05 maio 2012
A Sétima
Eu nem era para ir, aliás, quase nunca estou para ir, decido ir quase sempre depois da janela de oportunidade, mas lá fui, o som era mau, era quase igual ao das velhas cassettes BASF de níquel-crómio, já nesse tempo eu era razoavelmente snob-chic e evitava as cassettes de ferro, introduzidas na ranhura do leitor Panasonic, com painel destacável que saía do tablier do cento e seis verde, já nesse tempo eu gostava de números, foi por gostar de números que o cento e seis verde se metamorfoseou na quinhentos e trinta e cinco preta, e nesse tempo gravavam-se os discos para as cassettes, integralmente, é por isso que eu sabia as músicas todas, muito mais que o sete mares e o noutro lugar, nesse tempo os concertos acabavam no Bairro, no Gingão, ou no Ritz Club, não é como agora que, em calhando, se bebe um gin tónico no último andar do Sheraton, mas, em verdade vos digo, fui e gostei, mesmo com o mau som e as bifanas com imperial de jantar.
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= metamorfoseou =
ResponderEliminarFeito. Obrigado.
ResponderEliminarGostei! Afinal és um gajo à maneira
ResponderEliminarque tens costados para aguentar sem te ofenderes.
Na boa, hem!? :)
"em deixando" "em calhando"--> "em gostando"!
ResponderEliminarnunca percebi como se lia a marca dessas cassetes! :P loool
ResponderEliminarbom recordar! com o meu rádio amarelo, lá ia eu ao armário do pai pegar na minha cassete preferida! uma que tinha uma coroa e eu achava o máximo! vim a saber mais tarde que se tratava de queen! :D que eu, nos meus 7/8 aninhos lia "quem" e pensava: grande erro!
Também gosto de números, eu, e de notas. Essas são notas boas, que fazem lembrar os tempos em que ia ao bar do Sheraton ao início da noite.
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