O Tio Pipoco é um indívuduo que reflecte sobre temáticas lá dele, os vinhos, os charutos, os livros e aquelas músicas que ele ouve e, sendo pouco ousado na abertura do espectro de interesses, acaba por descurar questões importantes, acaba por não abordar aquilo que verdadeiramente preocupa as pessoas, não estuda com profundidade a essência das problemáticas, por exemplo não se debruça sobre a integral de José Cid, nunca se incomodou em estudar a questão essencial que está por detrás da estrofe "A Anita não é bonita mas acredita que a noite cai".
Temos aqui um exemplo épico de como as pessoas, não tendo realçada uma qualidade essencial (no caso da Anita, a beleza), não será caso para as ignorarmos e as retirarmos do grupo de indivíduos válidos na sociedade. A Anita não é bonita, mas, lá está, a Anita assume uma condição superior, a de pertencer ao número de pessoas que acredita que a noite cai, o que lhe confere uma dimensão superior na escala das pessoas que, não sendo bonitas, são ainda assim válidas para o seu próximo, de tal forma que esta Anita chega mesmo a captar a atenção do Zé, Poderia o autor invocar outros atributos válidos de Anita, por exemplo "A Anita não é bonita, mas gosta de mousse de morango com mostarda de Dijon" ou mesmo "A Anita não é bonita, mas tem uma camisola do Rui Patrício autografada pelo próprio" e de igual forma relevaria que não é por causa da beleza que a pessoa perde a sua dignidade, há que ver mais longe, há que saber que o essencial é invisível para a vista, como diria o Principezinho, que, lá está, não era bonito mas falava com raposas, isto para além de o Zé, em chegando ao Café Central e enfrentando os amigos que, jocosos, desedenhariam da sua capacidade de conquista, atirando-lhe, em risada alta, "Olha lá, Zé, a Anita, não é bonita!", ao que Zé, reflexivo, tolerante, ponderado, dotado da calma concedida aos que conseguem ver mais além, lhe retorquiria "É certo, mas atentai, rapazes, ela acredita que a noite cai", ao que se seguiria um silêncio pesado, em que os rapazes, meio envergonhados por não terem sido capazes de vislumbrar o evidente, assentariam "Bem visto, sim senhores", enquanto pagariam uma mini Super-Bock ao Zé, que coçaria o seu queixo, pensativo, é assim que fazem os sábios.
Caríssimo Ruben Patrick, na minha modesta opinião a letra da canção não é tão profunda como apregoa na sua interessantissima tese.
ResponderEliminarEu penso que a razão pela qual a Anita, apesar de não ser bonita acredita que a noite cai é que, como diz o povo, "À noite todos os gatos são pardos" e qui ça, pode ser que a Anita não vá para casa sozinha.
Mas esta é apenas a minha singela opinião.
RP... se o seu tio tecesse relexões sobre o José Cid, qual Maja Desnuda, aí... isto é TÃO simples!!! A Anita nã é bonita e provavelmente o Zé é um horror. Quando a noite cai e as luzes se apagam, a brleza é outra, não vem de fora.Se fossrea Anita, o RP também seria um ferveroso crente...
ResponderEliminarQue horror isto de comentar posts por telemóvel. Só asneiras, qual delas a pior...nem sei sequer se faz sentido. Jamais ! (Leia-se jámé)
Eliminar"A Anita não é bonita, mas gosta de mousse de morango com mostarda de Dijon" Grey Poupon, Rubenezinho, Grey Poupon que o Pipoco iria aprovar, ora vidé o reclame e diz lá que não é tão Pipocão...
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=G_pGT8Q_tjk
Eu acho que a Anita sabe que, de luz apagada, smos todas iguais e ainda há esperanca.
ResponderEliminarCompletamente de acordo com o DonJuan;
ResponderEliminarsempre os ouvi dizer que depois de anoitecer ou depois do segundo wiskie é tudo igual!
Se a noite cai ou não, não sei... só sei que isto não são reflexões do Ruben Patrick. A temática será Rubenpatriquiana, mas dada a linguagem cuidada, cheira-me que o Tio acredita piamente que à noite todos os gatos são realmente pardos e que ninguém dava pelo facto de que lhe apeteceu discorrer sobre temas brejeiros e desculpar-se com o pobre do Ruben.
ResponderEliminarOu o Ruben também é dos que anda a tirar uma pós-graduação? Só isso explica ter citado o Princepezinho!
Fantástico, caríssimo.
ResponderEliminar(não me pergunte como, mas sabia que apreciaria, caríssima)
EliminarÉ portanto este, um post sobre as coisas serem como são!
ResponderEliminarÉ na esperança de encontrar posts destes que regresso a este blog. Quando penso que o Pipoco está cada vez mais imbecil, a roçar o ridículo, a fazer-me lembrar uma certo tipo de "socialights" (light propositado) que adora contar a vida glamourosa que um dia teve, os fabulosos hotéis onde ficou, as festas exclusivas que frequentou, as roupas fabulosas que vestiu, e citam filósofos e escritores, qual motor de busca básico, eis que me surpreende com pérolas destas. A verdade é que gosto muito mais deste Ruben Patrick despretensioso do que do Pipoco pedante.
ResponderEliminarMarta
Marta, estamos inteiramente de acordo. Sem ironias.
EliminarAdoro o Pipoco, mas é o RP que me encanta, mas eu sou assim, contento-me com o melhor que (quase) nunca é o mais caro!
ResponderEliminarM.