19 abril 2015

Parábola do gin a caminho do Lago Tanganica

Naquele tempo, caminhava Salgadás, o profeta, sobre a cálidas areias do deserto de Nimedones, rumando a Tanganica, a cidade prometida, quando, morto de sede, entrou num estabelecimento desses que havia naqueles tempos e que serviam um gin que era apenas um gin e nada mais que um bom e honesto gin, e, fazendo o sinal que em todo o lado significa que se deseja ser servido, a mulher por detrás do balcão, uma bela mulher, dessas que podem ser aquilo que quiserem, excepto, talvez, estar por detrás de um balcão de um estabelecimento que serve gin, e a bela mulher, fazendo aquele trejeito de passar o polegar pelo queixo com ar indecifrável, igualzinho ao que fazia Nikita quando Elton John conduzindo um Rolls Royce encarnado lhe entregava o passaporte na fronteira e, num desafio à delicadeza das circunstâncias, cantava, precisamente, "Nikita", mediu Salgadás de alto a baixo e acabou por decidir que Salgadás era digno de lhe ser servida uma bebida, não sem antes questionar Salgadás se não se teriam conhecido noutro tempo e noutro local, ao que Salgadás, retomando sem demora o árduo caminho para Tanganica, esclareceu que não, sabendo que afinal talvez, quase de certeza que sim.

8 comentários:

  1. "Oh Nikita you will never know, anything about my home
    I'll never know how good it feels to hold you
    Nikita I need you so"

    :DDDD

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  2. Cláudia19.4.15

    Salgadás, o profeta. Uma história de encantar para adultos. É por estas e outras, que gosto tanto deste blogue.

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  3. Anónimo19.4.15

    Tio pipoco, o nome do deserto é cheio de Salero.

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  4. o sinal para se ser servido, por desejo
    Sábio, esse caro Profeta. Tantos de nós nascem e morrem sem descobrir esse tesouro.

    Porquê, meu caro? Sempre uma Mulher a servir ao balcão enquanto o Homem, asceta, persegue o conhecimento como se tivesse perdido algo.

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  5. silenciosa tranquilidade pré-tempestade?
    armistício?
    ponderosa consequência da probidade argumentativa de Salgadás, o saciado Profeta, ou impronunciável receio de Patricás, implacável verdugo, arauto da ordem, fiel da espada?

    irrelevante a causa raiz. neste momento importam apenas as consequências, a bem da nação.

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  6. Anónimo20.4.15

    Ou este tio já me topou à légua ou então é tudo uma série de coincidências. Haja fé, pode ainda tudo ser obra do acaso. Pode ser que não, mas quase de certeza que algures rasa um sim.

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  7. Lady Kina20.4.15

    ó pipoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooco!

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