Meu excelente J. Rentes de Carvalho, quase me amofinei por ter o meu caro desmontado com tanta precisão a clássica manobra de diversão que é o pavoneamento. Saiba o meu caro que, escasseando-me a arte, mais não me resta que trabalhar a forma, esperando que ninguém note que estou sempre a escrever o mesmo post.
Aqui chegados, quero apelar à sua benevolência e propor-lhe tréguas. Conceda-me o meu caro uma saída airosa, que me permita fazer de conta que me bati com galhardia. A história que aqui se passou contá-la-ei aos netos, hei-de dizer-lhes que houve um ano em que pedi que me oferecessem Rentes de Carvalho no dia do meu aniversário e aconteceu mais do que isso, aconteceu que Rentes de Carvalho, ele mesmo, decidiu estar à conversa comigo e respondeu-me coisas de pasmar ao que lhe perguntei, direi que foi um tempo feliz da minha vida, um tempo deliciosamente feliz.
As coisas são como são, meu excelente Rentes de Carvalho nestes dias quase hipotequei a minha postura snob-chic, laboriosamente trabalhada durante o tempo que dura este blog, quase confessei que prefiro arroz de cabidela ao risotto, quase baixei as defesas. Valeu bem a pena, afinal talvez isto não sejam só blogues.
E talvez um destes dias eu me apresente numa dessas filas para lhe pedir uma dedicatória num livro seu, hei-de dizer-lhe, quando o meu caro, com bons modos, me perguntar a quem dedica o livro, que escreva "Para o Pipoco Mais Salgado", o meu caro há-de ajeitar os óculos, olhar-me nos olhos, havemos de nos dar um abraço e o meu caro logo decidirá, pela intensidade do abraço, que eu, apesar de lisboeta da beira-mar, não sou má rês.
Um grande abraço deste sempre seu Pipoco Mais Salgado
PS - Uma espécie de amiga pede-me para lhe dizer que a frase com que terminou o ultimo post é uma das coisas mais bonitas que ela já leu, mas que no extremo pode ser uma justificação demasiado valiosa para as mentes perversas.
A minha mente é perversa mas é uma boa mente, julgo! No auge da minha franqueza passei momentos verdadeiramente deliciosos a ler o vosso "duelo". Tenho imensa pena que se aviste o fim... Estimem-se. Estimem-se muito. É mesmo verdade que há poucas pessoas assim! Por ora, e aqui no alto da minha pequenez, vou aprendendo convosco. Uma vénia e um beijo na vossa mão.
ResponderEliminarO duelo pode estar em vias de terminar, mas acredito que JRC venha por cá de quando em vez, e adivinho algumas escaramuças futuras, porque nenhum dos dois despe o sobretudo da fantasia que normalmente usa sobre o casaco ou sobre a camisa de manga curta ou até sobre a TShirt da Feira de Carcavelos. Bom mesmo é que continuem a fazer o que têm vindo a fazer até agora: escrever com mestria. Eu serei sempre o freguês que se segue. Obrigada.
ResponderEliminarOh senhor Pipoco! Fiquei agradavelmente surpreendida, mas não muito porque já desconfiava que o senhor fosse um pouquinho humano.
ResponderEliminarTive um pouquinho de pena porque com mais uma estocada do senhor JRC o Pipoco acabava por confessar que de vez em quando, só de vez em quando também usa camisas de manga curta. ;)
Sei que detesta os smiles, mas eu sou mesmo assim e quem me aceita nos seus círculos tem que me aturar como sou. ;)
Os meus cordiais cumprimentos.
Sheila Carina.