07 abril 2015

Asas servem para voar

Eu não quero saber se Lubitz respirava compassadamente, não quero saber o que disse o comandante a Lubitz do lado de fora do cockpit, não quero saber a que profundidade ficaram enterrados os corpos que Lubitz resolveu assassinar, não quero saber as últimas palavras dos passageiros de Lubitz, não quero saber que papéis rasgou Lubitz em sua casa, não quero saber se Lubitz tinha problemas de visão, não quero saber da namorada de Lubitz nem do desgosto dos pais de Lubitz nem do que pensam os amigos de Lubitz.

Eu viajo de avião todas as semanas.

28 comentários:

  1. Ainda é o meio de transporte mais seguro (tirando, talvez, o comboio. e tenho mais medo de condutores embriagados ou a mexericar em telemóveis).

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    1. Ia escrever o mesmo, não ia dizer aqui, pois o Rui Reininho, parece demasiado alucinado para escrever assim tão correcto!

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  3. Há muitas famílias destroçadas...pais que ficaram orfãos de filhos. Centenas de pessoas pagaram passagem para o abismo. Interessa saber,sim.
    "Não tenho memória de um acto assim, desde o 11 de Setembro". Eu também não.

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    1. Anónimo7.4.15

      Sem menosprezar a dor dessas famílias, já pensou para pensar um pouco no resto do mundo? É que basta descer os olhos um pouquinho no mapa-mundo e rapidamente chega à Universidade de Garissa. Será da pele ser mais escura, que a morte sangrenta, injusta, não lhe toca tanto o coração?...

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    2. Sem menosprezar a dor das famílias de todos os que já foram mortos no mundo, em todos os pontos desse mesmo mundo, não pode tocar mais ao coração da/do Té a situação causada por Lubitz porquê? Porque o senhor/a anónimo/a acha que a Universidade de Garissa lhe toca mais ao seu?
      Somos por isso obrigados, na sua opinião, a pensar antes no resto do mundo e só depois nos casos particulares?
      Morreu o Ti Jaquim Manel branco, mas não podemos falar dele porque antes morreram 100 milhões de negros no resto do mundo, e é desses é que temos de falar para não parecer mal ao senhor/a anónimo/a.
      Essa agora.

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    3. "Após o despenhamento do Airbus A320 nos Alpes Franceses, naquela terça-feira negra de 24 de março, quase ninguém concebia tratar-se de um ato malévolo (...)"
      "A caixa negra do Airbus A320, apesar de todas as evoluções tecnológicas, não regista estados de alma. Mas gravou o som da sua respiração, numa cadência normal e imutável - tão fria como a neve que cobria as montanhas que sobrevoava - ao longo dos 8 minutos finais da sua vida. Minutos que terão parecido horas a quem se apercebeu do que estava prestes a acontecer.
      O copiloto da Germanwings permanece impávido às solicitações dos controladores de tráfego aéreo, que o questionam sobre a manobra iniciada. Mantém-se em silêncio mesmo quando o comandante de voo grita repetidas vezes: «Abre a porta! Abre a maldita porta!» Nunca lhe responde e mantém-se tranquilo perante os avisos sonoros de aproximação ao solo (...)" - in Visão

      Mas acha, mesmo, que o meu comentário tem algo a ver com a cor da pele!?

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    4. Anónimo7.4.15

      Só as tragédias dos ocidentais é que contam? É por serem "cá dos nossos"?

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    5. Não vamos continuar a bater na mesma tecla, acho que já fui suficientemente explícita, Anónimo.
      Olhe, para si, um beijo e um abraço <3

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    6. Anónimo7.4.15

      «Não tenho memória de um acto assim, desde o 11 de Setembro". Eu também não.»

      Foram estas as palavras que originaram o meu comentário de desagrado ao comentário da Té, que , graças a Deus, tem mãos para escrever e se defender, se assim o entender. Já a Uva devia acalmar os ímpetos, que se saiba ainda não foi coroada.

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    7. "11 de Setembro" - Os sequestradores colidiram intencionalmente dois dos aviões contra as Torres Gêmeas

      Airbus A320 - Andreas Lubitz decide colidir intencionalmente o avião contra os Alpes Franceses levando com ele mais 149 pessoas

      «Não tenho memória de um acto assim, desde o 11 de Setembro". Eu também não.

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    8. Anónimo7.4.15

      Mas, Té, quando aquelas bestas do Al Shabaab mataram quase 150 pessoas na Universidade do Quénia, também foi intencional.
      Lembra-se deste? Ninguém, no mundo dos brancos ligou nenhuma.

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    9. Caro/a anónimo/a, caso ainda não tenha reparado, também eu tenho mãos para escrever, levo um blog e até, pasme-se, estou aqui logada. Aqui em casa do Pipoco, caso as minhas palavras sejam ímpetos, que normalmente até são, quem pode decidir se as acalma ou publica é o dono da casa e não um Senhor/a anónimo/a que veio fazer um comentário totalmente of shore e preconceituoso ao comentário da Té.
      Agora, se me permite, vou ali cortar os (im)pulsos. Só que não.

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    10. Tenho pena de não ter sido eu a escrever o comentário da Uva lá de cima (no caso de ser capaz de o fazer tão bem como ela), tenho pena que o anónimo veja indícios de racismo no comentário da Té, que disso não tem nada, e tenho muita muita pena que morra tanta gente nas mãos do ódio ou da loucura.
      Abraço aos quatro, Pipoco incluído.

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    11. Então Té? Não sabe que para mostrar indignação com uma coisa é preciso anteceder o comentário da lista de todas as barbáries do mundo começando pelo extremínio dos índios e passando pelas fogueiras da inquisição?

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    12. Anónimo7.4.15

      Senhor Pipoco, publique-me lá o comentário, se faz favor.

      Não me indignou a indignação da Té quando ao assunto do avião, indignou-me esta frase (parte dela citação, outra parte da Té), ("Não tenho memória de um acto assim, desde o 11 de Setembro". Eu também não.) Desde o 11 de Setembro que não morrem grupos de pessoas nas mãos de extremistas? (aliás, misturar 11/09 com assunto Lubitz não faz sentido, mas isso, parece-me, já vinha do texto que a Té cita). Morrem sim, às centenas, os ocidentais é que não lhe dão valor.

      As meninas deviam dar mais valor à Té. Ela tem boca e mãos e isto não é o Secundário.

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    13. A mim indigna-me é que ninguém tenha uma palavra de ânimo para este pobre passageiro frequente da cadeira 3A (em sendo o voo dos grandes) ou 6A (sendo o voo desses de ir só ali)...

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    14. Sabe? Aquela coisa do efeito imitação no suicídio? Vem nos livros...
      Muahhhhahhhh

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    15. meu caro, xanax seguido de um copo daquele simulacro de whisky que servem na executiva, tannhauser nos auscultadores. só acorda do lado de lá, à chegada. além disso, já todos sabemos que o Pipoco concretizou o seu sonho no final do ano passado: ser imortal.
      (sabedoria empírica, novamente)

      é um mundo triste. somos tão frágeis...

      mas, o que gostaria de saber é como uma pessoa psicótica (a ser verdade, e a verdade dos media é usualmente meia verdade misturada com espectáculo mórbido) pode ser piloto, copiloto, hospedeira, técnico de manutenção, de um avião. há outras profissões que podem seguir sem matar centenas de pessoas quando algo corre mal...

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    16. Anónimo7.4.15

      Animo! Há voos em que a 6A "ainda" é executiva....

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    17. Anónimo8.4.15

      Tio, estou solidária com a 3A e a 6A. Agentem meninas!

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    18. Anónimo10.4.15

      Anónimo7.4.15

      Voce esta a gozar não está ? só pode
      A Tè já explicou claramente o seu comentario e voce continua a recusar-se a perceber e a bater na tecla do racismo, quando aqui nunca ninguem falou em racismo.
      Voce viu maldade num comentario onde não havia maldade nenhuma.

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  4. Anónimo7.4.15

    todas as semanas então, antes de viajar, apenas deve perguntar se a tripulação está bem, ou deprimida.

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  5. Anónimo7.4.15

    Se não quer saber, porquê o post?
    Embarque que qualquer são ou alucinado também não quer saber se embarcou

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  6. Anónimo7.4.15

    É uma outra parábola, nada de grave.

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  7. Prefiro quase sempre o carro, mas por vezes tem de ser da outra maneira!

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  8. Precisamente por também viajar de avião todas as semanas e por a Germanwings ser o meu "autocarro" quero saber tudo sobre Lubitz e as circunstâncias que permitiram que um homem como ele tivesse a profissão que tinha.

    Tocou-me muito de perto esta tragédia. Os miúdos e os professores que morreram eram de uma escola do estado federado onde moro. Só me lembro
    de ver uma comoção semelhante na Alemanha em dois outros momentos: no 11/9 e aquando do Tsunami.

    E não faço comparações de vítimas. Qualquer refugiado africano que perde a vida no Mediterrâneo, qualquer miúdo na Líbia, na Síria, no Uganda ou qualquer estudante morto num atentado me causa a mesma comoção. Lido com estes casos todos os dias. Sei o que é um campo de refugiados, sei na primeira pessoa o que são "cenários de guerra", golpes de Estado e a pobreza externa.

    Acho profundamente hipócrita este tipo de comparações.

    PS - escrevo no aeroporto à espera de entrar para um voo da Germanwings.

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