A minha amiga de decote generoso e medidas perfeitas adoeceu. Estava constantemente nervosa porque não encontrava Barca Velha do meu ano de nascimento, enganou-se a comprar os meus charutos favoritos, colocou gelo no meu Old Bushmills e adoçou-me o café. Perdeu cerca de 13 quilos, infelizmente nos sítios errados, e pesava pouco mais de 40 quilos aos 35 anos. Não é que tenha ficado demasiado magra, nenhuma mulher fica demasiado magra, mas chorava constantemente. Continuava a ser uma mulher feliz, afinal eu estava ali, mas tinha dores de cabeça constantes, o que, parecendo que não, pode ser uma grande maçada. Não dormia bem, lá está, eu estava ali, adormecíamos somente de madrugada, ela muito cansada, eu nem por isso. A nossa relação estava à beira da ruptura. A sua beleza começava a abandoná-la. Tinha papos debaixo dos olhos, andava sempre desgrenhada e parou completamente de cuidar de si. Recusava trabalhar no cinema e rejeitou vários papéis. Perdi a esperança e pensava em breveteria que lhe dizer que as coisas são como são …
Foi então que decidi que era tempo que ela voltasse às antigas medidas. Afinal, eu tenho a amiga de decote generoso e medidas perfeitas mais bonita do mundo. Ela é a mulher ideal para os homens e mulheres do planeta e eu era o único a ter o privilégio de lhe dizer ao ouvido que não há coisa melhor que a quinta de Mahler. Comecei a mimá-la com viagens a Paris, esqui na Argentina e muitos elogios.
Surpreendia-a e tentava agradá-la em todos os momentos. Comecei a viver apenas para ela, a satisfazer todos as pequenas excentricidades, a satisfazer todas as pequenas exigências, o vestido Thierry Mugler, os sapatos Loubotain, o fim de semana em Veneza, o Aston Martin para os dias de calor. Só falava em público a seu respeito e relacionava todos os assuntos com ela, como seria a suite do Ritz sem ela, como seria o Vila Joya sem a sua presença. Elogiei-a a sós e em frente a todos os membros lá do Clube de Golfe, de que me fiz sócio para lhe agradar.
Podem não acreditar, mas ela começou a desabrochar. Tornou-se ainda melhor do que era antes, se é que percebem o que eu quero dizer. Ganhou peso, cortesia do Chef Adrià, deixou de andar nervosa e ama-me ainda mais do que antes. Eu nem sabia que ela podia amar tão intensamente. E então percebi: ‘Estou falido”.
(talvez apeteça ao Ruben Patrick passar por cá e dizer o que pensa desta interessante temática)
algo me diz que este texto faz mais sentido que o original*
ResponderEliminar*oh well, o "suposto" original.
Thierry Mugler + Loubotain = bimbalhona do pior. Não será antes a amiga do Ruben Patrick?
ResponderEliminarLaboutin
ResponderEliminarLouboutin
EliminarAltruísta ou egoísta, Senhor?
ResponderEliminarGenial!
ResponderEliminarLoubotin é a marca de sapatos caros mais pindérica que há. Ninguém com categoria usa isso das solas encarnadas.
ResponderEliminarOh, chateou-se com o comentário que fiz? Esperava de si mais sentido de humor. Bah.
ResponderEliminarLouboutin, por favor. Acertem lá com o nome do senhor... :)
ResponderEliminarLaboutin é contrafacção, não é? Gargalhada.
ResponderEliminarAgora fiquei exaurida!! Pensava eu que isto era um blogue de classe e afinal tanta discussao pindérica para acertar no nome do "criador de sapatos" ahahah
ResponderEliminarC.A.