23 janeiro 2014
Os idiotas
Ah, o Burnay de Mendonça, elas falavam no Burnay de Mendonça e iluminava-se-lhes o olhar, casa em Azeitão, garrafa de gin no BBC, um telefone dos que dizem no fim das mensagens "sent by my iPhone", um grupo a quem o Burnay de Mendonça se referia como "os meus amigos de sempre", o Burnay de Mendonça a segurar-lhes as portas para elas entrarem mas a dirigir-se-lhes por "você", a provar o vinho e a dizer "pode servir" com ar de quem entendia do assunto e elas, que até tinham estudos, afinal tinham um curso de decoração de bolos, a vir-lhes à tona os episódios do "Sexo e a Cidade" gravados na memória de longo prazo, a suspirar se o Burnay de Mendonça, com voz sussurrante, lhes falava de Nova Iorque, elas a murmurar entre si a displicência com que o Burnay de Mendonça perdia na roleta, ah, o Burnay de Mendonça...
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"você" é maravilhoso. Não sei onde tem casa, mas também não faço de beber da sua garrafa num bar. Creio que o Pipoco não precisa de provar um vinho para saber se se pode servir. Não decoro bolos nem falo de Sexo e a Idade. Também não acredito que o Pipoco perca na roleta. Sei que isso de dizer de onde são enviadas as mensagens se pode tirar e que até é possível pôr um banalíssimo telefone coreano a dizer que é um i"coiso". Acha-me elegível para suspirar pelo Pipoco? É que o Burnay de Mendonça não faz nada o meu género...
ResponderEliminar(Permita-me a sugestão. E se no lugar de mas estivesse e?)
O "mas" está perfeitamente.
EliminarCertamente. Quem sou eu para sugerir o que quer que seja. Pensei que se usasse "e" não seria tão óbvia a pouca conta em que tem o Burnay de Mendonça e o seu séquito feminino. Tontices minhas...
EliminarMirone, aqui não era o Sexo e a Idade, mas o Sexo e a Cidade!
EliminarAhahahahahah (ups, reformulo)
Gargalho com gosto
Mirone:
EliminarSegurar a porta - certo
Dirigir-se às pessoas por você - errado.
Daí o mas.
Cuca, eu sei que tratar por você não é correcto (até usei aspas no meu comentário") e que segurar a porta é. Por isso é que achei que se usasse "e" em vez de "mas" a critica não seria tão óbvia. De qualquer maneira, percebi a utilização do "mas", afinal não se trata de saber se o Burnay é um burgesso ou não (que é), mas de constatar a admiração que certas mulheres têm por homens assim.
EliminarAh, o Burnay de Mendonça deve ser mesmo um tipo pouco interessante... belherc!!!
ResponderEliminarPrefiro a Ana Bravo, e o caríssimo também devia preferir falar sobre ela. Perorar por perorar que seja por quem merece a perda de tempo. Vá, que por ela não é perca de tempo nenhuma e é um privilégio porque falando vai-se lembrando a belezura.
ResponderEliminarBurnay de Mendonça, mas isso interessa a quem?
Cá para mim o título deveria ser os iluminados mas isto sou eu o grande pipoco saberá melhor!
ResponderEliminarPrimo Basílio?
ResponderEliminar(sent from my IPhone)
P
...Vinha muito tranquilo, afectava um tom de parente. Não a inquietou com palavras veementes, nem com gestos desejosos: falou-lhe do calor, de uma zarzuela que vira na véspera, de velhos amigos ue encontrara, e disse-lhe apenas que tinha sonhado com ela.
EliminarO quê? Que estavam longe, numa terra distante, que devia ser a Itália, tantas as estátuas que havia nas praças, tantas as fontes sonoras que cantavam nas bacias de mármores; era num jardim antigo, sobre um terraço clássico; flores raras transbordavam de vasos florentinos; pousando sobre as balaustradas esculpidas, pavões abriam as caudas; e ela arrastava devagar sobre as lajes quadradas a cauda longa do seu vestido de veludo azul. De resto, dizia, era um terraço como o de S. Donato, a villa do príncipe Demidoff - porque lembrava as suas intimidades ilustres, e não se descuidava de fazer reluzir a glória das suas viagens.
Eça de Queiroz
(sent from Livros do Brasil)
A que cá tenho vem mesmo do círculo de leitores, não me deixaram trazer a antiga, uma verdadeira relíquia, ora pois então, farmácia ainda era pharmácia.
Eliminar(sent from my toshiba)
P
O fabuloso mundo dos deslumbrados...
ResponderEliminarO Senhor devia escolher nomes menos pomposos para os seus heterónimos, não vá em calhando um Burnay de Mendonça lhe acontecer de ler estas coisas e lhes achar pouca graça.
ResponderEliminarAdverte como se o PMS não conhecesse os Burnay....
EliminarPois, pois. Ninguém gosta do Burnay de Mendonça mas não lhe faltam namoradas giras.
ResponderEliminarAh, o Burnay de Mendonça... O cabelo puxado a gel, as pantalonas vermelhas (ai perdão!, encarnadas) e as tão estridentes noites na Casa do Castelo... R.I.P.
ResponderEliminarCaramba, com o tratamento por 'você' é que a coisa azedou. Não o tratamento por você sem dizer você, porque estando o você implicitamente na coisa do tratamento, o tratamento por 'você' não é decididamente indigesto. Ufa!
ResponderEliminarPorque faz toda a diferença dizer:
O Pipoco percebeu o que a minha mente perturbada disse?
ou
Você percebeu o que a minha mente perturbada disse? (depois de dizer isto vou 'buber' para esquecer, eu sirvo-me, obrigada)
(agora saio com uma estranha sensação de que, tratar alguém por Pipoco também se deve evitar à força toda).
O seu "amigo" é portanto, uma réplica de Mr.Big! Mas olhe que Mr.Big apenas ficou a tontinha da Carrie que as inteligentes fugiram dele a 7 pés!
ResponderEliminaro Burnay de Mendonça está para a tauromaquia (aposto que vem ali dos lados de Coruche), como o Ruben Patrick está para o palito na boca, certo? há-de ser do partido monárquico, frequentar as melhores casas de... espectáculos das cidade (onde também terá garrafas com o seu nome), andar de land rover às vezes e... caramba de o homem não é do sporting!...
ResponderEliminardemasiado?
Como ficou claramente visto acima, Basílio Burnay de Mendonça tinha cadeira cativa ao lado do Palco del Príncipe, na Mestranza e onde se fazia acompanhar por frequentadoras das melhores casas de zarzuelas em redor de S. Carlos.
EliminarJá o nosso Lipinho Ruben teve bastas razões para proibir o pai de aparecer nos jantares e soirées- velho e mal aconselhado por intrigantes políticos, diga-se - e foi causa da sua generosa ligação ao Amado que, aliás, nunca deu por o Lipinho limpar as unhas com o palito, num gesto de parcimónia digna de quem nasceu em dia de Natal.
Maria Helena
continue....
Eliminar(:)
More is (too) more.
Eliminar... estes improvisos são a 4 mãos em serões inesperados.
EliminarMaria Helena
(e foi tão bom, Maria Helena. não tenho mãos para a acompanhar neste. ou talvez, como diz @ anónim@, more is too more)
EliminarImperdível meu caro. Merecia uma crónica no final de um telejornal (para dar sentido àquelas *coisas*).
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