22 outubro 2012

O último Woody Allen

O último Woody Allen vê-se como se vê o último James Bond, vai-se e pronto, é um par de horas sem surpresas, já sabemos ao que vamos, reclamaríamos se no último Bond não existisse um exército de tipos maus armados com mísseis terra-ar a perseguir Bond, James Bond, que, armado com a sua fiel Walther PPK, dispara de costas, enquanto vê as horas no seu Omega e, naturalmente, acaba com a bandidagem, sem ter que mudar de carregador. No último Woody Allen, lá está o pai neurótico que não aprecia o tipo que lhe vai levar a filha (como em Match-Point), lá está o tipo que aparece em cena só para dizer a coisa certa ao par de amantes (como em Poderosa Afrodite), lá está a miúda americana que estava ali só de passagem e se apaixona pelo latino lá da terra (como em Vicky Cristina Barcelona), lá está o desfilar de lugares comuns sobre uma cidade (como em Meia noite em Paris), lá está um Woody Allen preguiçoso, a fazer maus filmes só porque o saxofone não lhe paga as contas e lá estou eu a perdoar-lhe tudo porque afinal é só mais um Woody Allen a fazer o mesmo filme há mais de quinze anos.

19 comentários:

  1. Não concordo. Gostei particularmente deste filme, fartei-me de rir e continuo a admirar Woody Allen, cada vez mais.

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  2. E lá está o motivo pelo qual não sou fã do estilo dele.

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  3. Continuo a adorar o Woody. No matter what.

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  4. Anónimo22.10.12

    O Woody Allen toca clarinete e não saxofone!

    ES

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  5. Não gosto dele. Nem um bocadinho.

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  6. A crise atacou-o forte! Para quem como eu ri até não mais com um "Nem Guerra Nem Paz" e para quem o non sense dele makes all the sense, é fraquinho.
    Para quem gosta de um filme cheio de clichés românticos com umas larachas à mistura, acho que está lá.
    Voto no Leopoldo Pisanello como "a personagem"! :)

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  7. Anónimo22.10.12

    Woody Allen já não é o que era. Será que quer imitar o Manuel de Oliveira?

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  8. To Rome with love, ainda não vi, mas Midnight in Paris, viu-se bem; é levezinho e os "clichés românticos com larachas á mistura" que nos arrancam sorrisos e nos fazem ficar de boa disposição depois de ver um filme,já são muito bem vindos. O Woody faz filmes dentro da linha que nos habituou; está mais soft ? Pudera, está mais velho, mas com todo o respeito e consideração que tenho para com o NOSSO Manuel de Oliveira, tenho que confessar que nunca me deu o sono durante um filme do Woody Allen...

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    1. Maria D Roque, se calhar o meu problema foi, na qualidade de fã incondicional do Woody Allen, ter ido com as expectativas demasiado altas. O Midnight in Paris já foi uma versão mais light do Woody e ainda assim adorei, diria mesmo que achei genial. Este foi só mais uma comédia romântica e eu esperava mais :)

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  9. Anónimo22.10.12

    Não gostei, mas, no entanto passa sempre uma mensagem que nem todos apanham...ou então sou eu que veJô coisas onde elas não existem.
    Vi no filme, aquilo que o tio pipoco diz: as coisas são como são! Não queiramos demasiado, às vezes é melhor vivermos a nossa vida tal como ela está não a viver muito rápido...e se errarmos, talvez seja um bom motivo para voltar ao ponto de partida.
    De resto concordo em absoluto consigo.

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  10. Anónimo22.10.12

    E porque é que não responde aos tristes anónimos?
    Sara.

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  11. Anónimo22.10.12

    O Woody Allen deixou de tecer e passou a fazer mantas de retalhos. Se por preguiça, se por falta de toque não sei. Mas fico com pena de já não sentir a coerência que costumava imprimir ao caos e ao nonsense. Ainda assim, neste filme encontro-lhe um momento genial, que acho que não lembraria ao diabo.
    sc

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    1. SC, creio que se refere ao momento Roberto Benigni.

      (o meu momento de "piscadela de olho" surgiu logo no início, quando aparece o nome dos actores com um explício "por ordem alfabética" e o primeiro nome da lista é... Woody Allen)

      (não ligue, sou um tipo que se diverte com aquilo que ninguém mais se diverte)

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    2. Anónimo22.10.12

      Provavelmente vai ficar desapontado, mas eu considero o Roberto Benigni insuportável desde o dia em que o vi receber o Óscar. Para além disso, considero que as cenas em que ele aparece são demasiado explícitas,banais e sensaboronas. Também eu sou fã incondicional do Allen actor e, por isso, o "meu momento" envolve-o indirectamente, mas tem como protagonista principal o Armiliato. (E não digo mais para não estragar o efeito surpresa a quem ainda não viu.)
      sc

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    3. A cena da audição ?

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    4. Anónimo23.10.12

      O Pagliacci.
      (eu pertenço ao grupo das que tem um sentido de humor peculiar)
      sc

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    5. A ideia não é nova, mas foi bem aproveitada.

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  12. Acabei de ver o filme e até gostei bastante. Divertido , mordaz qb, e um belo tributo ao "filme italiano" e a actrizes como Ana Magnani. Posso estar a ser parcial, mas acho que a centelha ainda lá está.

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  13. Não percebo como é que Pipoco vê filmes de W.A? Que decepção...

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