06 março 2020

Palavra do Senhor


Talvez seja dos meus olhos, mas os livros andam cada vez mais iguais, os casais que acabam por ficar juntos são os que guerreiam no princípio, a meio do filme morre o melhor amigo de alguém, no fim fica sempre aquele travozinho a azedo de aquilo que levamos para casa para pensar ter a profundidade das mensagens do Chagas Freitas lá do sítio, fazem-me falta livros onde os pais levem os filhos a conhecer o gelo à tarde ou onde as famílias sejam infelizes cada uma à sua maneira.

4 comentários:

  1. Agora que Hilary Mantel está quase, quase, a lançar «The Mirror and the Light» (sai este mês) é boa altura para quem quiser abalançar-se a ler a trilogia, começando com «Wolf Hall». (O gelo bom jeito daria a Thomas Cromwell, após os pontapés que leva do pai, logo no primeiro parágrafo...)

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    1. Uma pessoa abre a caixa para cá vir escrever um comentário todo animado e no melhor que puder e depois depara-se com isto, trava a derrapar, escorrega, bate na parede e fica a esfregar o braço.
      Já não sei o que vinha dizer.

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  2. Ocorreu-me que talvez lhe agradasse ler, se é que ainda não leu, "Luanda, Lisboa, Paraíso" da jovem Djaimilia Pereira de Almeida. É um livro que se lê com o coração.

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  3. Anónimo7.3.20

    Blindsight, Peter Watts, gratuito, ficção especulativa a sério, Use of Weapons, Banks, The Peripheral, Gibson, In Praise of Shadows, Tanizaki, não traduzidos tanto quanto sei.

    A tradução iterada da Ilíada, sempre fantástica, e Da alvorada à decadência, Jacques Barzun, pelo simples prazer livro-lareira-whisky com um clássico.

    Mathematica theory of Communication, Shannon e On Undecidable Proposition of formal mathematical systems (no orig. se possível), Gödel, também clássicos, porque ocasionalmente as pessoas esquecem que cultura científica também é Cultura.

    Não dou por falta de livros. Se há algo que me deixa uma desagradável sensação de desconsolo é saber que nem em um par de vidas conseguiria ler uma quinta parte das dezenas de milhar de livros que tenho à disposição agora, a que acresce os artigos que tenho de ler e aqueles que gostaria de ler. Tanto pior para o próximo ano, menos tempo e mais livros, se o tal Senhor assim desejar.

    Enfim, o post também não é acerca de livros.
    Abraço, caro Pipowski.

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