21 outubro 2019

The Lello experience

Talvez o estimado turista mereça a maldade de o tratarem como imbecil, tudo vale a pena quando, por fim,  o estimado turista se fotografa nas escadarias de madeira, carinhas felizes, afinal o Harry Potter deslizou naqueles corrimãos, precisamente ali onde o estimado turista publica o seu retrato, que importam os asiáticos fazendo marcação corpo a corpo?, time is running out e o tuc-tuc está à espera, a emoção de finalmente entrar na Lello & Irmão, depois da procissão da compra do bilhete de entrada, aliás, o voucheur, que será trocado mais tarde por um Paulo Coelho encarecido nos tais cinco euros, o estimado turista paga o que tiver que pagar, um dia não são dias, aquilo é praticamente Hogwarts, caramba, vale bem a pena, até eu, que sou eu, lá comprei um Jo Nesbo, não tirei foi os retratos, a minha preocupação era sair dali, que para sofrimento já me bastaram os filetes de polvo da Casa Aleixo.

10 comentários:

  1. E eu aqui de volta do calendário a escolher a melhor data para levar a cria à exposição do dito no Pavilhão de Portugal. Mas a pequena merece, que amanhã completa dez voltas ao sol e este Verão, sem nunca ter visto um filme do dito aprendiz de feiticeiro, “Não quero que as imagens do filme contaminem as imagens que A minha imaginação cria quando leio”, decidiu que havia de ler os 8 livros da coleção. Comprou-a na Fnac, religiosamente, semana após semana, e agora admira o castelo que as lombadas formam quando se juntam. A Lello há-de esperar, se um dia lhe faltar a imaginação.

    (Lembrei-me agora do dia em que sem saber quem era dei boleia à autora, da Boca do Inferno ao Guincho, tinham-lhe dito que se seguisse na estrada encontraria uma praia com um grande areal, mas estava farta de caminhar e do grande areal nem sinal).

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  2. Olhe lá, ó Dom Pipoco, quem é que o manda andar a meter-se em apertos?
    Quem já viu e esteve na Livraria Lello & Irmão, uma vez- e eu estive lá há muitos anos - não carece lá voltar. Para comprar livros vou à FNAC, Almedina ou outra qualquer, se vir algum que goste no Continente, também não me faço rogada. Isso é para os chineses, não é para si.

    Para se deliciar com uma boa salada de polvo, vá a Leça da Palmeira, ao restaurante Los Ibéricos. Agora, para quem gosta mesmo, mesmo, de polvo, daquele de comer e chorar por mais, é em Matosinhos na Tasquinha Olhinhos de Polvo...Anote, sem favor, e numa próxima visita, visite... :)

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    1. Anónimo23.10.19

      Olá Janita. Se é fã do polvo dos Olhinhos de Polvo, imagine provar a versão original, muito, mas muito melhor no Veleiros ou no Caneiro em Arco de Baúlhe (é a mesma receita). Vai perceber que o Olhinhos de Polvo é uma versão muito pobre da receita de polvo original. Vá experimentar e confirme por si. Sou grande fã de polvo. Mariana. Beijinhos

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    2. Olá, Mariana.
      Peço-lhe imensa desculpa, mas não fora ter vindo confirmar se já havia cá chegado uma certa boa nova, não teria o gosto de a ler.
      Muito obrigada, hei-de anotar essa alternativa, sim.

      Entretanto vou aguardar mais um pouco, pois o

      agente Ó vai resgatar A Receita, a original, de modo que os filetes do Aleixo vão voltar a ser famosos.
      .

      Grata Mariana.
      Beijinhos.

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  3. Oh, afinal o Pipoco é apenas um turista, como outro qualquer.

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  4. Cláudia Filipa22.10.19

    Percebo-o perfeitamente, mas também percebo a estratégia da Lello de jogar com as armas que tem, tem a arma da beleza, mesmo sem essa parte do Harry Potter, é monumental, era, é, e seria visitada, independentemente do objecto do seu negócio, o que seria, afinal, o problema, não?. É a venda de livros, o objecto do negócio, então, se não se vendem livros, se vêm só pela beleza que merece ser vista, paguem para ver, sendo que, o valor, poderá ser "esbatido" no que é, afinal, o objecto do negócio. Percebo-os.
    Vendem-se tão poucos livros e os colossos comerciais do livro aniquilaram tanto do que ainda conseguia ir respirando, que me dá esta coisa mais forte de querer é que a Lello permaneça e com capital suficiente para manter-se monumental. Tal como outras livrarias já nasceram a ser também café, ou pequenas mercearias de produtos biológicos, como suporte "à não venda de livros", o que será uma forma de realizar o sonho de ter e tentar continuar a ter uma livraria.
    Sim, assim a Lello deixa de ser uma "catedral do livro", assim, quem vai pelos livros juntando o útil ao agradável, deixou de poder praticar o ritual em condições, a Lello perderá, por exemplo, todos os Pipocos e os Xilres, mas vocês são uma minoria...

    (eu, que não tenho nada que ver com a Lello, a não ser na parte em que torço pela sua permanência viçosa e de portas abertas, em verdade lhe digo, dá-me até assim um contentamento por, apesar de, e com toda a razão, apontar o que lhe dá cabo da essência, ainda assim, não ter desistido dela e ter contribuído para a sua finalidade de livraria comprando-lhe um livro)

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  5. Isto dava quase "um caso" para o Polígrafo da SIC; verdade ou mentira.
    A verdade é que nenhuma cena do(s) filme(s) Harry Potter foi filmada na livraria Lello.
    O que é verdade, é facto, e é do conhecimento público é que a autora J. K. Rowling viveu durante algum tempo no Porto e frequentava a livraria Lello. Rowling também já afirmou que as escadas em Hogwarts foram inspiradas nas escadarias da livraria Lello.
    Aqui está um bom exemplo; quando a ficção se mistura com a realidade.

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  6. Ahahahah... Os famoso filetes de polvo da Casa Aleixo... Quem nunca?!

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  7. Anónimo22.10.19

    Livraria Lello, Casa Aleixo... Muito bem tio. Bem vindo ao Porto.
    Vw

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  8. Belo texto, não conhecia o blogue, vou continuar a explorar.

    Abraço e boa continuação

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