04 agosto 2014
Nós, os Salgados
Enquanto uns botões de punho impuserem um silêncio respeitoso, enquanto uma camisa branca com as nossas iniciais bordadas a azul escuro significar alguma coisa, enquanto aquilo que vemos da nossa janela fizer sonhar quem quer que seja, enquanto o lugar à cabeceira da mesa de mogno da sala de reuniões representar infalibilidade, enquanto Zermatt no Inverno e a Comporta no Verão fizerem bater os corações, enquanto os que não são como nós nos atenderem o telefone ao primeiro toque, enquanto alguém acreditar que alguém pode mesmo ser o dono disto tudo, enquanto acharmos melhor não fazer nada porque nunca se sabe o que fazem as influências, enquanto nos deslumbrarmos por estar próximo daquele que está distante de todos, enquanto nos copiarem os trejeitos e as deixas e as bengalas na ilusão de nos agradar e de fazer de conta que são quase nossos iguais, nós, os Salgados, continuaremos mesmo a mandar nisto tudo.
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Adoro o seu sentido de humor :)
ResponderEliminarFinalmente, algo que poderia ensinar a todómundo. Tema do workshop: "bitch, please".
ResponderEliminar(ou não, que isto de ser anarca at heart é um estado de espírito, sei lá ensinar alguém a ser assim.)
Adoro o seu sentido de humor :)
ResponderEliminarNo meio desta salgalhada, deste salve-se quem puder e salve-nos quem puder, salve ó PSalgado, que esta sua ironia (!) é a nossa salvação.
ResponderEliminarEstou tristissima Pipoco. Agora é que me deixaram num lodo psicológico maior que a minha Lagoa. Sinto-me à deriva. Parece que o país foi atacado pelo cancro mais mortal e que nada ninguém irá conseguir-lhe uma cura, a menos que se corte grande parte do corpo.
ResponderEliminarA atracção é tão poderosa que até estou a pensar abrir uma conta no Banco Mau...
ResponderEliminarExcita-me, o Senhor Salgado, não o do Banca.
ResponderEliminarAinda bem que para toda a regra, existe a excepção.
ResponderEliminarOs "dos botões de punho" estarão acima de alguns, somente porque existem uns quantos, que num estado de triste subserviência e não tão camuflada inveja, os carregam em ombros.
Mesmo assim, e contra as aparências, não são estes os verdadeiros alfas. O lugar pioneiro pertence a quem com uma sobrancelha levantada, e um mau feitio inato, os faz sentir como meninos colegiais com brinquedos de gente grande.
É que estes meninos podem gostar de graxa, mas gostam ainda mais de açoites.
Não lhe conhecia esta faceta de Tancredo Falconeri. Divertido.
ResponderEliminarSinceramente é em alturas como está que desejo que a praia dos Salgados vá para a praia dos Tomates...
ResponderEliminarOu seja, continuamos como Eça de Queiroz nos descreveu e fomos nós obrigados a ler "Os Maias" na escola, não aprendemos nada.
ResponderEliminarSerá que o imperialismo chegou (finalmente!) ao fim?
ResponderEliminar- Proponho uma ida em massa à loja do cidadão;
- 10 milhões de portugueses a chamarem-se "Salgado" ou "Espírito Santo" ou ambos.
Quem sabe? Talvez aquele empréstimo pequenino, insignificante, plebeu, até seja perdoado e a família não necessite de ir morar para debaixo da ponte. Porque, sinceramente, nenhum salgado de santo espírito poderá alguma vez ser metido com dono, eles são ddt...
Paguemos, irmãos!
Courchevel. O RS vai para Courchevel no Inverno. 1850.
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