Ao ouvir Jorge Jesus, esse sarraceno da língua, clamar "Vamos jogar contra o Carrillo ou contra o Boavista?", entendo-lhe finalmente a beleza da eloquência, a linguagem sintética porém quase metafórica (este é o tempo em que eu me deslumbro com a metáfora básica, ando a ouvir demasiados discursos de campanha eleitoral, é o que é).
Este "Vamos jogar contra o Carrillo ou contra o Boavista?" centra-nos no essencial da mensagem, faz de
Jesus um igual de Eça de Queirós (que é "Os Maias" senão a questão central "Mas ainda vamos a tempo de apanhar o Americano, ou quê?"), a um Joyce (que é "Ulysses" senão a questão central "isto aguenta-se melhor com Jameson ou Old Bushmills?" ou de um Chagas Freitas (que é a sua obra senão a questão central "Como é possível?..."), tudo mensagens essenciais, talvez a sua maioria bem menos elaboradas que a tirada de Jesus.
E, no entanto, respeitamos mais Eça e Joyce do que Jesus e colocamos Jesus num patamar cognitivo superior ao que reservamos para Chagas Freitas, a não ser em dias de jogo para as competições europeias onde, aí sim, reconhecemos a Chagas Freitas uma competência infinitamente superior à de Jesus, reconhecendo-se no resto do tempo uma capacidade superlativa de Jesus para dizer banalidades, com a vantagem da graça suplementar com que Jesus nos diverte quando o escutamos.
E com isto escapou-se-me aquilo que vos queria realmente dizer.
Acontece isso!
ResponderEliminarPorrrrrrrrrrrrrrra!!
ResponderEliminarQue cena mais chata ó Pipoco!! Mas afinal, o que é que querias com tanta conversa?
Plamordedeus, anónimo! Eu diria antes que cena mais divertida! Mas, lá está, a ironia* tem destas coisas.
Eliminar*Já expliquei previamente, em comentário a um post anterior, as particularidades da ironia mas Pipoco cisma em varrer tudo... lá se foi a lição.
Escapou-se-lhe? não seja por isso, era sobre a campanha do melão.
ResponderEliminarTio, assim a ler o post na diagonal quase parece que está a referir-se a religião...
ResponderEliminarQue saudades de Jesus no meu Glorioso!
ResponderEliminarNão havia aluno que o superasse...E olhe que eu leciono Português!
Falta graça, agora.
Quanto à analogia entre JJ e PC, o primeiro é de longe superior, porque é genuíno, não plagia, não usa de artimanhas para ser lido.
Um ótimo dia, tio. É sempre um prazer vir lê-lo.