Ela pediu que eu lhe contasse uma história de amor com final feliz e eu contei-lhe como Diogo Soares, o galego navegador, se apaixonou pela filha de Mambogoá, e isto seria uma coisa de muito valor se não se desse o caso da filha de Mambogoá estar na sua festa de casamento e Diogo Soares ter resolvido a questão mandando matar o noivo, de tal forma que a filha de Mambogoá ficou tão triste que acabou também por se matar.
Faltava o final feliz, quisesse ela ouvir e ficaria a saber que Mambogoá, homem capaz de proclamar sensatas palavras, juntou uma multidão que apedrejou Diogo Soares até à morte e as crianças receberam esmola quando passeavam no terreiro as entranhas do sensual galego.
(ela não sabia nada de Fausto, como havia de apreciar histórias de amor com finais felizes?)
Para o happy ending ser possível, podia ter acrescentado à sua narrativa, caro Pipoco, o clássico com que se termina qualquer episódio de «A peregrinação» - "Fernão, mentes? Minto." (caramba, que o seu blogue hoje não está para os faint-hearted...)
ResponderEliminarEla nunca viu Fausto a navegar, ao vivo, com Orlando Costa ao leme, a narrar.
ResponderEliminarO meu comentário há-de estar algures numa linha que separa a heresia e a boçalidade, eu sei (a probabilidade de um qualquer comentário que suceda um outro de Xilre se assemelhar a uma boçalidade é muito elevada) mas ocorreu-me uma imagem desconcertante de Fausto a navegar navegar dentro se quatro paredes - ó minha cana verde - e Orlando Castro a narrar.
EliminarSonhei muitos, muitos anos por esta hora chegada
De Lisboa para a Índia vou agora de abalada
Mas em frente de Sesimbra
Logo um corsário francês
Nos atirou para Melides
Com o barco feito em três
E por Deus e por El-Rei
Que grande volta que eu dei
Ou como um comentário de Xilre torna qualquer outro uma boçalidade.
EliminarBoa tarde, caríssimo Xilre.
A culpa foi dela que lhe ofereceu o anel...
ResponderEliminarFernando Ribeiro, és tu???
ResponderEliminarNão quero ouvir a história de amor com final infeliz que lhe contou.
ResponderEliminarExmo Paxá,
ResponderEliminarUma vez por acidente, meia dúzia por curiosidade, esta última visita para lhe exprimir a minha admiração e pasmo.
Que tipo de blogue temos aqui? Serralho virtual? Harém de curiosas odaliscas? Ajuntamento de sécias que almoçam no Galeto e sobem depois ao Chiado em busca de peralvilhos que lhes falem de Lamborghinis, Debussy, Houellebecq e Karl Ove Knausgård?
Isto dito, saiba que o invejo. Usando, como usa, mais sugestões do que factos ou episódios, é um tour de force que com poucos anzóis e só bocados de isca, seja tanto o peixe que vem morder, esperançado (v. comentários) com a meiguice da sua atenção.
Caro Anónimo,
EliminarTocou num ponto que considero fulcral. Desde que leio blogs, que carrego esta dúvida existencial, qual será o motivo pelo qual os homens, com blog ou sem blog, não se comentam mais uns aos outros, ficando a parecer, de facto, cada blogger masculino um sultão com as respetivas odaliscas. E, no caso deste blog, a astúcia do meu Caro já o levou decerto a constatar a superior qualidade das "odaliscas" que por aqui se pavoneiam. Percebo agora, finalmente, graças ao seu comentário, que os homens ficam-se, a maior parte das vezes, pela inveja, e vão embora sem se manifestar, optando por não contrariar a definição de Paxá que atribuem ao anfitrião.
Meu caro, espero que tenha a noção da relevância desta sua intervenção, repare que, ao dirigir-me a si, vejo-me privada da eventual "meiguice" da atenção do anfitrião.
(PMS, é de risadinha feliz que me retiro, por agora, do seu blog)