03 dezembro 2013

Agora que todas as meninas disto dos blogs já colocaram os retratos do dia internacional pela eliminação da violência contra as mulheres...

... e colocaram-nos no dia certinho, voltarão no dia internacional da mulher, com mais fotos e muita revolta por ainda ser preciso um dia assim, agora que tenho a vossa atenção indisputada, este é o tempo em que é absolutamente necessário que saibam que ele não vai mudar, ainda que ajoelhe à vossa frente, ainda que implore mais uma oportunidade, ele não vai mudar. Este é o tempo em que é absolutamente necessário que saibam que há vida para além dele, aliás, só há vida para além dele. Este é o tempo em que é absolutamente necessário que saibam que têm que contar, que não é uma vergonha que se saiba, que a primeira coisa a fazer é contar. Este é o tempo em que é absolutamente necessário que saibam que que é errado, sejam quais forem as circunstâncias, um homem bater numa mulher. Este é o tempo em que é absolutamente necessário que saibam que ele não vos tem amor, que é cobarde, que manipula os vossos sentimentos e corrói a vossa autoestima. Que não se desculpem com o que é melhor para os filhos, que não o desculpem porque o dia dele não correu bem, que não se comovam quando ele diz que perdeu a cabeça e jura que não voltará a acontecer. Este é o tempo em que é absolutamente necessário que saibam que o primeiro passo, custe o que custar, tem que ser o vosso.

43 comentários:

  1. Infelizmente, escreveste acertadamente. Não podemos mudar o homem que temos do nosso lado - mesmo que nos tentemos convencer disso- mas podemos parar com os comportamentos e as agressões repetitivas. Cabe-nos a nós colocarmos um ponto final naquela relação destrutível.

    A violência doméstica existe por diversos factores, mas um deles é porque ainda existem mulheres que o permitem.

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  2. Concordo em absoluto com tudo o que diz, apesar de saber que nunca irei entender o que é que faz com que uma mulher agredida pela primeira vez, consinta ser agredida de novo e de novo...

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  3. o que me entristece é que cada vez mais existe mais violência e nem sempre de forma visível aos olhos, e cada vez mais acho que isso nunca vai mudar:((((

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  4. Anónimo3.12.13

    Não entendo o que faz uma mulher deixar-se agredir continuamente. Sei que para muito é a via "natural" já eram agredidas pelo pai e, portanto, é o continuar do ciclo. Essas necessitam de apoio e de quem lhes mostre que não tem que ser assim. Mas existes outras: aquelas que desculpabilizam o agressor. A essas não consigo ter sequer respeito. Porque nem os próprios filhos sabem defender, porque se escondem atrás de hipotéticas desculpas e no fundo sustentam essa aurea de "degraçadinhas".

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  5. Fonix! Fiquei impressionada.... Well done, senhor Pipoco.

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  6. Anónimo3.12.13

    Concordo com o que escreveu...Infelizmente tenho duas amigas que no Passado foram vitimas de violência doméstica e nós, os amigos, nunca percebemos excepto quando foi demasiado óbvio nos corpos de ambas. Na altura (cerca de 15 anos, talvez) o que ambas disseram foi sentirem vergonha e medo deles. Ambas refizeram as suas vidas com a ajuda de familiares e amigos mas as "cicatrizes" ficaram como é óbvio :-(

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  7. Meu caro, meu caro...
    Penso que já passou demasiado tempo desde a última vez que lhe disse que gosto mesmo muito muito muito de si.

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  8. Well done!
    É isso mesmo ... mas ainda assim há mulheres que acham que devem continuar ao lado de quem as trata mal. Não consigo entender.

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  9. Anónimo3.12.13

    Há muitos casos de pessoas maltratadas que deveriam ser estudados por psicólogos. Há pessoas que se deixam estar, que se deixam apanhar e prolongam o sofrimento por anos. Nada fazem para mudar quando podiam pedir ajuda à família. Já conheci casos assim e tenho quase a certeza de que essas pessoas tinham prazer na situação de sofrimento porque pedir ajuda era muito fácil. É estranho e deveria ser um fenómeno de autovitimização mais estudado.

    Bjs
    Mariana

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    1. Anónimo3.12.13

      Concordo! Costumo dizer que há mulheres que gostam e que não querem viver de outra forma.

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    2. Eu não escrevi que há quem goste de viver com violência. De todo.

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  10. Fiquei comovida... Uma verdade que sabemos que existe e nunca conseguiremos entender o porquê. A agressão, seja ela física ou psicológica, que nos tempos de hoje não é violência exclusiva por parte do sexo masculino contra o feminino, o contrário também se verifica, tem mostrado tendência a aumentar. Talvez o excesso de pormenores dos contornos que a envolvem transmitidos pela comunicação social estejam a servir de incentivo (nalguns casos) - Ah aquele fez assim?! Então eu vou fazer ainda "melhor"! - (esta a minha leitura daquilo que vejo, leio e ouço) e depois, o medo do agredido(a) castra-lhe a coragem de enfrentar a sociedade, as autoridades e o próprio agressor(a). O medo persiste ou até aumenta com a consequência da denúncia. Lidei com um caso de uma amiga durante anos, sofri tanto ou mais do que ela por não conseguir que ela se libertasse. As cenas repetiam-se e cada vez mais graves, o primeiro passo era dado mas no dia seguinte estava perdoado e voltava tudo ao mesmo... Não entendo. E sem querer julgar agressor nem agredido, resta-me pensar que violência (seja ela qual for) só pode ser sinal de baixo nível de auto-estima... :(

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  11. Anónimo3.12.13

    Entre "primeiro passo, custe o que custar, tem que ser o vosso" e o
    "clap, clap, Pipoco, é mesmo isso, tem toda a razão, a culpa é delas que não fazem nada" vai uma distancia tão grande...
    AnaB

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  12. Grande post!
    Este devia ir para o ar em todas as estações de televisão à hora nobre.
    Parabéns e obrigada por fazer deste um mundo melhor.
    Susana

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  13. Anónimo3.12.13

    na minha modesta opinião, a própria designação do dia está errada. a violência não tem género. poderão dizer-me que as estatísticas existem e provam que são as mulheres, por esse mundo fora, mais do que os homens, a sofrer este flagelo na pele, esta cobardia assassina. pois sim, mas não será por isso que vamos secundarizar a violência exercida sobre o sexo masculino. não o escrevo para parecer bonito(a). acredito piamente que é errado lutar contra um preconceito, através de outro. isso da descriminação positiva, faz-me comichão enquanto ser humano, que é o que sou (somos) primeiramente. gosto de partir dessa base, do respeito pelo próximo, quer seja homem ou mulher. até porque se achamos que é difícil para uma mulher falar, imaginemos por momentos o que não será para um homem, nesta sociedade tendencialmente machista, fazê-lo. e há, como se sabe, muitas formas de violência. recordo, por exemplo, a chantagem entre casais usando os próprios filhos, «brincadeira» comum onde as mulheres dão cartas.
    este era o ponto prévio. a violência contra os outros deve ser repudiada socialmente e punida nos tribunais.
    quanto à violência dita tradicional e às causas que levam uma mulher a «comer e calar», antes de lhes apontar o dedo, antes de abanarmos a cabeça sobranceiramente, antes de nos apressarmos a diferenciarmo-nos delas, seria interessante percebermos o que fazemos nós por elas (que um dia podemos ser nós), pessoalmente e socialmente. lutamos de alguma forma para que os tribunais funcionem ou as penas de prisão efectivamente sejam aplicadas? exigimos ao dito estado social que as proteja? exigimos um sistema que não as deixe morrer à fome ou as obrigue a pedir esmola à família e amigos? resumindo, olhamos para elas enquanto vitimas que são e ajudamos a sua causa, ou escrevemos apenas frases guerreiras de incentivo, clamamos pela sua libertação, como coitadinhas que nos parecem, e deixamos conselhos, palavras indignadas, espanto genuíno para que não admitam dentro de casa o que a sociedade permite, todos os dias, na rua?

    fica o comentário, talvez maior do que devia, mas sincero, e dirigido, antes de mais, a mim própria, que não sou melhor que ninguém..
    obrigada pela oportunidade.


    N

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    1. Bom ponto, N. Como sempre.

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    2. Anónimo4.12.13

      Mas o que é que pode levar uma mulher a "comer e calar"? Essa é a questão. E deveríamos começar por aí, uma vez que são tantas as mulheres que se calam, tendo ajuda mesmo à mão.

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  14. Anónimo3.12.13

    Para quem diz que não percebe como alguém se deixa mal tratar e agredir, pensem só mais um bocadinho, felizmente nunca vivi de perto nenhuma situação de violência domestica (que eu saiba) mas percebo que existam pessoas mais frágeis a nível emocional, por imensas e diversas razoes, e que nem toda a gente tenha a coragem de enfrentar um agressor! Ate porque para estar na posição de agressor será mais "forte". E sim, existe medo! Medo que se torne pior, que só resulte em mais raiva e violência, que a justiça tarda demasiadas vezes! Medo por vezes pelos filhos. Há pessoas que saindo de casa não tem para onde ir! O que quando envolve filhos só piora. E também há quem tenha vergonha, vergonha do que os amigos vão pensar, vergonha que os outros digam: "Como pudeste deixar? És uma cobarde por deixar que te batam! Se deixas é porque mereces!", o que para quem já esta a ser agredido deve ser coisa leve, como imaginam! Uma vitima precisa de apoio e não de acusações de cobardia!
    Buh

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    1. E então? Solução alternativa?

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    2. Anónimo4.12.13

      Sim, essas situações são graves mas e aquelas mulheres que apanham, não têm problemas de dinheiro e vivem mesmo ao lado dos pais (que ignoram por completo a situação)???? É estranho, não é? Eu conheço 3 assim.......

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  15. Anónimo3.12.13

    Alternativa a fazer acusações ? Estar calado já ajuda. Atenção que não estou a dizer que não tem razão em dizer que o primeiro passo tem que ser da vitima, que de facto não há grande remédio para isso, mas sim que depois da pessoa finalmente arranjar coragem para se queixar não há necessidade de mandar abaixo como muito boa gente refere aqui na caixa de comentários, não lhe parece?

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    1. Referia-me a alternativa a ser o agredido a dar o primeiro passo, naturalmente. De resto, em sintonia, tem que ser ajudado, acarinhado e incentivado a não esmorecer.

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  16. Concordo no geral, com o pertinente complemento da excelente N., e com uma perspectiva diferente sobre isso de *permitir ser agredida* tendo em consideração os laços de dependência que se formam nas famílias mais carenciadas.

    Agora num ponto discordo completamente: "em circunstância alguma se deve bater". Pode e deve se a companheira assim o desejar, embora sempre com carinho e dentro dos limites do aceitável. Falta as sombras de gray ao seu espólio literário meu caro. A mim também, mas eu emprenho bastante de ouvido.
    Abraço!

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    1. Anónimo3.12.13

      Tapinha não doi, anonimo.

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  17. Anónimo3.12.13

    Há aqui comentários que explicam muito bem o porquê de muitas mulheres aguentarem anos a fio situações de violência. Só quem não tem 2 dedos de testa é que não percebe que o primeiro passo do abusador é aniquilar a sua vítima em termos psicológicos, mostrar-lhe que ela não presta, que não é nada sem ele, que ainda deveria estar grata por ele gostar dela.
    E não será muito complicado perceber que o assumir da violência é um passo gigantesco. Que há muita vergonha, que há quem pense que nem para arranjar um companheiro serve. Se é complicado assumir um divórcio normal, a sensação de frustração e de um objectivo falhado está lá, imagine-se qual será a sensação de se assumir violentada, física ou psicologicamente. Isto numa pessoa que acredita que já não vale nada.
    Esta pressão pode ser até mais inibidora entre as classes ditas altas, entre gente com educação que não é proveniente de lares desfeitos e que cresceu a acreditar que estas coisas só se passam nos "bairros da lata". Nós não estamos à espera que um amigo nosso, que um irmão nosso agrida a mulher, não fomos educados assim. E já nem vou falar de todas as mulheres que aguentam porque não têm capacidade financeira para não aguentar, ou que aguentam porque têm medo de perder os filhos.
    Tem razão Engenheiro, o 1º passo tem de ser da vítima. Mas que ninguém duvide da coragem que é necessária para dar esse primeiro passo. Guardem os vossos comentários de "não tenho respeito" que elas não precisam das vossas condenações. Elas vivem no pavor das condenações da sociedade. E vocês lá estão, de dedo no ar, a condenar e a dizer que não têm respeito. Tomara que nunca venham a precisar do respeito alheio e que sejam sempre muito felizes.
    Patrícia

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    1. Patrícia, o primeiro passo antes do primeiro passo será fazer com que as vítimas sintam o conforto possível, que saibam que depois de darem o primeiro passo há quem as ajude a confirmar que foi a decisão certa. É isto que está por fazer.

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    2. Anónimo4.12.13

      Seria muito bom que existisse de facto esse alguém que ajude as pessoas vitimas de violência, seja ela fisica ou psicológica, sejam as vitimas mulheres, homens, crianças ou adolescentes ou idosos, a confirmar que sim, que depois de denunciarem, de apresentarem queixa que tudo será melhor. Mas a verdade nua e crua, é que na maioria dos casos essa(s) pessoa(s)/organismos não existem ou são omissos nas respostas urgentes que deveriam dar. É ver a quantidade de casos por este país fora de homens agressores que os tribunais deixam sair em liberdade, progenitores abusadores que continuam com a guarda dos filhos, instituições que usam as pensões e maltratam os idosos que deveriam de cuidar, filhos que lá abandonam os pais sem serem punidos por lei, etc, etc, etc.

      "Ai e tal como é possivel tanto jovem aceitar maus tratos?!" - meus caros, se somos uma sociedade violenta em todos os sentidos como queremos nós que os jovens cresçam com mentes saudáveis?! Pensem bem nisto antes de mandarem bitaites para o ar que um dia vos podem partir os telhados de vidro.

      Ass: pessoa vitima de violência e manipulação psicológica durante muitos anos

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  18. Anónimo3.12.13

    O que me causa mais estranheza é o facto de cada vez mais jovens permitirem-se entrar nesta espiral de violência, existe agora por parte do Instituto Português do Desporto e juventude uma campanha intitulada "Namorar com Fair Play". Que retrocesso foi este de que só agora me dou conta?
    Elisabete

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  19. Anónimo3.12.13

    É muito bom constatar que o PMS, fazendo um post de um género diferente ao qual acudiram comentários longos e (preocupantemente) sérios, esteja a intervir com as respostas. É dignidade de carácter.Muito bom.

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  20. Estarei enganada ou andaram o PMS e os anónimos estiveram a falar de violência fisica (?), mas a psicológica essa sim é que é a verdadeira violência,,,

    Tb gosto de si Sr. Pipoco

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  21. Anónimo3.12.13

    A violência, sob qualquer forma, pode ter origem cultural, patológica ou ser apenas uma espécie de maldade, embora eu questione sempre se a maldade, só por si, existe sem estar associada a uma espécie de loucura. Para não me alongar muito, dou apenas o exemplo dos actos crueis que se inflingem às mulheres noutros países, de cultura diferente da ocidental, e que são vistos como prática comum e aceites pela sociedade, aliás, praticados pela e em sociedade. Esses são os que mais me afligem pois as vitimas dificilmente conseguem fugir dos actos brutais a que são sujeitas. Agradeço muitas vezes o facto de ter nascido num país com outros costumes... No meu país, este de onde escrevo, quase rectângulo à beira mar plantado, há alternativas. Mas o primeiro passo é a compreensão de terceiros. Não se pode olhar para a vitima como alguém que é covarde, ou que gosta de ser violentado fisica e psicologicamente. Há que entender que cada pessoa tem a sua história de vida, os seus medos. Há pessoas que dependem financeiramente do abusador, há pessoas que temem pelos filhos. Há pessoas que acreditam que as coisas podem mudar, como se a essência mudasse... Mas há pessoas que acreditam, que têm esperança. Há pessoas que não têm quem lhes dê a mão. Há pessoas que sofrem em silêncio porque lhes disseram que assim é tem de ser. O primeiro passo é o carinho, a compreensão, o incentivo à coragem de deixar uma vida para trás (porque pode ser má, mas sim, é uma vida, a vida que essa pessoa tem) e recomeçar outra, provavelmente do zero. Tal como alguém aqui referiu, o agressor enfraquece a outra parte, retira-lhe a auto estima, reduz a pessoa a um zero para a poder manipular. A violência fisíca nunca vem sozinha, traz sempre a psicológica associada. Há que entender isso. A pessoa enfraquece a todos os níveis e sem uma mão amiga, mas amiga de verdade, sem cobranças, dificilmente sai desse ciclo.

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    1. Anónimo3.12.13

      Está cheio de erros. Desculpem, mas foi de corrida e estava entusiasmada.

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  22. à 1ª são vítimas, à 2ª são voluntárias/os... E está tudo dito! Por outras palavras: à 1ªtodos caem, à 2ª cai quem quer e à 3ª cai quem é parvo.

    Se sair dessas situações é difícil? doloroso? assustador? é! (sei do que falo) mas a nossa Vida é só uma! E muita mas mesmo muita coisa depende de nós!

    E sim, como disse alguém a violência doméstica existe e existirá sempre, enquanto houver "voluntários"

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  23. Anónimo4.12.13

    Pipoco à Presidência...já!!!

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  24. Anónimo4.12.13

    Aleluia home'! Desenconou!

    (se não publicar eu entendo o porquê)

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  25. isto está a render...
    nem o Sporting tem tanta polémica, tanto vigor, tantas certezas.

    eu, masok como sou estou sempre a cair em buracos. sou voluntário da estrada mal pavimentada e com duas lombas.

    agora há dias para tudo, óptimos para redimir a nossa inércia e confortar a consciência, porque a memória esquece depressa. não há praí um dia da burca? ou o dia da velinha e dos velhinhos, do político corrupto, da criança abandonada, da mosca na sopa...
    é só conversa. e depois vamos dormir descansados.

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