Hoje voltei a correr. E eu, que pouco me comovo, quase me comovi quando dei conta que, vindo do bosque, se colou a mim o cão que era o melhor amigo do meu cão. Ali, sempre junto a mim, nos muitos quilómetros que me faltavam para chegar a casa. E eu, que pouco me comovo, tirei dos ouvidos o Wagner que me acompanhava há quase vinte minutos, que isto de um cão que não é nosso nos acompanhar a passada merece o meu respeito.
(entretanto a gata preta Glendfiddich e o gato preto Absinto parecem adaptados. Infelizmente, demasiado adaptados o que, parecendo que não, é capaz de ser má ideia)
Caro Pipoco,
ResponderEliminarEu comovo-me de imaginar a cena. Principalmente perante a impossibilidade de explicar ao outro cão como são as coisas.
Mas ele deve ter ficado satisfeito de o ver de volta.
Abraço.
Os animais são grandes amigos sempre!
ResponderEliminartanta afeição à volta do animal doméstico em si mesmo numa semana plena de palhaçada, digo, discussão sobre a possibilidade de coexistirem 3 ou mais numa qualquer tipologia imobiliária, foi se calhar coincidência...
ResponderEliminarOs ditos irracionais têm muitas vezes um nível de compreensão que não se encontra nos humanos, que frequentemente estragam momentos de grande cumplicidade com palavras desnecessárias.
ResponderEliminar( certa altura pedi á minha mãe que tomasse conta do meu gato durante 2 semanas de férias. Ao princípio foi um Deus nos acuda, mas como tudo tem mais encanto na hora da despedida, passada uma semana a sentir-se abandonada, adoptou um azul bebé. Semelhanças ? )
Os cães sabem. Sabem e respeitam. Os gatos também, apesar de serem menos lamechas. E eu também sei que eles sabem porque tenho o privilégio de partilhar a casa com um cão lamechas e de um dia o ter também feito com um gato. É aquela sensibilidade que vem do instinto.
ResponderEliminarNão há orgulho, vaidade, maldade, ódio, vingança no reino animal, salvo num.
ResponderEliminarIsso deveria fazer-nos pensar para que raio existimos nós.
Não generalize.
EliminarGeneralize, generalize! É que é mesmo assim.
EliminarOs animais percebem a nossa dor.
ResponderEliminarE muitas outras coisas também.
EliminarE já dizia o outro, quanto mais conheço as pessoas...
EliminarOs caminhos de Emaús que vivemos são tanto mais intensos e fecundos quanto mais e melhor os reconhecemos e os vivemos.
ResponderEliminarCom Wagner ou com o cão amigo do nosso cão temos oportunidade de reconhecer o que, frequentemente, não é óbvio.
Maria Helena
Comoveu-se , e muito, e com razão. Obrigada.
ResponderEliminarTambém me comovi a imaginar a cena. Os cães sabem.
ResponderEliminaràs vezes é mesmo só disso que precisamos, um animal que nos acompanhe a passada ;)
ResponderEliminaràs vezes é mesmo só disso que precisamos, um animal que nos acompanhe a passada ;)
ResponderEliminarO homem que passou a ser cidadão-pedinte no último ano em frente a um hipermercado e a vizinha na casa dos setenta que subiu a rua para defender uma mulher vítima de violência doméstica, aquele casal com uma intensidade e cumplicidades únicas a caminhar pelos muros na Expo 98, o olhar em forma de mundo do Gonçalo M. Tavares, a adolescente que adoptou uma menina e ensinou-a a olhar, aquele almoço na esplanada em que também chegaste com livros, aqueles portugueses que nos orientam em Genebra como que a pedir que também a eles mostres o caminho para casa, aquele inglês curioso e espontâneo e também aquele gato cinzento e branco são o que encontramos na rua e trazemos de alguma forma para dentro de casa.
ResponderEliminarARD
Esse cão que era o melhor amigo do seu cão e que o conseguiu comover tem dono ou é vadio? Não arranja, certamente, melhor "substituto" ... Leve-o se não tiver dono ......ele merece, sem dúvida!
ResponderEliminarMMR