...lembro-me outra vez daquela história em que estão duas irmãs a disputar uma laranja, só havia uma laranja e elas estavam a lutar para ficar com a laranja, e o pai chega a casa e resolve acabar com aquela discussão, parte a laranja ao meio e dá metade da laranja a cada uma. A primeira irmã espreme os gomos da laranja e deita a casca fora, queria a laranja para fazer sumo. A segunda irmã raspa a casca da laranja e deita os gomos sumarentos para o lixo, queria a laranja para aproveitar a casca e fazer bolo de laranja.
O que se torna dramaticamente confrangedor, terrível vicissitude da existência, desgraça incomensurável, é constatar a situação comiserativa em que o Governo nos colocou, que a sua história verdadeiramente comprova.
ResponderEliminarAo que chegámos, Bom Deus; nem duas laranjas por lá.
Porque o caro Pipoco esqueceu-se de o mencionar, mas era uma casa portuguesa, claro.
Aposto que a desgraçadinha que queria fazer o bolo, até era com farinha de farelo.
São estes profundos dramas existênciais que por vezes me fazem quedar como um desses filósofos, bêbedo, alto, magro, doente e pálido encarando o mundo como se daí já nada haja a aproveitar, ou não valha a pena.
Pássaro Viajeiro...o mundo não está para ser um novo muro de lamentações... o queixar nunca nos levou a nenhum lado....
ResponderEliminarhttp://confissoesdarosana.blogspot.com/
Caríssimo
ResponderEliminarUma maçada. Um post tão bom e tão poucos comentários. Uma maçada mas expectável.
Não querendo ofuscar o seu brilho, que não quero, permita-me apenas partilhar aqui uma pequena “história” que não é uma win-win situation (eu chamo-lhe uma true situation) e também é daquelas histórias boas para se contar às Equipas:
Diz a história que um pai chegou a casa e viu as suas duas filhas a discutir (deve ser a mesma família problemática!). Quando tentou ouvir uma filha e depois a outra para conseguir avaliar melhor a situação, as duas viraram-se contra o pai, porque achando-se donas da razão, acharam injusto o pai estar a ouvir a outra parte. O pai esperou que anoitecesse e entregou a cada uma um balde de tinta e mandou-as pintar um muro. No dia seguinte perguntou-lhes de que cor estava o muro. Uma respondeu que tinha pintado o muro de azul, a outra tinha a certeza que o tinha pintado de amarelo. Quando o pai lhes foi mostrar o muro, estava naturalmente verde. E o pai disse-lhes: a verdade é verde e é feita com a contribuição de ambas.