25 junho 2021

Asas servem para voar

Quando se escolhe não chegar depressa e se usa a velha estrada para o Sul, a que atravessa a serra, bem entendido, a cada vez o caminho é único, por mais vezes que se faça a estrada velha ela nunca é igual à última vez, quer se faça de prego a fundo e com a electrónica desligada para que nunca nos esqueçamos de como se conduz, ou devagar, com uma sonata para piano a marcar o compasso e com os vidros abertos a deixar entrar os ares secos que fazem apetecer uma cerveja fria à chegada, as estradas que se fazem devagar são como aquelas ocasiões em que mulheres raras encostam a cabeça no nosso peito e é só aquilo, sem agitações nem promessas que ninguém vai cumprir, apenas uma mulher com os olhos fechados no nosso peito, sem defesas nem truques.

6 comentários:

  1. Cláudia Filipa25.6.21

    Com filtro: (o Sul, foi/tem sido/está a ser deveras inspirador...)

    Sem filtro nenhum (assim mesmo o que pensei logo e me apetece deixar para conhecimento da administração (enfim, o tipo de comentário que pode acabar com o bom nome de uma pessoa)): Mas que lindos estão a ficar os posts do Sul, Pipoco!

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  2. Comparar uma mulher em estado de total abandono encostada a um peito másculo e protector, com uma estrada em que se conduz devagarinho, é algo tão romântico e ternurento que me fez sair do mutismo a que me conduziram os últimos posts. Assim, sim... vale a pena vir comentar aqui.
    O Sul derrete até os corações mais empedernidos... :-)

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  3. Anónimo26.6.21

    foi esse o momento?

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  4. Anónimo26.6.21

    Tio, nao deve dar jeito nenhum conduzir com alguém encostado ao peito, pois nao?
    Vw

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  5. "apenas uma mulher com os olhos fechados no nosso peito, sem defesas nem truques."?

    "Não afirmo nada. O coração feminino foi sempre um enigma." (Os Demónios, Dostoiévski)

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  6. Anónimo28.6.21

    "Mulheres raras"? Porquê raras?

    Quanta inspiração! Já estou a ver que o "meu" Sul lhe fez muito bem, como se quer.

    Um abraço do Algarve,

    Sandra Martins

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