Surpreendente, a elegância antiga das suas frases, generoso o modo como, tendo vencido, se dá aparências de derrotado e propõe tréguas.
Ao saber que o acaso me fizera aventurar no seu território, logo voz amiga me preveniu: "Não te metas com o Pipoco! Parecendo todo delicadezas estraçalha-te antes de poderes dizer ai. E se desdenhar de fazê-lo, encarregam-se do serviço as amazonas que o veneram, que as tem às centenas, dedicadas como as que rodeavam o ditador da Líbia, ou as que nas tribos africanas impedem que se toque no soba." Sussurrou-me outra: "Sai enquanto é tempo. Esse Pipoco e a turba de damas que nele tudo adora, desde a postura chique e o fraseado oitocentista ao corte das suas camisas, da cor das peúgas à distinção das suas gravatas, são haute-volée, gente capaz de vergonhosamente te escorraçar a pontapés no derrière."
Dou-me por feliz de ter escapado com ligeiros arranhões e aprendido que de facto é bem verdade, um macaco pode invejar os de cima, mas deve saber acomodar-se no galho que lhe cabe.
Isto dito, e acenando já a despedida, confesso que me sinto privilegiado pela oportunidade que me deu e o que de elegantes dizeres e ademanes consigo aprendi. No que respeita um eventual encontro tenho ideia que dificilmente acontecerá. Além de tímido por natureza, sei que tropeçaria na forma e nas fórmulas, iria dar-me em espectáculo, risco que prefiro não correr.
Mas com gosto retribuo o grande abraço com que me honrou.
19 agosto 2013
Pipoco vs J. Rentes de Carvalho, Grand Finale
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E quando a pessoa pensa que a contenda está decidida e comenta para o lado que sim senhor, que o Tio Pipoco esteve muito bem, que outra coisa não era de esperar, vem J. Rentes de Carvalho e, de um sopro, deixa-nos a nós, às amazonas, guerreiras de D. Pipoco por natureza, inseguras e vacilantes...
ResponderEliminar(Com uma lagrima da tristeza e saudade porque a contenda soube a pouco)
ResponderEliminaro Grand Finale não foi apoteótico, mas foi simplesmente magnífico.
Ao nosso Senhor, espero encontrá-lo por sua casa todos os dias a brindar-nos com a sua perspicácia habitual. Ao notável Sr. jRC, temos encontro marcado esta semana n Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia. Verba mollia ét efficacia
muito obrigado a ambos. foi um verdadeiro prazer.
ResponderEliminara forma como ambos embrulham o dom em humildade, torna-nos pequenos
Inesperadamente, eis um dos grandes momentos blogoesféricos dos últimos tempos. A minha vénia :)
ResponderEliminarEstou verde de inveja, o que eu não dava para ter este tipo de génio literário.
ResponderEliminarPipoco nunca desilude!!
ResponderEliminarUma sua fiel amazona.
OH! Senhor JRC! Pelejou muito bem, mas analisou pessimamente.
ResponderEliminarEntão não sabe que as belicistas e ferozes amazonas se mutilavam dos seus mais belos atributos para sobreporem a prevalência Feminina em desprimor da Masculina? Só se amavam entre elas e odiavam os homens.
Eu não sou Amazona, não quero ser, nem morta!
Mas já tem razão e concordo com o senhor no imensurável apoio feminino ao Pipoco, mas também masculino embora numa escala mais reduzida, e o senhor JRC não sabe porquê porque só fala nas amazonas, mas talvez devesse saber porque é um homem vivido e galante, que o mundo feminino vai mais pelo divertimento e simpatia de trato do que pelo racional masculino.
Eu sou só seguidora, apenas, parecido ao da Madalena e Cristo, mas com menos pecados e muiiiiiiito menos devoção.
Sheila Carina
Amazona é uma mulher que ama muito, né? Uma espécie de contrário de mázona. Eu sou! Tenho muito amor para dar. Ando nisto tudo, blogues, vida, trabalho, por amor. Também é por amor ao bom gosto que venho aqui quando em vez. Já que dão por terminado o "duelo" podem agora começar outra coisa qualquer? Uma tertúlia, por exemplo. É que me aborrece andar por aí à procura de coisas que me apeteçam. Sou uma comodista, preguiçosa mesmo. Vá... continuem a trocar letras. Está visto que a vossa troca de correspondência alegra os olhos a várias pessoas. Não nos deixem assim, à deriva, ok? Respeitosos beijos na testa.
ResponderEliminarComecei a ler J. Rentes de Carvalho há muito pouco tempo, por insistência de uma amiga que já tinha lido quase tudo o que foi editado em Portugal. Adorei o que já li e faço conta de ler tudo o que falta. Obrigada JRC por ter tentado incutir alguma humildade a este menino snob-chic. Não o terá conseguido (espero eu), mas proporcionou-nos momentos de leitura ímpares.
ResponderEliminarMaria Flausina