonha por tal acto de espera e desdém pela atitude da dita Senhora que simplesmente comprou um presente original num Chinês. Crueldade, é ver ocos e infelizes que passam a vida a criticar vidas alheias. A vaidade e protagonismo de não se olhar a quem e tudo serve para o jornal da caserna. Mas as críticas, têm efeito boomerang e num reverso da moeda, caiem em acidez que faz envelhecer muito rapidamente. Ainda bem que o Tio, pode gabar-se de ofertas e presentes e se lhe der na telha de os devolver. Ao contrário de muitos, que não têm recursos nem para entrar no chinês para comprar um simples brinquedo para oferecer ao seus filhos, há os outros que ali entram. Uns em chineses mais In, outros nos mais pobres. E depois, temos uma grande verdade e que se destacam dos que tanto vivem a vida dos outros: vê-se respeito, compreensão, humildade e luz na alma.
ResponderEliminarMaria
Gostei!
EliminarOh, as saudades que eu já tinha de um comentário sobre os pobrezinhos mas iluminados pelo respeito, humildade, compreensão e paz na alma, por oposição aos cruéis capitalistas que ainda têm dinheiro para devolver os presentes de que não gostam. Esse clássico de natal...
EliminarÉ indiferença, não querer saber, não estar para se chatear. A questão não é a loja onde foi comprado o objecto, ou se foi fabricado na China ou não, ou o seu valor monetário, a questão é alguém merecer tão pouco de outra pessoa, a ponto dessa outra pessoa não lhe dizer, eu não gosto disso, eu optaria por outra coisa, quando não gosta, quando optaria por outra coisa, ou, pelo menos, não fingir que gosta muito. Mas, também acho que, poder dizer e ouvir que não se gosta, sem melindres, para além de não ser para todos, também é para gente que se gosta mesmo.
ResponderEliminarUma vez já era eu adulta fiquei muito espantada quando ouvi uma colega que comentava acerca de uma outra que teria tido um qualquer comportamento menos correcto: "tem os poros do nariz dilatados, é bem-feita!"... Na altura achei aquilo estranhíssimo. Hoje em dia compreendo perfeitamente.
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