17 novembro 2014

Os Maias

Durante muito tempo, quando queria que os mais novos lessem "Os Maias", falava-lhes do livro como se se tratasse de uma história desinteressante, que era só a história de um tipo que cometia incesto com a irmã, depois o avô descobria e eles não se importavam e continuavam com a pouca-vergonha. Havia sempre um sobrinho que me pedia o livro depois do jantar e eu emprestava, sempre recomendando que havia que sobreviver à descrição do Ramalhete, umas cinquenta páginas, mas que tinha que ser, era essencial para perceber a história, aquilo do incesto.

Parece que João Botelho está a ter mais sucesso do que eu, nisso de pôr miudagem a ler "Os Maias".

7 comentários:

  1. Claramente está a ganhar aos pontos com aquela versão dos Maias!
    Confesso que de todas as “críticas” feitas pela miudagem ao livro, a que mais me faz rir não são as histórias de “sobrevivência” aos sete primeiros capítulos, mas a conclusão que a única parte que o Eça não descreve com o pormenor desejado é a concretização do incesto.

    ResponderEliminar
  2. Cláudia18.11.14

    Fui ver o filme com várias pessoas, entre as quais dois miúdos, aliás, a sala estava quase cheia com grupos de famílias, todas com a sua quota de putos. Os miúdos da minha família, (que diziam que devia ir ser "uma seca") qual não foi o meu espanto, e certamente o deles, gostaram, gostaram mesmo, e os outros, tendo em conta o silêncio que ia na sala que nem pipocas se ouviam, parece que também. Também gostei, achei a abordagem possível, e conseguida, tendo em conta os recursos, além de que para ser completamente fiel ao livro provavelmente seria um dia inteiro de filme, acabou por ser uma peça de teatro em forma de filme, na qual consegui ver beleza. Ah e sabe o que, ou melhor, quem mexeu verdadeiramente com a "miudagem", tendo em conta os risos satisfeitos?... João da Ega...parece que missão cumprida :)... se fizer com que leiam o livro, então, um verdadeiro sucesso.

    ResponderEliminar
  3. Eu tenho muito mau feitio, não sei se será muito evidente (isto é a preparar terreno, para escolherem pedras mais pequenas para me atirar)... mas, ao menos, que o chamado-filme-muito-bom-do-João-Botelho traga alguma vantagem. Até aqui estava convencida que eram, apenas e só, os cenários que achei lindíssimos!
    E pronto, venham daí os calhaus!

    ResponderEliminar
  4. E eu escrevi isto para imitar o Eça.
    http://a-uva-passa.blogspot.pt/2013/12/uma-pastilha-evervescente-cair-num-copo.html

    ResponderEliminar
  5. Prefiro outros livros ou filmes, mas tudo bem!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo absolutamente. Não sei exactamente o que significa "miúdos a ler Os Maias" mas parece-me um exagero. Armado em esperto li pela 1a vez aos 13 e não cheguei a apreciar mais do que uma ínfima parte da obra. Contumaz, li logo após ao 1984.
      Parece-me mais adequado começar com os Gregos nessas idades. Mas enfim, o que sei eu, homem das obras, sobre isto ou o que quer que seja? Além disso, aos 14 já os meus Pais trabalhavam, poças. Imagino que o conceito de miúdo seja relativo.
      Abraço cara P. .

      (seja tolerante com os sobrinhos meu caro; sinceramente, Os Maias, é de nunca mais lhe pedirem rebuçados)

      Eliminar